Depois de uma intensa busca, finalmente conseguiu encontrar o ursinho rosa debaixo da cama, bem escondido. Só gostaria de saber como ele havia parado ali. Tirou o excesso de poeira, deixando-o novinho em folha. Caminhou até a área externa, encontrando as duas mulheres da sua vida, sentadas no balanço, observando as borboletas voarem por cima das flores do jardim.
Chegou perto das duas, entregando o brinquedo para a mini versão da sua esposa.— Obrigada, mamãe! - A garotinha agradeceu, saltando do balanço e correndo para brincar com o seu ursinho.— Ela está bem animada hoje. - Jade comentou, enquanto enlaçou meu pescoço, me dando um beijo singelo.— Com certeza está, ela adora ir visitar o tio Johnny. - Sorri, me lembrando da época em que contamos para o meu amigo que Jade estava grávida de uma menininha. Ele ficou tão feliz quanto nós duas, planejando todo o futuro da nossa filha.Hoje iremos comemorar 6 anos de casadas e decidimos fazer algo especial, apenas nós duaHá muitos anos átras, uma chorosa garotinha entrava pela grande estrutura devagar, desengonçada. Sentia medo dos possíveis olhares que receberia ou dos insultos. Mesmo que sua família possuísse grandes posses na cidade, sua mãe era rigorosa demais, tratando a filha como uma simples marionete, vinda de uma época totalmente diferente da que viviam. Suas roupas eram longas, o pequeno corset atrapalhavas ua respiração, deixando seu rosto ainda mais vermelho.Seguiu pelas instruções dadas pela secretária até uma organizada sala, cheia de alunos que esperavam ansiosamente pela sua professora. Esse era o primeiro de muitos dias de aula na nova escola Santa Luz, um grande instituto para crianças cristães que precisavam orgulhar sua família e linhagem de sucesso. Amélia, querendo ou não, fazia parte de uma das mais ricas famílias da cidade, com be
Ela possuía tudo que poderia desejar. Havia saído de seu país natal há mais de 2 anos. Estudava em uma ótima faculdade dos Estados Unidos; tinha um aconchegante e minúsculo apartamento no Brooklyn; um emprego temporário em um dos lugares mais favoritos do mundo; uma vida sexual tanto quanto ativa demais. E tinha ela...
DRIM! DRIM! DRIM! Amélia odiava muitas coisas na vida: injustiças, preconceitos, oportunistas, mentiras, falsidades, seus colegas de faculdade e a sua querida vizinha do 301. Mas, não existia nada que pudesse superar seu ódio por acordar cedo, principalmente pelo seu maravilhoso despertador com toda aquela sua melodia dos céus. Ironia transbordava de si. Amaldiçoava todos os deuses no mesmo horário do dia. Não conseguia entender por que se matriculou no horário da manhã. Só podia estar com algum problema mental. Ou talvez uma distração. Sim, uma completa distração. A sua diabinha de rosto angelical. Fazer aquela rotina todos os dias, deixava-lhe enjoada e com vontade de morrer pela manhã. Em poucos minutos, estaria pronta para começar mais um dia em seu novo país. Talvez não tão novo assim. Os Estados Unidos da América era o sonho de qualquer jovem e, com ela, não era diferente. Desde pequena, sonhava em c
Não sabia em que momento aquele amor avassalador se instalara no seu coração. Duvidava que pudesse descobrir com precisão. Só podia senti-lo vibrar seu corpo e acelerar seus pensamentos. Era mágico e amendrontador, como andar em um paraíso negro, sem um caminho para seguir. Jade era, e continuava sendo, a melhor amiga de Amélia. A sua companheira de aventuras e grandes memórias. Além disso, era sua confidente e ombro amigo. Sabia que poderia contar com ela para tudo. Haviam se conhecido no ensino fundamental. Eram duas adolescentes animadas e solicitas. E logo já eram inseparáveis, andando por todos os lados juntas, como verdadeiras gêmeas. Como se conhecessem a vários anos, em vidas passadas, fortes laços que não podiam ser quebrados nem pela própria morte. Passavam horas conversando sobre amenidades. Amélia ado
Mesmo que não trouxesse boas energias para seu dia, Amélia amava admirar Jade cantando, era como observar os anjos cantando no céu, com belas nuvens branquinhas e um lindo céu azul, límpido e vivo. A forma como seus lábios dançavam a cada nota proferida, o balançar suave de seus quadris desejosos ao avançar da música, o agraciar de seus cabelos sedosos a cada movimento dado em sua dança particular, o verdadeiro paraíso. Ela adorava tudo aquilo, era, definitivamente, um dos melhores momentos da sua vida. Jade era como uma obra de arte viva, a autêntica Monalisa, tão bela quanto os quadros de Vincent Van Gogh, de Pablo Picasso ou Leonardo da Vinci. Era a sua própria Adele Bloch-Bauer ou Suzanne Valadon. Era sua verdadeira musa, sua bela arte. Uma explosão de cores e sentimento
Durante anos, esteve em uma batalha. Tentou resistir, mas era inevitável. Se encontrava presa nas teias pegajosas do amor, como uma pequena presa, prestes a ser devorada pela temida aranha. Não podia desistir, tinha que tentar. Mesmo que soubesse a verdade, o esforço era inútil, estava perdida, derrotada, não havia mais nada que pudesse fazer. O amor que possuía em seu coração era forte demais para acabar tão repentinamente, sem sequer ter sido vivido verdadeiramente. ◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇ Encontravam-se no meio do ano letivo. O fim do semestre era caótico: trabalhos
Há tanto tempo que não provava aquilo, às vezes pensava que havia esquecido como eram as sensações. Depois de semanas enclausurada em uma enxurrada de provas e trabalho maçante na biblioteca, finalmente encontrou um tempo para espairecer. Era extremamente necessário para o seu corpo um pouco de descanso ou relaxamento, geralmente procurava isso em bares ou festas, mas, dessa vez, Amélia faria algo diferente. Claro, o local escolhido não era o mais indicado para isso, com todos os problemas e confusões que o cercavam. Uma aura completamente caótica e energética. Era disso que precisava, um pouco de energia. Sabia que não poderia encontrar um melhor, não para ela, pelo menos. Um palco de luta clandestina. Era uma das partes proibidas da cidade mais desejadas por Amélia, a verdadeira representação de aventura e adre
Amélia e o tal "Lobo Mau esbarraram naquela mesma noite. A química entre os dois era palpável, como a clássica tensão sexual dos livros. Carnal e sedenta. De uma forma ou outra, se encontrariam profundamente. E, foi exatamente o que aconteceu, perdendo-se um no outro. Se de longe ele era fenomenal, de perto era um espetáculo. Toda a áurea confiante e dominadora só tornara tudo ainda mais excitante. Sabia bem o que fazer, seus atos deixavam claro toda experiência que possuía. E Amélia não negava, havia sido incrível. Perdera as contas de quantas vezes repetiram o mesmo processo, de modos diferentes. Estavam tão esgotados que, no final, só se embolaram nos lençóis macios e dormiram profundamente. Não houvera diálogos ou papos rasos. Não era necessário. Conheciam as necessidades do outro e sabiam como saciá-las, satisfazê-las. Não houve troca de números, expectativas ou qualquer outra coisa que pudesse planejar um outro esbarrão futuro. A