CAPÍTULO 9

                                                        De Quem é a Culpa?

   Luna chegara sem falar com ninguém, indo direto ao encontro do Senador — Me coma! — se vigava de todas as formas de Nicole.

   Com o olhar surpreso e excitado se aproximou sentindo seu corpo ser arremessado contra o sofá — Não sou tão jovem assim!

— Só me devore! — a cada penetrada lembrada de Nicole beijando aquele cara, aumentava seus movimentos e posições sexuais. O olhou nos olhos ficando de quatro — Tem uma energia, invejável meu caro, então aproveite. Cada um acredita no que quer!

   Nicole já não tinha mais tanta facilidade em falar com Luna nas empresas — Veja se pode me receber, por dois minutos — implorava — Mais que droga! Mediterrâneo! — lia nos jornais as aventuras da amada — Quando ela volta Rebeca?

— Não tenho tal informação senhorita — a secretaria respondia, vendo-a ir embora rapidamente todos os dias — Que obsessão dessa menina gente!

   Nicole chegara a sua casa furiosa, despertando curiosidade do pai — O que aconteceu filha?

— Nada pai! — estava irritada — Avise a mamãe que estarei em minha casa. Não quero que durma hoje comigo, ou melhor, nunca mais! Preciso ficar só! Estou farta de você me sufocando pai — saiu deixando-o sem palavras

— O que aconteceu? — a viu sair feito furação.

   Os dias seguintes seriam torturadores sem falar com Luna. E assim foram seus dias seguintes. Nas empresas não tinha acesso mais ao andar presidencial.

   Luna ligou para o deputado Thomas Brue — Me espere no lugar de sempre.

   Ele ouvia sua voz se masturbando — Não demore, pois estou um pouco alcoolizado. Irei ao apartamento da minha filha pegar uns documentos, em seguida irei ao seu encontro.

   Pelo tom de sua voz, sabia o quão estava bêbado. Sorriu desligando, descantando o chip do aparelho. Já era tarde esperou os empregados se recolherem para sair. Foi até seu atelier que ficava fora da mansão, pegando uma bolsa levando para seu carro.

— Vai sair senhorita? — indagou um dos empregados — Posso chamar o motorista?

— Que diabos estar fazendo aqui? Pregou-me um susto! Não será necessário. Preciso sair um pouco.

— Estou fazendo minha ronda, senhorita. Deseja seus seguranças? — respondeu, vendo sair em silencio. Trabalhava há 10 anos na mansão, respeitava as regras e espaço da patroa.

   O deputado abrira a porta do quarto que estava aguardando Luna sendo agarrado e beijado. Não conseguia manter-se de pé, a imagem que via a sua frente era turva e a voz parecia um desenho animado — Que diabos eu bebi hoje? Não sentiu mais nada, acordando às 6h30 da manhã assustado — Luna! — se levantou tonto a sua procura. Sua cabeça parecia explodir — Foi embora e me deixou dormindo — sentiu o peito arder, olhou os arranhões confuso — Desgraçada! Arranhou-me todo — ficou assustado ao perceber que estava no apartamento da filha — Como cheguei aqui? Nicole! — estava só — O que está acontecendo? — ligou para a filha diversas vezes — Deve estar na faculdade. Se estive aqui, minha filha deve ter dormido com a mãe? — se questionava sem entender o que estava acontecendo — pensou em ligar para portaria e desistiu. Levantou-se tonto percebendo o apartamento todo revirado — Mais que droga é essa? — pensou em ligar para polícia, hesitou e se aquela bagunça toda fora a filha que fez com uns amigos? Como, se ele estava ali e não se lembrava de nada? Poderia dizer à esposa que tinha passado a noite com Nicole — pensava em voz alta — “Se ela perguntar a nossa filha se é verdade?” — entrou em pânico, pensou em ligar para Luna e hesitou. Não sabia o que fazer e como havia ido parar ali e muito menos se passara a noite com ela. Precisava ir embora, procurou a filha pelo apartamento, percebendo que estava só. Seguiu para sua casa, onde encontrara a esposa sentada no sofá abraçada com o velho pai e alguns policiais e um detetive — Beatriz eu... O que aconteceu? Estive trabalhando até tarde — o sogro o recriminava com o olhar, percebendo a presença de alguns policiais.

— Por onde esteve? Liguei mais de mil vezes para seu maldito telefone. Como trabalhando Thomas? Mataram nossa filha — era uma mulher bonita com os olhos pretos e cabelos castanhos, que chorava sua perda — Ninguém do seu maldito trabalho soube dizer onde você se meteu. Mataram Nicole! — gritou.

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