O grupo havia retornado ao vilarejo depois de sua última jornada ao Éter Musical. Ísis, Celina, Elias e Rhydan reuniram-se na biblioteca antiga para estudar os textos deixados pelos guardiões anteriores. Apesar da harmonia restaurada no Véu, uma inquietação pairava no ar.— Não parece que terminamos, — comentou Celina, enquanto folheava um livro com runas brilhantes. — O Véu está... diferente.Elias, sempre atento, inclinou-se sobre o mapa dos Nexus. Ele apontou para uma marca apagada, quase imperceptível.— Este ponto, — disse ele. — Não estava aqui antes.Rhydan franziu o cenho.— Um Nexus oculto? Por que nunca ouvimos falar dele?O Chamado do VéuNesse momento, o Véu pulsou ao redor deles, preenchendo a sala com uma luz etérea. Ísis sentiu o impacto mais forte, como se uma melodia distante estivesse tentando alcançá-la.— É um chamado, — disse ela, tocando a têmpora. — O Véu está tentando nos mostrar algo.Lyria surgiu na entrada da biblioteca, trazendo consigo um fragmento de cris
O vilarejo estava em paz, mas Ísis sentia que algo ainda pairava no ar. A sensação de que o Véu, embora estabilizado, não revelara todo o seu enigma, a incomodava. Ela sabia que não estava sozinha nessa percepção. Celina, sempre atenta aos detalhes, também parecia sentir a mesma inquietação.— Algo está por vir, — disse Ísis, observando o céu estrelado. — O Véu pode ter se recomposto, mas a jornada ainda não terminou.Celina, ao seu lado, olhou para o horizonte, onde a luz das estrelas parecia dançar em ritmos silenciosos, como se estivessem aguardando algo.— O Véu não nos deu todas as respostas, — respondeu Celina. — Talvez esteja apenas começando a nos mostrar o que realmente precisa ser feito.O Chamado do FuturoNa manhã seguinte, enquanto o grupo se preparava para sua rotina diária, uma visão se formou diante de Ísis, como um holograma de luz. A imagem de um novo portal, ainda em formação, apareceu à sua frente. Era diferente de tudo o que haviam visto até agora. Este não era um
O tempo parecia diluir-se à medida que o grupo avançava na teia do destino. Cada passo que davam os conduzia mais profundamente na trama que conectava as infinitas possibilidades do universo. O Guardião da Teia observava atentamente, seu olhar profundo e sereno, como se soubesse exatamente o que aconteceria a seguir.— O Véu se revela, mas a sua essência está além da compreensão humana, — disse o Guardião, sua voz soando como um eco nas linhas douradas ao redor. — Vocês estão prestes a tocar o que é intangível, o que não pode ser descrito em palavras.Ísis, Celina, Elias e Rhydan estavam em silêncio, absorvendo a magnitude do que estava prestes a acontecer. A sensação de estarem no centro do próprio cosmos, no ponto de convergência de todas as realidades, era ao mesmo tempo aterradora e sublime. Cada linha dourada que se estendia diante deles parecia pulsar com a energia de um futuro ainda por escrever.O Enigma da TeiaQuando o Guardião levantou a mão, as linhas começaram a se mover
A luz do Véu brilhou intensamente, preenchendo o espaço ao redor com uma energia reconectada. Ísis, Celina, Elias e Rhydan se encontraram de volta ao centro da teia, onde a grande rede dourada ainda pulsava, agora mais estável e serena. No entanto, a sensação de mudança era palpável, como se uma nova era estivesse prestes a nascer de dentro daquele equilíbrio restaurado.A Voz do VéuO Guardião da Teia, que havia observado em silêncio a interação com o Guardião do Vazio, agora se aproximava, sua figura irradiando um brilho suave. Sua presença, antes distante e imponente, parecia agora mais próxima, mais conectada a eles.— O Véu foi restaurado, mas, com isso, uma nova verdade surge, — disse o Guardião, a voz carregada de uma sabedoria profunda. — O que foi perdido não pode ser recuperado, mas a essência de tudo o que foi preservado ressoará nos mundos. O equilíbrio foi mantido, mas uma nova missão vos aguarda.Ísis, Celina e Elias trocaram olhares silenciosos, cientes de que o que aca
Era uma noite sem lua quando Daniel observava o céu. A vastidão negra parecia um manto infinito, salpicado com minúsculas estrelas, como cicatrizes luminosas no tecido do universo. Ele sempre se perguntava o que existia além do que os olhos podiam ver, além da luz das estrelas que já estavam mortas, mas continuavam a brilhar.Daniel, um jovem astrofísico em ascensão, dedicara sua vida a estudar os mistérios do cosmos. Seu fascínio por buracos negros começou cedo, uma curiosidade alimentada por teorias e especulações. Para muitos, os buracos negros eram ameaças silenciosas no universo; para ele, eram portais para algo maior.Naquela noite, algo mudou.Em meio às observações rotineiras, seus monitores começaram a registrar flutuações que desafiavam qualquer explicação conhecida. Um sinal incomum, vindo de um ponto distante, onde apenas um buraco negro colossal reinava. O nome da região era SG-103, um dos buracos negros mais antigos já descobertos, um verdadeiro monstro cósmico.— O que
As luzes do laboratório piscavam intermitentemente, refletindo o estado caótico da mente de Daniel. Ele mal havia dormido nas últimas quarenta e oito horas, obcecado pela ideia de que o buraco negro SG- cento e três estava escondendo algo que os cálculos e modelos não conseguiam prever. Era como se todo o seu treinamento científico fosse insuficiente para lidar com o que estava diante dele.O buraco negro, que antes era uma ameaça distante e misteriosa, agora parecia um convite tentador. As flutuações eletromagnéticas, os sinais enigmáticos que ele captara, ainda ressoavam em sua cabeça. Mas, estranhamente, não havia pânico em seu coração. Havia uma curiosidade insaciável, quase como se aquilo estivesse destinado a acontecer.Naquela manhã, ele se sentou com Clara, sua parceira de pesquisa e a única pessoa que parecia compartilhar, ao menos em parte, de seu entusiasmo. Clara, uma jovem cosmóloga com uma mente afiada, estava mais cautelosa. Enquanto Daniel via as evidências como um cam
O ar era pesado, quase irreal, e cada respiração parecia trazer consigo um fluxo de energia desconhecida. Daniel e Clara estavam em pé, tentando processar o que viam ao redor. Tudo era ao mesmo tempo familiar e alienígena. As florestas ao longe tinham cores que não existiam no espectro da Terra, e o horizonte se curvava de uma maneira impossível, como se o próprio espaço fosse maleável.— Isso… isso não pode ser real — disse Clara, a voz trêmula. Ela olhava para o céu púrpura com uma mistura de assombro e medo.— É real — respondeu Daniel, ainda fascinado pelo que seus olhos captavam. — Estamos em outro universo. Além do horizonte de eventos. Não é uma simulação, não é uma visão. Estamos aqui.Clara se levantou com a ajuda de Daniel e olhou ao redor. O ambiente parecia deserto, mas havia algo perturbador em sua quietude, uma sensação de que o mundo à sua volta estava apenas adormecido, esperando algo para despertar.— Precisamos entender como isso aconteceu — ela disse, sua mente já v
O silêncio que seguiu a declaração da figura era esmagador. Daniel e Clara permaneciam imóveis, seus corações batendo com força no peito. A figura à sua frente era indistinta, envolta em um brilho que desafiava qualquer definição, como se fosse composta de pura energia. Seus contornos flutuavam entre formas humanas e alienígenas, mudando constantemente, mas os olhos, ou o que pareciam ser olhos, permaneciam fixos neles, brilhando com uma inteligência ancestral.— Vocês... nos esperavam? — Clara conseguiu balbuciar, sua voz tremendo. — Como isso é possível?A figura inclinou-se levemente em sua direção, e a sensação de ser observada aumentou, como se milhares de mentes estivessem focadas neles ao mesmo tempo.— Vocês dois carregam a marca do buscador — disse a figura, suas palavras ecoando não só no ar, mas nas profundezas da mente de Daniel e Clara. — Desde o momento em que olharam para o horizonte de eventos, desde que decifraram os sinais... estavam destinados a chegar aqui. Não foi