Borboleta Azul era um resort em estilo pátio, oferecendo uma combinação de gastronomia, lazer e entretenimento.O tratamento estava marcado para segunda-feira, mas Eliana foi até lá um dia antes para fazer os preparativos.Na verdade, um simples telefonema teria resolvido tudo, mas ela tinha uma razão especial para ir pessoalmente: havia alguém ali que ela queria ver e que também desejava vê-la.Assim que entrou no saguão, Eliana acenou para um jovem garçom.— Reserve o camarote principal.— Desculpe, mas o camarote principal não pode ser reservado.Eliana, fingindo surpresa, perguntou:— Por quê?O garçom explicou:— Esse camarote é exclusivo para um cliente muito importante do nosso dono. Desde a inauguração, nunca foi reservado para mais ninguém. Se você quiser outro camarote, temos várias opções.Eliana arqueou as sobrancelhas.— Mas eu gosto do camarote principal.O garçom, com um sorriso simpático, sugeriu:— Se estiver com dúvidas sobre qual escolher, posso te ajudar a seleciona
— Cunhada? — Leyla esfregou os olhos, surpresa. — É você mesmo!Foi pega de surpresa, sem tempo para se esconder.Nos olhos de Eliana, passou um leve brilho de contrariedade. Achava que, estando no território de Fernand, não precisaria disfarçar, mas, por um capricho do destino, encontrou justo a ex-cunhada.A relação com os irmãos Perry sempre a deixava sem palavras.Respirando fundo, Eliana forçou um sorriso discreto:— Leyla, que coincidência.— Pois é, que coincidência! — Leyla correu até Eliana e agarrou sua mão com força. — Cunhada, eu estava te procurando há dias! Não acredito que te encontrei justo aqui.Leyla mal podia conter a empolgação. Encontrar Eliana a deixou eufórica e aliviada ao mesmo tempo.Ela estava naquele restaurante porque uma amiga a tinha convidado para sair, tentando animá-la após dias de mau humor. Como poderia estar de bom humor, com a cunhada desaparecida? Nem os exames ela conseguiu fazer direito. No entanto, foi praticamente arrastada pela amiga para aqu
Vendo a jarra de café voando em sua direção, os olhos de Jacob escureceram.Desviar não seria difícil para ele, mas em um reflexo, ele empurrou Leyla para o lado, perdendo o momento certo para evitar o contato.Leyla, jogada para o lado, gritou desesperada:— Irmão...Fernanda, com uma expressão de falsa culpa, estava, na verdade, cheia de expectativa. O café estava fervendo, e o rosto de Jacob estava prestes a ser destruído naquele momento.Se ela não soubesse que Elia ainda podia ter algum sentimento por aquele canalha, Fernanda teria acabado com ele de uma vez. Sua vida também já teria chegado ao fim.No entanto, quando todos, inclusive o próprio Jacob, achavam que ele estava prestes a se machucar, uma mão fina e ágil segurou a jarra no último segundo, salvando-o do pior.Jacob olhou para a mulher que o havia protegido.Era a mesma mulher que ele havia confundido com Eliana no aeroporto!Disfarçada, Eliana sorriu para ele, mostrando os dentes:— Que coincidência, bonitão, nos encont
Eliana disfarçava bem suas emoções, mas assim que voltou para casa, Andrew percebeu que algo estava errado. Preocupado, ligou discretamente para Fernanda e soube que era por causa de Jacob. Aquilo fez com que Andrew também sentisse uma vontade súbita de dar um fim no ex-marido.Esse canalha só atrapalha a vida dela.Claro que matar Jacob não seria fácil, então ele decidiu fazer o que estava ao seu alcance: melhorar o humor de Eliana.Na hora do almoço, Andrew preparou uma refeição deliciosa, cheia de pratos que Eliana adorava. Ao ver a mesa farta, Eliana não pôde evitar um sorriso e começou a comer com satisfação.Quando viu que ela estava mais animada, Andrew sugeriu:— Que tal eu cuidar do tratamento de amanhã?Ele achava que, se Eliana não tivesse que lidar com certas pessoas, seu humor não seria afetado.— A Fernanda te contou tudo, né? — Eliana perguntou, já tendo visto Andrew telefonar para ela às escondidas.— Elia, se você ainda não conseguiu esquecer o Jacob, por que não vai e
Olhando para a expressão ansiosa de Pola, Eliana tirou um conjunto de agulhas de prata de sua caixa de remédios e disse:— O tratamento tem quatro fases. Hoje vamos começar pela primeira: acupuntura com sangria.Pola, surpresa por sua proposta ter sido rejeitada, deixou passar um brilho de maldade em seus olhos, mas logo retomou a fachada de vítima.— Dra. Luna, eu sei que o que estou pedindo pode parecer demais, mas eu estou sem saída. Só por isso que eu tive a coragem de vir aqui. Eu e ele nos amamos de verdade, mas acredito que a diferença de classe social faz com que a avó dele me deteste. Se ela não nos aceitar, nunca poderemos ficar juntos. Não estou pedindo para ser esposa dele, só quero ser a mulher dele por uma vez. Por favor, me ajude.Uma amante pedindo para dormir com o ex-marido dela! Era inacreditável o descaramento.Se fosse outra pessoa, talvez Eliana pensasse em ajudar, mas Pola...Com um sorriso nos lábios, Eliana respondeu:— Srta. Pola, estou com pressa.Os olhos de
Pola realmente não esperava que Eliana tivesse gravado a conversa, e ainda mais, editado a gravação para cortar trechos estratégicos. Seu coração acelerou de tal forma que ela nem conseguia olhar Jacob nos olhos.Durante todos esses anos, ela sempre manteve uma imagem de pureza e bondade diante dele, o que fez com que ele confiasse cegamente nela. Agora, Jacob devia estar profundamente decepcionado. Se ele descobrisse que durante todo esse tempo ela o vinha enganando...Não, isso não podia acontecer. Ela não podia deixar que ele começasse a duvidar dela.— Não, essa não sou eu... — Pola disse, em desespero, tentando se justificar para Jacob. — Jacob, eu nunca disse essas coisas!Com raiva, começou a bater na porta fechada do quarto.— Eu nunca te fiz mal algum, o que te leva a me caluniar desse jeito? Quem está por trás disso?Eliana não pôde deixar de pensar que nunca tinha visto alguém com uma cara de pau tão grande. Pola realmente tinha superado todas as expectativas.Com um gesto r
Assim que o carro parou, Eliana desceu cambaleando e, enquanto procurava a chave por todo lado, não a encontrou. Irritada, começou a bater na porta com força.— Jacob, abre essa porta!Ela continuou chamando por uns minutos, mas nada. Com as mãos na cintura, esbravejou:— Tá achando que só porque não abriu a porta eu não vou entrar?Ela deu alguns passos para trás, tomou impulso e, com um salto ágil, passou por cima do portão da casa. Ao aterrissar do outro lado, sorriu vitoriosa, limpando as mãos com orgulho.— Você me subestima demais!Eliana estava completamente embriagada. Do portão até a casa principal, ela tropeçava e quase caía a cada passo. Se tivesse um pouco de sobriedade, jamais teria voltado para aquele lugar que a machucou por três longos anos.O portão, sem chave, foi fácil, mas a porta da casa principal era outra história. Ela tentou girar a maçaneta por um tempo, sem sucesso, até que sorriu maliciosamente.— Ah, eu tenho meus truques!Ela tirou uma presilha do cabelo, e
Ele abriu a porta do quarto de Eliana, mas não a encontrou lá dentro. A luz em seus olhos se apagou quase que instantaneamente.De repente, ouviu um barulho vindo do quarto principal. A esperança acendeu de novo em seu peito, e ele rapidamente se dirigiu para lá. Antes de abrir a porta, hesitou por um segundo.Quando finalmente a abriu, seus olhos se depararam com a mulher jogada desajeitadamente sobre a cama. Um sorriso discreto apareceu em seus lábios, mas ele o reprimiu rapidamente.Se aproximando da cama, deu um leve chute no pé da cama.— Levanta.A mulher nem se mexeu, dormia profundamente.— Levanta! — Repetiu, agora com mais firmeza.Mas o resultado foi o mesmo. Ela não se moveu nem um centímetro, perdida em um sono profundo, sem nem abrir os olhos.Jacob estendeu a mão para puxá-la, mas, no último segundo, desistiu. Soltando um suspiro impaciente, murmurou:— Tô cansado. Amanhã a gente resolve isso.A cama estava quase toda ocupada por ela, sem espaço para ele. E, sinceramente