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Amor interestelar  Corações em Órbita
Amor interestelar Corações em Órbita
Por: Hortelanpimenta
Capítulo 1: O Chamado do Horizonte

Era uma noite sem lua quando Daniel observava o céu. A vastidão negra parecia um manto infinito, salpicado com minúsculas estrelas, como cicatrizes luminosas no tecido do universo. Ele sempre se perguntava o que existia além do que os olhos podiam ver, além da luz das estrelas que já estavam mortas, mas continuavam a brilhar.

Daniel, um jovem astrofísico em ascensão, dedicara sua vida a estudar os mistérios do cosmos. Seu fascínio por buracos negros começou cedo, uma curiosidade alimentada por teorias e especulações. Para muitos, os buracos negros eram ameaças silenciosas no universo; para ele, eram portais para algo maior.

Naquela noite, algo mudou.

Em meio às observações rotineiras, seus monitores começaram a registrar flutuações que desafiavam qualquer explicação conhecida. Um sinal incomum, vindo de um ponto distante, onde apenas um buraco negro colossal reinava. O nome da região era SG-103, um dos buracos negros mais antigos já descobertos, um verdadeiro monstro cósmico.

— O que é isso? — murmurou, enquanto ajustava os controles do telescópio. O sinal parecia vibrar com uma cadência quase... rítmica.

Mas antes que ele pudesse aprofundar-se na análise, uma estranha sensação tomou conta de seu corpo. Era como se o tempo e o espaço ao seu redor começassem a distorcer. O relógio à sua frente oscilava, os ponteiros tremiam e, por um breve momento, ele sentiu como se estivesse sendo puxado para algum lugar.

Foi quando ele viu. Não nas telas, mas na sua mente. Um vislumbre de algo além do horizonte de eventos, uma visão que o aterrorizou e fascinou ao mesmo tempo: um universo paralelo, uma realidade onde tudo era igual, mas ao mesmo tempo, diferente.

Assim que a visão desapareceu, ele cambaleou, tentando compreender o que acabara de vivenciar. Seria um lapso de imaginação? Uma consequência de noites mal dormidas? Ou seria algo mais?

Nos dias que se seguiram, Daniel se debruçou sobre os dados, mas o mistério só aumentava. O buraco negro SG-103, ao contrário de se comportar como o esperado, parecia enviar sinais que indicavam uma conexão entre realidades. Sua mente, já exausta, começava a flertar com a ideia de que aqueles sinais não eram apenas uma curiosidade científica. Eles eram um chamado.

Ele compartilhou seus achados com um pequeno grupo de colegas de confiança, mas todos foram céticos. Buracos negros não emitem sinais como aquele. Universos paralelos eram um conceito teórico, não algo que podia ser detectado. Mas Daniel sabia que havia mais do que simples física acontecendo ali.

Então, em uma noite de outono, depois de semanas de hesitação, ele decidiu. Montou uma pequena expedição. Se fosse verdade — se aquela distorção no espaço-tempo fosse mesmo uma porta — ele precisava cruzá-la. Era sua única chance de entender o que realmente havia além do horizonte.

O que Daniel não sabia era que ele não estava apenas explorando o desconhecido; ele estava prestes a desvendar segredos que alterariam para sempre a maneira de se ver, de observar o universo e das infinitas realidades que coexistiam.

E, ao dar o primeiro passo em direção ao centro do enigma, ele sentiu novamente a estranha sensação de ser observado. Desta vez, porém, era mais forte. E algo — ou alguém — do outro lado estava esperando por ele.

O universo estava prestes a se desdobrar diante de seus olhos.

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