Narrado por Daniel.
Eu estava dividido entre o desejo e a culpa da traição. Tentei navegar por meus instintos buscando forças para impura-lo para longe de mim enquanto o beijo acontecia , tentei soltar-me de seus braços, eu juro que tentei…eu tentei, mas, mas foi inútil, eu queria e desejava José Alfredo como nunca, como se eu já o conhecesse a muito mais tempo, como se aquele desejo por mim sentido, já estivesse em mim a mais tempo do que pudesse imaginar, e somente aquele beijo e toque, fosse suficiente para desenterrar todo aquele sentimento.
Durante esse misto de sentimentos, comecei a passear minhas mãos por seu peito levemente peludo, ao mesmo momento em que José deslizava suas mãos por minhas costas até chegar às nadegas, onde apertou intercalando com leves tapas. Em meio ao beijos ele subia uma de suas mãos até meus cabelos, onde apertava puxando minha cabeça para frente através dos cabe
Daniel arregalou seus olhos e de seguida voltou a tomar a atenção a porta, onde assustou-se após ver a maçaneta girar lentamente.O pavor tomou conta de si naquele instante, fazendo-o intercalar os olhares entre a porta e José Alfredo que exalava apreensividade. - Não pode ser- disse Daniel apreensivo em tom murmurante.- Minha mãe não pode entrar neste quarto.- Completou tomando a atenção de José Alfredo.Aqueles segundos pareciam ser eternos para Daniel e José Alfredo, entretanto Eva do outro lado da porta, estava prestes a entrar ao quarto, quando naquele momento escutou os gritos de Zilda a governanta, a mesma vinha em sua direção no corredor com feição de pavor.- Zilda. - Disse Eva assustada tomando sua atenção, ainda com a mão na maçaneta da porta.- Aconteceu uma tragédia senhora. - Afirmou com a respiração ofegante. - A senhora precisa
Naquele momento Rimena arregalou seus olhos que já estavam marejados com o que acabará de ouvir, a mesma levantou-se do chão completamente atordoada e zonza, começou a virar-se para todos os lados da sala, enquanto as palavras de Rhodolfo ecoavam em sua cabeça sem parar , no que acabou por se deparar com Constância Maria no topo da escadaria, e isto a fez cessar seus passos, tomando a atenção da mesma. Naquele momento lágrimas já escorriam por sua face, pois uma dor profunda tomou conta de si. Aquelas palavras haviam acordado dores enterradas, remexido em feridas jamais sarradas e cicatrizes fáceis de se romper. Vestígios de de um passado pérfido, ao qual ela desejava apagar de sua história. __ O que está a acontecer aqui?__ indagou Constância descendo às escadas como se não tivesse escutado absolutament
Naquele momento Eva pegou na mão de Pedro e de seguida, fechou seus olhos, e começou a falar.— De olhos fechados consigo me ver quarenta e cinco anos atrás.—Afirmou em tom de voz calmo e sereno, porém repleto de muita dor carregada de amargura. — E então Eva continuou falando no mesmo tom de antes, porem já derramava as lágrimas que espreitavam nas frestas de seus olhos. — Eu era uma menina livre e feliz, correndo pelos campos desta fazenda com a mente repleta de sonhos…sonhos, sonhos de um futuro, um futuro feliz…uma família cheia de filhos e muitos netos para preencher cada canto dessas imensas terras, e cômodos desse casarão. E eu tive parte disso tudo por mim sonhado, até porquê não se pode ter tudo na vida, mas até o pouco que tive e depois de tanto sofrimento, eu estou perdendo como se fosse areia entre minhas mãos, como se fosse água escapando entre meus dedos , Pedro a família a qual construi está se destruindo, tudo está se dis
Era notória que a tensão estava instalada naquele lugar. Por um lado estava Daniel devastado pelas acusações de Pedro seu irmão, que aquela altura estava estático e surpreso do mesmo modo que sua mãe Eva, porém está por último, segurava sua testa exalando desespero, ao mesmo momento em que tentava conter a poça de lágrimas em seus olhos, pois tudo o que Eva queria, era evitar o sofrimento de Daniel ao ser acusado de tirar a vida de seu próprio pai.Com isso, Daniel não aguentou e de imediato pós se a correr pelo extenso corredor do casarão , Eva por sua vez seguiu-lhe a passos largos, no que acabou por lhe travar no meio do corredor ao lhe puxar pelo braço.— Daniel meu filho, não leve a peito nada que seu irmão dis
Daniel estava visivelmente atordoado, repleto de dúvidas, medo , relacionadas ao que acabará de ouvir de José Alfredo. Algumas dessas dúvidas que vagam pela mente de Daniel, era o porque de José ter escondido por todos aqueles anos, uma pista que supostamente poderia os levar ao assassino de Afonso, bem como, o porque do mesmo trazer a tona a revelar desse facto, aquela altura da vida e justamente para ele Daniel que sempre deixou claro, que pouco se interessava em saber quem era o assassino de seu pai.E então em meio aos seus pensamentos, Daniel regressou a realidade, estufou o peito e prontamente indagou de olhos arregalados. — O que foi que você
A última frase dita por Daniel, serviu de combustível para que Rimena tomasse Daniel para um abraço apertado, repleto de ternura e gratidão, por sua vez, Daniel retribuiu sem exitar, e em meio ao abraço ela chorava enquanto murmurava o quão grata séria,e o quão feliz ficaria por saber que o filho que teve na verdade estava vivo e saudável . Tais palavras elevaram os sentimentos de Daniel, fazendo com que voltasse a cair ao choro, e após alguns minutos, ambos se desvencilharam e então Daniel colocou suas mãos sobre o rosto de Rimena, sorriu e disse. — Trazer para você seu bem mas precioso é o mínimo que posso fazer.— Murmurou Daniel em meio às lágrimas.— Sabe eu não sou perfeito, eu erro e falho e muito, mas eu n
Enquanto o momento de revelações de Daniel acontecia, Constância Maria em seu casarão, estava com uma jara de água, em frente a cama de Rodolfo, que por sua vez dormia profundamente, depois da noite de bebedeira no dancing. A mesma não exitou em jogar a jara por cima de seu filho , e assim o fez, no que acabou por lhe despertar aos sobre saltos, pois o susto foi extremo.__ A senhora está louca?__ Indagou aos berros pulando da cama.__ O único louco aqui é você. __ A senhora me molhou inteiro.__ Exclamou indignado enquanto analisava o seu, e o estado da cama.__ Deveria ter feito pior, depois do que você fez na noite passada. Seu irresponsável. __ Eu?__ Você sim.__ Não me lembro de nada.__ Típico dos bêbados…aprontam e no fim colocam a culpa na bebida.Rhodolfo pós s
Algum tempo depois, Constância Maria chegava a casa de Heitor. A mesma estava sentada no banco traseiro do seu carro luxuoso daquela época, finais dos anos 40, o mesmo estava a ser dirigido pelo motorista, e este por sua vez desceu do mesmo, e foi logo abrir a porta traseira, para que Constância pudesse descer.Não demorou muito para que esta estivesse diante da porta da casa de Heitor, e com três toques ela despertou a atenção dos que estavam no interior da mesma, no que foi atendida por pela governanta. __ Senhora Constância.__ Afirmou a mulher assustada. __ Bom dia. Meu genro se encontra em casa? __ Há! o senhor Heitor acaba de sair e não deve demorar. A senhora gostaria de entrar para aguardar o seu retorno? __ Sim por favor. __ Exclamou Constância.E então a mulher Governanta cedeu-lhe passagem. Constância adentrou ao casarão, onde sentou-se em um dos sofás da sala enorme, no que a fez dep