— Me chame de gorda de novo, tem coragem? — A Lou – como as vezes eu chamava a Lorena - falou balançando os dedos maliciosamente a minha frente.— Eu não chamei. — Falei me sentando e recuperando o fôlego.— Ah chamou sim, eu ouvi. — A Lu falou segurando uma gargalhada.— Isso, coloca mais lenha na fogueira, AMIGA! — Eu a fuzilei com um olhar brincalhão.— Estamos assustando nossos convidados. — Lu falou agora se voltando para Gael e Loren.— Não se preocupem, na maior parte do tempo, somos normais.— A gente finge que não viu os 1% de anormalidade. Mas eu particularmente, gosto mais assim. — Ele sorriu.— Eu gosto dele! — Lorena falou enquanto colocava o filme para rodar. — Quem vai apagar a luz? Ela falou agora se deitando.— A noite é minha, — falei tentando se safar da tarefa.— Você é uma menina manipuladora. — Luiza falou estreitando os olhos em minha direção. — Pedra, papel, tesoura! — Era nosso desafio para tarefas “difíceis” como desligar luzes.Eu me sentia tão à v
GAELAcompanhei a Loren para a saída do prédio curioso para saber o que estava acontecendo.— Iai, vai me dizer? — Falei quando já estávamos do lado de fora do condomínio.— Jane precisa de ajuda com alguns relatórios. — Ela deu de ombros.— A essa hora? — Falei, incrédulo.— Estamos com uma operação importante em curso né, você já sabe como é a Jane. Está queimando os neurônios de ansiedade e preocupação, mas não sabe dizer. — Ela cruzou os braços.— Então é melhor eu ir também. — Falei preocupado.— Ordem direta da mesma: Não deixe o Gael desgrudar da Ally nem por um segundo. E o que eu tenho é amor, não insensibilidade. A menina vai tomar uma decisão bombástica em uma semana, não vou tirar ela daí. Ela parece feliz. — Loren suspirou.—É... — Cedi olhando se o carro que vinha era o Uber. — Me prometa que vai ligar se precisar.— Tá brincando? — Ela sorriu enquanto acenava para o motorista que estava encostando. — Na primeira oportunidade que eu tiver de tirar você de perto dela sem
Levei alguns segundos para me recompor e quando estava pegando uma água bem gelada, as meninas apareceram na porta com duas pizzas.— Vocês demoraram! — Falei virando o copo com agua na boca.— Nem percebemos. — Lu falou colocando as pizzas no balcão com um sorriso de canto.— Podem aumentar o ar-condicionado se quiserem. — Lorena provocou notando o quanto estávamos suados.— É especificamente essa cozinha! — Gael falou desviando o olhar com um sorriso.— Vamos para a sala então! — Lu falou pegando a tigela de beijinhos com um sorriso malicioso.Quando Gael e Lu já estavam em direção à sala, Lorena me encarou com uma das sobrancelhas erguidas e sorriso no rosto. Eu revirei os olhos e sorri sabendo que estava completamente suada, e molhada também.O restante da noite foi perfeita, despertamos crianças interiores e brincamos de mimica, salada de fruta e várias outras coisas. Eu me surpreendi ao ver o Gael entretido em tudo! Quando resolvemos dormir já estava claro, e obvio, apagamos de
Eu estava sentada na praça de alimentação quando vi a Lera pessoalmente pela primeira vez, ela parecia desfilar em minha direção e a vontade que eu tive foi de sumir, me senti uma formiguinha prestes a ser pisoteada. Lera vestia um conjunto de blazer preto e um Scarpin que só completava a sua beleza.— Você é mais bonita do que pela tela. — Ela falou sentando-se a minha frente e sorrindo. Olhou ao redor.— Ele não veio. — Falei tendo noção de que minhas pernas tremiam debaixo da mesa.— Eu sabia. Mas no fundo, queria acreditar que pelo menos o veria de longe! — Ela deu de ombros baixando os olhos. Em seus lábios pude ver um sorriso triste.— Ele te ama. — Eu disse, ela ainda era a mãe do Gael, e só a mãe sabe a dor de perder um filho.—Eu sei. O Gael tem uma síndrome de herói que herdou do pai. Mas isso não o retira a consciência de família. — Ela respirou fundo.— Eu achei que falaria diretamente com o Olavo. — Falei, agora apoiando o cotovelo na mesa.— Eu sou a negociadora, e gosta
Tudo começa com a primeira palavra... TUDO! E se a sua vida fosse o branco de uma página esperando para ser escrita por você mesmo, o que você escreveria? Se todos os acontecimentos dependessem da sua permissão para acontecer, você seria o que é hoje? E ao se olhar no espelho, você se orgulha do que se tornou? Talvez o controle que tanto esperamos de tudo nunca nos levem a nada. E se escrever por si só for um salto no escuro para um precipício profundo do qual não temos conhecimento? Como acreditar que num futuro próximo algo vai parecer estar certo se mesmo no controle ou não, tudo parece tão errado? E se o que tanto você enxerga dentro de si um dia for resumido a nada? E se um belo dia você acordar e perceber que tudo em sua vida era apenas uma grande mentira, que você não passa de uma mera peça do destino jogada num tabuleiro sem volta, e tudo que você achava que era seu tem dono? E se o dono da sua vida não for você? Já se perguntou se tudo não passa de um proposit
A semana passou rapidamente e eu escolhi um vestido que minha mãe disse ser perfeito. Não vi muita diferença. Tiraram quinhentas fotos minhas, e lá fui eu a caminho da festa.Eu pedi um Uber e esperei, dentro de dez minutos o motorista parou a minha frente. Quando eu entrei notei que algo estava estranho. Dei boa noite; eram apenas sete horas, me sentei no banco do passageiro atrás do motorista. Segui olhando pela janela esperando o meu destino, a faculdade ficava um pouquinho distante da minha casa e eu não quis pegar ônibus. Notei que o motorista seguia por uma rua deserta e aquilo estava me deixando nervosa. Abri minha bolsa discretamente onde eu carregava um spray de pimenta e um estilete.— Eu acredito que o Senhor esteja seguindo o caminho errado. — Falei, observando sua expressão pelo espelho da frente.— Estou no caminho certo. Allyssa Garcia, não é? — Ele ergueu
A semana passou rapidamente e eu escolhi um vestido que minha mãe disse ser perfeito. Não vi muita diferença. Tiraram quinhentas fotos minhas, e lá fui eu a caminho da festa. Eu pedi um Uber e esperei, dentro de dez minutos o motorista parou a minha frente. Quando eu entrei notei que algo estava estranho. Dei boa noite; eram apenas 19hrs, me sentei no banco do passageiro atrás do motorista. Segui olhando pela janela esperando o meu destino, a faculdade ficava um pouquinho distante da minha casa e eu não quis pegar ônibus. Notei que o motorista seguia por uma rua deserta e aquilo estava me deixando nervosa. Abri minha bolsa discretamente onde eu carregava um spray de pimenta e um estilete. — Eu acredito que o Senhor esteja seguindo o caminho errado. — Falei, observando sua expressão pelo espelho da frente. — Estou no caminho certo. Allyssa Garcia, não é? — Ele ergueu os olhos e me olhou pelo mesmo espelho. Meu coração entrou em choque, ele tinha a íris de seus olhos na cor branca, co
— Seus pais estão em casa agora, lhe esperando. Suas amigas: Luísa e Lorena, estão na festa que está sendo dada na faculdade em que você faz administração, também lhe esperando. Eu sei onde você mora e estuda, e eles também. Eu não vou lhe machucar, mas eles vão. E tem mais vindo aí. Ou você me solta e seguimos adiante ou volta para casa ou para a festa e causa uma chacina com todos que você ama. Eles não vão parar. — Ele disse após reverter à situação e me prender ao chão enquanto segurava as minhas mãos e ficava por cima. — Como sei que também não vai me machucar? — Eu falei sabendo que dali eu não conseguiria sair, eu realmente estava imobilizada. — Eu sei que é pedir muito, mas preciso que confie em mim. Ally. Estou tentando proteger você. — Ele falou respirando fundo e soltando minhas mãos. — Se eu quisesse lhe matar já tinha metido uma bala em sua cabeça. — Tá. — Recuperei o fôlego enquanto o encarava, Ele havia me chamado pelo nome íntimo, nome que só a minha família chamava