Naquele momento Eva pegou na mão de Pedro e de seguida, fechou seus olhos, e começou a falar.
— De olhos fechados consigo me ver quarenta e cinco anos atrás.—Afirmou em tom de voz calmo e sereno, porém repleto de muita dor carregada de amargura. — E então Eva continuou falando no mesmo tom de antes, porem já derramava as lágrimas que espreitavam nas frestas de seus olhos.
— Eu era uma menina livre e feliz, correndo pelos campos desta fazenda com a mente repleta de sonhos…sonhos, sonhos de um futuro, um futuro feliz…uma família cheia de filhos e muitos netos para preencher cada canto dessas imensas terras, e cômodos desse casarão. E eu tive parte disso tudo por mim sonhado, até porquê não se pode ter tudo na vida, mas até o pouco que tive e depois de tanto sofrimento, eu estou perdendo como se fosse areia entre minhas mãos, como se fosse água escapando entre meus dedos , Pedro a família a qual construi está se destruindo, tudo está se dis
Era notória que a tensão estava instalada naquele lugar. Por um lado estava Daniel devastado pelas acusações de Pedro seu irmão, que aquela altura estava estático e surpreso do mesmo modo que sua mãe Eva, porém está por último, segurava sua testa exalando desespero, ao mesmo momento em que tentava conter a poça de lágrimas em seus olhos, pois tudo o que Eva queria, era evitar o sofrimento de Daniel ao ser acusado de tirar a vida de seu próprio pai.Com isso, Daniel não aguentou e de imediato pós se a correr pelo extenso corredor do casarão , Eva por sua vez seguiu-lhe a passos largos, no que acabou por lhe travar no meio do corredor ao lhe puxar pelo braço.— Daniel meu filho, não leve a peito nada que seu irmão dis
Daniel estava visivelmente atordoado, repleto de dúvidas, medo , relacionadas ao que acabará de ouvir de José Alfredo. Algumas dessas dúvidas que vagam pela mente de Daniel, era o porque de José ter escondido por todos aqueles anos, uma pista que supostamente poderia os levar ao assassino de Afonso, bem como, o porque do mesmo trazer a tona a revelar desse facto, aquela altura da vida e justamente para ele Daniel que sempre deixou claro, que pouco se interessava em saber quem era o assassino de seu pai.E então em meio aos seus pensamentos, Daniel regressou a realidade, estufou o peito e prontamente indagou de olhos arregalados. — O que foi que você
A última frase dita por Daniel, serviu de combustível para que Rimena tomasse Daniel para um abraço apertado, repleto de ternura e gratidão, por sua vez, Daniel retribuiu sem exitar, e em meio ao abraço ela chorava enquanto murmurava o quão grata séria,e o quão feliz ficaria por saber que o filho que teve na verdade estava vivo e saudável . Tais palavras elevaram os sentimentos de Daniel, fazendo com que voltasse a cair ao choro, e após alguns minutos, ambos se desvencilharam e então Daniel colocou suas mãos sobre o rosto de Rimena, sorriu e disse. — Trazer para você seu bem mas precioso é o mínimo que posso fazer.— Murmurou Daniel em meio às lágrimas.— Sabe eu não sou perfeito, eu erro e falho e muito, mas eu n
Enquanto o momento de revelações de Daniel acontecia, Constância Maria em seu casarão, estava com uma jara de água, em frente a cama de Rodolfo, que por sua vez dormia profundamente, depois da noite de bebedeira no dancing. A mesma não exitou em jogar a jara por cima de seu filho , e assim o fez, no que acabou por lhe despertar aos sobre saltos, pois o susto foi extremo.__ A senhora está louca?__ Indagou aos berros pulando da cama.__ O único louco aqui é você. __ A senhora me molhou inteiro.__ Exclamou indignado enquanto analisava o seu, e o estado da cama.__ Deveria ter feito pior, depois do que você fez na noite passada. Seu irresponsável. __ Eu?__ Você sim.__ Não me lembro de nada.__ Típico dos bêbados…aprontam e no fim colocam a culpa na bebida.Rhodolfo pós s
Algum tempo depois, Constância Maria chegava a casa de Heitor. A mesma estava sentada no banco traseiro do seu carro luxuoso daquela época, finais dos anos 40, o mesmo estava a ser dirigido pelo motorista, e este por sua vez desceu do mesmo, e foi logo abrir a porta traseira, para que Constância pudesse descer.Não demorou muito para que esta estivesse diante da porta da casa de Heitor, e com três toques ela despertou a atenção dos que estavam no interior da mesma, no que foi atendida por pela governanta. __ Senhora Constância.__ Afirmou a mulher assustada. __ Bom dia. Meu genro se encontra em casa? __ Há! o senhor Heitor acaba de sair e não deve demorar. A senhora gostaria de entrar para aguardar o seu retorno? __ Sim por favor. __ Exclamou Constância.E então a mulher Governanta cedeu-lhe passagem. Constância adentrou ao casarão, onde sentou-se em um dos sofás da sala enorme, no que a fez dep
José Alfredo virou-se para trás e de seguida disse. __ Por medo. Medo que de ser acusado, pois qualquer um pensaria assim, como eu iria explicar o facto de ter invadido uma casa ? __ A polícia colocaria à culpa em você. __ Sim. __ Era isso que você tinha para me dizer, que você encontrou Afonso já morto?….sinceramente eu acho que isso não muda nada nesse mistério. __ Muda sim…desde que eu te mosrtre isso aqui. Afirmou entregando um pequeno embrulho de papel que trazia em suas mãos. __ O que é isso?__ Indagou Daniel apreensivo enquanto pegava no embrulho. __ Abra e veja.E então Daniel abriu o embrulho e lá estava um lenço marrom, borrado de sangue. De imediato o mesmo tomou a atenção de José Alfredo._
O vento fresco passeava por todos os cantos, fazendo o cabelo de ambos esvoaçar como se fossem fios de cetim. Aquela altura o beijo estava mais intenso, calmo e apaixonado. Daniel estava feliz sorrindo em meio a tudo aquilo, bem como José Alfredo.De repente em algum momento, lapsos de memórias de um passado desconhecido por ambos começaram a surgir. Daniel viu-se naquele mesmo local com José Alfredo, e eles tinham roupas do século XIX, fazendo com que um forte sentimento indecifrável invadisse seu coração abruptamente. Naquele momento o beijo começou a cessar com leves estalos, José por sua vez tinha suas mãos colocadas às duas faces de Daniel, bem como sua testa grudada.E então os olhos de ambos se abriram. Dando espaço para o ar de suas respiraç&oti
Após alguns minutos, Rimena e Roberto se desvencilharam. Rimena por sua vez baixou a cabeça encabulada, no que fez, com que Roberto à erguesse pelo queixo. __ Nunca senti isso antes. __ Sussurrou, e um sorriso formou-se ao rosto de Rimena. __ Também não. __ Afirmou. __ Esta ciente de tudo que terá que enfrentar por nós…por mim? __ Sim, eu estou. Enfrentarei a sociedade, minha mãe e até mesmo Heitor caso tente nos separar. A partir de agora tenho certeza que sem você ao meu lado, nada fará sentido algum.Roberto sorriu e de seguida acariciou o rosto de Rimena. __ Enfrentaremos tudo isso juntos. Eu você e Ritinha seremos uma família.__ pausou após um suspiro de esperança.__ Uma família feliz.