De Quem é a Culpa?
— Quero esse assassino preso e morto — gritou Thomas ignorando o sogro. Era o único homem que poderia levá-lo a miséria. Sr. Richard era um senador famoso por ser durão e honesto — Saiu no jornal? — pegou a correspondência vendo a foto de Luna em primeira página saindo de uma boate onde dizia: — “Luna Petter sabe mesmo aproveitar a vida. Passara a noite curtindo com bons amigos, sendo simpática às 6 horas da manhã com os paparazzi. Fatalmente gostosa” — grosso murmurou — Com quem estive? —pensou jogando o jornal para longe, percebendo que a imprensa ainda estava por fora do caso.
Luna chegara à mansão por volta das 7h50 — Bom dia, senhorita — a governanta estranhou seu silêncio.
— Não me incomode por nada. Não atendo ligações. Deixe suco em meu quarto enquanto tomo banho — seguiu para o quarto sentindo uma enorme vontade de chorar, quando algumas lembranças vieram-lhe a mente. Olhou-se no espelho — Cada peça em seu lugar. Tomou um remédio para dormir, indo para cama onde apagou por horas a fio. Quando acordara já era noite olhou o telefone vendo inúmeras ligações perdidas de sua secretária e Beatriz — Que diabos ela quer comigo, já falei para não me ligar. Mulher carente! — se levantou comeu algo — Hoje não Beatriz, preciso de sossego —voltou a dormir, acordando somente no dia seguinte, indo cedo para o escritório.
A secretária encontrou Luna na sala com o olhar vidrado no computador — Bom dia, precisa assinar, para que...— ficou em silêncio ao vê-la pedir que parasse.
— Você está sabendo do assassinato de Nicole? Mataram Nicole Brue. “Walter de 37 anos foi preso acusado de matar a jovem de 19 anos, filha do deputado Thomas Brue. O assassino ainda teve a ousadia de chamar a polícia do local do crime” — Em que se basearam para culpá-lo? Ninguém ligaria do local do crime. Tem um mistério nesse assassinato, solucionaram muito rápido o caso. Ligue para a família — encostou a cabeça na cadeira pensativa — Quero esse caso! — observava a secretária ligar para família Brue — Bom dia, por gentileza, gostaria de falar com a Srª Beatriz — ficou em silêncio por alguns segundos — Informe que é da parte de Luna Petter — do outro lado da linha um silêncio absoluto, sendo quebrado por uma voz suave e triste.
— Luna aqui é... — sua voz era tremula — Por que não me atendeu quando mais precisei de você? Minha filha... mataram minha filha, Luna.
— Srª Beatriz liguei para dizer que sinto muito pelo ocorrido. Nicole era muito querida e uma grande amiga. Uma funcionária exemplar — estava sendo formal.
— Pare de formalidade! Era sua amiga e... Prenderam o desgraçado Luna. Por que não me atendeu?
— Srª Beatriz com todo respeito a sua dor, informo que não acredito que tenha sido aquele pobre coitado. Irei provar sua inocência e prender o verdadeiro monstro. Posso lhe fazer uma visita? — fugia de sua pergunta.
Confusa olhava o marido que se aproximava — Luna na linha... Claro que pode. Venha! — sentia saudades de seu corpo quente e safado. O que estava fazendo? Sentindo saudades de uma mulher naquele momento de dor. Era a vingança do marido traidor. Luna era perfeita. Se fosse um homem seria o melhor que Deus criou.
Ele a olhava assustado — O que ela quer?
— Thomas ela era amiga da nossa filha — voltou a falar com Luna — Faça com que a verdade seja esclarecida. Fui ao IML — falava com a voz tremula — minha linda filha estava gelada e machucada. Faça isso Luna, essa história está estranha — desligou pensativa.
— O que ela disse? —Thomas segurou sua mão — O que quis dizer com: “faça com que a verdade seja esclarecida”?
— Me largue Thomas. Acompanhe os jornais que saberá — seguiu para seu quarto, permanecendo por longas horas.
Rebeca aguarda as ordens de Luna parada a sua frente — O que faço?
— Vou defende-lo! Mande alguns advogados darem andamento, estarei à frente.
— Como? Vai defender um assassino? Seu pai foi chamado para o caso pelo deputado. E se for culpado, estará se metendo em um caso perdido. Tentei fazer contato com você. Sua governanta informou que recebera ordens para não a chama-la e você não atendeu o celular.
De Quem é a Culpa? Ela respondeu friamente: — Marque uma visita na prisão. Avise que irei defendê-lo. Preciso ver o corpo no necrotério. Mande providenciar tudo para a defesa, reúna os melhores no caso e me mantenha informada de tudo. Quero todos trabalhando dia e noite. Mantendo-me informada mínimos detalhes do caso. Provavelmente algum investigador poderá comparecer nas empresas, ela fazia parte da nossa equipe. Peça para que todos colaborem. Pesquise sobre o suspeito, o local onde o corpo foi encontrado. Quero um mandado para pe
De Quem é a Culpa? Confuso com sua presença — Como a doutora irá me defender? Não tenho como pagar pelo seu serviço. Eu trabalho na construção que está ocorrendo no local, onde achei o corpo. Estranhei a marca no chão, como se fosse de um corpo, que provavelmente tinha sido arrastado até a construção e marcas de pneu. Aproximei-me e vi um corpo de bruços. Chamei de longe e nada. Aproximei-me e percebi que não se tratava de uma garota qualquer, os cabelos e unhas bem-feitas. Usava um pijama masculino e camiseta. Segurava provavelmente um anel ou aliança na mão esquerda. Peguei
De Quem é a Culpa? — Claro! Seu cliente me deu o telefone para assim que cheguei. Tentei conversar com delegado, ele falou que o culpado já estava preso. Que qualquer papelada seria lixo. Ordenou que eu descartasse tudo. Mandou uns policiais recolher tudo da minha sala, ainda bem que você apareceu minha filha, caso contrário aquele pobre coitado será executado. Tenho provas que poderão incriminar gente grande. Consegui esconder algo valioso demais, antes que eles levassem. Rapidamente ela parou e perguntou: — Que tipo de provas? Ele não quis as provas do local do crime e disse que o culpado
De Quem é a Culpa? Com o olhar clínico via perfeitamente os arranhões em seu peito e braços — O que acha que seja isso? — Arranhões! Fique com essas informações e se precisar do meu testemunho estarei a disposição. — Por que estava seguindo seu tio? — Porque não era normal seu comportamento. Nicole reclamava muito, ele a sufocava com sua m*****a proteção que de nada adiantou. Rapidamente apertou o ramal da mesa de Lucy — Coloque o jovem Matheus como testemunha a nosso favor, pegue todos os dados ao sair — desligou — Eu acredito que o cu
De Quem é a Culpa? Ele se aproximou — Não me insulte, saia desse caso. Quer acabar com o pouco de dignidade que ainda lhe resta? A impressa vai cair contra você. Era sua amiga, pelo amor de Deus. — Depois a impressa irá me glorificar. Agora se preocupa com minha carreira? Não preciso dela PA-PAI. Aguarde-me no tribunal senhor — o olhou nos olhos, vendo-o se afastar feito um raio. O deputado estava eufórico com a notícia que Luna se oferecera para defender o acusado de assassinato da filha. Não conseguia falar mais com ela, sua vida estava um inferno — Ela só deve e
De Quem é a Culpa? Ele ficou em silêncio por alguns segundos: — Eu... — estava confuso, as lembranças estavam longe de sua consciência — Como tem tanta certeza? Estava com você. Deixe minha mulher longe desse assunto. Nicole era minha filha, era minha vida. O que faço na política é problema meu. Estive com você! — Prove que esteve comigo algum dia de sua miserável vida, Thomas. Estive entre amigos conforme a mídia registrou. Realmente, deputado, a corrupção é um problema seu. Como eu poderia estar em dois lugares? Anda usando alguma substancia química? Thomas Brue, um assassino não faria o que ele fez. Teve a decênci
De Quem é a Culpa? Após semanas de investigação tudo coincidia com o resultado da perícia feita pelo velho Mario — Como abafar um caso de tamanha importância? — saiu do escritório indo ao gabinete do juiz. Um estagiário se aproximou pode entrar senhoria — Obrigada — ela passou por ele deixando seu perfume no ar. — Bom dia Luna — O juiz Mandson admirava a jovem brilhante que estava a sua frente. A conhecia desde criança — Luna fiquei surpreso quando soube que você pegou o caso e está empenhada. A doutora sabe que essa visita não pode chegar ao conhecimento do Dr. Victor — beijou Luna
De Quem é a Culpa? Sorriu ao analisar o nome que constava no laudo — Muito competente, não quero saber os métodos que usou para obter essa preciosidade. Mande juntar com as provas do processo — foi para sala onde ficara por horas. Seu ramal tocou: — Pois não. — Ligação do juiz Mandson. Pode atender? — Sim! — Luna as evidências são claras. — Excelência tem em mãos os resultados que irão provar a inocência do meu cliente, veja seu e-mail. Ele ligou seu computador ficando em silencio por um segundo — O julgamento está sendo antecipado para alg