[..]Após a intensa conversa e o velório de Nicolas, Lucas estava envolta de um misto de emoções. O clima na casa da família era pesado, mas a presença de Ana ao seu lado lhe trazia um conforto inesperado. Ele sabia que o evento seria complicado, mas a família estava unida, e isso oferecia a ele um apoio crucial nesse momento de dor.O velório ocorreu na Itália, onde moravam, em uma capela simples, mas elegantemente decorada, refletindo um último tributo ao irmão de Lucas. A luz suave das velas iluminava o local, enquanto amigos próximos e parentes chegavam para prestar seus sentimentos. Lucas se esforçou para manter a compostura, mas a tristeza era palpável.Ana estava ao seu lado o tempo todo, oferecendo seu apoio silencioso, segurando sua mão e sussurrando palavras de encorajamento. Foi aí que Lucas começou a ser apresentado aos membros da família, e, ele sentiu que precisava contar a verdade sobre seu relacionamento com Ana.— Esta é Ana, minha esposa — Lucas disse com um brilh
Onze meses se passaram desde aquele dia trágico em que Lucas e Ana enfrentaram a tempestade da morte de Nicolas. A vida tinha seguido seu curso, e ambos haviam encontrado uma nova normalidade.Ana estava radiante em seu papel como chefe da cirurgia geral no Hospital Geral de Nova York, e, com determinação, também se dedicou a reconstruir a relação com Márcia, que, após meses de tratamento, finalmente se sentia pronta para voltar ao trabalho como enfermeira.No dia da volta de Márcia, Ana chegou mais cedo ao hospital, animada e nervosa. Elas tinham se falado frequentemente, mas agora era a primeira vez que se encontrariam pessoalmente desde o funeral de Nicolas e a visita de Ana e Lucas na clínica onde Márcia estava recebendo tratamento psicológico.Ana observou o hospital em que havia dedicado tanto esforço, o ambiente pulsando com a energia de vidas sendo salvas. O cheiro de desinfetante misturado com o aroma de café fresco lembrava a ela a importância de seu trabalho e como cada dia
Lucas segurava a pequena caixa nas mãos, seu coração batendo acelerado. O que poderia estar ali? Seus olhos, curiosos, encontraram os de Ana, que sorria suavemente, cheia de expectativa. Quando ele abriu a caixa e viu o pequeno sapatinho de bebê branco, suas mãos tremeram. O bilhete dobrado ao lado capturou sua atenção, e ele cuidadosamente o abriu. As palavras, escritas com a delicadeza de Ana, trouxeram uma onda de emoções intensas. “Papai, dentro da mamãe agora batem dois corações apaixonados por você.” Lucas ficou parado por um instante, como se o tempo tivesse congelado ao seu redor. O mundo ficou em silêncio. Ele leu aquelas palavras uma, duas vezes, tentando processar o significado completo. Seus olhos, que antes brilhavam com a surpresa, agora estavam arregalados. Ele levantou o olhar para Ana, seu rosto banhado em lágrimas de felicidade, como se mal pudesse acreditar no que estava acontecendo. — Você está... — ele gaguejou, engolindo em seco — você está grávida? Ana so
Era uma vez, no Hospital Geral de Nova York. - corta, corta, vamos começar novamente, sem muito clichê. - sorriu o narrador.Ana, recém formada em medicina, após anos de estudos, noites em claro e dedicação incansável, finalmente tinha alcançado seu objetivo: ser aceita na residência do Hospital Geral de Nova York, o lugar onde ela sempre quis chegar, e que agora, se tornava realidade.Ela saiu da universidade com um sorriso que parecia aquecer o dia gelado. A notícia correu rapidamente entre suas amigas, e não demorou muito para que um grupo de mensagens fosse criado, combinando a comemoração.Naquela noite, Ana e suas três melhores amigas, Elen, Gabriele e Renata, chegaram ao bar mais movimentado da cidade. O lugar estava cheio de gente bonita, música boa, e luzes piscando, elas encontraram uma mesa perto do bar e logo brindaram à nova fase.As bebidas começaram a circular, e as risadas ecoavam pelo ambiente. Enquanto suas amigas dançavam e se divertiam, Ana decidiu pedir outra beb
Era quarta-feira, o relógio apontava 10:23 da manhã, quando Ana desceu as escadas de seu apartamento levando o lixo para fora, ouvindo wannabe, das Spice Girls, em seu fone de ouvido, se sentindo realizada e orgulhosa, quando muito surpresa, o avistou, seguindo em sua direção.Sua pele bem branquinha, cabelos castanhos escuros, magro, alto, sorriso lindo, se aproximava, o cara com quem teria ficado dentro do carro, na noite em que saiu para comemorar.Ele era o carteiro do bairro, e, enquanto se aproximava para entregar a correspondência de Ana, reparou como ela o observava, e então, ele se perdia em pensamentos: ''Ana, Ana! Com base nessa sua vibe, aposto que é independente. Você está sem sutiã, mas sua blusa... está larguinha, isso significa que não quer ser cobiçada. Suas pulseiras estão balançando, parece que gosta um pouco de atenção.’' – pensava o carteiro. Ana ficou absurdamente sem graça, nervosa, pois pensou que nunca mais o veria, porém, no fundo ela estava radiante, pois
Era hoje, a sua segunda semana de residência no Hospital Geral de Nova York, onde aconteceu um tumulto incomum naquela noite, ocorreu um acidente violento envolvendo moto, vários carros e um caminhão, onde encheu a emergência de pacientes em estado crítico. O som das sirenes de ambulâncias se misturava ao clamor das pessoas, criando um cenário caótico. Ana, uma jovem médica residente, pele clara, cabelos castanhos, preso em um rabo de cavalo com um laço de cetim rosa pink, mal conseguia parar para respirar. Ela corria de um paciente a outro, suas mãos hábeis se movendo rapidamente para suturar ferimentos, aplicar medicações e acalmar aqueles em pânico. Entre os muitos rostos que atendia, um em especial se destacava.– Dra. Ana! Dra. Ana! Preciso de ajuda aqui! – gritou a enfermeira chefe Márcia, apontando para um paciente masculino, que estava sendo trazido em uma maca. Sangue escorria de um ferimento profundo em seu abdômen.– Estou indo! – respondeu Ana, aproximando-se rapidam
Lucas ficou inconsciente por alguns dias, mas nesta manhã quando ele acordou com a luz suave do amanhecer filtrando-se pela janela no quarto de UTI, com tubos, e zumbido dos aparelhos ao seu redor, teve a certeza de que era um lembrete constante da cirurgia que havia salvado sua vida, e, foi ela, Dra. Ana Steele que estava ali para monitorar seu estado quando ele abriu os olhos.– Você salvou a minha vida, não é? – perguntou Lucas com um sorriso irônico.Ana olhando para ele, demorou alguns segundos para responder, se perguntando se Lucas estava realmente fazendo uma pergunta, ou se já havia ouvido a sua voz naqueles dias em que estava inconsciente.– Eu diria que foi a equipe médica, sou apenas uma peça num jogo de xadrez. – ela sorriu ainda mais que ele, que relaxou a cabeça e colocou a mão de maneira suave sobre a dela.– Posso dizer então, que sou um homem de sorte, doutora... – respondeu, Lucas.– Ana, num susto, desvencilhou-se de Lucas, sentindo seu coração bater mais rápido,
O hospital estava em um estado de tensão após a invasão tumultuada na UTI. A equipe médica havia conseguido conter o homem que tentava retirar Lucas de sua cama. Embora o homem tenha sido sedado levemente e levado a um quarto supervisionado pela segurança, o clima na unidade era carregado com uma mistura de alívio e apreensão.Dra. Ana, se encontrava na UTI com uma expressão de preocupação. Observava Lucas, deitado em sua cama, visivelmente abalado, sentia um pouco de dor. Aproximou-se de Lucas, que estava com seus olhos fixos no teto, puxou uma cadeira próxima, e se sentou ao lado da cama, com um olhar atencioso.– Olá, Lucas. Como você está se sentindo? – perguntou Ana com uma voz suave.Lucas virou lentamente a cabeça para encarar Ana. – Doutora Steele... Eu... Eu não sei o que pensar. Tudo isso está sendo um pesadelo.Ana sorriu com empatia, notando a forma como ele pronunciou seu nome. – Eu entendo. A situação foi realmente perturbadora. Mas estou aqui.Lucas desviou o olhar, um