Hoje ao compreender, a sociedade moderna, retorno a momentos da infância, como tudo aquilo que se passa diante dos seus olhos, não conseguimos compreender a profundidade, de uma piada no televisor que a criança não compreende.
“O jogo de futebol era acirrado
Cinco para cada lado
Um no gol
Éramos gladiadores,
Que dançava com a bola,
Era o futebol,
De escola
E de rua,
Nos campos
Que os meninos
Hoje não insistem
Em praticar
Ah Lembrança boa!
Quando surge aquela
Menina de cabelos encaracolados
Com o seu time
Alegando querer jogar
Barramos,
Nós em nossa inocência
Dizíamos,
Futebol não é para meninas
E a zombamos”
Certo dia, ao retornar da caminhada que fazia seis vezes na semana, para comprar o pão para a família, sabia exatamente, quantos pães tinha que levar por aquela quantia, sabia também que aquela quantia, compraria coisas como muitos doces, balas e salgados, mas como obter, dizia ser proibido, aliás criança trabalhar és proibido, lembro do comentário do pai de Bartolomeu, que o ajudava em sua fazenda, na colheita do cacau, na época de ouro do extremo-sul baiano, abria as cabaças de cacaus, colocava o cacau para secar, tinha o cuidado de virar no momento certo expondo ao sol, embalava em uma sacola de sessenta quilos, e cada sacola que ele preenchia, e era vendido para o mundo a fora, para refinar uma das principais iguarias mundiais, o chocolate, ele tinha uma grana extra, era o bem mais sucedido entre nós, não gastava o dinheiro com besteira, o chamávamos de mão de vaca, quando víamos desembolsar as quantias para as bebedeiras da juventude, ele era sempre mão de vaca, poderia custear toda nossa esbornia, mas queria dividir a conta igualmente para todos, muitos guardavam o dinheiro que era do lanche para as sextas sete horas da noite, outro pediam ao pai, diziam que ia sair, mas essas sextas-feiras insanas nossas, estava ficando conhecida, tínhamos entre quatorze e quinze anos, começamos a ir mau nos estudos, nossa frequência escolar diminuíra, um sempre perguntava ao outro, o que vamos fazer para sobrevivermos? Só o tempo poderia responder, se o tempo destinar a espera entre nós, acontece que nessas sextas, começamos a aprender algumas malandragens para os homens, como dar uma cantada em uma mina, foi em uma dessas que Rony, conseguiu beijar Priscila, que prometeu outro beijo quando não estivesse alcoolizado, passou tempos e tempos, sem o uso da substância ele não teve coragem de chegar nela, e perguntar a respeito do beijo que ficara para depois, até que ela chegou nele, seria a premissa da sociedade feminista, acredito que não. Esse é o amor, que rompe fronteiras, o homem não precisava ser cordial, sempre dar a primeira investida, Priscila rompeu com esse paradigma existenciais, que pairava sobre nossas cabeças, os dois começaram a namorar, muito fala do casal, crianças brincando de adulto.
Já tínhamos tido aula de orientação sexual, mas a professora ponderou a diferença, de sentimentos e sexo por esporte, um é tão intenso que chega a ser sublime o outro, é apenas uma necessidade do organismo de poder atingir o orgasmo de forma fria.
Todos da minha Turma, o Zefrida, Bartolomeu, Rony, queriam era mesmo chegar ao orgasmo, fazer sexo, o que é o sentimento, em minha casa e na casa dos demais, homem demonstrar afeto é ser marica, não quero ser ofensivo ao homossexualismo, tabus como estes foram construídos ao longo da jornada até nos tornarmos adultos.
“Para o homem, seco
Animalesco, sedento sexualmente
O que vem a ser o sentimento
O sentir sublime
Amor,
O que vem a ser
Para o Homem
Se demonstrarmos
Afetuosidade,
Questionam
Nossas opções
Se és hetero
Homo
Quiçá, palavras
Além da compreensão
Que hoje és tão vítima
De Preconceito
Que julgamos
Antes de conhecermos
Ao homem,
Era realmente
Precisa ser,
Esse animal
Frio
Que não demonstra
Carinho”
Muitas vezes estive na igreja, nas escolas dominicais e no culto, todos os domingos pela manhã, lá estava, na sala, estudando Moisés, as dez pragas do Egito, entre outros heróis bíblicos, tempo bom que se foi.
Mas aquela menina, veio a conhecer-me tempos depois.
Aproximou-se e perguntara.
- Você é Pedro?
De forma iluminada respondi:
- É o que dizem.
Não sei ao certo, o lapso temporal foge de minhas certezas nesse momento, tantas coisas caíram em esquecimento, mas relembro novamente, uma, duas, três, ou mais vezes, ela no corredor, fazendo brincadeiras.
Pedro neste momento começa frequentar o Equipe do Rei.
Uma Equipe, cuja missão é desbravar lugares, adentrar em matas, ir para lugar que proporcione aventuras, mas ele não era desses, era um estudioso, nesse meio termo sua família rompe com o vínculo de uma igreja, outro grupo de oração está abrindo-se na mente de sua mãe, aceitando como a verdade e a verdadeira interpretação, ela que ia a igreja há tanto tempo, conhecia a bíblia tão pouco, e em tão pouco tempo com esse grupo de oração, obteve um conhecimento bíblico tão forte, que realmente consegui compreender, O libertar da verdade.
Nesse ponto que entra a colisão de ideias, o amor por si próprio semeado na juventude de Rony e Priscila, poderíamos chamar de amor, ou um amor que sacrificou sua vida, deu seu sangue e seu corpo, venceu a barreira do sepulcro, saíste do Seol, retornando no terceiro dia, convenhamos quando expus isso aos meus amigos de colégio, todos acreditaram, que o Amor verdadeiro era o de Deus, a namorada podia até ter um amor, mas não igual de Deus para os Homens, nessa mesma época desconhecíamos os tipos que o amor é classificado e muito tempo depois, muitos desses que aceitaram esse amor, capaz de vencer qualquer obstáculo que faça realizarmos nossos sonhos, um Amor Supremos, muitos negaram e duvidaram da sua existência ao se debruçar em livros acadêmicos, Bartolomeu não fizera isso, concluíra o Ensino Médio, o cacau desvalorizou optou por pequenas lavouras rentáveis, aos demais, Zefrida se tornou um físico, não era para menos, certa vez o encontrei em um porre de lenhar com sua turma da faculdade, ele na praça em cima do banco, perguntando e gritando:
- Deus cadê você!!!
Por muitas vezes tive pensamentos vãos, afundava em perguntas, que não encontrava na religião que minha mãe havia se doutrinado, ela evitava essa palavra, pois o pensar é livre, os pais não possuem domínio ao pensar do filho, por mais que as crianças sejam instrumentos de recados na pureza de suas palavras, jamais os dominará, afundava em perguntas, sobre a morte, essa incerteza consumia-me, logo eu Pedro, a quem Cristo edificou sua igreja, fora crucificado de cabeça para baixo, pois não era digno de morrer igualmente ao Salvador, sim, depois que aprendi o que era pesquisar e seus meios, obtive várias respostas as minhas dúvidas, mas existem assuntos ainda sem solução para ciência moderna, essa acredito que nunca irá explicar a permutabilidade e eternidade da Alma atrelada ao corpo, que quando se desperta nos tornamos espíritos.“Na
O paradigma, sempre é pesado para a mulher quando propiciada sua primeira relação sexual, nas aulas de biologias, tinha que estudar, decorar diversos tipos de hímen, qual deles rompendo sangraria, sempre e sempre, acordava pensando naquele momento, dormia pensando em novamente ter aquele momento com aquela linda garota, mas a vida, ainda não consigo explicar em minha adolescência, algo tinha certeza, foi-se minha primeira vez, enquanto a ela, não posso ter certeza, não recordo de sangue por perto, mas talvez só seja um mito urbano, daqueles que o primeiro amor, fica marcado, mas ainda nem a amava, depois de fazer amor com ela, comecei a amar, e ela logo se distanciou, hoje em minhas cores, estão escura e avermelhadas, não consigo compreender os números complexos, o tempo vai se arrastando e já não possuo mais notícias dela.“ôh como queria aqui nov
Depois que conheci Adriana, tive um amor correspondido, não foram migalhas que me ofertaram, soube em sua pureza, o que era amar, o que era lutar por um amor, ela sempre tão meiga com roupas de energias pesadas, sempre aconselhara a mudar suas roupas, ela afirmava só se mudasse de essência, mas na verdade não queria mudar nada nela, assim como ela não queria, mas tentava, aceitava seus palpites, uma vez uma carta endereçada anônima apareceu na caixa postal residencial, só havia minha pessoa naquele momento, instigado pela curiosidade abrir.“Pedro, Desculpe-me!!!Sou Bruna, no dia que fizemos amor, sempre tive esse desejo por ti, porém nunca tive uma atitude daquelas com ninguém, meu desejo por você era alto, sempre te achei lindo, boa praça, quando descobri que tu era artista, me senti tão lisonjeada, o homem que nutro amor, és um ver
Bartolomeu e Zefrida, eram companheiros inseparáveis de narcóticos, desde que frequentava um grupo sombrio na praça da cidade, suas vidas viraram de cabeça para baixo, Pedro estava nesse dia e fora um dos seus últimos já estava embriagado, assim com os demais, quando chega Urubafo, andando pela cidade, eles não nutriam rancor, ódio ou algumas formas de preconceitos, só desejavam livrar sua mentalidade do corpo, voar sem ter asas, mas eram aprisionados a cada instante, a cada escolha, a cada pensamento da carne.- Todo mundo doidão de goró, tenho um remédio aqui para cachaça. Afirmou Urubafo.Nesse dia só tinha o trio, por perto, se entreolharam nunca ouviram falar de remédio para embriaguez.- Que remédio é esse? Pergunta Zefrida.- Dessa vez irá sair de graça.R
- Mão na cabeça vagabundo, ajoelha, fica quietinho. Gritava os Policiais.Pedro sem entender, cumpria as ordens totalmente trêmulo, como encontraram tanta cocaína em uns caixotes da empresa que prestava trabalhava, quilos e mais quilos nos lugares de frutas e verduras, o policial essa altura colocou a botina em sua cara, com ele deitado, de tanto repetir que não sabia de nada.O olheiro que observava de longe, ligou um número disfarçadamente, anunciou:- Sujou, os homens chegaram, fita dada.O Dono da empresa, arrumou tudo que era necessário com sua esposa e filhos, abrira o cofre pegou o dinheiro, sumiram, se as investigações fosse a frente, iriam descobrir que todas as empresas estão no nome de seu gerente, que agora estava sendo ouvido pelo delegado de plantão, repetia sequencialmente:- Desconh
- Meu amor, só você conheceu seu patrão, como irei a casa dele, esse endereço existe?Adriana, ouvia as palavras de seu namorado, que entrara na sala de visita, esperou um tempo, sabia da índole de Pedro, não duvidaria nunca, de sua inocência, ela queria muito o beijar, o amar, depois que começou ser intenso a ela, a sensação do prazer, era um dos melhores refúgios para ela, tinha parado de fumar, até a notícia então da prisão dele, fumou desesperadamente junto com calmantes, mas nada tirava aquela sensação de incerteza.- Pedro, aqueles quadros podem ser valiosos, você já vendera alguns, vamos vender, para pagar o advogado, você precisa se mostrar inocente.Pedro relutava com essa ideia de vender suas artes, ultimamente, estava sendo muita íntima para ele, era uma mistura, de prazer e amor pel
Bartolomeu, lembrava do grande favor que seu amigo que fora condenado inocentemente em prol de sua avareza e ganância, era irrelevante, estava em um bacanal, totalmente topado, o grande dia era hoje, armou uma cilada para Urubafo, para negócios, para assumir o local, matando Urubafo, da fronteira até a cidade que morava, seria território dele, uma grande quantia em jogo, três homens fortemente armando estavam de tocaia, a espreita, uma cilada tão bem planejada, quando Pedro foi preso, ligaram de um telefone público, para o suposto dono da empresa, deu a notícia, conseguiu o nome do seu braço direito, sequestraram e pediram para fazer o encontro de negócios escusos, depois disso o mataram, botaram fogo, enterrando as cinzas e os possíveis restos mortais, jamais suspeitaram do desaparecimento dessa pessoa tão suspeita e tão solitária.A caminhonete de Urubafo chegou no
Adriana e a mãe de Pedro que se recuperava de um acidente cardiovascular, lia em prantos, humildemente ele só pedia mais cores em sua vida, Adriana preparou tudo, sua sogra a chamou para morar com a filha recém nascida, mesmo em resguarde, ela se prostou a esse dever, e fez uma promessa a Deus, “Que não se deitaria com homem nenhum em sua vida, se Deus devolvesse Pedro para seus braços, seu grande Amor, pai de sua filha.”O carcereiro passou na mansão que mudaram há poucos tempos, viu caixas e mais caixas de material, pensou, comentando:- Vish, é muito material, terei que conversar com diretor, ver se fazem um Ateliê para ele, tem minha palavra que conseguirei, mas irá depender dele se tiver boa conduta.Adriana começou a amamentar a criança, com nome de Vitória Esperança, sobre o signo de Câncer, a sensa&c