Capítulo 3
Cidade B ficava a apenas uma hora e meia de Cidade A de carro.

Disfarçada, Eliana chegou à Mansão Mason no horário combinado.

Sob o pretexto de tratar uma doença, ela aproveitou o momento em que ninguém estava por perto e hipnotizou Axel Mason, o chefe da família Mason.

Infelizmente, ela não conseguiu arrancar nenhuma informação útil dele.

Sem ter alcançado o objetivo, Eliana caminhava de cabeça baixa, perdida em pensamentos, até que sentiu uma dor repentina na testa.

— Descul... — A palavra ficou presa na garganta quando ela levantou os olhos e viu o rosto de quem havia esbarrado nela.

Jacob? O que ele estava fazendo ali? Que ironia do destino!

Em questão de segundos, Eliana desviou o olhar e, com o rosto impassível, virou-se e saiu.

Jacob ficou intrigado. A princípio, ela parecia que iria se desculpar, mas, ao vê-lo, mudou completamente de atitude. Aquele olhar... Tinha algo de ressentido, como se fossem inimigos.

Ele se virou, observando a direção na qual ela caminhava, e ficou surpreso.

Aquele jeito de andar... Se parecia muito com Eliana.

— Sr. Jacob, perdoe-me por não tê-lo recepcionado adequadamente... — A voz do mordomo Jose interrompeu seus pensamentos. Quando Jacob olhou novamente, a mulher já havia desaparecido.

Seguindo o mordomo, ele finalmente encontrou Axel. O patriarca estava com a pele rosada, aparentemente recuperado da doença.

Sem rodeios, Jacob explicou o motivo de sua visita.

Mas Axel disse que a médica já havia ido embora, e que, na verdade, tinham saído praticamente ao mesmo tempo.

Aquela mulher, cheia de sardas... Seria ela a renomada médica Luna?

Mesmo sabendo que seria tarde demais para tentar alcançá-la, Jacob se despediu de Axel e saiu apressado.

Para sua surpresa, a mulher ainda não havia partido. Ele caminhou rápido até o carro que ela acabara de ligar.

— Espere um... — Antes que pudesse terminar a frase, o ronco do motor abafou sua voz.

— Droga! — Jacob estava praticamente certo de que ela tinha algo contra ele.

Sem perder tempo, ele entrou no carro e começou a persegui-la.

No volante do Maserati vermelho, Eliana franziu as sobrancelhas ao ver o Hummer preto se aproximando no espelho retrovisor.

Jacob havia a reconhecido?

Impossível. Seu disfarce era tão bom que nem seus próprios pais, se estivessem vivos, conseguiriam reconhecê-la, quanto mais Jacob, que em três anos de casamento nunca realmente a olhou de perto.

Provavelmente ele estava apenas incomodado pelo fato de que ela não havia se desculpado.

Com um sorriso frio, Eliana apertou o acelerador.

— Você me deve muito mais do que eu te devo!

O Maserati vermelho cortava o vento como um raio.

— Interessante. — Jacob apertou os olhos e acelerou também.

Os dois carros, um vermelho e um preto, serpenteavam pelas estradas sinuosas da montanha, como duas cobras gigantes em uma perseguição feroz.

No começo, Jacob estava confiante em suas habilidades de direção. Afinal, ele era um homem bem treinado, não poderia perder para uma mulher.

Mas, na última curva, a mulher fez uma manobra brusca, virando o carro diretamente contra o dele.

Ele girou o volante para a direita, evitando a colisão por um triz, mas acabou batendo em uma rocha. Embora não estivesse gravemente ferido, o impacto fez o carro apagar.

Através do para-brisa, seus olhos encontraram os dela. Ela sorria, triunfante, e fez um gesto de "polegar para baixo", zombando dele descaradamente.

Então, com a mesma arrogância, ela começou a recuar o carro, desaparecendo rapidamente da vista.

— Luna...

Essa mulher... Sabia curar, corria como uma profissional, e, embora não fosse bonita, suas habilidades eram impressionantes.

Mas por que ela nutria tanta hostilidade contra ele?

De volta ao escritório, a primeira coisa que Jacob fez foi pedir a Thomas para investigar Luna a fundo.

— Quero todos os detalhes possíveis.

Ele precisava entender o que havia feito para deixá-la tão irritada.

Meia hora depois, Thomas voltou com uma expressão desanimada.

— Sr. Jacob, todas as informações sobre Luna estão protegidas por uma senha complexa. Já tentamos com vários técnicos, mas ninguém conseguiu acessar os dados.

— O quê? Me passe o site!

...

— Elia, estão te rastreando! — Andrew entrou na sala, segurando o laptop, onde Eliana estava deitada no sofá assistindo a uma série. — Começou há meia hora. Eles já tentaram vários hackers, e o último é bom. Estou tendo dificuldades para segurá-lo.

— É mesmo? — Os olhos de Eliana brilharam com determinação enquanto ela se levantava. — Deixa comigo!

Sentada à mesa, seus dedos voavam pelo teclado. Códigos apareciam rapidamente na tela, como se estivessem dançando.

Em pouco mais de dez minutos, ela terminou o que estava fazendo, fechou o laptop e se espreguiçou.

— Vamos comer. — Disse ela, jogando o computador de lado.

Enquanto isso, do outro lado da conexão, Jacob quase jogou o próprio laptop pela janela quando uma palavra em código apareceu na tela:

LOSER!

Olhando fixamente para a palavra insultante que piscava na tela, Thomas não ousava sequer respirar. A tensão no ar era palpável.

Jacob era um dos melhores hackers de Cidade A, talvez até do mundo. Como ele pôde perder?

Vendo o semblante carregado do chefe, Thomas ponderou se deveria dizer algo para aliviar a tensão.

— Sr. Jacob, talvez ela não saiba que era o senhor, então o insulto não foi dirigido pessoalmente...

— Saia!

— Sim, senhor!

— Espere. — Jacob o chamou antes que ele saísse. — Entre em contato com ela pelos dados fornecidos pela família Mason. Ofereça cinquenta milhões pela consulta.

Apesar de todas as provocações, o objetivo era curar Pola. Quanto ao resto...

Nos olhos escuros de Jacob, uma sombra de astúcia brilhou por um instante.

...

Estavam acabando de servir a comida quando o celular de Andrew tocou. O número era desconhecido.

Eliana olhou para ele e acenou com a cabeça, permitindo que ele atendesse. Andrew colocou a ligação no viva-voz.

— Estou falando com a Dra. Luna?

A voz de Thomas! Eliana parou de pegar a comida.

Então era isso. Jacob não ia descansar até que ela se desculpasse.

Claro, o orgulhoso Jacob não estava acostumado a ser desafiado, e agora que ela o havia provocado várias vezes, ele não poderia simplesmente deixar passar.

Sem paciência para lidar com aquilo, Eliana fez sinal para que Andrew desligasse.

— Desculpe, não sou eu.

Andrew estava prestes a encerrar a chamada, mas Thomas se apressou:

— Espere! Temos um paciente que precisa urgentemente da ajuda da Dra. Luna. Estamos dispostos a pagar cinquenta milhões pela consulta!

Eliana finalmente entendeu. Então esse era o verdadeiro motivo pelo qual Jacob estava atrás dela?

Ele realmente não estava na família Mason por acaso?

Para Jacob estar oferecendo uma quantia tão alta, o paciente devia ser importante.

Preocupada que fosse a avó de Jacob, que sempre a tratara bem, Eliana fez sinal para que Andrew perguntasse quem era o paciente.

— Se puderem enviar informações básicas sobre o paciente, analisaremos. — Disse Andrew.

Thomas ficou entusiasmado.

— Claro! Vou enviar agora mesmo.

Pouco depois, Thomas mandou todas as informações. Quando Eliana viu que o paciente era Pola, jogou o celular para Andrew.

— Diga a eles que não trabalho por dinheiro, mas pela conexão. E com essa paciente, eu não tenho nenhuma!

Andrew ficou confuso. Desde quando ela tinha essa "regra"?

Embora notasse algo estranho na expressão de Eliana, ele não questionou e transmitiu a mensagem.

Quando Thomas informou Jacob, o homem franziu a testa, mas logo uma ideia lhe ocorreu.

— Dobre a oferta para cem milhões!

Ele não acreditava que ela recusaria uma quantia tão alta.

Eliana riu friamente.

— Cem milhões, é?

Ela queria ver até onde Jacob estava disposto a ir por Pola.

Com os olhos brilhando de malícia, disse:

— Diga a ele que aceito. Mas o preço é um bilhão. Nem um centavo a menos!
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