Capítulo 7
Assim que Jacob entrou no quarto do hospital, Pola se jogou em seus braços, como uma serpente que se enrola ao redor da presa. Ela se contorcia em seu peito, gemendo:

— Jacob, eu tô mal... Tô muito mal...

— Onde você está sentindo dor? — Jacob tentou empurrá-la, mas em vez de soltá-la, ela o apertou ainda mais.

— Eu tô mal em todo lugar... — Pola agarrou a mão de Jacob e a colocou sobre seu peito. — Especialmente aqui... Parece que tem um monte de formigas andando por dentro... Tá coçando e doendo ao mesmo tempo... Jacob, me ajuda... Me salva!

Era evidente que algo estava errado com ela.

— Vou chamar um médico. — Disse ele, prestes a se afastar.

— Não! Eu não quero médico, eu quero você! — Pola, agora mais desesperada, se agarrou a ele como uma trepadeira, suas mãos inquietas já desabotoando sua camisa. — Jacob, por favor... Me ajuda, eu tô morrendo... Você precisa me salvar... Se você não me ajudar, eu vou morrer!

Vendo que os botões da camisa estavam prestes a ser arrancados, Jacob segurou seus pulsos com firmeza.

— Pola, você precisa se acalmar...

— Eu não consigo me acalmar! — Ela tentou beijá-lo, repetindo seu nome como um mantra. — Jacob... Jacob... Jacob...

Antes que pudesse conseguir o que queria, Jacob a empurrou com tanta força que ela caiu no chão, atordoada.

Seu gesto de repulsa foi claro. Ele não precisava dizer nada, suas ações falavam por si.

Um brilho frio passou rapidamente pelos olhos de Pola, mas ela logo se recompôs, olhando para ele com tristeza.

— Jacob... Você me odeia, né?

Jacob não respondeu. Ele também não a ajudou a se levantar. Em vez disso, virou-se para sair.

— Vou chamar o médico.

Pola, desesperada, não lhe deu tempo de sair. Levantou-se rapidamente e o abraçou por trás.

— Eu já disse que não quero médico. Eu só quero você! Jacob, fica comigo, por favor!

— Pola, isso não é normal... — Jacob apertou os lábios, tentando manter a compostura. — Você precisa de um médico pra ver o que está acontecendo...

— Médico nenhum pode me ajudar. Só você pode. — Pola, sem hesitar, começou a tirar a própria roupa. — Por favor... Me salva.

Justo quando Pola achava que estava prestes a conseguir o que queria, uma dor aguda atingiu sua nuca, e ela desmaiou instantaneamente.

Escondida no armário, Eliana recolheu a agulha que quase havia jogado. Ela não tinha a intenção de ajudar Jacob. Apenas não queria assistir a uma cena tão grotesca, algo que poderia deixá-la traumatizada.

O que realmente a surpreendeu foi que Jacob a rejeitara.

Pola era a mulher que ele mais amava. Eliana não conseguia entender por que ele a havia nocauteado.

Jacob, com cuidado, pegou Pola nos braços e a colocou de volta na cama antes de apertar o botão para chamar o médico.

Quando o médico chegou, Jacob descreveu brevemente o que havia ocorrido.

— Isso tem a ver com o veneno que ela tem no corpo?

O médico fez um exame rápido e assentiu.

— Sim, você está certo. O veneno que ela foi contaminada é muito estranho. Da última vez, não houve sintomas como esses. Agora, de repente, ela está assim. Não sabemos o que pode acontecer na próxima vez. O que é certo é que precisamos encontrar um antídoto o quanto antes.

Encontrar o antídoto...

Era mais fácil falar do que fazer. Jacob vinha tentando contatar Luna através de Thomas nos últimos dias, mas ela não atendia a nenhuma das ligações.

Jacob nunca se sentiu tão impotente, sendo manipulado por uma mulher.

Com as sobrancelhas franzidas, ele disse:

— Tente encontrar uma maneira de aliviar os sintomas dela.

— Isso não vai ser fácil... — O médico hesitou. — Nunca vi um veneno como esse antes. Se usarmos o medicamento errado, pode piorar a situação. Então...

Ele mordeu o lábio antes de continuar:

— A maneira mais segura seria você mesmo ajudar a Srta. Pola.

— De jeito nenhum! — Jacob respondeu, sem pensar duas vezes. — Se necessário, usem um sedativo.

— Mas isso pode não ser seguro...

— Pelo menos assim ela manterá sua dignidade. — Jacob olhou para Pola, ainda inconsciente. Sua voz estava grave. — Eu não posso tocá-la antes de nos casarmos. Isso mancharia sua honra.

Afinal, não era que ele não queria tocá-la, ele só não queria que a reputação dela fosse manchada.

Eliana, ao ouvir isso, lembrou-se de um incidente em que foi até a empresa de Jacob levar uns documentos que ele havia esquecido em casa. Na ocasião, os funcionários a confundiram com uma empregada, e Jacob não se deu ao trabalho de corrigi-los.

Três anos de casamento e ele nunca lhe deu o mínimo respeito que uma esposa merecia. No entanto, sempre fazia de tudo para proteger a reputação de Pola...

Eliana não gostava de comparar, mas, em momentos como esse, era difícil não pensar nisso.

Ela não sabia por que tinha se dado ao trabalho de assistir a esse espetáculo patético. Estava na hora de ir embora.

E foi então que a oportunidade se apresentou. O médico saiu do quarto, e o celular de Jacob tocou. Ele, cauteloso para não acordar Pola, saiu para atender.

Eliana aproveitou o momento e saiu do armário. Mas, mal ela tinha dado poucos passos, Jacob voltou.

Os dois se encararam, surpresos. O ar no quarto ficou pesado.

Eliana reagiu rapidamente e correu em direção à varanda.

Jacob, com passos largos, foi atrás dela e, no momento em que Eliana se preparava para pular da varanda, ele a agarrou pelos ombros e a puxou de volta.

— Fala, quem te mandou?

Eliana soltou uma risada fria.

— O hospital é um lugar público. Eu venho quando quiser. Ou será que preciso da sua permissão?

Ela não estava nem um pouco preocupada que Jacob reconhecesse sua voz. Sempre que saía, Eliana tinha o hábito de usar um medicamento que alterava ligeiramente seu tom. Não era por causa de Jacob, mas sim por precaução, dada a sua identidade secreta.

Dessa vez, no entanto, ela não estava disfarçada. Apenas usava uma máscara. Mas, mesmo assim, Jacob não teria chance de reconhecê-la, porque ela jamais lhe daria essa oportunidade.

— Você vem quando quiser, é? — Jacob apertou os ombros dela com mais força. — Pois já que veio, não vá embora.

— Vamos ver se você consegue me impedir. — Eliana, com um movimento ágil, escapou de seu aperto e, com um soco rápido, partiu para cima dele.

Jacob desviou com facilidade.

Os dois começaram a lutar, trocando socos e chutes com precisão. O embate continuou, e, mesmo após dezenas de golpes, a mulher não parecia estar em desvantagem.

Jacob sorriu, com um brilho nos olhos:

— Você tem habilidade.

Eliana retribuiu o sorriso:

— Você também não é ruim.

De repente, os olhos de Jacob se estreitaram, e ele mudou o foco de seus ataques para o abdômen de Eliana.

Ela percebeu a mudança e imediatamente mudou sua postura defensiva, protegendo a barriga. No entanto, Jacob, com um movimento rápido, desviou sua mão e estendeu-a em direção ao rosto dela, tentando arrancar sua máscara.
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