Amor em véspera de natal na China
Amor em véspera de natal na China
Por: Lilly Fen
o início

~~CAPÍTULO 1~~

ONO SUZAKI

— Suzaki Ono.

O grito estrondoso, e arrepiante ecoaram nos meus ouvidos, fiquei em pé prontamente, em um simples gesto alcancei minha arma certificando-me que ela está carregada. Em passos lentos, um atrás do outro minuciosamente, meus olhos atentos a cada movimento, som ou gestos. Não havia nenhum som atrás das paredes, é como se todo mundo fosse engolido pelo vento.

Não. Impossível. Meus dedos intensificaram o aperto na minha barreta, não, se fosse um ataque o corredor do hotel estaria abafado sob os gemidos gritantes do silenciador. Não havia como alguém nos localizar em Pequim, minha viagem foi extremamente sigilosa e todos os meus rastros apagados, meus homens são profissionais, escolhidos a dedos.

Ninguém nunca ousaria a me trair.

Impossível que tenha sido um ataque, talvez seja um dos meus homens que desejam transmitir alguma informação importante. Afrouxo minha arma relaxando, estou exagerando, penso comigo mesmo. Quando abro a porta do meu quarto do hotel, meus olhos fervem sangue. Meus homens estão parados apontando a arma para o maldito Nori, ele pertence ao clã adversário Nori, eles são conhecidos por usar artimanhas deploráveis para alcançar seus objetivos.

— Nori...!

Lambo meus lábios me divertido com a sua idiotice de vir aqui sozinho para enfrentar um líder Suzaki, devo admitir, ele tem a porra das suas bolas no lugar.

— Suzaki..!

— Quer tomar chá?

Sorrio debochando dele, é claro que ele não veio tomar chá comigo, qual é o seu truque agora? Elevo meu corpo dando passos silenciosos para o corredor.

— Chá?

Gargalhou.

— Onde está sua namorada americana, Suzaki?

Minha namorada?

Freio meus pés quando vejo a mulher de cabelos loiros amordaçada e com um ferimento no rosto, aqueles pequenos olhos estavam assustados, eles devem ter dito coisas horríveis a ela quando foi sequestrada. Ele conseguiu quebrar a única regra que ainda prevalência no nosso mundo.

Nunca machucar mulheres.

— Isso, é pelo clã Nori.

Quando vi a faca em sua mão, levantei meus braços, um tiro ecoou e uma faca atravessou a garganta daquela podre mulher que não tinha nada a ver com os problemas entre o clã Suzaki e clã Nori.

A guerra entre nós, apenas se intensificou, e o Clã Nori, terá o mesmo destino.

Eu me vingarei.

DOIS ANOS DEPOIS

~~CAPÍTULO 2~~

YASMIM MORAIS

Meus passos são lentos quando minhas sapatilhas atingem o chão limpo da cidade de Guangdon região sul da china, depois de passar pelas cidades de Zhajiang, Jangsu no leste da china. Meu percurso se direcionou para o sul, este ano fará muito frio no norte, não seria uma boa escolha passar minhas férias confinada no quarto do hotel por causa do frio intenso previsto para os próximos dias.

Esfreguei minhas mãos atingidos pelo frio, aquecendo-as com o calor da minha boca, é véspera de natal, claro que a temperatura seria influenciada e o ar frio ficaria mais intenso. Rapidamente, corro para o interior da pequena pousada encantadora, ele é simples, econômico e suficiente para alguns dias de hospedagem, e prático para alguém que recebe um misero salário mínimo.

Meus ossos agradecem quando meus pés atingem a recepção do hotel e o ar quente é acolhedor, odeio frio, odeio frio, odeio frio. Minha mente grita para pegar o primeiro avião e escolher um país quente como destino. Entretanto. Meu vício pelos Dorama não permite. Continuarei aqui, até que não sobre um real na minha conta bancária.

— Boa noite, senhorita.

O recepcionista disse para me sorrindo, ele é um senhor aparentemente dos seus 40anos. Sorrio lembrando-me que ele pode ter mais que isso. Eles cuidam rigorosamente da sua saúde, é claro que ele é mais velho que isso. É de dar inveja sua beleza juvenil.

- Bom dia, senhor, Yasmim Morais.

Apresento-me animada, esta é a minha terceira vila que visito, a meta é visitar o máximo de cidades possíveis antes de voltar ao Brasil para minha rotina laboral. Está cidade é encantadora, ouvi boas coisas sobre ela, há museus e com sorte consigo assistir algum evento tradicional da cidade, sem mencionar as feiras e alguns pontos turísticos insolados.

- Seja muito bem-vinda.

Ele entregou-me as chaves com o número do meu quarto, sorri amável, assenti respeitosamente e segui até a sala principal, subo as escadas em direção ao primeiro piso onde está localizado meu quarto. O quarto é simples, paredes com design florescido, uma cama simples no centro, um sofá, mesinha, guarda-roupa a vista da janela é muito interessante, consigo ver todo o jardim e a entrada principal.

Não é um dos melhores quartos, mas, estou muito satisfeita, é limpo, confortável e suficiente para mim. Minha mala está no pé da cama, abro-a e começo a desfazer a mala guardando tudo no guarda-roupas, assim facilitará meus dias corridos fazendo turismo pela cidade encantadora. Ligo o aquecedor preparando-me para descansar. Foi uma viagem longa, tudo que preciso é uma noite tranquila de sono.

Ao amanhecer, faço um banho rápido, pelo fato de estarmos em um país tradicional, opto por roupas que cobrem todo o meu corpo, assim, não ofendo ninguém sem a intenção de ofender, ouço duas batidas na porta.

— Senhorita Yasmim, trago chá.

Abro a porta do meu quarto e sou recebida pelo cheiro delicioso de chá fresquinho e bolos. Hum, esse cheirinho de casa é delicioso. A atendente deixou a bandeja na mesinha do centro.

— Obrigada.

Agradeço pela gentileza.

Termino de me agasalhar e me seno para me deliciar do chá e bolo, desço para dar uma volta e conhecer a cidade.

— Senhorita, senhorita, não fique até tarde na rua.

— Não ficarei, senhor.

Informo. Saio lentamente caminhando pela vila, as pessoas são muito simpáticas e contagiantes, fui a mercado muito movimento, aproveitei para assistir algumas peças de rua e comer. Estava tão entusiasmada com o passeio que não vi o tempo passar, quando dei por me, estava ficando tarde. Mulheres solteiras não devem permanecer na rua até tarde. Ainda bem que fiz o dever de casa. Meus pés atingiram com força a pousada na qual estou hospedada, meus cabelos estão cobertos de neve, entretanto, nada disso importava. Estou realizando um sonho conhecendo uma das cidades mais importantes do mundo, amanhã visitarei museus, algumas pontes recém-inauguradas.

— Senhorita, chá?

O recepcionista disse, sorrio assentindo para ele educadamente, lentamente ele me guia a sala principal, é uma sala simples, com algumas poltronas modernas e tradicionais, apesar de haver pessoas conversando, eles são muito respeitosos e suas conversas não geram distúrbios ou tumultos. É consideravelmente silenciosa.

Os sons dos pássaros agregam a natureza deste lugar. É tão incrível. Seguindo a tradição deles, eu me sento no travesseiro posto sob o tapete, sem mais, eu me sentei ajoelhada aguardando chá.

— Amanhã haverá um evento na cidade, deve se vestir conforme a tradição senhorita.

Um evento? Sorrio entusiasmada, ele serve um pouco de chá e me entrega.

— O que eu devo vestir?

Pergunto curiosa.

Na minha pequena bagagem, há apenas calças e camisas de mangas compridas. Não trouxe nada de especial para eventos tradicionais da china.

— Vestidos.

Ele responde educadamente, dou um gole no meu chá enquanto penso onde posso comprar o bendito vestido.

— Onde eu compro?

Questionei curiosa.

— Termine de tomar chá, depois eu te explicarei.

— Sim, avô.

Meus dedos seguram a pequena caneca de chá e dou outro gole aquecendo todo meu corpo com sua suavidade, o cheiro de flor é delicioso, seu sabor é ainda mais fabuloso. Em menos de cinco minutos eu não aguentava permanecer nesta posição, meus pés doem horrivelmente por isso optei por cruzar os pés e me sentar mais acomodada.

Depois de beber muitas canecas de chá, eu fiquei em pé, precisava comprar um vestido para o evento tradicional de amanhã. Segurei firmemente a bandeja e levei até a recepção sem me importar com os turistas olhando para me com cara feia.

— Avô, terminei de tomar chá. O senhor agora pode me dizer onde compro os vestidos?

— Ahw.

Ele sorriu recebendo a bandeja. Meus batimentos cardíacos estavam acelerados e entusiasmados, amanhã assistirei meu primeiro evento tradicional. Todos adorariam acompanhar o espetacular evento chinês.

— No pequeno mercado a duas quadras daqui.

— Sim, sim, eu sei onde fica, é bem perto.

— Não demore, as mulheres solteiras não são permitidas andar nas ruas até tarde.

— Sim avô. Obrigada.

Digo.

Saio rapidamente da pousada caminhando descontraída pelas ruas, o mercado fica perto da pousada, nada de anormal deve acontecer nesta pequena cidade, ela é uma comunidade pequena, algumas famílias importantes vivem em terras insoladas, tão fabulosas quanto esta vila.

Suspiro corada ao ver as ruas sendo decoradas com flores e lâmpadas. Aqui é totalmente diferente do Brasil, apesar de sermos um povo caloroso, não desfrutamos desta tranquilidade e segurança ao caminhar nas ruas no nosso dia a dia.

Os valores foram esquecidos enquanto aqui, totalmente conservados, sorrio ao ver algumas bancas e lojas abertas, entro na primeira loja de tecidos que encontro, um homem de meia idade vem me atender.

— Boa noite avô, eu vim comprar vestido tradicional para festa de amanhã.

— Veio na loja certa, vou escolher alguns tecidos para você escolher.

— Sim.

Meus dedos tocam no tecido colocado na mesa, ele é tão lindo e macio, quem será que escolheu este tecido maravilhoso? Ele é um azul claro simples.

— Você gostou desse?

Virei o rosto para encontrar o senhor com tecidos em suas mãos.

— Sim. Ele é lindo.

Ele é espetacular, perfeito para o passeio noturno de amanhã.

— Enquanto procuro pelos vestidos desse tecido, porque não vai comprar acessórios?

Ele sugeriu.

As mulheres não podem ficar nas ruas até altas horas, lembrei. Pego minha carteira e saiu correndo, na entrada da loja eu me esbarro com alguém. Sem olhar, eu peço desculpas rapidamente.

— Eu sinto muito, senhor.

Sorrio virando os olhos para outra direção, rapidamente eu fui para barraca comprar grampos, um mais bonito que o outro, feliz com minhas escolhas, volto para loja do senhor.

— Avô, voltei.

Gritei ao notar que ele não está no balcão.

— Aqui está.

Ele entregou-me vestido embalado.

— Quanto te devo?

Questionei procurando pela minha carteira nos bolsos do meu casaco.

— Já foi pago.

Pago? Como isso é possível?

— Pago? Avô, eu não conheço ninguém nesta cidade, por favor aceite.

Tirei algumas notas e entreguei a ele.

- Já foi pago menina. Guarda isso.

Assenti. Junto minhas mãos e agradeço pela sua gentileza. Seguro a embalagem do meu vestido e saio lentamente, quem poderia ter pago minha conta? Sem resposta, caminhei lentamente de volta para pousada.

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