perseguição

— De repente ficou pensativa.

— Eu me pergunto, porque um homem ocupado como você, me levaria para um passeio caro.

Acomodei-me na poltrona novamente e servi chá. Por que um homem como ele estaria disposto em me perseguir?

— Apenas estou sendo gentil, povo chinês é prestativo.

Ele respondeu. Brinquei com minha caneca de chá.

— Por quê?

Eu lancei um olhar simpático a ele.

— O que quer dizer?

— Está me perseguindo?

O tempo parou, a mão que estava segurando o copo de whisky parou no ar, Ono Suzaki virou seu rosto lindo para me encarar, erguendo uma sobrancelha, seus lábios balançaram procurando por alguma resposta para minha questão. Porque ele é tão lindo? Queria chupar seus pequenos lábios até ficarem sem cor.

— Yasmim?

— Haaa?

— Você está assistindo filmes demais.

— Ó.. Nĭ...

— Apenas estou sendo gentil com você.

— Gentil? Do nada virou fada padrinho e fica recolhendo os turistas para seu iate?

— Nĭ..

Ono arregalou os olhos erguendo seu corpo desconfortavelmente.

— Bŭ, eu não fico recolhendo os turistas.

— Então, porque estou aqui?

— Você faz muitas perguntas.

Eu faço? Ou ele não está disposto a responder minhas perguntas.

— Desfrute do passeio.

— Oky.

Por alguns longos minutos, Ono permaneceu distantes, seu olhar estava distante, cheio de dúvidas, apesar de não demostrar expressões faciais, é inevitável fugir o vazio do olhar quando estão.. longe, muito longe daqui.

— Você está com frio?

Assenti levemente, estamos no rio, o ar se torna um pouco mais frio que o normal. Nada que eu não suporte enquanto me deslumbro deste maravilhoso passeio e grátis, em alguns dias pegarei um ônibus continuando com a minha viagem.

— O que você está pensando?

O ar mais quente passou sobre meus ombros, quando levantei os olhos encontrei Ono cobrindo meus ombros com um cobertor.

— Em alguns dias eu vou prosseguir com a minha viagem e ir para outra cidade.

— Vai embora?

Porque eu estou sentindo que ele ficou desapontado com a possibilidade de..

— Fique por mais algumas semanas.

Mais? Porque?

— Pense nisso, vamos almoçar.

Assenti, Ono me levou para almoçar em um dos restaurantes chiques da cidade, prosseguiu sendo meu guia turista por mais algumas horas. Depois, ele me levou para pousada.

— Obrigada pelo passeio.

Baixei meu olhar em direção em minhas botas da cor preta, ele proporcionou-me um dia muito, muito agradável, apesar dele não responder nem a metade das minhas questões. Foi um guia turista amável. ohw? Porque estou tendo esses pensamentos? Ele foi muito bom comigo, cuidou de me quando fiquei bêbada e me protegeu de tudo mal que pode acontecer.

— Foi um dia muito agradável.

Continuei. Ono sorriu fitando-me, ele tem muitas mudanças de temperamento em tão pouco tempo.

— Eu posso te ver amanhã?

Amanhã?

— No mercado?

Ó, pelo menos é um lugar público, não ficaríamos sozinhos como fizemos hoje. Assenti para ele, eu disse;

— Sim, as 16H tudo bem?

Seus pequenos olhos ficaram enormes e Ono abriu um sorriso, ele tem um sorriso maravilhoso. Eu queria poder tocar, tocar suas bochechas rosadas nesse seu rosto pálido.

— Sim.

Ele respondeu.

— Bye bye

Eu me despedi dele com um leve aceno.

— Bye.

Dei alguns passos lentos, em seguida virei, Ono estava parado na mesma posição que o deixei, suas mãos dentro dos seus bolsos seus ombros relaxados sob a porta do carro. Dei um leve aceno novamente para ele e corri para o interior da pousada. Quando amanheceu, continuei fazendo turismo pela cidade visitando alguns locais importantes, ao voltar, tomei um banho rápido e troquei de roupas.

Atravessei a recepção rapidamente pois, eu estava 10minutos atrasada para o encontro, seguindo a rua principal, caminhei apressadamente por duas quadras antes de frear os pés e sorrir ao ver Ono parado no portão principal do mercado.

— Ono Suzaki, desculpa pelo atraso.

Sorri, Ono segurou minha mão, senti seus lábios beijarem minha pele pela primeira vez e todo o meu corpo ficou arrepiado, rapidamente retirei minha mão das suas garras. Ele sorriu descaradamente.

— Comprei bolos para você.

Ele ergueu sua mão e me entregou uma sacolinha de bolinhos.

— Obrigada.

Dei pequenos passos afastando-me dele, quando ele me puxou abruptamente para seu peito. Seus dedos tocaram delicadamente meu rosto, fechei os olhos sentindo seu toque poderoso, ele é suave. Sua mão é suave, seu perfume é suave, delicado masculino, entretanto delicado com seu toque especial.

— Eu reservei uma mesa para nós.

Uma mesa? Do que ele está falando?

Ono levou seus lábios para minha orelha.

— Nós vamos jantar.

Ó. Jantar, claro.

Ele não precisava se insinuar desse jeito para mim, só para dizer que vamos jantar, isso não faz muito sentido, ele é muito, muito, lindo quando sorri.

— Oky.

Respondo, ele sorriu, eu sorrio.

— Eu vi alguns tecidos que ficariam lindos em você.

Eu me afastei quando algumas pessoas aproximaram para entrar no mercado, é inapropriado este tipo de aproximação não sendo casados.

— Vamos.

Nós caminhamos lentamente pelo mercado, Ono levou-me para comprar alguns vestidos que supostamente ficariam bem em mim, não há como negar, eles são maravilhosos. Ono tem muito bom gosto. Depois das compras, ele me levou para jantar.

— Quanto tempo continuará na cidade?

Ono questionou enquanto caminhávamos em direção a pousada, as ruas estão muito silenciosas hoje, incomparável com outros dias.

— Em 4dias no máximo.

Respondo-o calmamente.

— Não vá.

Freio meus pés.

— Fique por mais dias.

Mais alguns dias? Não há motivo que me faça permanecer nesta cidade, todos os locais importantes foram riscados. Não sobrou nada, além das lembranças maravilhosas que eu memorizei.

— Não nada que me prende aqui...

Suspiro drasticamente.

Uma mão passa em volta da minha cintura, sinto levemente meus pés sendo levantados quando seus lábios atingiram os meus. Eles são tão macios, quentes e.. meu peito formiga, minhas mãos ficam soadas, meus batimentos frenéticos aceleram e tudo o que eu quero é estar assim em seus braços enormes.

Ono pousou sua mão na minha nuca enquanto seus lábios me devoravam. Não. Isso é errado. Com as duas mãos eu o empurrei suavemente afastando-o de perto de mim.

— Yasmim..

Ergui uma mão o impedindo de se aproximar.

— Não tente me confundir.

— Não estou..

Ele tentou dar um passo para frente quando levantei a mão novamente o impedindo de continuar. Eu tenho noção que sou uma estrangeira, muito diferente da sua cultura, entretanto, não estou aqui para prazeres carnais. Eu não sou essas mulheres que ele está acostumado.

Dei um passo para trás antes de balançar a cabeça negativamente e em seguida mostrei-lhe as costas, assim, entrando na pousada sem me despedir dele. Talvez eu apresse minha ida. Talvez seja melhor assim.

— Ono está acostumado a brincar com mulheres, especialmente as estrangeiras.

Freei meus pés bruscamente, dissipando todos os pensamentos confusos que tinha a pouco depois de me afastar do Ono Suzaki. Quem é essa mulher? Meus olhos observam sua estrutura magra, pele branca pálida e abatida. O que aconteceu com ela?

— Porque está dizendo isso?

— É a verdade, você desaparecerá como tantas outras mulheres que desapareceram ao conhecer Ono.

O quê?

Quando eu ia perguntar quem ela é, aquela mulher saí correndo desaparecendo pelo corredor, rapidamente ordeno que os meus pés colaborem comigo e corram o mais rápido que podem, entretanto ela sumiu.

— Criança.

O avô-tio encarou-me cima a baixo estranhando todos os meus movimentos.

— Criança tudo bem?

Ele deve imaginar que eu estou começando a ficar louca, aquela mulher, seu rosto pálido engolido pelas energias negativas, ela, ela precisa de ajuda. Dei alguns passos para o balcão de atendimento da recepção, ele não mentiria para mim. Suponhamos que não, tudo o que aquela mulher disse sobre Suzaki Ono seja verdade, eu beijei um sumidor de mulheres estrangeiras. Ohw meu Deus que perigo.

— Zŭmŭ, eu tenho uma pergunta, e peço que me responda com sinceridade.

Bati meus dedos na madeira do balcão enquanto minha mente tenta digerir a informação recebida a pouco.

— Oky.

— Quantas mulheres que cruzaram o caminho de Ono Suzaki e desapareceram?

Ele fechou a cara imediatamente e deu-me as costas, mau, isso é mau.

— Não cave uma história que não é sua criança.

É verdade seus olhos não mentem, o que disse aquela mulher é mais que a verdade. Eu assenti para ele e subo lentamente em direção ao meu quarto.

— Senhorita Yasmim?

Desperto ouvindo duas batidas na minha porta, que horas são? Passei a noite toda em claro pensando em inúmeras possibilidades de questionar a Ono sobre as mulheres desaparecidas. Ele teve uma oportunidade na capital de sumir comigo e não o fez, porquê? Não. Não. Pare com isso Yasmim. Fico em pé espreguiçadamente, lentamente atravesso a pequena sala e alcanço a porta do meu quarto.

Abro-a.

— Boa tarde senhorita Yasmim. Senhor Ono deseja vê-la.

Haaa?

Ela sorri simpática.

— Peça para aguardar na sala principal.

Ela assentiu, fechei a porta em seguida respirei profundamente, o que eu faço? O que eu faço, o que eu faço? Tomei um banho rápido e vesti algo quente, saio do meu quarto em direção a sala principal.

— Senhor Ono.

Ele franziu o cenho enquanto fitava-me cima a baixo.

— Tudo bem?

Ele deu um passo em minha direção e eu dei um para trás, não, enquanto minha cabeça estiver coberta de nevoeiros eu não quero sua proximidade. Passei por ele e fui me sentar no travesseiro, segundos seguidos Ono permaneceu em pé estranhando minha atitude fria.

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