M I ANão consigo conter o sorriso imenso que cresce nos meus lábios assim que recebo um presente de Ella. Desenrolo o laço por cima do presente, mal contendo-me de curiosidade, em seguida rasgo com delicadeza o embrulho em volta.Abro a caixinha e o que vejo faz meu coração se encher amores e meus olhos de lágrimas. Observo o par de sapatinhos vermelhos ao lado de um body branco, desdobro com muito cuidado, toco a maciez do tecido e deslizo os dedos pelas letras douradas.“Amor da madrinha" essas palavrinhas são capazes de me fazer sorrir largamente enquanto minhas lágrimas transbordam.— Se eu não for a madrinha desse bebé, então podes devolver o meu presente. – Ella brinca.— Claro que és. Quem mais seria? – Digo ao dobrar a peça com muito cuidado. — Esse é o primeiro presentinho do meu bebé. Obrigada, madrinha.Ela retribui o meu sorriso, passando a mão pela minha barriga com carinho.— Quando irás contar para Luiz? – Ella questiona, deixando-me um tanto surpresa. — Ele é o pai, e
M I A Sorrio ao observar a imagem do meu bebé no monitor, embora não consiga distinguir muita coisa no ecrã. Consigo ver o que o Dr apontou e disse que era o eu bebé, que está a crescer muito bem.Escuto o som do coração do meu bebé, e não sei se no mundo existe coisa mais maravilhosa que esse som. Tão rico e poderoso, saber que o meu útero é o abrigo do meu anjinho me faz sentir muito importante e graciosa.Lágrimas escapam pelos meus olhos, tamanha é minha emoção por gerar o meu anjinho. Fruto do meu amor pelo pai dele, que apesar de tudo eu gostaria que ele estivesse aqui comigo na consulta.— Prontas para saber o sexo do bebé? Ou queres saber só no parto, Mia? – Dr Giovanni pergunta, alternando o olhar entre minha barriga imensa de seis meses. Sim, o meu bebé espertinho não queria que descobríssemos o seu sexo.— Claro que não, Dr. Só esses quatro meses foram uma tortura, pode dizer. Não sou tão corajosa quanto tu, Ella. – Comunico, minha amiga apenas sorri em resposta.— É uma m
L U I Z Mia ainda me encara, ela parece estar ainda mais bonita e mais radiante. Não sei é o feito da gravidez nela... Ela está mesmo mudada. O olhar dela passa de chocado para indiferente.Confesso que me machuca receber esse olhar dela.— O quê? Como assim? – Ela pergunta, antes de fechar os olhos brevemente.— Estás grávida e obviamente o filho é meu. Como puseste fazer isso? Estou muito indignado.— Como é que é? É muita ousadia tua, não achas? Primeiro fazes toda aquela palhaçada para me forçar a casar contigo, e agora isso. Estás maluco, fumas ou te drogas? Não é possível que te comportes assim. – Ela diz, posso sentir o desprezo dela a escorrer da voz.— Podemos conversar? – Peço. — Por favor. Uns dez minutos, se não for por ti, pelo nosso bebé.— Nosso?— Mia, por favor. Me dá uma chance, escuta a minha versão. Te imploro.Ela olha para mim, sei que deve estar numa luta interna. Pelo que conheço dela, sei bem que ela adoraria gritar um sonoro não. No entanto faço cara de cach
M I A - Eu te conheço de algum lugar. - Constato, após ter me sentado no banco da frente. Bem ao lado do estranho da Ella. Eu realmente tenho a leve sensação de conhecê-lo de algum lugar, por mais que tente forçar a mente para tentar lembrar... Mas nada. Com minha curta capacidade de guardar caras na mente, fica difícil lembrar. O estranho me encara, a diversão é palpável em nos olhos castanhos. Ao mesmo passo que um sorriso cínico desenha-se pela face dele, num primeiro instante sinto-me irritada e intrigada. - Hmm... Vejamos... - Ele balbucia, desvia o olhar para a estrada que surge diante de nós. - Talvez porque sou o motorista dos D'Angelo ? Crispo a testa, um tanto confusa pois ele não se parece nem de longe com um motorista. Ele é tão descontraído e não tem aquele ar de cordialidade que os motoristas aparentam ter. Sinto que não o conheço através disso e sim de um episódio além... Mas como não consigo lembrar, acho melhor deixar para lá. - Sei lá eu... - Balbucio, desvian
M I A O restante da festa corre tranquilamente. Ella convoca Giuliana para se aproximar da mesa dos doces, a adolescente faz o que a mãe diz. Ela fica de frente para o bolo decorado de acordo com o tema da festa, Giuliana abre um sorriso tímido quando começamos todos a cantar o parabéns.A primeira pessoa na fila para os presentes e os abraços sou eu. Giuliana me sorri quando me vê com os braços estendidos em sua direção e uma sacola de presente em um deles. Ela recebe o presente e deixa sob mesa.— Feliz aniversário, minha princesa! – Digo após puxá-la para um abraço. — Parabéns pelos teus 16 anos. É uma idade e tanto.— Obrigada, tia Mia. – Ela diz quando nos separamos. — Por pouco pensei que não virias.— A minha chefe bruxa-lagarta quase tentou me prender, mas felizmente consegui escapar.Giuliana franze o cenho e me encara confusa. Mas no final acaba por rir, me afasto dela graças aos incentivos que recebo dos demais convidados que estão atrás de mim; Vou diretamente a minha mes
L U Í S Mulher louca. Penso enquanto observo a amiga, a linda amiga da minha patroa a deixar a cozinha. Ela realmente é uma mulher bem atraente, linda e maluca. Das vezes que nos encontramos está sempre imersa em uma atmosfera engraçada e constrangedora. Sorrio mais uma vez, sozinho na cozinha e a pensar que gostaria da companhia dela, pois solidão não está entre as minhas coisas favoritas. No entanto não me incomodo tanto, apenas despertei essa hora por estar louco de sede.Pego um copo no armário exclusivo para copos e bebo água direto da torneira. Quando estou devidamente saciado, guardo o copo no devido lugar e em seguida me encaminho para o meu quarto. Não sinto muito sono o suficiente para me deitar, então me contento em ficar na minha janela.Aprecio a vista que Veneza me oferece no auge da madrugada. Ainda existe um resquício de lua no céu, portanto não está totalmente escuro. Tudo parece tão calmo e sereno, uma brisa suave me atinge a cara assim que abro mais a minha janela
M I A Observo Enzo dormir tranquilamente, logo após que lhe deixo em seu berço. Ele é um pequeno príncipe, tão calmo e quietinho, não tem muitos problemas e tão pouco é manhoso. Talvez seja cedo para dizer, ou talvez não... Tenho zero conhecimento sobre bebés.Ele adormeceu há pouco nos meus braços enquanto estávamos na sala, meu afilhado é mesmo um anjinho. Enzo ressona tranquilo e eu apenas fico estática no meu lugar enquanto observo os seus movimentos. Quinze minutos após saio do quarto dele e fecho a porta com calma.Passo no meu quarto e encontro a minha bolsa já pronta em cima da minha cama, tal como deixado pela manhã. Confiro o meu telefone e vejo apenas uma mensagem da minha mãe, a perguntar se voltarei ou hoje ou não, apenas sorrio antes de responder, pois hoje é domingo e amanhã tenho trabalho.Sem mais nenhuma notificação, guardo o meu telefone na minha bolsa e em seguida refaço o meu penteado. E logo após saio do quarto com uma dor no coração, essa casa é literalmente um
M I A Deixo o meu telemóvel de lado, logo após ter visto endereço da boate através da mensagem que recebi das meninas. Me concentro em passar uma generosa camada de rímel nos meus cílios, faço uma maquiagem bem leve e quando termino, abro a minha caixa de batons e escolho um parcialmente escuro.Passo-o o nos lábios e em seguida me encaro no espelho. Não me surpreendo com a imagem que nele se reflete, linda, como sempre estou! Autoestima é algo vital para mim, tão natural quanto respirar. Prendo uma pequena parte central do meu cabelo, de resto apenas deixo-o solto com leves cachos.Estou vestida de uma maneira simples, não quero nada muito chamativo, para que não pareça super desesperada por atenção. O vestido vermelho com riscas pretas me cai perfeitamente, valoriza minhas curvas, mas não de um jeito vulgar e sim de um modo discreto.Coloco uns brincos simples, calço as minhas sandálias e estou pronta. Pego minha bolsa, mas não antes de conferir as horas no meu telemóvel. Trinta