A noite chegou com seu manto de tranquilidade em volta da residência dos Oliveira, no quarto que ocupava dentro da casa principal, Anya estava de pé em frente à janela, observando pensativa o jardim iluminado por pequenas luzes distribuídas pelo gramado. Seu coração pesado com a tensão dos últimos dias e, principalmente, pela discussão com seu pai.A voz fria e controladora dele ainda ecoava em seus ouvidos, as palavras cruéis gravadas em sua mente, pressionando-a a abrir mão do filho a favor dele. Ele queria que ela se dobrasse à vontade da família, que abandonasse sua luta por Max, algo que há muito ela deixou claro ser impossível. Jamais deixaria seu doce menino com alguém que nunca tratou os demais com o mínimo de respeito e consideração.Esfregou as mãos pelos braços, aquecendo-os, afastando o frio cortante que a atingia só em pensar nele. Tinha sido manipulada por tanto tempo sem nem mesmo saber. Seus olhos azuis, geralmente calmos, agora brilhavam com uma determinação feroz. Ess
O quarto estava imerso em uma penumbra suave, iluminado apenas pela luz suave da lua que entrava pela janela entreaberta, desenhando silhuetas delicadas nas paredes. Deitados na cama, Nikolas e Anya se aconchegavam um no outro.Com a cabeça repousando no peito de Nikolas, Anya ouvia o ritmo constante do coração dele. A sensação de segurança que ele transmitia a fazia relaxar como não se lembrava de ter feito em muito tempo.Nikolas, por sua vez, tinha um braço ao redor dela, a observando com ternura e desejo, admirando cada detalhe de seu rosto, a forma como seus olhos fechados refletiam paz, e o leve sorriso que brincava em seus lábios.— Nunca pensei que teríamos essa chance novamente — ele confessou, os dedos brincando suavemente com os fios do cabelo dela —, de estar aqui, juntos e planejando nosso casamento.Anya levantou os olhos para ele, encontrando o olhar profundo e intenso de Nikolas. Seus corações pareciam bater em uníssono, conectados de uma maneira que apenas eles entendi
A noite estava clara e serena, a lua crescente pairava no céu, lançando o suave brilho prateado sobre Anya e Nikolas de braços dados, aproveitando para estender o encontro caminhando na pracinha próxima do elegante restaurante em que estiveram. O jantar havia sido perfeito, repleto de conversas doces e olhares cúmplices.O caminho era ladeado por flores que balançavam suavemente com a brisa noturna, o aroma suave delas os envolvendo, criando uma atmosfera de paz e encantamento. Sorridente, Anya se aconchegava a Nikolas, sentindo-se amada e protegida.— Foi uma noite perfeita — disse observando fascinada o rosto bonito e másculo de seu noivo.Nikolas sorria, seguindo devagar até ficarem embaixo de um ipê roxo, parando e com isso fazendo com que Anya também parasse. Ela olhou para ele, confusa por um momento.Ele soltou seu braço e se ajoelhou diante dela, tirando do bolso as calça social um objeto que estendeu a frente do corpo: uma pequena caixa de veludo negro.O coração de Anya disp
Carla estava parada atrás de Maximilian na entrada da imponente mansão dos Hoffmann, observando com um olhar sombrio a aproximação de um carro preto que deslizava silenciosamente pelo longo caminho pavimentado. Mal conseguia disfarçar o ressentimento que se avolumava em seu peito com a visita da futura esposa de Liam.Tendo ouvido o aviso de Liam mais cedo, sabia exatamente o que aquela visita significava para as ilusões que criou em torno do relacionamento deles, e a raiva queimava em seu interior num fogo incontrolável.O carro parou e, entre seus ocupantes, uma jovem de aparência delicada, com longos cabelos castanhos apareceu, usava um longo azul claro que realçava sua beleza pueril. Movia-se com elegância, seguida de perto pelos pais, um casal visivelmente ansioso, com roupas formais, mas não tão luxuosas quanto as que os Hoffmann costumavam usar.Carla mordeu o lábio ao observar Liam, adiantando-se até a família, ajeitando o blazer feito sob medida com um sorriso galante estampa
Acompanhando as visitas de Max a mãe, Carla estava acomodada na casa de hóspedes na mansão dos Oliveira. Aos olhos dela, aquele local mostrava a diferença enorme entre herdeiros de nascimentos e, como dizia Liam, novos ricos. No lugar da opulência elegante, assim como o restante da propriedade, a casinha era simples e com decoração sem o menor requinte.Não considerando necessário ficar atenta a Maximilian dentro da propriedade, e decidindo não contar a Liam cada passo dos Oliveira desde que foi maltratada por ele, se esticou no sofá da pequena sala para assistir um filme.Batidas na porta, retirou sua atenção do televisor. Ergueu uma sobrancelha interrogativa ao abrir a porta e se deparar com Anya.— O que você quer? — perguntou com o costumeiro desdém pela ex de Liam. No entanto, com uma pequena curiosidade por Anya procurá-la aquela hora da noite, abriu espaço para que entrasse.Ficando frente a frente com a maior aliada de seu ex-marido, Anya fixou seus olhos azuis em Carla com um
A luz suave do abajur iluminava Nikolas e Anya deitados na cama, abraçados, seus corpos confortavelmente entrelaçados. Comprometida em não ter mais segredos com Nikolas, formando círculos no peito dele Anya contou:— Conversei com Carla hoje, sobre o Liam e o novo relacionamento dele.Inclinando a cabeça, Nikolas a observou com surpresa e curiosidade.— Por qual motivo?— Tentei trazê-la para o nosso lado — explicou, desviando o olhar momentaneamente. — Ela sabe e ajudou nas mentiras de Liam. Pensei que, com ele se envolvendo com outra mulher, Carla poderia estar vulnerável, com ciúmes.Ajeitando uma mecha que caía sobre o rosto de Anya, Nikolas admirou a determinação dela, a maneira como lutava pelo que acreditava e queria, especialmente quando se tratava de Max.— E como ela reagiu? — Ele perguntou aconchegando-a mais em seus braços.— Ela se negou — Anya respondeu, a decepção evidente em sua voz. — Disse que não trairia Liam. Mas continuo esperançosa que mude de ideia. Ela não está
Aproveitando o dia de visita de Maximilian na mansão dos Oliveira, pediu para conversar em particular com Anya. Ansiosos pelo que a babá teria a dizer, Anya e Nikolas deixaram Maximilian brincando com a avó Clara e levaram ela para a biblioteca da residência.Anya e Nikolas sentaram juntos em um sofá de couro marrom, lado a lado, as mãos entrelaçadas mostrando que estavam unidos na mesma causa. Carla ocupou a poltrona em frente a eles, parecia pequena, frágil e receosa naquele espaço. Havia apenas uma mesa entre eles, mas a sensação de divisão era maior do que a física.Carla se remexeu na poltrona, os dedos batucando nervosamente um contra os outros. Sentia o peso dos olhos de Anya e Nikolas sobre ela, mas não era medo que a fazia hesitar; era a incerteza do que viria depois.— Posso ajudar vocês no processo de guarda — começou, a voz firme, mas os olhos traiam seu nervosismo. — Porém, preciso de algo em troca.Anya inclinou-se ligeiramente para frente, os olhos azuis fixos em Carla,
Como um furacão, Anya entrou no escritório de Klaus com passos firmes, sua presença elegante e imponente em um tailleur preto perfeitamente ajustado, que realçava seu corpo. O cabelo, liso e brilhante, caía solto em seus ombros, emoldurando seu rosto, onde os olhos azuis brilhavam com uma mistura de raiva e determinação.A secretária de Klaus, visivelmente nervosa, correu logo atrás dela, quase tropeçando em seus saltos altos na ânsia de parar Anya antes que seu chefe a visse. Falhando miseravelmente e, imediatamente, entrando em pânico.— Senhor Hoffmann, tentei impedir, mas a senhora Anya passou direto... — lamentou em um pedido de desculpas, a voz trêmula, buscando um fio de compreensão para seu insucesso na entrada abrupta de Anya.Klaus, sentado atrás de sua imponente escrivaninha, ergueu uma sobrancelha e levandou a mão, fazendo um sinal para a funcionária calar, deixando evidente não ser necessário mais explicações desesperadas.— Deixe-nos a sós — ordenou frio e controlado.Ass