Capítulo 03

"Todos tem seu lado obscuro que, desde que tudo dê certo, é preferível não conhecer."

Charlotte Sanchéz.

Eu estava deitada na minha cama, mexendo em meu celular e assim que deu nove da noite, me levantei e calcei meus chinelos. Vesti meu casaco e saí do quarto, seguindo em direção ao jardim. Assim que cheguei, avistei Leon sentado no banco. Me aproximei dele e sentei ao seu lado.

— Oi — sorri.

— Oi, fico feliz que tenha vindo, achei que não viria.

— É claro que vim, amo este lugar.

— Parece um pouco desanimada, o que houve?

— A Francinny terá que ir embora, então isso me desanimou um pouco.

— Sinto muito, porque ela terá que ir?

— Ela terá que viajar a trabalho como modelo e só voltará depois de dois meses.

— O tempo está passando rápido, quando ela for, logo mais estará de volta novamente.

— Ou, acabará demorando para o tempo passar.

— Bom, eu estarei aqui para conversar, caso você precise desabafar ou apenas conversar.

— Agradeço muito, fico feliz em ter conhecido você.

— Eu também fico muito feliz por ter conhecido você.

— Você vem aqui todos os dias?

— Quase todos os dias, quando estou com a cabeça cheia de coisa eu sempre venho aqui e esse lugar sempre me relaxa.

— Vou começar aderir isso e já está funcionando.

— Estava com a cabeça cheia também?

— Sim, mas agora que estou aqui e com você, já me sinto um pouco melhor.

— Bom, estarei aqui sempre que precisar.

— Obrigada Leon.

— Imagina — sorriu.

Leon se aproximou um pouco mais e colocou uma de suas mãos em cima da minha. O olhei e sorri, pegando em sua mão também.

Algum tempo depois, Leon e eu nos levantamos e ele me acompanhou até meu quarto. Assim que chegamos, Leon me deu um beijo no rosto e voltou para o seu dormitório.

Passar um tempo com o Leon, havia me tranquilizado um pouco, eu estava tristonha pela partida da Francinny, mas acabei me acalmando um pouco.

Na manhã seguinte, eu havia acordado desanimada, eu ainda estava arrasada em saber que a Francinny iria partir e voltaria depois de dois meses.

Levantei-me tristonha e segui para o chuveiro. Assim que terminei, saí do banheiro e vesti meu uniforme.

— Bom dia Charlotte.

— Bom dia Francinny — cumprimentei, tentando não demonstrar desânimo.

— Eu sei que ainda está triste, não pfecisa fingir.

— Sim, eu estou triste, mas não quero ser egoísta em pensar somente em mim, eu quero que você realize seu sonho também.

— De forma alguma você estaria pensando somente em você, eu sei que pode ser assustador para você ficar de certa forma "sozinha", sem uma pessoa realmente conhecida.

— Obrigada, mas como você falou antes, eu farei mais amizades daqui para frente, assim como eu já estou fazendo.

— E eu te mandarei mensagem todos os dias, então deixe seu celular no alto.

— Eu o colocarei e deixe o seu também.

Francinny se aproximou e novamente me abraçou, dando-me um beijo no rosto.

Saímos do quarto e seguimos em direção a classe. Ao chegarmos, Francinny caminhou até sua carteira, enquanto eu sentava em meu lugar.

Olhei para a carteira ao lado, mas Leon não havia ido na aula e isso me intrigou um pouco, talvez ele estivesse matando aula, ou tivesse acontecido outra coisa.

Algum tempo mais tarde, assim que o sinal tocou, nos levantamos e seguimos em direção ao refeitório. Francinny e eu pegamos nossas bandejas e fomos no sentar à mesa, junto com a Melissa e Lilly.

— Bom meninas, temos que aproveitar a Francinny hoje, porque amanhã ela já irá partir e não podemos desperdiçar esse tempo — disse Lilly.

— Concordo plenamente! Então nem pense em se afastar de nós Francinny — falou Melissa.

— Podem ficar tranquila, eu não irei me afastar de vocês — sorriu Francinny. — Você está bem Charlotte? Está tão quieta.

— Eu estou bem, só estou pensando longe hoje, mas estou bem — sorri levemente.

— Aonde você foi ontem à noite? Eu a ouvi saindo do quarto.

— O Leon havia me chamado para ir no jardim ontem à noite, então eu fui.

— Ele está muito interessado em você

— disse Melissa.

— Acho que você é a primeira garota que o Leon está realmente interessado — falou Lilly.

— Ela é literalmente a primeira, nunca vi o Leon tartar nenhuma outra garota como ele trata a Charlotte, ele a chamou para um jardim e nós nunca vimos isso, lembram quando nós saíamos todas as noites e víamos o Leon alí? Ele nunca esteve com uma garota — respondeu Francinny.

— Verdade, eu me lembrei agora, ele sempre estava sozinho — disse Lilly.

— Charlotte, me diz, o que o Leon fica fazendo alí sozinho? Ele contou algo sobre? — indagou Melissa.

— Ele vai lá para relaxar, quando está muito estressado ou tenso.

— Enfim, cuidado com as meninas que são loucas pelo Leon, elas podem pegar raiva de você, por serem invejosas — disse Lilly.

— Como assim? — perguntei.

— Você vai acabar assustando a Charlotte! — falou Francinny. — Não ouça a Lilly, essas garotas não batem nem em uma mosca e não será agora que elas baterão em alguém.

— Sei...

— Não se esqueçam que hoje a professa de história nos levará à um museu — disse Melissa.

— Verdade, uma das únicas aulas legais por aqui — falou Francinny.

Algum tempo depois, assim que terminamos de comer, nos levantamos e caminhamos em direção ao pátio do colégio, para o passeio. Assim que os demais alunos chegaram, subimos no ônibus e seguimos para o museu. Ao chegarmos, descemos e a professora começou a nos dividir em dupla.

Francinny ficou com a Lilly, a Melissa com Amélia, o Thierry com o Pierri e por coincidência, eu fiquei com o Leon.

Assim que as duplas já estavam feitas, nós entramos no museo e começamos a observar as coisas. O museo era imenso e o dono havia reservado ele somente para os alunos, então nós não tivemos que seguir uma fila, podíamos nos separar e ir para qualquer andar e cômodo do local, mas claro, sem mexer em nada.

— Esse é o museo mais grande que já visitei — falei.

— Digo o mesmo — respondeu Leon. — Você ainda está desanimada com a ida da Francinny?

— Um pouco, acho que sentirei muita falta dela.

— Tenho uma notícia que irá animá-la um pouco. Eu falei com os meus pais hoje sobre os seus e eles me pediram o contato de ambos, para fazer uma entrevista com eles e há noventa e nove por cente de chances deles conseguirem.

— Sério? — sorri animada.

— Seríssimo!

— Muito obrigada mesmo — o abracei.

— Depois me passa o contato dos seus pais, para eu passar para os meus.

— Tudo bem... nossa, você me ajudou muito mesmo, ajudou os meus pais.

— Tudo por uma amiga.

Leon Fleury.

Estava feliz por ter conseguido ajudar os pais da Charlotte, principalmente por ter recebido um abraço dela.

Conforme nós íamos caminhando pelo museo, mais informações eu conseguia sobre seus gostos e sua vida pessoal, como sua família e entre outros.

Eu estava começando a me aproximar um pouco mais da Charlotte e isso me deixava ainda mais contente, eu queria que ela se abrisse para mim, contando sobre a sua vida, seus desabafos e suas emoções, eu queria ser a pessoa mais próxima que ela teria nesse colégio.

Charlotte Sanchéz

Eu estava feliz com a notícia sobre a vaga de emprego, o Leon estava me ajudando muito e isso me deixava muito feliz, principalmente por eu ter o conhecido.

Algum tempos mais tarde, retornamos para o ônibus, voltando para o internato. Ao chegarmos, descemos do mesmo e entramos no colegio. Assim que entramos, segui em direção ao quarto, enquanto Francinny e as meninas seguiam para o quiosque. Em seguida, Leon se aproximou, caminhando ao meu lado.

— Para onde está indo?

—Eu vou pegar meu celular, para mandar os contatos para você e aproveitando que você está comigo, eu adiciono você nos meus contatos também.

— Ah, claro.

— Onde estava hoje mais cedo? Estava matando aula?

— Digamos que sim, não queria ir para a aula hoje.

— Farei isso algum dia.

— É ótimo, recomendo — sorriu sarcasticamente.

— Farei isso com certeza — ironizei.

Ao chegarmos no meu dormitório, entramos e peguei meu celular, que estava em meu criado-mudo ao lado da minha cama. Adicionei o Leon no meu celular e passei os contatos dos meus pais para ele por mensagem.

— Obrigada mais uma vez, acho que te agradecerei sempre — sorri.

— Não precisa agradecer Charlotte, é uma satisfação para mim poder ajudar seus pais.

Sorri. — Eu preciso ir agora, as meninas estão me esperando.

— É claro, pode ir.

Nos retiramos do quarto e segui até o quiosque, enquanto Leon seguia para outra direção. Ao chegar, me aproximei das meninas e me sentei no banco.

— Até que fim, achei que não viria mais — exclamou Lilly.

— Desculpa pelo atraso, mas por fim, estou aqui.

— Onde estava? — indagou Francinny.

— Eu... — antes que eu pudesse terminar de falar, Francinny me interrompeu.

— Não precisa dizer, deixa eu adivinhar... com o Leon?

— Ele precisava dos contatos dos meus pais, para mandar para os dele.

— Ele conseguiu o emprego para os seus pais? — perguntou Melissa.

— Ele falou que tem noventa e nove por cento de chances dos meus pais conseguirem o emprego, então espero que sim

— Seus pais já conseguiram o emprego, disso pode ter certeza! — afirmou Francinny.

— Então que bom né.

— Exatamente, que bom.

— Enfim, vamos comer as coisas que estão aqui? Eu estou com fome — disse Melissa.

— É claro — falou Lilly.

A confirmação da Francinny havia me deixado ainda mais feliz, finalmente meus pais teriam um novo emprego, depois de esperarem tanto.

Algum tempo depois, as meninas retornaram para o quarto, enquanto eu, decidi dar uma volta ao exterior do colégio. Sentei em um banco e comecei a observar ao meu redor. Em seguida, Thierry sentou ao meu lado.

— Oi novamente, entediado? — indaguei.

— Muito, aqui poderia ter algumas gincanas para os alunos se divertirem mais.

— Concordo, seria bem divertido.

Leon Fleury.

Assim que meu treino terminou, saí do campo e fui procurar a Charlotte, queria conversar com ela novamente e passar um tempo ao lado dela.

Estava andando pelo exterior do internato e avistei Charlotte sentada em um banco, junto com Thierry, ambos estavam conversando e rindo e isso acabou me irritando um pouco. Não queria que eles se aproximassem e muito menos fossem amigos.

Me aproximei de ambos e os interrompi, cumprimentando a Charlotte e ignorando a presença do Thierry.

— Oi Charlotte — sorri.

— Oi Leon, estava no treino?

— Sim, mas como eu já terminei, pensei em vir conversar com você.

— Ah, tudo bem, pode falar.

— Conversar com você a sós, sabe? Bater um papo, andar pelo colégio...

— Ah, tudo bem. Thierry, você se importa?

— Claro que não, pode ir — sorriu Thierry.

Charlotte Sanchéz.

Leon e eu estávamos caminhando pelo exterior do colégio, enquanto conversávamos.

Eu havia achado estranho a atitude do Leon com o Thierry, ele havia ignorado completamente a presença do Thierry, não o cumprimentou e muito menos o olhou, isso fez eu pensar que pudesse ter algo inacabado entre eles.

— Você está bem? — indagou Leon.

— Estou — sorri levemente. — Leon, você e Thierry tem algo inacabado?

— Como assim?

— A, não sei... vocês brigaram? Ou você só não gosta dele?

— Não tenho nada contra ele, mas também não tenho nada a favor... não sei, ele não me passa confiança.

— Ah, sim, entendi.

— E você, o que acha do Thierry? Sendo honesta.

— Eu acho o Thierry uma pessoa divertida, gentil, muito simpática e eu gosto bastante de conversar com ele.

— E o que você acha de mim?

— As mesmas coisas, você é uma pessoa amigável, gentil, divertida e eu amo conversar contigo, é uma pessoa que me distrai e com isso, eu esqueço os problemas.

— Fico feliz em ouvir isso sobre mim, você também é tudo isso — sorriu.

— Agradeço — sorri.

Algum tempo depois, voltei para o meu dormitório. Assim que entrei, avistei Francinny arrumando sua mala.

— Já está arrumando sua mala?

— Sim, vou sair cedo amanhã.

— Poxa, mal cheguei e você já está indo.

— Entretanto, ficarei apenas dois meses fora, não é tanto tempo assim e logo mais estarei volta.

— Bom, então espero que passe rápido.

— E irá passar, você vai ver.

Ainda sim, eu continuava triste pela ida da Francinny.

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