Caio estava tão obcecado com Maia que já fazia dias que ele não aparecia no Grupo Nunes.Quando Sandro soube disso, ficou furioso e ordenou que seus homens trouxessem o filho de volta à força.Quando Caio foi levado de volta à mansão da família Nunes, a primeira coisa que viu foi seus pais sentados em silêncio na sala de estar.Assim que o viu, Sandro gritou com autoridade:— Venha aqui!Caio caminhou sem expressão em direção ao pai, apenas para receber um tapa tão forte que o fez virar o rosto. Ele cuspiu sangue no chão, mas permaneceu calado.Ângela, que estava ao lado, correu imediatamente para segurar o filho, aflita:— Sandro, você está louco? Falar é uma coisa, mas por que bater?Ela lançou um olhar de repreensão ao marido enquanto analisava o estado do filho. Quando olhou de perto, quase perdeu o fôlego:— Meu Deus, o que é isso? — Ângela exclamou, horrorizada. — Caio, o que aconteceu com você? Quem fez isso com o seu rosto?Ela puxou o filho com indignação, cheia de raiva:— Em
Meses depois, Maia e Enrico ficaram noivos.No dia em que Maia viu Caio partir, ela estava ao mesmo tempo preocupada e irritada. Sem demora, ela levou Enrico a uma clínica para cuidar dos ferimentos dele.— Olha só esse machucado... — Maia murmurou enquanto aplicava o remédio com cuidado. — Por que você foi tão impulsivo? Um rosto tão bonito como o seu, e agora está todo machucado.Enrico, com um sorriso despreocupado, apoiou o queixo na palma da mão dela:— Se isso me rendeu sua atenção e preocupação, então foi a surra mais bem recebida da minha vida.Maia corou imediatamente e lançou-lhe um olhar de reprovação:— Sua língua é tão afiada quanto sua teimosia.Apesar disso, ela não conseguiu esconder a preocupação em seu rosto:— Prometa que não vai fazer isso de novo. Ver você machucado me deixa com o coração apertado.— Prometo. — Enrico assentiu com seriedade, segurando as mãos de Maia. — Eu juro, nunca mais vou deixar Maia ficar preocupada comigo.No início do verão, eles realizaram
Quando a avalanche atingiu a estação de esqui, Maia foi empurrada montanha abaixo por Nana. Enquanto Nana apenas deslocou os dois braços e ficou caída no mesmo lugar, Maia despencou até o fundo do vale. Ela ficou presa na neve da montanha Muri por sete dias inteiros.Se não fosse por um galho que perfurou seu pé, deixando marcas de sangue na neve branca como um aviso, talvez ela nunca tivesse sido encontrada. As manchas vermelhas se espalhavam pelo chão gelado como uma flor escarlate desabrochando no meio do vazio.Maia estava encostada em um tronco, à beira da inconsciência. Seu corpo parecia tão frágil e exausto que mais um instante e ela se fundiria com o gelo ao seu redor.Assim que a equipe de segurança a avistou, um dos seguranças usou o rádio para entrar em contato imediatamente com Caio:— Sr. Caio, encontramos a Srta. Maia!Pouco depois, um helicóptero desceu rapidamente, levantando uma ventania que fazia Maia mal conseguir abrir os olhos. Mesmo assim, ela conseguiu ver Caio i
Três anos atrás, os pais de Maia morreram em um acidente de carro enquanto salvavam os pais de Caio. Após a tragédia, os parentes oportunistas dividiram entre si todo o patrimônio da família Davis, deixando Maia sem nada.Com pena da jovem, Mestre Nunes, avô de Caio, decidiu acolhê-la na família Nunes, para que ela não acabasse desamparada. Temendo que Maia fosse maltratada, Mestre Nunes arranjou um casamento entre ela e Caio, com a intenção de torná-la oficialmente parte da família. Assim, os dois se tornaram um casal.Caio, no entanto, era extremamente popular. Em toda a Cidade Quilemba, não havia quem não conhecesse o primogênito da família Nunes. Bonito, charmoso e de presença marcante, ele era o sonho de muitas mulheres, que disputavam sua atenção. Ao lado dele, Maia parecia insignificante.Para manter Caio ao seu lado, Maia fazia de tudo, sem medir esforços. Choro, gritos e discussões eram coisas comuns no relacionamento deles. Qualquer mulher que tentasse se aproximar de Caio er
Depois de muito esforço, eles finalmente chegaram ao hospital mais próximo. Porém, após realizar os exames, o médico os encarou com uma expressão pesada e disse:— O ferimento no pé de Maia é muito grave. A única solução agora é amputar, removendo a parte necrosada. Se deixarmos a infecção avançar, há um grande risco de perder toda a perna.Ele fez uma pausa, como se quisesse preparar os dois para o que viria a seguir, e continuou:— Além disso, a desnutrição severa causou danos ao estômago e intestino dela. Para recuperar totalmente, pode levar pelo menos uns vinte anos de cuidados.Caio ficou paralisado com a notícia, como se tivesse levado uma pancada na cabeça. Ele demorou a reagir, mas de repente explodiu de raiva, dando um chute violento em uma cadeira, que foi parar no chão:— Como assim?! Um simples ferimento externo e vocês querem amputar?! Que tipo de médico medíocre é você? Para de falar besteira!Nana imediatamente o segurou pelo braço, tentando acalmá-lo:— Caio, calma! De
Nana ajustou a postura antes de se deitar na neve, cuidadosamente escolhendo um ângulo que parecesse convincente. Quando Caio chegou correndo, ansioso e preocupado, encontrou Nana caída ali, pálida e frágil, enquanto Maia já estava soterrada pela neve no fundo da montanha.Nana olhou para Caio e, com uma expressão de confusão, disse:— Maia não estava comigo. Não sei onde ela foi parar.Com essas palavras, Nana conseguiu desviar a atenção de Caio. Ele acabou sendo convencido a levá-la de volta ao hospital para receber cuidados, deixando Maia sozinha, abandonada ao pé da montanha, sem ninguém para socorrê-la.Desde que presenciara a morte dos pais, Maia havia desenvolvido um medo inexplicável de ficar sozinha. Porém, naquela época, ela ainda tinha Caio ao seu lado, o que a fazia sentir-se protegida. Era exatamente por esse motivo que ela concordara em acompanhá-los naquela viagem de esqui. Maia queria estar perto de Caio o máximo possível, mesmo com Nana sempre por perto tentando ocupá-
Maia já estava no hospital há três dias, mas, durante esse tempo, apenas uma enfermeira estagiária aparecia de vez em quando para limpar seus ferimentos e aplicar um pouco de medicamento.Dizer que era "tratamento" seria exagero. Tudo o que faziam era passar um antisséptico básico nos cortes. O efeito era quase nulo.A estagiária não tinha o menor cuidado. Suas mãos pesadas faziam Maia estremecer de dor, enquanto o suor frio escorria de sua testa. Ela agarrava o lençol com força, e seus dedos magros estavam tão tensos que as articulações ficavam brancas.Caio entrou no quarto no meio desse processo, e a cena o incomodou profundamente. Ele pegou o frasco de medicamento das mãos da enfermeira, irritado:— Por que você não diz que está doendo? Antes... você já não estaria fazendo drama e pedindo pra eu te consolar?Se fosse antes, Maia certamente faria birra e exigiria que Caio lhe fizesse todas as suas vontades. Mas agora, ela preferia suportar tudo em silêncio, engolindo a dor sem dizer
Caio virou-se para Maia, e o olhar que ele lançou estava carregado de desprezo:— Maia, você foi longe demais! Quero ver quanto tempo você consegue sobreviver sem a família Nunes! A partir de agora, o nosso noivado está rompido! Você não é mais minha noiva!Mestre Nunes ficou tão indignado que seu rosto ficou lívido. Ele apontou o dedo trêmulo para Caio, tentando falar.— Você... você é um cego... um ingrato...Antes que pudesse terminar a frase, o velho senhor fechou os olhos e desmaiou na frente de todos.Os médicos correram imediatamente para socorrê-lo e o levaram para ser atendido. Maia, vendo a cena, tentou se levantar de forma instintiva, mas seus ferimentos a impediram, e ela caiu de volta no chão.— Vovô... vovô... — Ela murmurou, com lágrimas nos olhos. Tentando desesperadamente alcançar Caio, ela puxou a barra da camisa dele com as mãos trêmulas e sussurrou com a voz embargada. — Por favor, me deixe vê-lo... Eu imploro...O sangue escorria junto de suas lágrimas, formando ma