obrigada a permanecer

— Como prova que eu não estou mentindo. Amanhã, eu quero te levar para conhecer minha casa.

Fiquei boca aberta quando ele terminou de falar, ele quer que eu conheça sua casa? É isso mesmo? O encarei incrédula por longos segundos enquanto eu o observava digerido suas palavras.

— Sua casa?

Gaguejo.

— Sim, minha família. Assim acabam os mal-entendidos entre nós.

— Ono...

Eu não sei o que dizer a ele.

— Amanhã. Depois do café da manhã.

Sem mais, ele afasta-se de me deixando-me ali parada, na entrada da pousada em total estado de choque. Família, ele quer que eu conheça sua família, Ono quer que eu conheça sua família. Lentamente, eu entro na pousada

— Senhorita Yasmim.

Senhor Najo cumprimenta-me assim que entro na recepção da pousada, ele olhou para minhas sacolas e sorriu.

— Como foram as compras?

— Muito bem.

Respondo friamente.

— Eu sinto muito pelo ocorrido, nós prometemos que não voltará acontecer.

— Estou cansada, vou dormir um pouco.

Sorrio para ele antes de seguir meu caminho e ir ao meu quarto, peguei minha pequena mala e iniciei arrumar minhas coisas, não há mais nada a fazer nesta cidade. Amanhã, depois da visita, subirei um ônibus para meu próximo destino.

Quando amanheceu, desci para recepção.

— Bom dia senhor Najo, o que você sabe sobre a família do senhor Ono Suzaki?

— Bom dia, criança. A família do senhor Suzaki Ono, É a família mais respeitada da cidade, é um clã muito poderoso e muito justo com as pessoas.

É? Pelas suas vestimentas não há como negar o dinheiro que ele possui, entretanto, os status que a família tem, estava longe do meu alcance.

— Obrigada.

Sorrio simpática com ele. Depois do café da manhã, Ono veio como prometido, me despeço do senhor Najo antes de seguir Ono até seu carro. Durante todo o percurso foi muito silencioso. Não havia nada a dizer um para o outro além das trocas de olhares e seu telefone que não parava de tocar.

Eu olhei ao redor, estávamos praticamente no meio do nada, as casas estavam distantes de uma da outra em meio as plantações e riachos lindos. O ar deve ser muito puro por aqui, as flores sorriem para nós enquanto o ar gelado paira sobre elas despreocupadamente. É tão lindo. Suspirei, é lindo e encantador.

As portas enormes duplas de aço se abriram, revelando um lindo conjuntos de alas em volta da grande mansão. É como nos filmes. Casas requintadas de madeira no seu exterior. As alas ficam distantes uma da outra dando privacidade a cada morador delas, a mansão principal, está no topo, com colunas banhadas a ouro em formato de letras antigas.

Não é em vão que sua família é muito respeitada. Ele possui uma mansão em estilo chinês antigo. Há um enorme Pavilhão com diversos departamentos, estes cenários só vemos em filmes.

— Gostou?

Ono questionou.

— É requisitada, mansão histórica cuja sua estrutura foi modernizada, ninguém acreditaria se eu dissesse que ainda existe mansões assim no chinês em pleno século 21.

— Porquê não?

Ele parecia surpreso com a minha declaração.

— Estes encantos só existem em filmes, Ono.

Sorrio.

— Vamos conhecer minha mãe.

Assenti, Ono desceu do carro, em alguns segundos a porta do meu lado foi aberta e Ono ergueu sua mão para que eu possa me apoiar nele. Entretanto, eu seguro a porta do carro usando como apoio para descer ignorando completamente a mão dele.

— Senhorita Yasmim, seja muito bem-vinda a casa dos Suzaki, eu sou Suzaki Hiato.

Juntei meus punhos e me reverenciei.

— Muito prazer, Suzaki Hiato.

— Ei irmão, ela conhece nossos costumes.

Ele sorriu dando alguns t***s no ombro do seu irmão, Ono encarou seu irmão e eles trocaram olhares ameaçadores antes de suavizarem os olhares.

— Vamos.

Assenti. Nós atravessamos o pátio, subimos os degraus das escadas e invadimos uma sala confortável, mais a frente estava sentada uma mulher vestidos alguns trajes tradicionais e grampos encantadores.

— Mŭqīn.

Ono a cumprimentou em sua língua natal.

— Ono, Hiato.

Ela assentiu levemente para seus filhos. Eles deram alguns passos lentos aproximando-se dela, sem outra opção, eu fiz o mesmo.

— Mãe, ela é Yasmim.

Ela nem sequer levantou os olhos para olhar-me, apenas disse:

— Por que ela não está vestida apropriadamente?

Apropriadamente? Como assim? Olhei para minha calça jeans clara simples e meu casaco de frio, não há nada de inapropriado comigo.

— Me perdoe mãe, irei pedir aos criados que cuidem disso.

— Ó, venham para jantar comigo.

— Sim.

Eles reverenciaram a sua mãe, lentamente, eles me guiaram para saída da sua ala para o pátio.

— Senhorita Yasmim. Aquela é minha ala, se precisar de alguma coisa.

Ele apontou para ala ao lado da casa principal, eu assenti sorrindo para ele, Hiato tem uma expressão mais alegre, muito diferente do Ono, eles são parecidos e opostos no humor.

— Obrigada Hiato.

— Por aqui.

Ono disse. Segui seus passos até uma bela varanda da entrada da casa principal.

— Ono, eu tenho uma viagem para hoje à noite. Eu não posso ficar aqui.

Ele disse que ia me apresentar a sua família, e assim o fez, não vejo motivos de continuar aqui, tenho que prosseguir com a minha viagem de turismo antes que as minhas férias terminem.

— Não irá recusar um convite da minha mãe?

— Ono, não foi nosso acordo.

Eu disse impaciente.

— O acordo era conhecer minha família, isso significa que terá que permanecer aqui, assim o fará.

— Essa parte de permanecer aqui, não estava no acordo.

— Os Suzaki são muitos hospitaleiros, entre, eu vou te mostrar minha casa.

Revirei os olhos com a sua ousadia.

— Homens e mulheres não permanecem no mesmo espaço Ono. Se eu tenho que ficar aqui até o jantar, nada mais justo que me dar uma ala.

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