Por muitas vezes tive pensamentos vãos, afundava em perguntas, que não encontrava na religião que minha mãe havia se doutrinado, ela evitava essa palavra, pois o pensar é livre, os pais não possuem domínio ao pensar do filho, por mais que as crianças sejam instrumentos de recados na pureza de suas palavras, jamais os dominará, afundava em perguntas, sobre a morte, essa incerteza consumia-me, logo eu Pedro, a quem Cristo edificou sua igreja, fora crucificado de cabeça para baixo, pois não era digno de morrer igualmente ao Salvador, sim, depois que aprendi o que era pesquisar e seus meios, obtive várias respostas as minhas dúvidas, mas existem assuntos ainda sem solução para ciência moderna, essa acredito que nunca irá explicar a permutabilidade e eternidade da Alma atrelada ao corpo, que quando se desperta nos tornamos espíritos.
“Na solidão, a angústia domina minhas entranhas
A aranha, repassa novamente na tocaia do isento,
Ao acaso a irmã daquela menina, que perguntaste
O nome meu, teria de forma antecipada, algo a dizer
Já não refiro entre as flores queridas da primavera,
Sou primor, sei que não sou mais o inóspito de antes,
Que desejava ser um Senador,
Ao conhecer as façanhas das políticas,
Perceber o quão o humano é falho
Em prol dos seus interesses,
Desestimulou e tanto, meus desejos
De modificar a mais possível lealdade
Procuro o amor entre palavras,
Não a encontro, dentro do meu ser,
Revejo a irmã daquela garota,
- Se não fosse a humildade de Deus
De colocar palavras prontas em minha boca
Como maneira de instrumento utilizado por ele”
O ensino médio é uma fase conturbada, os estudos ficam mais pesados, densos, acelerados, a professora repete pela terceira vez, a mesma dúvida da questão de matemática, sobre trigonometria, não consigo compreender, o que são quadrantes, muito menos noventa graus, em minha mente retorna, que duas séries atrás, fora nosso primeiro bebedeira, com mortadela como petisco, minha família ainda depositava credibilidade, algo que fora rompendo aos poucos, de sexta em sexta, de praça em praça, de encontros com as meninas que começavam a frequentas o local, falávamos sobre cantores o mundo da arte, mas pouco falávamos, sobre livros, pinturas, falavam-se muito de filmes e televisão, quadro triste esse da elite empresarial da nossa nação, que estipula o que iremos discutir nas esquinas do país, creio que são eles que criam suas próprias informações, tento falar, uma vez, duas, não possuo o embasamento necessário que fora descobrir o que seria isso na universidade ao estudar Administração.
Recluo, evito beber, em uma promessa feita para minha mãe, pois meu pai havia separado dela recentemente indo morar com sua amante, meus irmãos mais novos terei que olhar por enquanto, até crescer e serem capaz de distinguir o certo e o errado, em um país onde idolatramos o erro, meu refugio fora a pintura, comecei com traços livres, desenhando um rosto, uma paisagem, não eram obras de artes, mas a cada quadro e tempo empenhado, evoluía, conheci o trabalho de um famoso pintor “pollock” que usa o gotejamento para fazer seus quadros, estava na dúvida, se combinava o azul com amarelo, em uma era pós moderna que não nos preocupamos com a métrica tão menos as teorias das cores.
“Sinto aliviar, esse monstro interno
Crescente, cada vez mais,
Por sarcasmo, zombaram
Abandonaram a tribo
Ah! Mas já não me encaixava
Não suportava falar daqueles
Artistas tão bem remunerados
Pagos para encenar a crueldade
Já não vejo esperança na nação
Terei que cumprir o dever
Com a pátria
Já não espero o apocalipse,
A morte me atormenta,
Não estou a atrair
Desejo a compreender,
Mesmo em lapso
Passado/Futuro”
Pintar era um refúgio, que necessitava cada vez mais, em torno de oito meses acumulei uns trinta e dois quadros, desses seis se destacavam, uma vez, em minha direção apareceu Bruna uma garota conhecida pela sua inteligência e por fazer parte de um colégio burguês, era uma verdadeira patricinha, indaga:
- Sei que tu pintas, posso ver?
Ora como essa, assim, pergunta feita de tal forma, penso uma vez, duas, mas qualquer um se apaixonaria por ela além do conhecimento possuía uma beleza daquelas de novelas, que ouvia distraidamente meu tempo perder enquanto ficava alcoolizado.
- Claro, acompanha-me.
Chegamos em casa, minha mãe tinha saído com meus dois irmãos mais novos, acredito ter ido a sorveteria da rua de cima, era o ponto principal deles, nessa época beirava os dezesseis anos, estava uns seis meses sem ingerir bebida alcóolica, o que fora fácil, consultei com psicólogos e psiquiatras conveniados ao governo, eles afirmaram que esses seis primeiros meses eram os mais difíceis, pois iria separar o ebriedade da sobriedade, e ébria Bruna fora ficando, quando de quadro em quadro ia se extasiando, afirmou:
- Tu és um verdadeiro artista, obrigado por deixar ver suas artes.
Como assim, ela não percebeu, que mesmo com roupa estava pelado para ela, fora a única pessoa que vira minhas pinturas, esteve no meu íntimo mais profundo.
- O que você retrata nesses quadros surreais?
Não tinha a resposta, era minhas emoções falando de forma racional, olhei em seus olhos que brilhavam, senti me chamar, já havia beijado outras garotas, mas ela era a mulher mais cobiçada entre a juventude, em minha casa, no quarto de pintura, segurei em suas mãos, coloquei em meu coração, disse:
- São esses batimentos que expresso.
Ela beijou-me ardentemente, até despirmos um ao outro da imoralidade, e vestirmos de prazer, naquele instante passou o sermão da professora que distinguia, o sexo do amor, nos amamos fazendo sexo.
No dia seguinte resolvi bater na porta da casa dela, de ousado, de supetão, não apareceu ninguém, já estava escurecendo, quando um vizinho aparece entrando em sua casa e menciona:
- Rapaz, o povo que você chama nessa casa se mudaram hoje, para bem longe.
Seria o amor, a mesma força que modifica o planeta, capaz de afastar duas pessoas que possam estar se amando.
O paradigma, sempre é pesado para a mulher quando propiciada sua primeira relação sexual, nas aulas de biologias, tinha que estudar, decorar diversos tipos de hímen, qual deles rompendo sangraria, sempre e sempre, acordava pensando naquele momento, dormia pensando em novamente ter aquele momento com aquela linda garota, mas a vida, ainda não consigo explicar em minha adolescência, algo tinha certeza, foi-se minha primeira vez, enquanto a ela, não posso ter certeza, não recordo de sangue por perto, mas talvez só seja um mito urbano, daqueles que o primeiro amor, fica marcado, mas ainda nem a amava, depois de fazer amor com ela, comecei a amar, e ela logo se distanciou, hoje em minhas cores, estão escura e avermelhadas, não consigo compreender os números complexos, o tempo vai se arrastando e já não possuo mais notícias dela.“ôh como queria aqui nov
Depois que conheci Adriana, tive um amor correspondido, não foram migalhas que me ofertaram, soube em sua pureza, o que era amar, o que era lutar por um amor, ela sempre tão meiga com roupas de energias pesadas, sempre aconselhara a mudar suas roupas, ela afirmava só se mudasse de essência, mas na verdade não queria mudar nada nela, assim como ela não queria, mas tentava, aceitava seus palpites, uma vez uma carta endereçada anônima apareceu na caixa postal residencial, só havia minha pessoa naquele momento, instigado pela curiosidade abrir.“Pedro, Desculpe-me!!!Sou Bruna, no dia que fizemos amor, sempre tive esse desejo por ti, porém nunca tive uma atitude daquelas com ninguém, meu desejo por você era alto, sempre te achei lindo, boa praça, quando descobri que tu era artista, me senti tão lisonjeada, o homem que nutro amor, és um ver
Bartolomeu e Zefrida, eram companheiros inseparáveis de narcóticos, desde que frequentava um grupo sombrio na praça da cidade, suas vidas viraram de cabeça para baixo, Pedro estava nesse dia e fora um dos seus últimos já estava embriagado, assim com os demais, quando chega Urubafo, andando pela cidade, eles não nutriam rancor, ódio ou algumas formas de preconceitos, só desejavam livrar sua mentalidade do corpo, voar sem ter asas, mas eram aprisionados a cada instante, a cada escolha, a cada pensamento da carne.- Todo mundo doidão de goró, tenho um remédio aqui para cachaça. Afirmou Urubafo.Nesse dia só tinha o trio, por perto, se entreolharam nunca ouviram falar de remédio para embriaguez.- Que remédio é esse? Pergunta Zefrida.- Dessa vez irá sair de graça.R
- Mão na cabeça vagabundo, ajoelha, fica quietinho. Gritava os Policiais.Pedro sem entender, cumpria as ordens totalmente trêmulo, como encontraram tanta cocaína em uns caixotes da empresa que prestava trabalhava, quilos e mais quilos nos lugares de frutas e verduras, o policial essa altura colocou a botina em sua cara, com ele deitado, de tanto repetir que não sabia de nada.O olheiro que observava de longe, ligou um número disfarçadamente, anunciou:- Sujou, os homens chegaram, fita dada.O Dono da empresa, arrumou tudo que era necessário com sua esposa e filhos, abrira o cofre pegou o dinheiro, sumiram, se as investigações fosse a frente, iriam descobrir que todas as empresas estão no nome de seu gerente, que agora estava sendo ouvido pelo delegado de plantão, repetia sequencialmente:- Desconh
- Meu amor, só você conheceu seu patrão, como irei a casa dele, esse endereço existe?Adriana, ouvia as palavras de seu namorado, que entrara na sala de visita, esperou um tempo, sabia da índole de Pedro, não duvidaria nunca, de sua inocência, ela queria muito o beijar, o amar, depois que começou ser intenso a ela, a sensação do prazer, era um dos melhores refúgios para ela, tinha parado de fumar, até a notícia então da prisão dele, fumou desesperadamente junto com calmantes, mas nada tirava aquela sensação de incerteza.- Pedro, aqueles quadros podem ser valiosos, você já vendera alguns, vamos vender, para pagar o advogado, você precisa se mostrar inocente.Pedro relutava com essa ideia de vender suas artes, ultimamente, estava sendo muita íntima para ele, era uma mistura, de prazer e amor pel
Bartolomeu, lembrava do grande favor que seu amigo que fora condenado inocentemente em prol de sua avareza e ganância, era irrelevante, estava em um bacanal, totalmente topado, o grande dia era hoje, armou uma cilada para Urubafo, para negócios, para assumir o local, matando Urubafo, da fronteira até a cidade que morava, seria território dele, uma grande quantia em jogo, três homens fortemente armando estavam de tocaia, a espreita, uma cilada tão bem planejada, quando Pedro foi preso, ligaram de um telefone público, para o suposto dono da empresa, deu a notícia, conseguiu o nome do seu braço direito, sequestraram e pediram para fazer o encontro de negócios escusos, depois disso o mataram, botaram fogo, enterrando as cinzas e os possíveis restos mortais, jamais suspeitaram do desaparecimento dessa pessoa tão suspeita e tão solitária.A caminhonete de Urubafo chegou no
Adriana e a mãe de Pedro que se recuperava de um acidente cardiovascular, lia em prantos, humildemente ele só pedia mais cores em sua vida, Adriana preparou tudo, sua sogra a chamou para morar com a filha recém nascida, mesmo em resguarde, ela se prostou a esse dever, e fez uma promessa a Deus, “Que não se deitaria com homem nenhum em sua vida, se Deus devolvesse Pedro para seus braços, seu grande Amor, pai de sua filha.”O carcereiro passou na mansão que mudaram há poucos tempos, viu caixas e mais caixas de material, pensou, comentando:- Vish, é muito material, terei que conversar com diretor, ver se fazem um Ateliê para ele, tem minha palavra que conseguirei, mas irá depender dele se tiver boa conduta.Adriana começou a amamentar a criança, com nome de Vitória Esperança, sobre o signo de Câncer, a sensa&c
Bruna, ouvira comentar que era um caso do passado de Pedro, que ainda o amava muito, por ele ter sido seu primeiro romance idealizado na forma de sexo, por um momento Adriana, deduziu se os filhos que estariam na barriga dela, não seria do seu esposo ou namorado, não saberia definir, estava morando todos os familiares na mesma casa, a família de Pedro que de sua parte muito humilde e a de Pedro, Bruna pedira para entrar em comunicação com o detento através de cartas, por causa do seu serviço público poderia ocasionar represálias estruturais, não iriam interpretar na forma passional, Adriana cordial e gentil, comenta:- Pode deixar, irei entregar suas cartas, mas irei a ler antes.Era o amor possessivo entrando em ação, o fato de ler as cartas tomou por medidas de segurança emocional, Bruna concordara com a condição impositiva.&nbs