Daniel arregalou seus olhos e de seguida voltou a tomar a atenção a porta, onde assustou-se após ver a maçaneta girar lentamente.
O pavor tomou conta de si naquele instante, fazendo-o intercalar os olhares entre a porta e José Alfredo que exalava apreensividade.
- Não pode ser- disse Daniel apreensivo em tom murmurante.- Minha mãe não pode entrar neste quarto.- Completou tomando a atenção de José Alfredo.
Aqueles segundos pareciam ser eternos para Daniel e José Alfredo, entretanto Eva do outro lado da porta, estava prestes a entrar ao quarto, quando naquele momento escutou os gritos de Zilda a governanta, a mesma vinha em sua direção no corredor com feição de pavor.
- Zilda. - Disse Eva assustada tomando sua atenção, ainda com a mão na maçaneta da porta.- Aconteceu uma tragédia senhora. - Afirmou com a respiração ofegante. - A senhora precisaNaquele momento Rimena arregalou seus olhos que já estavam marejados com o que acabará de ouvir, a mesma levantou-se do chão completamente atordoada e zonza, começou a virar-se para todos os lados da sala, enquanto as palavras de Rhodolfo ecoavam em sua cabeça sem parar , no que acabou por se deparar com Constância Maria no topo da escadaria, e isto a fez cessar seus passos, tomando a atenção da mesma. Naquele momento lágrimas já escorriam por sua face, pois uma dor profunda tomou conta de si. Aquelas palavras haviam acordado dores enterradas, remexido em feridas jamais sarradas e cicatrizes fáceis de se romper. Vestígios de de um passado pérfido, ao qual ela desejava apagar de sua história. __ O que está a acontecer aqui?__ indagou Constância descendo às escadas como se não tivesse escutado absolutament
Naquele momento Eva pegou na mão de Pedro e de seguida, fechou seus olhos, e começou a falar.— De olhos fechados consigo me ver quarenta e cinco anos atrás.—Afirmou em tom de voz calmo e sereno, porém repleto de muita dor carregada de amargura. — E então Eva continuou falando no mesmo tom de antes, porem já derramava as lágrimas que espreitavam nas frestas de seus olhos. — Eu era uma menina livre e feliz, correndo pelos campos desta fazenda com a mente repleta de sonhos…sonhos, sonhos de um futuro, um futuro feliz…uma família cheia de filhos e muitos netos para preencher cada canto dessas imensas terras, e cômodos desse casarão. E eu tive parte disso tudo por mim sonhado, até porquê não se pode ter tudo na vida, mas até o pouco que tive e depois de tanto sofrimento, eu estou perdendo como se fosse areia entre minhas mãos, como se fosse água escapando entre meus dedos , Pedro a família a qual construi está se destruindo, tudo está se dis
Era notória que a tensão estava instalada naquele lugar. Por um lado estava Daniel devastado pelas acusações de Pedro seu irmão, que aquela altura estava estático e surpreso do mesmo modo que sua mãe Eva, porém está por último, segurava sua testa exalando desespero, ao mesmo momento em que tentava conter a poça de lágrimas em seus olhos, pois tudo o que Eva queria, era evitar o sofrimento de Daniel ao ser acusado de tirar a vida de seu próprio pai.Com isso, Daniel não aguentou e de imediato pós se a correr pelo extenso corredor do casarão , Eva por sua vez seguiu-lhe a passos largos, no que acabou por lhe travar no meio do corredor ao lhe puxar pelo braço.— Daniel meu filho, não leve a peito nada que seu irmão dis
Daniel estava visivelmente atordoado, repleto de dúvidas, medo , relacionadas ao que acabará de ouvir de José Alfredo. Algumas dessas dúvidas que vagam pela mente de Daniel, era o porque de José ter escondido por todos aqueles anos, uma pista que supostamente poderia os levar ao assassino de Afonso, bem como, o porque do mesmo trazer a tona a revelar desse facto, aquela altura da vida e justamente para ele Daniel que sempre deixou claro, que pouco se interessava em saber quem era o assassino de seu pai.E então em meio aos seus pensamentos, Daniel regressou a realidade, estufou o peito e prontamente indagou de olhos arregalados. — O que foi que você
A última frase dita por Daniel, serviu de combustível para que Rimena tomasse Daniel para um abraço apertado, repleto de ternura e gratidão, por sua vez, Daniel retribuiu sem exitar, e em meio ao abraço ela chorava enquanto murmurava o quão grata séria,e o quão feliz ficaria por saber que o filho que teve na verdade estava vivo e saudável . Tais palavras elevaram os sentimentos de Daniel, fazendo com que voltasse a cair ao choro, e após alguns minutos, ambos se desvencilharam e então Daniel colocou suas mãos sobre o rosto de Rimena, sorriu e disse. — Trazer para você seu bem mas precioso é o mínimo que posso fazer.— Murmurou Daniel em meio às lágrimas.— Sabe eu não sou perfeito, eu erro e falho e muito, mas eu n
Enquanto o momento de revelações de Daniel acontecia, Constância Maria em seu casarão, estava com uma jara de água, em frente a cama de Rodolfo, que por sua vez dormia profundamente, depois da noite de bebedeira no dancing. A mesma não exitou em jogar a jara por cima de seu filho , e assim o fez, no que acabou por lhe despertar aos sobre saltos, pois o susto foi extremo.__ A senhora está louca?__ Indagou aos berros pulando da cama.__ O único louco aqui é você. __ A senhora me molhou inteiro.__ Exclamou indignado enquanto analisava o seu, e o estado da cama.__ Deveria ter feito pior, depois do que você fez na noite passada. Seu irresponsável. __ Eu?__ Você sim.__ Não me lembro de nada.__ Típico dos bêbados…aprontam e no fim colocam a culpa na bebida.Rhodolfo pós s
Algum tempo depois, Constância Maria chegava a casa de Heitor. A mesma estava sentada no banco traseiro do seu carro luxuoso daquela época, finais dos anos 40, o mesmo estava a ser dirigido pelo motorista, e este por sua vez desceu do mesmo, e foi logo abrir a porta traseira, para que Constância pudesse descer.Não demorou muito para que esta estivesse diante da porta da casa de Heitor, e com três toques ela despertou a atenção dos que estavam no interior da mesma, no que foi atendida por pela governanta. __ Senhora Constância.__ Afirmou a mulher assustada. __ Bom dia. Meu genro se encontra em casa? __ Há! o senhor Heitor acaba de sair e não deve demorar. A senhora gostaria de entrar para aguardar o seu retorno? __ Sim por favor. __ Exclamou Constância.E então a mulher Governanta cedeu-lhe passagem. Constância adentrou ao casarão, onde sentou-se em um dos sofás da sala enorme, no que a fez dep
José Alfredo virou-se para trás e de seguida disse. __ Por medo. Medo que de ser acusado, pois qualquer um pensaria assim, como eu iria explicar o facto de ter invadido uma casa ? __ A polícia colocaria à culpa em você. __ Sim. __ Era isso que você tinha para me dizer, que você encontrou Afonso já morto?….sinceramente eu acho que isso não muda nada nesse mistério. __ Muda sim…desde que eu te mosrtre isso aqui. Afirmou entregando um pequeno embrulho de papel que trazia em suas mãos. __ O que é isso?__ Indagou Daniel apreensivo enquanto pegava no embrulho. __ Abra e veja.E então Daniel abriu o embrulho e lá estava um lenço marrom, borrado de sangue. De imediato o mesmo tomou a atenção de José Alfredo._