Era um dia qualquer da semana e já fazia um mês que não tínhamos notícias da sociedade e nem dos meus pais, o Gael havia conseguido se matricular junto com a Loren e as minhas amigas seguiam acreditando que: a Jane era a minha tia e Esme era filha dela e o Gael e a Loren eram apenas colegas de quarto que haviam se mudado para São Paulo para estudar conosco. Apenas acontecimentos aleatórios... Queria eu! Eu continuava com o mesmo celular, a Jane havia conseguido bloqueá-lo não sei como, para que ninguém nos rastreasse caso tentassem. Eu não iria mudar até que conseguisse trazer os meus pais para casa.Estávamos sentadas, eu a Lou e Lorena na sala conversando e o Gael, a Loren e alguns meninos do outro lado da sala quando o meu celular tocou. Número desconhecido. Meu coração gelou e eu atendi.— Olá Alyssa. Tudo bem? — Olavo falou com uma voz tranquila do outro lado.— Oi. — Falei rispidamente, as meninas me encararam notando que havia algo de errado pois eu estava tremendo enquanto ape
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ele desligou. Aquilo me desestabilizou e eu não consegui falar pelos segundos restantes enquanto Gael segurava a minha mão ainda pensativo com toda aquela situação. Os dois haviam escutado, eu havia colocado no viva voz. Eu não sabia o que fazer e estava tudo girando.— Eu... Quero ficar sozinha! — Falei respirando fundo, senti que meu mundo estava prestes a desabar.— Ally... — Gael pensou no que iria falar, mas não falou.— Eu só quero ficar sozinha, não vou voltar para a aula. Avisa lá que eu passei mal, e não vou para casa. Contem para Jane o que aconteceu. — Falei me levantando.— Aonde você vai? Não está pensando em... — Antes que a Loren pudesse terminar eu a cortei.— Não vou até o Olavo hoje, Loren. Só quero ficar sozinha, apenas isso! — Falei.— Me deixa ir com você, você sabe que precisa de alguém para lhe ajudar caso aconteça algo. — Gael falou.— Ele não vai me caçar com rato, Gael. Não essa semana. — Ironizei. — Vocês estão me su
A minha caminhada pelo centro de São Paulo durou horas. Passei pelo museu da imagem e do Som e fiquei ali contemplando as belas obras de artes do lugar enquanto pensava em todo o salto que minha vida tinha dado da noite para o dia. Num dia eu era apenas uma garota qualquer de dezenove anos, na faculdade e sem saber o que o futuro me reservava. E em outro; eu era caçada por ser uma arma, arma essa encarregada de gerar o ser humano perfeito, e matar toda a humanidade, isso era bizarro!Pensei, pensei e pensei! Eu não conseguiria viver fugindo. Uma hora isso teria que acabar, e não seria com meus pais mortos.Quando cheguei já eram 21hrs, eu havia saído da faculdade as 11hrs. A Jane; o Gael e a Loren me esperavam em casa, a Esme estava no quarto juntamente com a Jasmine enquanto o trio estava sentado na sala. Todos pareciam aflitos, preocupados.— Você quase nos matou de preocupação. — Jane falou num tom sério.— Não sou eu quem quero matar vocês. — Ri com aquela ironia, fechei a porta a
“— Não é o que você está pensando. Ela não é o meu ponto fraco. — Ele falou.— Ah não? Você já contou para ela quem você é? De verdade? Ela pode colocar tudo a perder, você sabe disso. Robert, o plano aqui é colocar você como ameaça na linha de frente, como vou fazer isso? Estou com duas granadas em mãos e você sabe que isso pode acabar colocando nosso plano em risco. E se pegarem vocês dois juntos? O que nós aqui fazemos? Como tiramos os dois de lá? — Jane falou se controlando para não gritar.— Ela não vai colocar tudo a perder. — Ele falou respirando fundo. Odiava escutar sermão principalmente quando sabia que ela estava certa.— Ah não? Então eu não preciso esperar um ato heroico caso tenhamos que usar de violência? Não se apaixone por ela, não leve essa menina para cama porque aqui não tem lugar para filhos da nação. Você e ela são as bombas que não podem explodir, então não coloque o nosso plano por agua abaixo por causa da multiplicadora. Ela é o alvo e você a granada, você sab
— Me chame de gorda de novo, tem coragem? — A Lou – como as vezes eu chamava a Lorena - falou balançando os dedos maliciosamente a minha frente.— Eu não chamei. — Falei me sentando e recuperando o fôlego.— Ah chamou sim, eu ouvi. — A Lu falou segurando uma gargalhada.— Isso, coloca mais lenha na fogueira, AMIGA! — Eu a fuzilei com um olhar brincalhão.— Estamos assustando nossos convidados. — Lu falou agora se voltando para Gael e Loren.— Não se preocupem, na maior parte do tempo, somos normais.— A gente finge que não viu os 1% de anormalidade. Mas eu particularmente, gosto mais assim. — Ele sorriu.— Eu gosto dele! — Lorena falou enquanto colocava o filme para rodar. — Quem vai apagar a luz? Ela falou agora se deitando.— A noite é minha, — falei tentando se safar da tarefa.— Você é uma menina manipuladora. — Luiza falou estreitando os olhos em minha direção. — Pedra, papel, tesoura! — Era nosso desafio para tarefas “difíceis” como desligar luzes.Eu me sentia tão à v
GAELAcompanhei a Loren para a saída do prédio curioso para saber o que estava acontecendo.— Iai, vai me dizer? — Falei quando já estávamos do lado de fora do condomínio.— Jane precisa de ajuda com alguns relatórios. — Ela deu de ombros.— A essa hora? — Falei, incrédulo.— Estamos com uma operação importante em curso né, você já sabe como é a Jane. Está queimando os neurônios de ansiedade e preocupação, mas não sabe dizer. — Ela cruzou os braços.— Então é melhor eu ir também. — Falei preocupado.— Ordem direta da mesma: Não deixe o Gael desgrudar da Ally nem por um segundo. E o que eu tenho é amor, não insensibilidade. A menina vai tomar uma decisão bombástica em uma semana, não vou tirar ela daí. Ela parece feliz. — Loren suspirou.—É... — Cedi olhando se o carro que vinha era o Uber. — Me prometa que vai ligar se precisar.— Tá brincando? — Ela sorriu enquanto acenava para o motorista que estava encostando. — Na primeira oportunidade que eu tiver de tirar você de perto dela sem
Levei alguns segundos para me recompor e quando estava pegando uma água bem gelada, as meninas apareceram na porta com duas pizzas.— Vocês demoraram! — Falei virando o copo com agua na boca.— Nem percebemos. — Lu falou colocando as pizzas no balcão com um sorriso de canto.— Podem aumentar o ar-condicionado se quiserem. — Lorena provocou notando o quanto estávamos suados.— É especificamente essa cozinha! — Gael falou desviando o olhar com um sorriso.— Vamos para a sala então! — Lu falou pegando a tigela de beijinhos com um sorriso malicioso.Quando Gael e Lu já estavam em direção à sala, Lorena me encarou com uma das sobrancelhas erguidas e sorriso no rosto. Eu revirei os olhos e sorri sabendo que estava completamente suada, e molhada também.O restante da noite foi perfeita, despertamos crianças interiores e brincamos de mimica, salada de fruta e várias outras coisas. Eu me surpreendi ao ver o Gael entretido em tudo! Quando resolvemos dormir já estava claro, e obvio, apagamos de
Eu estava sentada na praça de alimentação quando vi a Lera pessoalmente pela primeira vez, ela parecia desfilar em minha direção e a vontade que eu tive foi de sumir, me senti uma formiguinha prestes a ser pisoteada. Lera vestia um conjunto de blazer preto e um Scarpin que só completava a sua beleza.— Você é mais bonita do que pela tela. — Ela falou sentando-se a minha frente e sorrindo. Olhou ao redor.— Ele não veio. — Falei tendo noção de que minhas pernas tremiam debaixo da mesa.— Eu sabia. Mas no fundo, queria acreditar que pelo menos o veria de longe! — Ela deu de ombros baixando os olhos. Em seus lábios pude ver um sorriso triste.— Ele te ama. — Eu disse, ela ainda era a mãe do Gael, e só a mãe sabe a dor de perder um filho.—Eu sei. O Gael tem uma síndrome de herói que herdou do pai. Mas isso não o retira a consciência de família. — Ela respirou fundo.— Eu achei que falaria diretamente com o Olavo. — Falei, agora apoiando o cotovelo na mesa.— Eu sou a negociadora, e gosta