Capítulo 4
— Um bilhão? — Jacob não hesitou nem por um segundo. — Fechado!

Três anos atrás, ele havia sido envenenado em uma armadilha. Uma mulher, mesmo gravemente ferida, havia salvado sua vida.

Após uma noite intensa, ao acordar, a mulher havia desaparecido sem deixar rastros.

A escuridão daquela noite impediu Jacob de ver seu rosto, mas ele se lembrava de um perfume peculiar que exalava dela, algo que parecia com ervas medicinais.

Ele mandou investigar, e a busca o levou até Pola Francis, filha da família Francis.

Pola sempre fora frágil e doente, vivendo à base de remédios herbais.

De acordo com o próprio relato de Pola, no dia em que ele foi atacado, ela havia sido sequestrada. Enquanto tentava escapar, encontrou Jacob e, apesar de suas feridas, colocou sua própria vida em risco para salvá-lo, entregando-lhe até sua virgindade.

Naquela época, ela tinha apenas dezoito anos.

Pola havia lhe salvado a vida, e ele lhe prometeu casamento. Mesmo com a desaprovação de sua avó, Jacob estava determinado a não se casar com outra mulher. Entretanto, tudo mudou quando uma desconhecida chamada Eliana apareceu em sua vida.

Eliana encenou uma situação heroica para ganhar o favor de sua avó, manipulando-a até que ela forçasse Jacob a se casar com ela.

Depois de alcançar seu objetivo, Eliana passou a ver Pola como uma inimiga, criando conflitos constantes. Recentemente, ela havia até sequestrado Pola e a envenenado...

Para Jacob, não importava o preço. Ele pagaria até mais de dez bilhões se Luna aceitasse ajudar, pois sua dívida com Pola era imensa.

...

Assim que recebeu a resposta, Andrew foi direto contar a Eliana:

— Elia, eles aceitaram.

Eliana não pôde deixar de sentir algo. Afinal, ela havia amado aquele homem por tantos anos. Ela se perguntou: se fosse ela quem estivesse envenenada, será que ele faria o mesmo?

Não, claro que não! Jacob provavelmente desejava que ela morresse o mais rápido possível, para que ninguém mais atrapalhasse sua união com Pola.

Eliana apertou os punhos, tentando sufocar a dor que sentia no peito.

— Fechado!

Um bilhão... Se ele era tão ingênuo e estava disposto a pagar, por que não aceitar?

No entanto, quem teria envenenado Pola? Qual seria o motivo?

E o sequestro anterior? Eliana já havia investigado por um tempo, mas ainda não tinha respostas.

Havia algo de muito suspeito conectando esses eventos.

Ela precisaria ir ao hospital naquela mesma noite para examinar Pola e descobrir que tipo de veneno tinha sido usado. Só assim poderia seguir as pistas.

...

Na calada da noite, Eliana, disfarçada com o uniforme de enfermeira que Andrew havia preparado, entrou discretamente no quarto de Pola.

A mulher na cama estava pálida, com a respiração fraca. Sem dúvida, Jacob estava desolado.

Diziam que Pola havia salvo a vida de Jacob, e por isso ele a guardava no coração.

Na verdade, a história delas não era tão diferente. Foi naquela noite, quando Eliana o salvou, que ela se apaixonou por ele.

Pensar no passado fez com que Eliana soltasse um sorriso amargo.

Ela havia feito de tudo para se casar com ele, acreditando que ele era solteiro.

Afinal, os rumores diziam que Jacob não se interessava por mulheres, dedicando-se inteiramente ao trabalho. Até sua avó, que o havia criado, suspeitava que ele fosse gay!

Foi só depois do casamento que Eliana descobriu que ele já amava alguém — Pola. Mas, como a avó de Jacob desprezava a jovem, Pola nunca havia sido mencionada.

Três anos atrás, enquanto Eliana manipulava a avó de Jacob, ela também estava sendo manipulada pela velha senhora.

Lembrar-se da astúcia da avó de Jacob fez Eliana soltar uma risada baixa.

— Os mais velhos realmente são os mais sábios.

Sem perder mais tempo, Eliana se aproximou de Pola e tocou seu pulso para verificar o estado.

Suas sobrancelhas se franziram imediatamente. Aquele padrão de pulso... Parecia...

Os olhos de Eliana se estreitaram. Rapidamente, ela pegou uma seringa a vácuo do bolso. Preparando-se para coletar sangue de uma veia no braço esquerdo de Pola, foi surpreendida ao ter o pulso agarrado com força.

Pola usou o pouco de energia que tinha para segurar o braço de Eliana.

— Quem te mandou? — Pola perguntou, ofegante.

Os funcionários que entravam e saíam daquele quarto eram todos conhecidos por ela. Bastou uma olhada para perceber que a mulher à sua frente não era uma enfermeira regular.

O despertar de Pola não abalou Eliana. Com um movimento brusco, ela se soltou e voltou a preparar a seringa.

Vendo a agulha prestes a perfurar sua pele, Pola reagiu impulsivamente, empurrando Eliana e tentando se sentar para alcançar o botão de emergência.

No entanto, antes que pudesse pressionar o botão, seu braço foi imobilizado contra a parede.

Mesmo com metade do rosto coberto pela máscara, o brilho frio nos olhos de Eliana era como o fio de uma lâmina.

Desesperada, Pola sussurrou:

— Eu sou a mulher que Jacob mais ama! Se você me machucar, ele nunca vai te perdoar...

Eliana respondeu com um tapa forte no rosto de Pola, segurando o queixo da mulher com firmeza.

— Se não quiser morrer, fique quieta!

O rosto de Pola ardia de dor, e o aperto no queixo a fez sentir como se seus ossos fossem quebrar. Mas, ao perceber que a mulher não estava ali para matá-la, o medo que sentia diminuiu um pouco, e ela parou de resistir.

Quando Pola finalmente ficou quieta, Eliana a soltou e completou a coleta de sangue. Tirou a agulha e saiu sem sequer se preocupar com o sangue que escorria do braço de Pola.

Mas Pola não ia deixar barato. Assim que Eliana saiu, ela apertou o botão de emergência.

— Alguém tentou me matar... — Pola mal começou a gritar quando sentiu uma mão apertar sua garganta.

Eliana se moveu tão rápido que Pola ficou paralisada de medo.

— Eu não pretendia te matar... — Eliana murmurou, apertando ainda mais os dedos ao redor do pescoço de Pola. — Mas, se você quer tanto morrer, eu posso te fazer esse favor.

Eliana não estava blefando. Ela realmente estava disposta a acabar com a vida de Pola naquele momento.

Pola sempre fora uma pessoa manipuladora e venenosa. Nos últimos três anos, ela tramou várias armadilhas para Eliana.

Eliana havia suportado tudo isso por um único motivo: Pola era o grande amor de Jacob.

Mas agora, Eliana não se importava mais.

Além disso, Pola lhe devia uma. Naquele sequestro anterior, se não fosse por Eliana, Pola não teria sobrevivido tempo suficiente para ser resgatada por Jacob.

O rosto de Pola ficou vermelho, e as veias em sua testa saltaram à medida que o ar se esvaía de seus pulmões.

Os olhos de Eliana brilharam com uma intenção assassina. Só mais um pouco de força, e Pola estaria morta.

De repente, Eliana ouviu passos se aproximando. Para a maioria das pessoas, o som seria inaudível, mas seus sentidos aguçados captaram cada detalhe.

Era Jacob.

Eliana se odiava por conhecer tão bem cada nuance dos passos dele.

Os passos ficavam mais próximos, e os olhos de Eliana brilharam de frieza. Com um golpe preciso, ela desferiu um golpe na cabeça de Pola, fazendo-a desmaiar.

Pola ainda valia um bilhão. Não valia a pena perder tanto dinheiro por uma simples questão de orgulho.

Com um último olhar, Eliana abriu a porta da varanda e se escondeu no banheiro.

No instante seguinte, a porta do quarto se abriu.

Jacob entrou, seus olhos imediatamente pousando na porta da varanda, que estava aberta. Ele franziu as sobrancelhas e ordenou a Thomas, que o acompanhava:

— Feche a porta da varanda...

Antes que pudesse terminar a frase, um grito o interrompeu.

— Ahhh...

Pola, que acreditava estar à beira da morte, abriu os olhos de repente, com o olhar fixo no teto, ofegando em pânico.

— Te acordei? Desculpe, esses dias têm sido corridos. Não consegui vir te ver. Como está se sentindo? — Jacob perguntou, aproximando-se da cama e percebendo que algo estava errado com seu olhar. — Teve um pesadelo?

Quando Pola viu que era Jacob, ela se jogou em seus braços, mostrando as marcas de dedos em seu pescoço e os furos da agulha em seu braço:

— Agora há pouco, uma mulher disfarçada de enfermeira entrou aqui, tirou meu sangue e tentou me matar!
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