Apaixonada pelo patrão miserável
Apaixonada pelo patrão miserável
Por: Lucía
1

GEORGINA HILLS

Ao falar da minha vida, é uma confusão. Eu tinha 2 anos quando a minha mãe ou talvez outra pessoa de quem não me lembro me deixou no orfanato. Eu cresci nesse orfanato. O orfanato era pequeno, não havia muitas crianças, só eu e cerca de dez outras crianças. Mas todos me odiavam porque a Amanda me amava mais do que qualquer outra pessoa.

Se estás a pensar na Amanda, foi ela que tomou conta do orfanato e deixa-me dizer-te, ela é espantosa. Ela envelheceu, mas ainda pensa que é jovem e tem mais energia do que eu. Ela é a minha vida e a única família que tenho. Eu amo-a. Bem, podem perguntar-se porque é que eu disse: eu costumava, porque todos no orfanato foram adoptados e agora sou só eu e a Amanda. A Amanda disse-me muitas vezes, mas eu não queria ser adoptada por ninguém. Eu queria viver com ela. Por isso agora já não é um orfanato, sou só eu e a Amanda.

Eu estava no meu turno habitual a trabalhar na cafetaria. Eu estava no balcão a observar os clientes. Quando se está aborrecido, não há escolha.

Aquele homem ali, porque está ele a olhar para o café como se fosse a primeira vez que vê café à sua frente.

Os idosos são assim. Não o podem evitar. A minha consciência disse.

Oh, e aquele homem ali, olha para ele, ele nem sequer olha para a comida deliciosa à sua frente, em vez disso, apenas olha para aquela loira que está ocupada com a sua maquilhagem.

As crianças de hoje em dia. Eles são uma porcaria.

Aquele rapaz está giro. Batendo palmas a olhar para o café. Sim! Pelo menos alguém está feliz.

Ele é apenas um rapaz.

—Olá. — Uma voz veio. Voltei do meu mundo de sonho.

—Bem-vindos a: O Esconderijo, senhora. O que posso oferecer-lhe? —Pedi com uma voz muito educada e doce.

— Um cappuccino—, disse ela com rudeza.

Odeio este tipo de pessoas.

— Quantas, madame,— voltei a perguntar educadamente.

— Vê mais alguém comigo? É estúpida ou quê? Tragam-no rapidamente. Não tenho o dia todo.

Com isso ela saiu e sentou-se num banco.

Cabra.

Fiz-lhe o cappuccino rapidamente e fui dar-lhe o cappuccino. Deixei-o na mesa dela e disse-lhe:

—Desfrute do seu café!

Tomou um golo e cuspiu-o.

—Desfrutando! Chamas a este café? Isto sabe a merda.

Está bem, já o tenho. O teu sentido do gosto é uma merda. Porque eu faço aqui o melhor café. Toda a gente diz isso.

—Vai fazer outro.

Que se lixe!

—Okay... Lamento imenso—. Rápido, fui fazer outro, provei-o.

Sim! é perfeito.

Estou óptimo.

Voltei para ela e coloquei o seu café na mesa.

—Ma'am, aqui está o seu Cappuccino.

Ela provou-o novamente.

Ha! Agora é que estás a falar, cabra.

Dei-me uma palmadinha nas costas.

Ela cuspiu o café da boca outra vez.

—Não sabe mesmo como fazer um simples Cappuccino.— Ela levantou-se e gritou no meu ouvido. —Você só aceita dinheiro por olhar para todos os que passam? És um desperdício.

Eu olhei para ela com descrença.

—Desculpe-me?

—Oh! Então agora este escumalha tem um problema de audição.

—Ma'am, você é uma cliente e por isso respeito-a. Não pode falar assim comigo.

—Oh, a sério. Então, como devo falar contigo? —Então, empurraste-me de volta.

—Huh? Diz-me.

—Venha sobre a escumalha, não tenho tempo.— Mais uma vez ele empurrou-me.

Isso é uma cabra.

Não!

Parem com isso!

Tem um emprego. Não!

Que se lixe o trabalho.

Um tipo a comer bolo estava sentado à minha frente. Peguei no bolo e esmaguei-o na cara dela. Ela ficou chocada.

—Agora diga-me, senhora, quem é um traste?— disse eu com o mesmo sorriso de antes.

Ela olhou-me de relance antes de marchar na minha direcção.

—Puta de merda!

Eu agarrei-lhe na mão, prendi-a atrás dela e disse:

—Nem tente sequer. Não tenho culpa se o seu sentido de gosto é uma merda.— Então solto-lhe a mão, empurrando-a para a frente.

—Vais ver! —Gritou ela.

—O que aconteceu? —Alguém disse por trás de mim e eu reconheci imediatamente a voz.

Foda-se! O director.

Estou condenado!

Virei-me de costas olhando para baixo.

—Vejam o que ele fez. —Disse a cabra indicando a sua cara.

—Georgina? —Disse o gerente.

—Sir eu não queria...— Comecei, mas ele cortou-me o caminho.

—O que raio fizeram vocês? Não sabe como se comportar com um cliente

—Sir, disse-me palavras más e ....—, cortou-me outra vez o acesso.

— Isso não significa que você faça tal acto.

—Sinto muito, senhor, fiquei zangado e...

—Está despedido.

—O quê? — Perguntei de surpresa.

—O senhor ouviu-me. Estás despedido.

—Não, senhor, não pode fazer isso. Lamento muito, mas...

— ESQUEÇA AGORA! —. Ele gritou.

Eu avisei-me.

Entrei e juntei todas as minhas coisas. Quando estava prestes a sair, vi a cabra a sorrir para mim. Isso deixou-me mais furioso.

Estou despedido, certo.

Sim, estás.

Óptimo, então.

Agora podes fazer o que quiseres. Eu não te vou impedir.

Marchei até à sua mesa e peguei no seu Cappuccino que estava em cima da mesa e atirei-o para cima dela.

Com um sorriso na cara, disse-lhe eu:

—Dê-lhe um bom dia, senhora!

Com isso deixei o café. Pude ouvi-la gritar e o gerente a pedir-lhe desculpa. Dirigi-me para casa.

Jesus, o que é que vou fazer agora? Não tenho emprego.

Quando cheguei a casa vi a Amanda sentada no sofá com um pedaço de papel na mão. Fui ter com ela, ajoelhei-me à sua frente e tirei-lhe o papel da mão.

—O que é, Amanda?

Eu li o jornal.

— Que se lixe!

—Georgina, eles querem construir um hotel nesta propriedade. O meu filho perdeu a última coisa que tinha no jogo. O que é que vamos fazer Georgina?

O seu filho é um bêbado e um jogador, claro que ele está sempre a criar-nos problemas. Amanda perdeu tudo o que tinha por causa dele e agora esta casa era a última coisa que ela tinha e agora também isto. Eu abracei-a.

—Prometo-te que vamos encontrar algo, Amanda. Encontrarei um lugar para nós em breve.

Mas a questão é como?

Eu também perdi o meu emprego.

Só temos uma semana para sair desta casa.

Não posso vê-la chorar. Tenho de fazer alguma coisa.

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