No outro dia, na escola, cheguei um pouco atrasado e entrei quase correndo na sala. O professor por pouco não entrou antes de mim, por muito pouco mesmo.
- Por que essa pressa senhor Sandrinny? - O professor perguntou assim que entrou na sala, sentei em minha carteira e o encarei.
- Desculpe professor, só fiquei receoso de não me deixar entrar, se você entrasse antes de mim. - Falei envergonhado.
- E você está certíssimo, não tolero atrasos em minhas aulas. - Disse com o tom rígido e encolhi os ombros.
- Desculpe. - Disse eu em um tom culpado.
- Idiota.
Ouvi alguém sussurrar nas minhas costas. De alguma forma eu sabia que aquilo era para mim. Mordi os lábios, coçei a nunca desconfortável e prestei atenção no que o professor estava explicando.
Com poucos minutos de aula, entediantes devo dizer, até mesmo para mim, Filosofia era uma das aulas que me davam um tremendo sono. Mas para nossa alegria alguém bateu na porta.
- Professor Ramirez, um instante do seu tempo, por favor.
A voz era da diretora, o professor assentiu, foi até a diretora que sussurrou alguma coisa para o Ramirez e apontava para uma coisa fora da sala ou alguém. Não vou dizer que não estava curioso, porque estaria mentindo. Comecei a roer as unhas curioso.
Alguns segundos depois, o professor Ramirez voltou a classe e ele não veio sozinho. Senti o ar fugir dos meus pulmões ao ver aqueles olhos levemente cerrados em minha direção.
- Classe, temos um aluno novo, quer dizer, nem tão novo assim. Houve uma pequena mudança de classe. Erick agora faz parte da turma de vocês. - O professor falou meio animado, houve alguns murmúrios de surpresa e animação.
Como eu estava? Em choque, sem total reação para aquela surpresa do dia, uma surpresa bem mal recebida da minha parte pelo menos. Mas o resto da classe parecia estar diante de uma celebridade.
O maldito ainda sorriu de lado, piscou um olho para ninguém em específico, eu acho, e fixou seus olhos em mim. Senti um calafrio subir pela espinha e engoli em seco. Em seus olhos havia um brilho perigoso e até ameaçador.
- Seja bem-vindo, sente-se senhor Drummond. - Ramirez falou indicando um lugar qualquer para Erick que sorriu em agradecimento. Fingiu, sim fingiu, procurar um lugar vago.
Detalhe importante sobre o Atlas, os lugares, carteiras, são divididos em duplas e para o meu azar total o lugar ao meu lado estava vago, sempre esteve, nunca ninguém se sentou ao meu lado, ninguém fazia dupla comigo e isso era ótimo, sim era, porque agora é desesperador. Mas Erick nunca sentaria ao meu lado, ele não associaria a sua bela fama e imagem a "alguém como eu."
Porém, o desgraçado de uma figa fixou seus olhos ao lugar ao meu lado, sorriu de lado maldosamente, caminhou até mim e se sentou ao meu lado.
- E aí, princesa?!
O que eu posso dizer? É claro que não respondi a ele, na verdade as palavras simplesmente sumiram da minha mente. Meu sistema entrou em um pane total.
Fui pego de surpresa e estava totalmente sem preparo para isso. Foi um belo tapa na cara que me deixou em choque.
- O que você está fazendo aqui? - Perguntei depois de um bom tempo em silêncio. Minha pergunta foi baixa para somente ele ouvir.
- Não é óbvio? Estou estudando ué. - Respondeu no mesmo tom que o meu. Revirei os olhos e resolvi ignorar a presença dele ao meu lado.
Outro detalhe importante dessa escola, os alunos não trocavam de sala como em muitas outras escolas particulares e sim os professores que vinham até a classe, ou seja, estaria preso ao Erick até às 13:00 hora da tarde. Que satisfatório, só que não.
Erick batia com o lápis frequentemente no caderno, o tempo agora era de matemática e o ser humano ao meu lado é péssimo nessa matéria, como pude perceber. Aquele barulhinho estava me irritando e tirando minha concentração do dever que estávamos fazendo. Suspirei profundamente para manter a calma e concentração, mas ele pareceu perceber meu incômodo e continuou a fazer aquela porcaria de barulho.
Olhei para ele com irritação que sorriu presunçoso e piscou o olho em minha direção. Tirei o lápis de sua mão de forma bruta e o mantive comigo.
- Quer parar com essa merda?
Erick arqueou as sobrancelhas em minha direção e o seu sorriso cresceu.
- Olha só, a princesa sabe xingar. Estou impressionado. Nunca pensei que ouviria você xingar. Não é contra a sua natureza? - Falou provocativo e pegou o lápis de volta.
- Vá se foder. - Falei com os dentes trincados, normalmente eu não sou assim, mas Erick consegue me tirar do sério. Ele colocou a mão no peito fingindo estar "impactado"
- Touché!
Revirei os olhos para aquela idiotice e voltei a me concentrar no meu dever que já estava quase finalizado.
- Sabe princesa, depois que toda a irritação e cegueira da raiva passou, pude analisar bem um detalhe que deixei passar. - Falou me olhando e tive que olhar de volta em confusão.
- Do que está falando?
- Sobre o último jogo, o que sabotaram o meu uniforme. - Explicou me encarando fixamente, desviei o olhar para o meu caderno, mas logo percebi que aquele ato poderia me entregar então tratei de o olhar e respondê-lo.
- Sim, esse papo novamente, já disse que não foi eu. Você me viu no corredor Erick, não começa. - Disse com o tom irritadiço. O moreno assentiu, seus olhos não desgrudavam dos meus em nenhum momento. Também não ousei desviar, ficamos nos encarando por alguns segundos. Até ele assentir e falar:
- Certo, só tem um pequeno detalhe princesa. Você nunca veio há nenhum jogo antes e justo quando você vem, acontece aquilo e sem contar que no corredor você me olhou com aquele sorriso de quem estava aprontando algo. Será coincidência Diego? - Falou meu nome com seriedade e seus olhos afinaram em minha direção.
Meu coração falhou uma batida e engoli em seco.
- Então está mesmo achando que foi eu? Se toca Erick, o mundo não gira ao seu redor e eu não perderia meu tempo fazendo algo tão infantil. Se fosse realmente eu teria feito bem pior. - Falei depois de um pequeno tempo em silêncio, tudo bem, ele é realmente bem mais espeto do que eu imaginei, mas vou negar isso até a morte. Não digo que foi eu nem sob tortura.
Erick sorriu de lado aquele maldito sorriso cafajeste e sua mão pousou em minha coxa o que me fez prender a respiração. Ele deu uma leve apertada e travei o maxilar. Estava me obrigando a não fazer nenhuma expressão, mesmo com o meu coração a mil no peito.
- Não conhecia esse seu lado malvado princesa. - Disse com a voz rouca e apertei o lápis com demasiada força, olhei ao redor para ver se alguém estava vendo aquilo, mas por incrível que pareça ninguém via aquela cena. Ele apertou minha coxa mais uma vez e subiu a mão mais para cima. Olhei para sua mão e depois para ele. Sorri forçado, coloquei minha mão em cima da sua e Erick arqueou a sobrancelha.
- O que você não sabe sobre mim, daria um livro. - Falei tirando a mão dele da minha coxa e voltei a atenção para o dever.
- Intrigante princesa, intrigante. - Sussurrou fazendo o mesmo que eu. Soltei a respiração calmamente e senti a dor na mão pela força que fiz.
Quando o último tempo finalmente chegou agradeci aos céus, mas o que veio a seguir me deixou digamos que, puto. O professor de História já entrou na classe falando o seguinte:
- Bem turma, vou passar um trabalho em dupla para vocês me apresentarem no final da outra semana. Suas duplas são seus colegas ao lado.
Arregalei os olhos brevemente e não fingi minha decepção.
- Somos nós dois, princesa.
Aquilo só poderia ser uma brincadeira de muito mal gosto, aquilo não poderia está acontecendo comigo, não mesmo. Erick sorriu cafajeste em minha direção.
Eu estava em choque mais uma vez naquele dia. Com certeza aquele não era meu dia de sorte. Esse dia tem que ser um pesadelo, porque para acontecer tudo aquilo em um único dia parece até mesmo mentira.
- Você 'tá legal? Parece que vai vomitar princesa. - Erick me tirou dos devaneios, encarei ele por cinco segundos e o dito cujo piscou o olho para mim em provocação.
- Professor!? - O chamei erguendo a mão, o mesmo me olha em espera. - Posso trocar de dupla? - Perguntei ainda com a mão erguida, vi de soslaio Erick me olhar e depois para o professor. O mais velho me encarou e depois olhou para o ser ao meu lado.
- Não. - Disse simples, curto e direto. Ele deu continuidade na aula e eu fiquei como um idiota olhando para o professor.
- Não vai conseguir escapar de mim princesa. - Erick disse ao meu lado e suspirei sabendo que ele tinha razão. O olhei mais uma vez e nossos olhos se encontraram.
- Se você pensa que vou fazer todo o trabalho sozinho e você vai ficar que nem um manequim ali na frente, você 'tá muito enganado. - Eu disse com raiva presente em meu tom, o moreno ergueu as sobrancelhas em surpresa e sorriu ladino para mim.
- Então está bem, me faça me esforçar bastante princesa. - Falou provocativo, levantando as sobrancelhas sugestivo e o fuzilei com os olhos.
- Idiota. - Murmurei olhando para frente.
- Somente para você.
Tudo bem, isso não vai dar certo.
- Espera um pouco, deixa ver se entendi bem, o Erick, o fodão da escola, mudou de sala, sentou ao seu lado e vocês vão fazer um trabalho juntos? É isso mesmo? - Nathy perguntou depois que contei tudo a ela, estávamos nos falando por vídeo chamada. Revirei os olhos.- Foi isso que acabei de falar. - Disse mal humorado. Nathy riu nervosamente.- Só tenho uma coisa a dizer amigo, você está fodido, literalmente. Ele provavelmente já tem certeza que foi você que estragou o uniforme dele e os fez perder aquele jogo, acredite não vai ficar barato. - Nathy falou pensativa e aquilo me desesperou para um caramba. - Eu acredito que não, se bem que ele me questionou sobre isso de novo. - Disse pensativo e arregalei os olhos. - Nathy, será que ele já sabe? Nós estamos lascados. - Falei entrando em um leve desespero. Minha amiga negou com a cabeça.- Eu não, você estar lascado. - Falou e eu a olhei indignado.- Você também participou miserável. Estamos no mesmo barco, Titanic o nome. - Disse me jo
Era uma sexta-feira, graças aos céus, o último dia de aula daquela semana, assim que entrei na escola, literalmente, todos que estavam no corredor viraram para me olhar. Franzi o cenho e olhei para trás para ver se alguém estava atrás de mim, mas não. Por que estão todos me olhando? Abaixei a cabeça e continuei a andar.Os alunos me olhavam e cochichavam. Mas que merda 'tá rolando? Apressei o passo indo para o meu armário e quando cheguei até o meu destino, Nathy me esperava com o celular em mãos. Assim que ela me viu, desencostou do meu armário e me olhou aflita e tive que franzi o cenho em confusão e questionamento. - Diego, você 'tá legal? - Perguntou nervosa e aquilo estava me deixando desconfiado. - Tirando o fato de que a escola inteira está me olhando e cochichando, estou de boa. Por quê? - Perguntei erguendo uma sobrancelha questionador na direção dela.- Então... - Nathy sorriu sem graça e desbloqueou o celular. - Não surta, tudo bem? - Falou me deixando em alerta. - O que
Minha vida sempre foi muito calma, eu era feliz e não sabia. Não havia, antes, pessoas me enchendo o saco sobre um assunto que nem mesmo gosto de citar. Aquele final de semana foi um martírio para mim. Meu celular não teve descanso também, a todo momento chegava uma notificação do Instagram. Nesse momento estou longe daquele aparelho demoníaco, mas não tão longe assim, ele é a minha maior fonte de desgaste e o mantenho no silencioso no meu bolso. Como é final de semana fico com meus irmãos, Guilherme e Letícia.- Qual filme vamos assitir? - Meu irmão perguntou sentado ao meu lado no sofá. Sim, vamos assistir filme, sempre fazemos isso no final de semana, em parte para tirar o estresse escolar e também para passarmos um tempo juntos.- Não sei, tem algum em mente? - Pergunto olhando para Guilherme e o mesmo nega com a cabeça.- Eu tenho um, Através da minha janela. - Letícia aparece falando com o balde de pipoca nas mãos. Ela se jogou entre nosso irmão e eu, nos fazendo reclamar.- Es
Caminhei a passos duros em direção da sala onde encontrei minha irmã sentada ao lado do meu irmão com a cara mais lavada que já vi. A encarei com seriedade.- O que foi? - Letícia perguntou se fazendo de idiota, sim idiota. Respirei fundo e encarei aquela garota que chamo de irmã. Vi de relance o Erick adentrar a sala e me olhar. - Eu só vou perguntar uma vez Letícia Sandrinny, você, por acaso, conhece o irmão do Erick? E melhor, você conhece ele intimamente? - Perguntei com a voz calma, mas com a expressão feroz. Minha irmã olhou para o Erick, o moreno coçou a nunca sem jeito e Letícia fez uma cara de indignação.- Erick seu boca grande de uma figa. - Lêh falou acusatoria e eu abri a boca desacreditado.- Foi mal Lêh. - Erick falou sem graça, nem parece aquele idiota presunçoso que estou acostumado a ver na escola. - Eu vou te matar. - Falei para minha irmã sorrindo nervoso e aquela projeto de gente ergueu a sobrancelha provocativa. - EU VOU TE MATAR GAROTA! - Gritei correndo na di
Erick e eu estávamos subindo as escadas para ir ao meu quarto, estávamos alguns centímetros separados e minha irmã do seu jeito venenoso, disse:- Juízo hein meninos, respeitem a mim e ao Guilherme aqui na sala.Fuzilei a filha da minha querida mãe com os olhos, mas a esperta não nos olhava de volta.- Relaxa Lêh, não vou foder seu irmão... ainda. - Erick falou para minha total surpresa e choque. Arregalei os olhos brevemente, o olhei com seriedade e dei um soco no seu braço fazendo transformar seu sorriso sacana em uma bela careta. - Au!! - Exclamou.- Como se eu fosse, algum dia, dar para você. - Falei com convicção e Erick arqueou as sobrancelhas e um brilho perigoso tomou conta dos seus olhos.- Diego, não cospe para cima que cai na sua cara. - Meu irmão falou me olhando e tive que negar com a cabeça.- Até você moleque? - Perguntei indignado e Guilherme deu de ombros.- Uma coisa é certa, nunca duvide de nada. - Disse simplista e bufei. Para quê inimigos, não é mesmo?Erick sorri
Eu estava no meu quarto, deitado na minha cama, até aí tudo normal, porém havia algo totalmente fora do comum. As luzes do meu quarto estavam em uma coloração vermelha e uma música, digamos que, erótica tocava no fundo. Muito bem, aquela música era muito explícita por assim dizer. Franzi o cenho, olhei ao redor e me assustei ao notar alguém sentado na cadeira da minha escrivaninha. Sentei na cama rapidamente.- Quem está aí? - Perguntei e ouvi uma risada fraca. Assim que ouvi aquele riso rouco uma onda de reconhecimento me atingiu como um soco no estômago. - Não me conhece mais, princesa? - Erick perguntou, engoli com dificuldade quando o mesmo se colocou de pé e vi que ele só estava usando uma cueca branca que se destacava bem na luz vermelha. - O-O-O que vo-você es-tá fazendo aqui? - Perguntei o olhando nos olhos que me encaravam de volta maliciosa e intensamente. Senti um frio na espinha. - Você não sabe Diego? Vim pegar o que é meu. - Falou com a voz sedutora e me vi com a resp
Martirio, essa era a palavra que resumia esse dia. Erick, com certeza, percebeu meu desconforto e fez de tudo, de tudo mesmo, para me deixar ainda mais sem jeito.Momento ou outro ele fazia questão de me tocar, acariciar, sim você não leu errado, Erick sempre dava uma leve acariciada na minha coxa, me fazendo prender a respiração e me deixava desconfortável porque aquilo estava me afetando, porque meu pênis e meu cérebro acharam de trabalharem juntos contra mim. Vejam bem, no domingo tive um sonho nada puro com esse cretino e agora algumas horas depois o filho da mãe fica me instigando, digo, fica instigando meu cérebro a lembrar daquele momento erótico do sonho e isso mandava um alerta para o meu amiguinho de baixo que não se fazia de rogado e se erguia agindo contra os meus comandos internos.- Você estar bem Diego? - Erick perguntou bem próximo do meu ouvido, sua voz baixa e melodiosa.Fechei os olhos, suspirei profundamente e o encarei. Droga, pensei. O moreno tirou o blazer e abr
Eu tentei, juro que tentei fazer a Nathy me ajudar a encontrar uma desculpa, mas aquela vaca disse que não tinha como porque a outra sonsa da Amanda viu meu nome na lista e intimou minha presença. Enfim, vou ter que fazer essa merda dessa audição. Se bem que posso ligar o foda-se e nem aparecer nessa porcaria.No outro dia, o momento e a hora estavam chegando e eu ainda estava indeciso sobre isso tudo. Não têm mais motivos para entrar para a equipe de líderes de torcida se não pretendo mais fazer nada contra aquele infeliz. Nem vale mais a pena porque o Erick se aproximou de mim e... Me inferniza diretamente de perto.- Diego? - Despertei dos meus devaneios com a voz de Erick bem perto do meu ouvido, o que me arrepiou até o último fio de cabelo e o olhei tentando disfarçar aquele efeito. - No que você 'tá pensando? Te chamei umas duas vezes. - Perguntou e percebi que a mão dele estava na minha coxa, olhei para aquilo e tirei a mão dele porque estava muito próximo de um lugar que levan