O olhar afiado do homem voltou-se novamente para a varanda, e ele deu um sinal discreto para Thomas.Thomas deu uma volta rápida pelo quarto e voltou:— Senhor, não tem ninguém!— Chame o médico. — Ordenou Jacob, com os olhos frios. — E avise à administração do hospital. Quero todos os acessos bloqueados. Ninguém entra, ninguém sai!— Sim, senhor!Depois de examinada pelos médicos, foi confirmado que apenas havia retirado seu sangue, sem outros danos. Só então Pola conseguiu relaxar um pouco.Mesmo assim, ela estava preocupada. Com sua saúde em estado tão delicado, como não sentir medo? Mas o que a deixava confusa era o motivo de alguém se dar ao trabalho de roubar seu sangue.De repente, seus olhos brilharam com uma ideia, e as lágrimas começaram a escorrer em abundância.— Jacob, Eu... Eu não queria dizer nada, mas ela está passando dos limites. — Disse Pola, enxugando o rosto com as mãos.Ela viu naquela situação a oportunidade perfeita para difamar Eliana e, obviamente, não deixari
Quando o homem virou a mulher de frente para si e viu o rosto dela, sua expressão imediatamente ficou sombria.A mulher tinha uma silhueta muito parecida com a de Eliana, mas o rosto era completamente diferente.Uma aparência bem comum, que não chegava nem perto da beleza estonteante de Eliana.Ao perceber que, no fundo, estava comparando a mulher com Eliana e achando essa última mais bonita, o semblante de Jacob escureceu ainda mais.— Uau, gatão, sua abordagem é bem diferente, hein? Adorei! — Disse a mulher, inclinando-se para Jacob com um sorriso malicioso. — Eu moro aqui do lado... Que tal a gente...— Me enganei de pessoa.Jacob deu um passo para trás, e a mulher quase perdeu o equilíbrio. Mas, em vez de se irritar, ela se aproximou novamente, insistente:— Ah, para com isso, não precisa ser tímido... Qual é o problema?Com um olhar gélido, Jacob lançou um aviso silencioso para Thomas, que rapidamente interveio para afastar a mulher.Quando os dois finalmente entraram no carro e s
Assim que Jacob entrou no quarto do hospital, Pola se jogou em seus braços, como uma serpente que se enrola ao redor da presa. Ela se contorcia em seu peito, gemendo:— Jacob, eu tô mal... Tô muito mal...— Onde você está sentindo dor? — Jacob tentou empurrá-la, mas em vez de soltá-la, ela o apertou ainda mais.— Eu tô mal em todo lugar... — Pola agarrou a mão de Jacob e a colocou sobre seu peito. — Especialmente aqui... Parece que tem um monte de formigas andando por dentro... Tá coçando e doendo ao mesmo tempo... Jacob, me ajuda... Me salva!Era evidente que algo estava errado com ela.— Vou chamar um médico. — Disse ele, prestes a se afastar.— Não! Eu não quero médico, eu quero você! — Pola, agora mais desesperada, se agarrou a ele como uma trepadeira, suas mãos inquietas já desabotoando sua camisa. — Jacob, por favor... Me ajuda, eu tô morrendo... Você precisa me salvar... Se você não me ajudar, eu vou morrer!Vendo que os botões da camisa estavam prestes a ser arrancados, Jacob s
Quando Jacob estava prestes a tirar a máscara de Eliana, ela rapidamente puxou uma agulha da cintura e a cravou diretamente na palma da mão dele.— Ah! — Um grito de dor escapou dos lábios de Jacob, que instintivamente recuou a mão. Eliana aproveitou a oportunidade e pulou da varanda.Mesmo caindo do 11º andar, ela aterrissou com precisão e leveza no chão. Jacob observou a cena, um brilho de admiração misturado com algo sombrio passando por seus olhos.Ele então tirou o celular do bolso e abriu uma aplicação. Na tela, um pequeno ponto vermelho piscava, marcando a localização.Na verdade, Jacob já havia percebido, desde o início, que havia alguém além dele e Pola no quarto. Quando Pola começou a tirar a roupa, ele notou um ruído vindo do armário. O som foi sutil e rápido, mas o suficiente para que ele soubesse que havia mais alguém ali.Todo o seu movimento de sair do quarto tinha sido uma armadilha, destinada a fazer o intruso se revelar.Enquanto observava o ponto vermelho no rastread
Convites comuns, Jacob quase nunca fazia questão de comparecer pessoalmente, mas um convite da família Morris exigia um certo respeito.Assim que passou pelos portões da mansão, ele avistou uma figura que lhe parecia muito com Eliana.Sem pensar duas vezes, começou a segui-la, mas a mulher tinha os sentidos aguçados e, em pouco tempo, ele a perdeu de vista.Isso não parecia ser algo típico de Eliana. Aquela mulher não era tão esperta assim, muitas vezes, até um pouco distraída.Será que ele se enganou de novo?Eliana era uma órfã sem pai nem mãe, como ela poderia ter alguma ligação com a família Morris? Além disso, a mulher que ele viu parecia extremamente familiarizada com a Mansão Morris.Jacob balançou a cabeça. Devia ter se confundido outra vez, assim como naquele dia no aeroporto.Quantas vezes ele já tinha avistado mulheres com a mesma silhueta de Eliana? Até mesmo Luna, por um momento, o fez pensar na ex-esposa. Ou será que, vistas de costas, todas as mulheres pareciam iguais?D
Borboleta Azul era um resort em estilo pátio, oferecendo uma combinação de gastronomia, lazer e entretenimento.O tratamento estava marcado para segunda-feira, mas Eliana foi até lá um dia antes para fazer os preparativos.Na verdade, um simples telefonema teria resolvido tudo, mas ela tinha uma razão especial para ir pessoalmente: havia alguém ali que ela queria ver e que também desejava vê-la.Assim que entrou no saguão, Eliana acenou para um jovem garçom.— Reserve o camarote principal.— Desculpe, mas o camarote principal não pode ser reservado.Eliana, fingindo surpresa, perguntou:— Por quê?O garçom explicou:— Esse camarote é exclusivo para um cliente muito importante do nosso dono. Desde a inauguração, nunca foi reservado para mais ninguém. Se você quiser outro camarote, temos várias opções.Eliana arqueou as sobrancelhas.— Mas eu gosto do camarote principal.O garçom, com um sorriso simpático, sugeriu:— Se estiver com dúvidas sobre qual escolher, posso te ajudar a seleciona
— Cunhada? — Leyla esfregou os olhos, surpresa. — É você mesmo!Foi pega de surpresa, sem tempo para se esconder.Nos olhos de Eliana, passou um leve brilho de contrariedade. Achava que, estando no território de Fernand, não precisaria disfarçar, mas, por um capricho do destino, encontrou justo a ex-cunhada.A relação com os irmãos Perry sempre a deixava sem palavras.Respirando fundo, Eliana forçou um sorriso discreto:— Leyla, que coincidência.— Pois é, que coincidência! — Leyla correu até Eliana e agarrou sua mão com força. — Cunhada, eu estava te procurando há dias! Não acredito que te encontrei justo aqui.Leyla mal podia conter a empolgação. Encontrar Eliana a deixou eufórica e aliviada ao mesmo tempo.Ela estava naquele restaurante porque uma amiga a tinha convidado para sair, tentando animá-la após dias de mau humor. Como poderia estar de bom humor, com a cunhada desaparecida? Nem os exames ela conseguiu fazer direito. No entanto, foi praticamente arrastada pela amiga para aqu
Vendo a jarra de café voando em sua direção, os olhos de Jacob escureceram.Desviar não seria difícil para ele, mas em um reflexo, ele empurrou Leyla para o lado, perdendo o momento certo para evitar o contato.Leyla, jogada para o lado, gritou desesperada:— Irmão...Fernanda, com uma expressão de falsa culpa, estava, na verdade, cheia de expectativa. O café estava fervendo, e o rosto de Jacob estava prestes a ser destruído naquele momento.Se ela não soubesse que Elia ainda podia ter algum sentimento por aquele canalha, Fernanda teria acabado com ele de uma vez. Sua vida também já teria chegado ao fim.No entanto, quando todos, inclusive o próprio Jacob, achavam que ele estava prestes a se machucar, uma mão fina e ágil segurou a jarra no último segundo, salvando-o do pior.Jacob olhou para a mulher que o havia protegido.Era a mesma mulher que ele havia confundido com Eliana no aeroporto!Disfarçada, Eliana sorriu para ele, mostrando os dentes:— Que coincidência, bonitão, nos encont