Só para não restar dúvidas, o título de cada capítulo é a numeração do mesmo em italiano. Portanto, estamos no capítulo vinte (venti). Só uma pequena curiosidade pra vcs! beijinhos e boa leitura <3
Uma vez que um ciclo se forma, é difícil rompê-lo de forma definitiva. É algo que tende a continuar e se repetir por um longo tempo, até que uma atitude drástica consiga interromper sua continuidade, formando outra realidade.Ao chegarem no hotel, Victoria se sentiu dessa maneira. Presa em um ciclo interminável, onde todo o seu esforço para conseguir algum tipo de informação era insuficiente. Se via novamente na estaca zero, e suas frustrações aniquilaram suas esperanças que se mantiveram firmes por tanto tempo.A última vez que sua fé inabalável foi interrompida, foi no momento em que quase tirou sua vida na mansão dos Mazzini. Felizmente, foi impedida por Damiano.Ou infelizmente, dependendo do quão desesperançosa estivesse de sair dessa situação com vida.Victoria pensou que seria melhor ter morrido ao se jogar da sacada, do que servir de cobaia para seja lá qual tipo de perversidade aquele homem deseje tentar com ela. Não seria uma morte tão impactante, poderia até soar poético.C
Diferente dos dias anteriores, o dia amanheceu limpo, com o sol brilhando ao seu centro, rodeado por nuvens brancas e claras que o contornam como uma bela moldura no céu azul.Damiano e Victoria foram para um hotel discreto, que mais parecia uma casa de veraneio luxuosa. Por fora, as paredes são acinzentadas com tijolos compondo sua estrutura, junto de grandes pilastras em frente a porta de madeira e um telhado triangular.Após uma longa noite de insônia, Victoria estava sentada sobre a cama com as pernas cruzadas, encarando a linda luz do sol que entrava pela janela, tornando a cor de seus cabelos acobreadas ainda mais intensa. A parte do quarto onde estava era pequena, porém o suficiente, já que acreditavam que ficariam apenas mais um ou dois dias. Pelo menos é o que Victoria esperava, não sabia o que iriam decidir e qual seria o seu destino.Todos os dias, vivia como se esperasse que fosse o último. Não por vontade ou desejo de que sua vida chegasse ao fim, e sim porque simplesment
Victoria se levantou para fechar as cortinas amarelas após Damiano reclamar que a claridade fazia seus olhos doerem. Antes de fechar as janelas completamente, ela observou as famílias aproveitando enquanto caminhavam no campo onde fica o hotel. Uma em especial, com um casal e sua filha que aparentava ter uns cinco anos. Era um lindo dia de domingo, perfeito para um programa como esse.Porém, para a ruiva, sua programação estava resumida a cuidar de Damiano, mesmo contra sua vontade, já que ele ardia em febre. Ele não estava completamente consciente, e somente vez ou outra tinha lapsos de lucidez onde conseguia se comunicar de forma clara.As únicas vezes em que conseguiu se comunicar com Victoria, pediu um copo de água, um remédio para dor, e se desculpou. Não especificou exatamente os motivos, mas não era necessário. Seu comportamento desde que chegaram nesse novo lugar demonstrou todo o remorso que sentia, e o desespero em agradar Victoria através de suas ações deixou claro que não
Durante a vida, é comum se deparar com situações extremamente familiares; como o cheiro de um perfume que costumava a usar, tocar uma música antiga que seus avós escutavam pelas manhãs, ou até mesmo o cheiro de bolo recém-assado que se espalha por toda a casa.São sensações que estão no nosso subconsciente, mas ainda assim, perdidas no meio de muitas outras memórias que não são acessadas com frequência. De qualquer forma, qualquer uma dessas emoções que despertam uma sensação familiar, são sentidas de maneira reconfortante, como um abraço direto na alma.Diferente de sensações novas, completamente inexploradas, que causam um frio que ultrapassa a barriga, congelando a espinha.Sentimentos novos tendem a ser empolgantes, mas são igualmente assustadores. O medo do desconhecido está acoplado em nós de maneira inconsciente, e permitir que esses sentimentos sejam explorados, se assemelha a experiência de colocar a mão em uma caixa completamente fechada, onde não se sabe o conteúdo que tem
Existem noites intermináveis, horas que se tornam infinitas, e conversas longas que despertam um sentimento reconfortante de que tudo ficará bem.Momentos que dão um pico de alegria momentânea, e uma sensação esperançosa de que a vida vale a pena ser vivida da maneira mais intensa possível. Memórias eternizadas em nossa mente, que dificilmente serão apagadas pelo tempo. Aquele tipo de lembrança especial, que surge em momentos que precisamos de um carinho na alma.De maneira inimaginável, Victoria e Damiano viveram juntos uma dessas noites. Mesmo após discussões, desentendimentos fúteis e um começo tortuoso. Da tragédia, nasceu algo difícil de ser contido, quase impossível de ser controlado. Inevitável.Toda a raiva e angústia ainda estava lá de alguma forma. Não é simples se livrar de tais sentimentos que permanecem enraizados por tanto tempo. Mas, de alguma forma, estavam sendo equilibrados junto de todos os sentimentos positivos e novos vindos do laço que se formava entre eles dia a
De todas as sensações maravilhosas que se podem vivenciar na terra, Damiano concluiu, naquela noite, que ter Victoria era a melhor delas.Suas mão grandes e firmes pressionavam a cintura dela, trazendo a estrutura em direção a si. Seu corpo parecia incendiar ao sentir os seios dela através do tecido fino do vestido completamente molhado, roçando os mamilos enrijecidos agora em seu peitoral despido.Ele puxava os cabelos ruivos, expondo seu pescoço para que ele pudesse marcar toda a extensão da pele branca e sensível. Seus lábios percorreram todo o seu colo, e sua boca salivou ao ver os seios empinados tão próximos de seus lábios sedentos.Victoria estava em transe, completamente afetada pela maneira com que Damiano havia a dominado por completo. Se dependesse dela, seu corpo seria dele ali mesmo, sem qualquer objeção ou protesto.Ela apoiou suas mãos em seus ombros, utilizando como apoio para pressionar si mesma contra a ereção latente de Damiano da maneira mais intensa que conseguia.
Victoria acordou com a luz forte do sol tocando sua pele nua. Havia dormido bem como não dormia há mais de um mês.Sentiu seu corpo leve e descansado, sua cabeça surpreendentemente menos confusa, e sinceramente, até se sentia um pouco alegre.Parece que toda a confusão e angústia que a perturbavam se esvaiu em uma única noite de sono tranquila. O ar não era mais denso e difícil de respirar como antes, agora, parecia que era início de primavera, e a única coisa com que deveria se preocupar era em cuidar das lindas margaridas que enfeitavam a mesa de centro no seu quarto.Ela permaneceu sentada por alguns minutos, em silêncio, se recordando dos momentos vividos no dia anterior. Uma felicidade a invadiu pouco a pouco ao se lembrar da incrível experiência que teve ao partilhar um dia e uma noite ao lado de Damiano.Eram apenas eles, a natureza, decorando o lindo cenário com um céu estrelado de beleza surpreendente. Todo o rancor e ressentimento havia ficado para trás, pois agora, ela sabi
Damiano estava sentado em sua cama, os olhos em direção ao chão. A expressão debilitada mostrava a frustração explícita em seu rosto. Seu corpo, com a postura relaxada, e sua pele extremamente úmida pelo suor, deixou explícito o seu cansaço que transparecia através de suas ações e trejeitos.Ao mesmo tempo, ouviu duas únicas batidas na porta. As ignorou completamente, até que elas se repetiram. Ele só se prestou ao papel de se levantar para atender, quando ouviu o homem dizer que se tratava do serviço de quarto.Sua cabeça estava dolorida, e tudo o que conseguia pensar era na confusão extrema em que sua mente se encontrava. Infelizmente, todas as memórias bonitas e coloridas que colecionou na noite anterior, foram roubadas, desfeitas como um desenho formado na areia.— Não pedi serviço de quarto. — Ele abriu uma brecha pequena, somente mostrando metade de seu rosto.— Desculpa, Senhor… — o homem gaguejou algumas vezes, parecendo extremamente nervoso.— Qual o problema? — perguntou ao