CAPÍTULO 12

       

                                                         De Quem é a Culpa?

Ela respondeu friamente:

— Marque uma visita na prisão. Avise que irei defendê-lo. Preciso ver o corpo no necrotério. Mande providenciar tudo para a defesa, reúna os melhores no caso e me mantenha informada de tudo. Quero todos trabalhando dia e noite. Mantendo-me informada mínimos detalhes do caso. Provavelmente algum investigador poderá comparecer nas empresas, ela fazia parte da nossa equipe. Peça para que todos colaborem.  Pesquise sobre o suspeito, o local onde o corpo foi encontrado. Quero um mandado para periciar o local e o corpo. Mande alguns advogados me aguardarem na delegacia. Vou visitar os pais dela. Consiga tudo sobre o processo e me envie —Teria prazer em enfrentar o velho Dr. Victor. Saiu da sala indo até a casa do deputado o qual a recebeu assustado.

— O que faz aqui?

— Thomas! — exclamou a Srª Brue ao perceber a grosseria do marido — Ela era amiga da nossa filha. Nossa filha trabalhava para ela. Está louco? Entre Luna, peço desculpa, Thomas deve carregar sua parcela de culpa — era uma mulher admirável sem papas na língua — Mataram meu anjo Luna — sua voz era suave devido os calmantes — Fomos ver o corpo da minha filha, estava gelado — começou a chorar.

— Eu lamento muito — segurou suas mãos — O verdadeiro assassino será preso e pagará pelo que fez. Como o deputado tem sua parcela de culpa?

   Ela a olhou — Thomas chegara pela manhã bêbado. Era doente querendo proteger nossa filha e falhou. Por que duvida do acusado? — estava frágil como todas as outras vezes que se encontravam as escondidas. Tudo começou em uma festa beneficente, encontrara Luna encantadora, sempre cercada de admiradores. Usava um vestido que definia toda sua sexualidade, um encanto de mulher. Naquela noite estava frágil e só. O marido sempre viajando a negócios a deixando sem amor. Não precisou muito, apenas um toque suave em seu corpo, saíram da festa direto para mansão de Luna, tendo uma noite de sexo, que se repetira diversas vezes, sem que ninguém jamais soubesse e jamais imaginava que aqueles encontros, se repetiam com seu pai, esposo e filha. Ficava paralisada observando-a a sua frente.

— Porque os fatos não batem. Ele permaneceu no local, Srª Beatriz. Eu vou prender o verdadeiro assassino — olhava o deputado do outro lado da sala conversando ao telefone se aproximando dizendo:

— Não brinque conosco Luna. Ele matou minha filha e ele só sai da cadeia por cima do meu cadáver.

   Ela se levantou — Lamento muito, Nicole Brue era muito querida. Ele sairá como um homem livre deputado, pois o verdadeiro culpado está solto. Com sua licença.

— Não fará isso, Luna — se aproximou desejando aperta-lhe o pescoço — Não sabe aonde vai se meter.

— Sinto muito deputado, se tiver que passar pelo seu cadáver para salvar um inocente, assim será — saiu direto para delegacia analisando as provas que sua secretaria havia enviado para seu e-mail, encontrando seus advogados a sua espera — Bom dia, delegado — usava um terno feito sob medida para seu corpo perfeito, um coque no cabelo, acompanhada por mais dois advogados e uma secretária — Estou aqui para conversar com o meu cliente, Sr. Wagner Pietro.

   O delegado a olhou — Drª Luna ele é um assassino pervertido e não tem dinheiro para pagar seus honorários. Quando seus advogados avisaram que viria não acreditei. Irá enfrentar seu pai no Tribunal? Sabe o que significa?

— Não se preocupe com os meus honorários, a prisão do verdadeiro assassino será meu pagamento. A condenação exige certeza, não basta sequer à alta probabilidade, delegado Garcia. Estarei enfrentando um colega de profissão e nada mais. Já enfrento o velho Victor a vida inteira — ela seguiu o delegado até uma sala onde o prisioneiro estava algemado numa sala escura e com cheiro de ácaros — Pelo amor de Deus, o leve para uma sala, onde podemos respirar. Isso é desumano delegado. Tire as algemas, isso é desnecessário.

   O delegado fez sinal para o guarda que estava parado na porta, que levasse o prisioneiro a sala ao lado — Aqui não é lugar para uma advogada famosa, deixe que algum promotor público seja destinado ao caso.  Não manche sua reputação com um lixo.

— A justiça só vive da prova. E qual irá ser apresentado contra meu cliente, se o próprio acionou a polícia? Pelo que vi nos laudos nada tem contra ele, além de uma acusação racista. Queriam um culpado, não souberam planejar — ela o ignorou acompanhando o preso até a sala, que a olhava assustado. Não preciso que se preocupe com minha reputação — Bom dia, Sr. Wagner estou aqui para representá-lo no tribunal. Acredito em sua inocência — sentou-se à sua frente, estendeu a mão para que cumprimentasse. Recebeu de um dos advogados, uma pasta que continha uma cópia de alguns detalhes do que seria seu processo, o qual havia conseguido de forma amigável com alguém confiável — O que estava fazendo no local do crime? Seja apenas verdadeiro. Acredito em você.

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