DIEGO
Mais um dia naquela escola de merda, desculpem a palavra feia, mas acordei em um daqueles dias ruins. Tudo está dando errado, a começar por um trabalho mega importante da escola que esqueci de fazer.
Estou desesperado para falar o mínimo. Nunca esqueci de fazer meus deveres escolares, é a primeira vez que esqueço.
Esqueci por puro descuido meu e também porque meus irmãos encheram o meu saco para saímos no final de semana. Acabei esquecendo do mais importante, o estudo.
- Droga! - Falo chateado, pego minha mochila que estava em cima da minha cama e vou para a cozinha, pois já estava arrumado, onde encontro minha mãe, dona Alice.
Ela me olha por alguns segundos, mas é o suficiente para perceber meu estresse.
- O que foi dessa vez Diego? - Pergunta já indo me servir o café da manhã.
- Não precisa, não vou tomar café. - Falo antes que ela comece a preparar tudo. Minha mãe me olha com o cenho franzido. - Estou indo para a escola. Esqueci de fazer um dever importante que deve ser entregue hoje. - Completo já saindo da cozinha, vou até a porta, mas antes de sair escuto minha mãe gritar:
- Coma alguma coisa no caminho e tome cuidado.
De aviso dado, saio de casa e já vejo minha moto, que deu um trabalhão para conseguir a propósito, na garagem. Ela é linda e potente, do jeitinho que eu gosto. Abro o portão, saio com a moto, depois minha mãe fecharia o portão, mas com certeza ela me daria um esporro, mas o bairro é bem seguro e muito, muito monitorado e assim dou partida na motocicleta indo em direção aquele inferno. Digo, digo escola.
Sem saber o que me espera naquele lugar.
Cheguei na escola alguns minutos depois, sorte que em Curitiba o trânsito é bem calmo, na grande mais maioria das vezes. Estacionei minha moto no estacionamento da escola, por ser particular e com grandes patrocinadores a Academia Atlas, escola onde estudo, têm grandes privilégios. A grande maioria dos alunos são filhinhos de papai. Eu meio que me incluo nesse meio, mas não sou soberbo e nem arrogante.
- Bom dia Jorge. - Falo passando pelo guarda da escola, sim, o Atlas tem isso também.
- Bom dia garoto. Chegou cedo. - Respondeu ele.
- Fui obrigado cara. - Disse já entrando no prédio e me dirigi com rapidez para a biblioteca. Para muitos sou considerado nerd, alguns idiotas até me apelidaram assim. Mas nem ligo, já liguei muito para essa corja, porém eles são insignificantes para mim. Eu sou uma pessoa comum. Me visto normalmente, com o uniforme da escola. Que é uma camisa social branca, calça jeans cinza claro, blazer da mesma cor com o brasão da escola e sapatos totalmente pretos. Simples.
Porém por ser inteligente de mais, ser exigente com minhas notas e não esconder isso de ninguém sou considerado, como já disse, nerd. Também há outros fatores que fizeram eles me apelidarem. Mas não vou falar agora, ou talvez nunca fale. Entrei na biblioteca e fui logo me organizando para começar a fazer o meu dever perderia a primeira aula, mas seria necessário.
Eu precisava entregar esse trabalho. Comecei a pesquisar tudo e anotava as partes principais. Foram minutos presos ali, mas valeu a pena porque consegui concluir o dever bem em tempo que o sinal soou indicado o início da segunda aula, organizei tudo e me dirigi para a sala a passos apresados, porém no meio do caminho, já bem perto da minha sala, para a minha infelicidade, acabei pisando no sapato brilhante e, provavelmente, caro de alguém.
- Você não olha por onde anda idiota?
Olhei bem para quem havia falo e minha expressão de desgosto foi inevitável. Diante de mim estava Erick Drummond, o maior babaca daquela escola. O causador da minha vida ser um inferno ali dentro. Eu odeio esse cara e acredito ser recíproco. Ele me olhava com raiva.
- Desculpa, não vi você vindo. - Me dei ao trabalho de me desculpar, mesmo ele não merecendo. Erick riu em escárnio.
- Desculpa o caralho, você estragou meu sapato. - Falou com a voz seca e o olhar ameaçador.
- Foi mal cara, tenho que ir. - Disse lhe dando as costas, mas sinto um puxão forte na minha mochila.
- Você vai pagar por isso, veadinho. - Erick falou com tom de ameaça, esse é um dos apelidos que ele me deu. Depois que a escola inteira ficou sabendo, através do próprio Erick a propósito, que também curto ficar com homens, o inferno ficou maior, mas como disse, não estou nem aí. O olho com olhar vazio.
- Tá, pode adicionar isso a sua lista para me infernizar, playboyzinho idiota. - Disse me desvencilhando dele e segui meu caminho apressadamente para sala antes que o professor entrasse e eu ficasse para fora da sala.
- Isso não vai ficar assim seu merdinha.
Escutei ele gritar com raiva, só levantei o dedo em um sinal de "beleza" e segui meu caminho.
Erick que ficasse com seus chiliques para lá, só queria entregar meu trabalho e ficar em paz. Quer dizer, pelo menos ter um pouco de paz, o que seria difícil, eu sabia.
Porque depois daquilo, aquele idiota me encheria o saco ainda mais. Tenho total certeza disso.
Entreguei o trabalho para o professor me sentindo um máximo, não saiu um dos melhores, mas dar para o gasto. Por sorte o embuste do Erick não estuda na mesma sala que eu. Tudo estava tranquilo. Até o horário do intervalo, onde o verdadeiro inferno começou. Como eu suspeitei, Erick não me deu paz.
O sem vergonha, filhinho de papai ficava jogando suas piadinhas de mal gosto para o meu lado, eu claro, não ligava não daria palco para esse palhaço sem graça. Eles e os amiguinhos dele ficavam rindo das piadas. Eu estava comendo meu lanche normalmente e sem me importar com os risinhos ao meu redor.
Mas o infeliz sem noção viu que suas gracinhas não estavam me atingindo, saiu do lugar onde estava e veio se sentar ao meu lado. Revirei os olhos instantâneamente e fingi que não vi ele ali.
- E aí princesa? Sentiu saudades de mim?
Este é outro apelido que ele me deu, e esse, com certeza, é o que mais odeio. Quando Erick me chama assim, minha vontade é de socar a cara dele até desfigura-la por inteiro, mas não quero perder meu réu primário por tão pouca coisa como esse indivíduo ao meu lado.
- Saudades de você? Só se estivesse ficado louco e ainda estou muito bem do meu juízo. - Falei sem o olhar e vi de soslaio um sorriso de escárnio tomar seus lábios.
- Que isso princesa, eu sei que você me ama. Ouviram isso pessoal? O Dieguinho acabou de confessar que me ama. O que vocês acham? - Erick gritou para todos ouvirem, respirei fundo para não jogar suco na cara desse imbecil. - Desculpa princesa, mas eu gosto de pessoas interessantes e você não tem nada de interessante, nadinha mesmo. - Falou piscando um olho em minha direção e logo após me olhou com a expressão em um misto de escárnio e provocação. Fuzilei ele com os olhos e o refeitório inteiro tirou sarro de mim.
- Por que não vai encher o saco da sua namorada, ein? Cuidado para não levar chifre do seu melhor amigo. - Disse indicando a intimidade de Amanda e Elvin. Erick ficou sério e aproveitei para sair dali, mas o babaca segurou meu braço.
- Calma aí princesa, nossa conversa ainda não acabou. - Fala ele com raiva disfarçada de escárnio. Apertou meu abraço com certa força e o encarei com seriedade.
Aquilo foi a gota d'água para a minha paciência, quem esse imbecil pensa que é? Apertei o copo de suco em minha mão e o encarei com o olhar afiado.
- Na verdade, acabou sim. - Falei jogando o resto do meu suco de uva na cara daquele idiota, o que manchou também a sua camisa branca e o seu blazer e o refeitório inteiro ficou em silêncio. Depois desse feito puxei meu braço de seu aperto e saí dali sem olhar para trás.
Depois desse acontecimento no refeitório, o que estava ruim ficou péssimo. Na verdade, horrível. Eu não tive paz um dia sequer daquela semana. Erick sempre achava um jeito de me encontrar seja nos corredores, banheiros ou biblioteca e fazia um dano psicológico totalmente desnecessário. O idiota fazia com que meus dias naquela escola fossem terríveis. Estava de mais, já estava a ponto de surtar e socar a cara daquele infeliz, embuste de uma figa.Parecia que encher meu saco era o seu passatempo preferido, porque nunca vi alguém no mundo todo como Erick. Posso dizer que tenho um fã. Um muito insuportável o qual eu empurraria em frente a um carro em movimento sem nem pensar duas vezes. Porém não vale a pena me sujar por tão pouco e acabar com a minha liberdade por causa dessa personificação de demônio.- Ora, ora. Está se escondendo de mim Dieguinho?Ouvi aquela voz irritante, suspirei em desgosto e fingi que não ouvi nada só para ver se ele iria embora, o que acho totalmente difícil de
Eu esperei pacientemente uma semana e meia se passar, deixei Erick pensar que não teria um troco. Que ficaria por aquilo mesmo. O deixei pensar que não faria nada. O deixei acomodado. É como diz o velho ditado: " A pressa é inimiga da perfeição." E paciência é uma virtude. Então tive que esperar para agir.Além disso, esperei até o dia do jogo na escola. A minha escola disputaria com alguma outra, que não faço questão de saber o nome, e eu aproveitei disso para humilhar Erick em público e claro fazer o time da Atlas perder, prejudicaria o time? Sem sombra de dúvidas. Me importo? Nem um pouco. A maioria do time são uns idiotas então não estou nem aí."Você comprou o que pedi, não é? Mandei mensagem para Nathy. Ela ficou responsável por comprar o maravilhoso pó de mico. Nathy colocaria o pó em todo o uniforme do egocêntrico do Erick e o resto o destino iria fazer. Quero dizer, a coceira.Eu estava ali para ver tudo de camarote e presenciar a primeira derrota do Erick e do resto do time
Aquelas cinco palavras me fizeram, em primeiro lugar, franzi o cenho em confusão, em segundo, analisar o cenário rápida e minuciosamente e ver que ele já sabia que foi eu que sabotei o uniforme dele e, em terceiro, fiz a expressão mais cínica e desentendida que consegui.- O que eu fiz? Você 'tá louco por acaso?- Não se faça de desentendido seu veadinho de merda. Eu descobri que foi você que colocou pó de mico no meu uniforme. - Erick disse com firmeza e raiva. Ele estava em pé de braços cruzados, eu ainda no chão e vários telespectadores ao redor sem fazer absolutamente nada.- O quê? Eu não fiz nada, como eu poderia está em dois lugares ao mesmo tempo? Você viu que eu estava indo em direção a quadra. Mas espera, colocaram pó de, como é mesmo? Pó de mico no seu uniforme? Que massa, já amo esse gênio. - Falei falsamente, quero dizer, nem tudo ali era mentira. Erick avançou para cima de mim, ele pegou pelo meu blazer e me puxou para perto de si ameaçadoramente. Me encolhi no primeiro
No outro dia, na escola, cheguei um pouco atrasado e entrei quase correndo na sala. O professor por pouco não entrou antes de mim, por muito pouco mesmo.- Por que essa pressa senhor Sandrinny? - O professor perguntou assim que entrou na sala, sentei em minha carteira e o encarei.- Desculpe professor, só fiquei receoso de não me deixar entrar, se você entrasse antes de mim. - Falei envergonhado.- E você está certíssimo, não tolero atrasos em minhas aulas. - Disse com o tom rígido e encolhi os ombros.- Desculpe. - Disse eu em um tom culpado.- Idiota.Ouvi alguém sussurrar nas minhas costas. De alguma forma eu sabia que aquilo era para mim. Mordi os lábios, coçei a nunca desconfortável e prestei atenção no que o professor estava explicando.Com poucos minutos de aula, entediantes devo dizer, até mesmo para mim, Filosofia era uma das aulas que me davam um tremendo sono. Mas para nossa alegria alguém bateu na porta.- Professor Ramirez, um instante do seu tempo, por favor.A voz era d
- Espera um pouco, deixa ver se entendi bem, o Erick, o fodão da escola, mudou de sala, sentou ao seu lado e vocês vão fazer um trabalho juntos? É isso mesmo? - Nathy perguntou depois que contei tudo a ela, estávamos nos falando por vídeo chamada. Revirei os olhos.- Foi isso que acabei de falar. - Disse mal humorado. Nathy riu nervosamente.- Só tenho uma coisa a dizer amigo, você está fodido, literalmente. Ele provavelmente já tem certeza que foi você que estragou o uniforme dele e os fez perder aquele jogo, acredite não vai ficar barato. - Nathy falou pensativa e aquilo me desesperou para um caramba. - Eu acredito que não, se bem que ele me questionou sobre isso de novo. - Disse pensativo e arregalei os olhos. - Nathy, será que ele já sabe? Nós estamos lascados. - Falei entrando em um leve desespero. Minha amiga negou com a cabeça.- Eu não, você estar lascado. - Falou e eu a olhei indignado.- Você também participou miserável. Estamos no mesmo barco, Titanic o nome. - Disse me jo
Era uma sexta-feira, graças aos céus, o último dia de aula daquela semana, assim que entrei na escola, literalmente, todos que estavam no corredor viraram para me olhar. Franzi o cenho e olhei para trás para ver se alguém estava atrás de mim, mas não. Por que estão todos me olhando? Abaixei a cabeça e continuei a andar.Os alunos me olhavam e cochichavam. Mas que merda 'tá rolando? Apressei o passo indo para o meu armário e quando cheguei até o meu destino, Nathy me esperava com o celular em mãos. Assim que ela me viu, desencostou do meu armário e me olhou aflita e tive que franzi o cenho em confusão e questionamento. - Diego, você 'tá legal? - Perguntou nervosa e aquilo estava me deixando desconfiado. - Tirando o fato de que a escola inteira está me olhando e cochichando, estou de boa. Por quê? - Perguntei erguendo uma sobrancelha questionador na direção dela.- Então... - Nathy sorriu sem graça e desbloqueou o celular. - Não surta, tudo bem? - Falou me deixando em alerta. - O que
Minha vida sempre foi muito calma, eu era feliz e não sabia. Não havia, antes, pessoas me enchendo o saco sobre um assunto que nem mesmo gosto de citar. Aquele final de semana foi um martírio para mim. Meu celular não teve descanso também, a todo momento chegava uma notificação do Instagram. Nesse momento estou longe daquele aparelho demoníaco, mas não tão longe assim, ele é a minha maior fonte de desgaste e o mantenho no silencioso no meu bolso. Como é final de semana fico com meus irmãos, Guilherme e Letícia.- Qual filme vamos assitir? - Meu irmão perguntou sentado ao meu lado no sofá. Sim, vamos assistir filme, sempre fazemos isso no final de semana, em parte para tirar o estresse escolar e também para passarmos um tempo juntos.- Não sei, tem algum em mente? - Pergunto olhando para Guilherme e o mesmo nega com a cabeça.- Eu tenho um, Através da minha janela. - Letícia aparece falando com o balde de pipoca nas mãos. Ela se jogou entre nosso irmão e eu, nos fazendo reclamar.- Es
Caminhei a passos duros em direção da sala onde encontrei minha irmã sentada ao lado do meu irmão com a cara mais lavada que já vi. A encarei com seriedade.- O que foi? - Letícia perguntou se fazendo de idiota, sim idiota. Respirei fundo e encarei aquela garota que chamo de irmã. Vi de relance o Erick adentrar a sala e me olhar. - Eu só vou perguntar uma vez Letícia Sandrinny, você, por acaso, conhece o irmão do Erick? E melhor, você conhece ele intimamente? - Perguntei com a voz calma, mas com a expressão feroz. Minha irmã olhou para o Erick, o moreno coçou a nunca sem jeito e Letícia fez uma cara de indignação.- Erick seu boca grande de uma figa. - Lêh falou acusatoria e eu abri a boca desacreditado.- Foi mal Lêh. - Erick falou sem graça, nem parece aquele idiota presunçoso que estou acostumado a ver na escola. - Eu vou te matar. - Falei para minha irmã sorrindo nervoso e aquela projeto de gente ergueu a sobrancelha provocativa. - EU VOU TE MATAR GAROTA! - Gritei correndo na di