Carla estava parada atrás de Maximilian na entrada da imponente mansão dos Hoffmann, observando com um olhar sombrio a aproximação de um carro preto que deslizava silenciosamente pelo longo caminho pavimentado. Mal conseguia disfarçar o ressentimento que se avolumava em seu peito com a visita da futura esposa de Liam.Tendo ouvido o aviso de Liam mais cedo, sabia exatamente o que aquela visita significava para as ilusões que criou em torno do relacionamento deles, e a raiva queimava em seu interior num fogo incontrolável.O carro parou e, entre seus ocupantes, uma jovem de aparência delicada, com longos cabelos castanhos apareceu, usava um longo azul claro que realçava sua beleza pueril. Movia-se com elegância, seguida de perto pelos pais, um casal visivelmente ansioso, com roupas formais, mas não tão luxuosas quanto as que os Hoffmann costumavam usar.Carla mordeu o lábio ao observar Liam, adiantando-se até a família, ajeitando o blazer feito sob medida com um sorriso galante estampa
Acompanhando as visitas de Max a mãe, Carla estava acomodada na casa de hóspedes na mansão dos Oliveira. Aos olhos dela, aquele local mostrava a diferença enorme entre herdeiros de nascimentos e, como dizia Liam, novos ricos. No lugar da opulência elegante, assim como o restante da propriedade, a casinha era simples e com decoração sem o menor requinte.Não considerando necessário ficar atenta a Maximilian dentro da propriedade, e decidindo não contar a Liam cada passo dos Oliveira desde que foi maltratada por ele, se esticou no sofá da pequena sala para assistir um filme.Batidas na porta, retirou sua atenção do televisor. Ergueu uma sobrancelha interrogativa ao abrir a porta e se deparar com Anya.— O que você quer? — perguntou com o costumeiro desdém pela ex de Liam. No entanto, com uma pequena curiosidade por Anya procurá-la aquela hora da noite, abriu espaço para que entrasse.Ficando frente a frente com a maior aliada de seu ex-marido, Anya fixou seus olhos azuis em Carla com um
A luz suave do abajur iluminava Nikolas e Anya deitados na cama, abraçados, seus corpos confortavelmente entrelaçados. Comprometida em não ter mais segredos com Nikolas, formando círculos no peito dele Anya contou:— Conversei com Carla hoje, sobre o Liam e o novo relacionamento dele.Inclinando a cabeça, Nikolas a observou com surpresa e curiosidade.— Por qual motivo?— Tentei trazê-la para o nosso lado — explicou, desviando o olhar momentaneamente. — Ela sabe e ajudou nas mentiras de Liam. Pensei que, com ele se envolvendo com outra mulher, Carla poderia estar vulnerável, com ciúmes.Ajeitando uma mecha que caía sobre o rosto de Anya, Nikolas admirou a determinação dela, a maneira como lutava pelo que acreditava e queria, especialmente quando se tratava de Max.— E como ela reagiu? — Ele perguntou aconchegando-a mais em seus braços.— Ela se negou — Anya respondeu, a decepção evidente em sua voz. — Disse que não trairia Liam. Mas continuo esperançosa que mude de ideia. Ela não está
Aproveitando o dia de visita de Maximilian na mansão dos Oliveira, pediu para conversar em particular com Anya. Ansiosos pelo que a babá teria a dizer, Anya e Nikolas deixaram Maximilian brincando com a avó Clara e levaram ela para a biblioteca da residência.Anya e Nikolas sentaram juntos em um sofá de couro marrom, lado a lado, as mãos entrelaçadas mostrando que estavam unidos na mesma causa. Carla ocupou a poltrona em frente a eles, parecia pequena, frágil e receosa naquele espaço. Havia apenas uma mesa entre eles, mas a sensação de divisão era maior do que a física.Carla se remexeu na poltrona, os dedos batucando nervosamente um contra os outros. Sentia o peso dos olhos de Anya e Nikolas sobre ela, mas não era medo que a fazia hesitar; era a incerteza do que viria depois.— Posso ajudar vocês no processo de guarda — começou, a voz firme, mas os olhos traiam seu nervosismo. — Porém, preciso de algo em troca.Anya inclinou-se ligeiramente para frente, os olhos azuis fixos em Carla,
Como um furacão, Anya entrou no escritório de Klaus com passos firmes, sua presença elegante e imponente em um tailleur preto perfeitamente ajustado, que realçava seu corpo. O cabelo, liso e brilhante, caía solto em seus ombros, emoldurando seu rosto, onde os olhos azuis brilhavam com uma mistura de raiva e determinação.A secretária de Klaus, visivelmente nervosa, correu logo atrás dela, quase tropeçando em seus saltos altos na ânsia de parar Anya antes que seu chefe a visse. Falhando miseravelmente e, imediatamente, entrando em pânico.— Senhor Hoffmann, tentei impedir, mas a senhora Anya passou direto... — lamentou em um pedido de desculpas, a voz trêmula, buscando um fio de compreensão para seu insucesso na entrada abrupta de Anya.Klaus, sentado atrás de sua imponente escrivaninha, ergueu uma sobrancelha e levandou a mão, fazendo um sinal para a funcionária calar, deixando evidente não ser necessário mais explicações desesperadas.— Deixe-nos a sós — ordenou frio e controlado.Ass
Anya saiu do prédio da Hoffmann Construções e Empreendimentos com passos rápidos, o coração amargurando o confronto com o pai e colocando fim ao que restava de amor e respeito por ele. A brisa fria da tarde acariciava seu rosto, mas não era o suficiente para esfriar a fúria que ardia dentro dela. Seu olhar se fixou em uma van preta estacionada em uma curva e, sem hesitar, entrou no veículo.O interior da van estava cercado de aparelhos eletrônicos, em que três policiais trabalhavam junto com Nikolas, que estava a sua espera.Anya tirou o microfone escondido sob a lapela de sua blusa e o entregou ao policial que o pediu.— Aqui está. — Sua voz estava firme, mas uma ligeira tremedeira em suas mãos revelava a intensidade do momento. — Contém minha conversa com Klaus. Ele não nega nenhuma das acusações, e até mesmo se vangloria de algumas delas. Espero que seja o suficiente para finalmente fazê-lo responder perante a lei pelos crimes que cometeu.O policial pegou o dispositivo e o analiso
Dias depois, a mansão dos Oliveira estava envolta em uma atmosfera de tranquilidade, Anya estavam sentada ao lado de Clara na sala de estar, entretida nos preparativos do casamento para não pensar nos eventos em torno da prisão de seu pai e de seu ex-marido.Mesmo tendo ouvido a campainha, seguiu observando a lista de todas as coisas que Clara desejava para festa, até uma empregada informar que havia uma senhora pedindo para falar com Anya. Ao ouvir o nome, ela se ergueu de imediato e disse para deixarem entrar, surpresa e expectativa duelando em seu peito.Elisa Hoffmann, impecável em um elegante vestido cinza claro, entrou na sala. Seu cabelo negro estava preso em um coque perfeito, e seus olhos azuis, tão semelhantes aos de Anya, estavam opacos da costumeira tristeza.— Mãe? — A voz de Anya saiu em um sussurro de incredulidade.— Precisamos conversar, Anya. A sós — pediu, algo em seu olhar deixando Anya preocupada.Clara, em pé ao lado de Anya, olhou desconfiada para Elisa. Como mã
A prisão federal era um lugar sombrio, o tipo de ambiente que absorve qualquer resquício de esperança e o transforma em um vazio sufocante. As paredes de concreto eram marcadas pelo tempo, e o cheiro de desinfetante barato permeava o ar, misturando-se ao cheiro de suor e desespero.Liam Petrov, antes um homem de elegância e poder, agora estava sentado em uma pequena cela, seus olhos azuis frios fixos no nada. O cabelo loiro-claro, que sempre estava perfeitamente arrumado, desgrenhado, assim como o homem que o usava. Sua postura, antes ereta e confiante, estava curvada sob o peso das correntes que ele mesmo criou.Passou os últimos dias remoendo cada detalhe de sua queda. A mente coberta pela raiva e frustração direcionadas a Klaus Hoffmann. O sogro havia prometido poder e riqueza, mas lhe entregou somente ruína. Sempre soube que seguir as ordens de Klaus era arriscado, mas nunca imaginou ser deixado sozinho para enfrentar as consequências.Klaus tinha saído da prisão após poucos dias,