GEORGINA HILLS
Quando cheguei ao quarto, vi o Rigoberto deitado de bruços na cama, a esconder a cara e a chorar.
Aproximei-me dele e sentei-me na cama ao seu lado.
—Rigoberto.— Chamei-o baixinho.
Foi o suficiente para ele, que se levantou e me abraçou a chorar muito. Acariciei-lhe a cabeça com as minhas mãos.
—Está tudo bem, bebé. Está tudo bem.
—O pai nunca me repreendeu antes, Georgina.— Ele disse enquanto chorava.
—Está tudo bem. Eu estou aqui. O pai perdeu a paciência e não queria repreender-te.
—Eu não sei o que é que ele gosta mais dela do que de mim, por isso é que me ralhou.
—Não, querida. O papá gosta mais de ti. Eu sei.— Depois afastei-me e limpei-lhe as lágrimas. Beijando-lhe as faces, disse-lhe: —Não devias ter dito i
MICHAEL MANSON O que é que se passa comigo? Estava deitado na minha cama, no meu quarto, a tentar perceber o que raio se passa comigo. Esta rapariga está a fazer-me perder o controlo sobre mim próprio. Quando ela está por perto, o meu batimento cardíaco aumenta e perco todo o controlo. Também naquele dia, quando estava ao telemóvel e ela apareceu. Quando a vi a morder o lábio, quis mesmo beijar aqueles lábios. Porque é que só ela é que me faz sentir assim? Nunca nenhuma rapariga me afectou desta maneira. Não sei qual é o problema da Lara com ela, mas sempre que a vê tenta seduzir-me, o que não me agrada nada. E quando ela o faz à frente dela, isso incomoda-me muito. Esta foi uma das razões pelas quais perdi a cabeça ontem à noite e descarreguei toda a minha raiva no Rigoberto. Mas pergunto-me uma coisa, porque é que ele ficou com os olhos cheios de água quando a Lara me beijou? Será que ele não gostou disso? Será que ele sente alguma coisa por mim? Oh, meu Deus! Michael Manson, c
GEORGINA HILLS —Depressa, ama, estou atrasada!— gritei da porta. A Layanna estava na cozinha a fazer bolachas para o Rigoberto. No dia em que lhe disse que já não tinha biscoitos para dar ao Rigoberto, ela começou a ralhar comigo como se eu tivesse comido os biscoitos todos de propósito. —Layanna!— Gritei outra vez. —Estou a ir.— Ela veio a correr e entregou-me a caixa. —Pega nisto e dá-lha. Acenei com a cabeça e estava prestes a sair quando ela me agarrou no braço e me puxou para trás, olhou para mim e disse. —Não te atrevas a comer um. É para ele. Eu revirei os olhos. —Layanna, é a décima vez que me dizes isso. Não sou assim tão má para comer os biscoitos do meu pobre bebé—. Disse-lhe e depois beijei-lhe as faces. Soltando-me do seu aperto, disse: —No entanto, vou comer um ou dois ou talvez mais. Adeus. —Georgina!— Gritou ela com raiva. —Adeus.— Eu gritei de volta rindo e então peguei um táxi. Quando cheguei à mansão, estava a caminho do quarto de Rigoberto quando Ana ch
GEORGINA HILLS Eu estava sentada no quarto do Rigoberto e estava perdida em pensamentos profundos. O Rigoberto não estava no quarto porque o seu tutor estava aqui e por isso estava a estudar. Só há uma coisa que me preocupa agora e que é a Layanna, como é que lhe vou explicar tudo? Não posso mentir-lhe porque ela descobre sempre as minhas mentiras. Tenho de lhe contar e sei que ela se vai culpar por tudo. Então a porta do quarto do Rigoberto abriu-se. Olhei para cima e vi o Michael à porta. —Michael, o que estás a fazer aqui?—, perguntei. Ele entrou e sentou-se na cama ao meu lado. —Amanhã tens de escolher o teu vestido e também o anel. Já tratei de todos os pormenores. Acenei com a cabeça. —Já contaste isto à Lara?—, perguntei. Ela não respondeu durante alguns minutos, e finalmente falou. —Não quero saber da Lara. O que mais me importa é o Rigoberto. Sou capaz de fazer tudo por ele. —Compreendo, mas tens de contar à Lara. —Vou contar. Talvez amanhã. Acenei com a cabeça.
GEORGINA —Sim?—, perguntou Layanna. —Sra. Hills, é o Michael Manson. —Michael Manson? —Ela demorou um momento a perceber quem ele era. —OH, MEU DEUS! É o Michael Manson por quem a Georgina tem andado a suspirar ultimamente. Espera. Quando é que eu fiz isso? —Acho que sim.— Michael disse olhando desconfortavelmente para Layanna. —Georgina, sai daí. Eu abanei a cabeça. —Georgina agora.— Ele disse novamente. Finalmente, saí de trás do Michael, que ainda estava a segurar o braço dela. A Layanna olhou para mim, depois para o meu braço, depois para o Michael e depois de novo para mim. —Georgina, o que é isto?—, perguntou Layanna, confusa. Olhei para o Michael com olhos suplicantes e abanei a cabeça. Ele suspirou e voltou a olhar para Layanna. —Mrs. Hills, tenho uma coisa para lhe dizer, podemos sentar-nos e conversar, por favor? —Sim, claro. Entre.— respondeu Layanna. O Michael agarrou na minha mão e puxou-me para dentro com ele. —Por favor, sente-se, Mr. Manson. E Georgina,
GEORGINA HILLS Tenho tanto sono. Que raio se passa contigo? Dormiste seis horas ontem à noite. Ainda estás com sono. —Minha senhora, chegámos.— O taxista disse. —Oh, sim. Obrigada.— Pago-lhe e saio do táxi. Ainda tenho sono. Bocejo e entro. Quando entrei em casa, fiquei surpreendido. Estavam lá a mãe e o pai do Michael e algumas pessoas e havia demasiada roupa. Entrei. —Georgina, estás aqui. Estávamos à tua espera. Vem depressa—, disse Leyla. Depois aproximou-se de mim e arrastou-me com ela até uma pessoa. —Georgina, este é o Ian, ele vai ajudar-te com tudo o que precisas para o casamento. —Ian Davis.— Ela estendeu a mão. —Georgina Hills.— Apertei-lhe a mão. —Então, vamos começar? Acenei com a cabeça. —Claro. —Então, Georgina. O Michael disse-me para escolher primeiro um vestido para ti e depois o anel. O que tu quiseres. E mais uma coisa.— Olhei para ele: —Não te preocupes com o dinheiro. Acenei com a cabeça. —Mãe.— Olhei para cima e vi o Rigoberto a descer as escadas.
GEORGINA HILLS Não te preocupes, Georgina, relaxa. Não te preocupes. Não fiques nervosa. Tu estás bem. Estás absolutamente bem. RAYOS, não! Não estou nada bem. Estou muito nervosa neste momento. É o meu casamento, como é que se espera que eu esteja bem? —Georgina, estás bem?— perguntou Layanna. Eu acenei com a cabeça. Ela aproximou-se e beijou-me a testa. —Estás linda, Georgina. Eu apenas acenei com a cabeça. —Georgina, eu sei que estás nervosa, mas querida, se continuas a morder o lábio assim, o batom vai sair todo. É a quarta vez que o aplico. —Desculpa. Ele voltou a aplicar o batom e disse. —Anda, vamos embora. Está na hora. Eu sorri. Claro, um sorriso nervoso. Quero dizer, é o meu casamento, não esperes que eu ande aos saltos a dançar toda contente no meu casamento. Mas talvez não devesses estar tão nervosa. Desculpe-me menina, é a primeira vez que me caso. UGH! —Georgina, em que estás a pensar? Anda lá, vamos embora. —Y-Ya. A Layanna levou-me lá para fora
GEORGINA HILLSAo falar da minha vida, é uma confusão. Eu tinha 2 anos quando a minha mãe ou talvez outra pessoa de quem não me lembro me deixou no orfanato. Eu cresci nesse orfanato. O orfanato era pequeno, não havia muitas crianças, só eu e cerca de dez outras crianças. Mas todos me odiavam porque a Amanda me amava mais do que qualquer outra pessoa.Se estás a pensar na Amanda, foi ela que tomou conta do orfanato e deixa-me dizer-te, ela é espantosa. Ela envelheceu, mas ainda pensa que é jovem e tem mais energia do que eu. Ela é a minha vida e a única família que tenho. Eu amo-a. Bem, podem perguntar-se porque é que eu disse: eu costumava, porque todos no orfanato foram adoptados e agora sou só eu e a Amanda. A Amanda disse-me muitas vezes, mas eu não queria ser adoptada por ninguém. Eu queria viver com ela. Por isso agora já não é um orfanato, sou só eu e a Amanda.Eu estava no meu turno habitual a trabalhar na cafetaria. Eu estava no balcão a observar os clientes. Quando se está a
GEORGINA HILLSAgora só me resta uma esperança. Posso pedir a Patrick que me arranje um emprego. Sim, ele é o único que resta agora para me ajudar. Sei que está a perguntar-se quem é Patrick. Bem, Patrick é o único amigo que tenho.—Amanda, estarei em breve em casa.— Beijei-lhe as bochechas e disse-lhe.—Onde vais?— perguntou ela.—Para conhecer o Patrick. Talvez ele me possa ajudar a encontrar um emprego.—Porquê ele? Não o pode fazer você mesmo.—Calme-se. —Deixei a casa com isso.A ama não gosta nada do Patrick. Ela diz sempre que ele é um mau rapaz. Mas eu digo-lhe sempre o contrário.Quando cheguei a casa do Patrick, carreguei na campainha da porta. Ele abriu a porta.—Georgina? O que fazes aqui?— perguntou ele.—Patrick precisava de falar contigo sobre algo.— Eu disse-lhe.—Okay... entra.Eu entrei e sentei-me no sofá. Ele sentou-se no outro sofá.—Sobre o que queria falar?—Então Patrick, eis o que realmente preciso de um emprego.—Job? Mas tinhas um, não tinhas?Então eu expli