"Temos que sobreviver à vida."Charlotte Sanchéz. Sentei-me no tronco que havia no jardim e comecei a pensar um pouco. Tentei espairecer, mas minha mente sempre voltava para a minha mãe. Eu sentia medo, mas ao mesmo tempo estava tranquila, porque se minha mãe não temia isso, por que eu ficaria com medo? Talvez eu estivesse exagerando. Levantei-me e entrei no colégio, seguindo para a biblioteca. Assim que entrei, sentei-me à mesa, começando a ler. Algum tempo mais tarde, Leon se aproximou e sentou ao meu lado. — Oi, Charlotte, nós não conversamos hoje. — Tanto faz — respondi indiferente, mantendo minha atenção no livro. — Estou falando com você! — E eu estou ouvindo! Leon pegou o livro da minha mão e o fechou, colocando-o ao seu lado na cadeira. — Devolve meu livro — tentei pegar. Ele pegou em meu pulso e me empurrou de volta para o lugar. — Eu devolvo, mas antes fale comigo! — sorriu. — O que você quer falar? — Só quero conversar
“Eu vou ficar bem. Só preciso de tempo para ficar triste.”Charlotte Sanchéz. Me levantei da cama e caminhei em direção a porta. Abri e segui até a classe. Entrei e me sentei ao lado da Francinny. — Boa tarde turma, hoje formarei duplas. Vocês formarão uma arte, e nesta arte, irão precisar de palitos, tintas, jornais, tecidos e folhas. — E para que é tudo isso? — perguntou Bobby. — Vocês irão fazer uma casa, qualquer tipo de casa que vocês decidirem fazer, tudo bem? — Mas onde nós iremos arrumar tudo isso? — exclamou Lígia. — Tem uma sala de materiais, alí irão encontrar tecidos e jornais, mas os palitos vocês podem pedir para os seus pais trazerem. — E você irá escolher as duplas? — Isso, então vamos começar. Francinny fica com Bobby, Thierry e Camilli, Dylan e Adeline, Charlotte e Leon, Lilly e Jade... Assim que ouvi a professora me formar uma dupla com Leon, meu corpo estremeceu e meu coração disparou. Assim que o sinal tocou, esperei os
"Porque nada mais te assusta do que a certeza do fim."Charlotte Mendes. Precisava me acalmar, não sabia como, mas precisava pensar em algo para não ficar aflita. Virei-me e caminhei em direção ao quarto. Entrei e me aproximei do criado-mudo. Peguei meu celular e liguei para minha mãe. — Oi, querida. — Oi, mãe. — Está tudo bem? — Está sim e você? — Estou bem, mas tenho certeza que você não ligou só para isso, certo? Suspirei fundo, tentando conter as lágrimas. — Sim, é que… estou preocupa, você está grávida e com sua idade é perigoso ter filhos, principalmente se você tiver problema de pressão alta. — Calma, Charlotte, respira fundo. Sim é perigoso, mas antes eu consultei um médico e ele avisou que minha saúde está boa e pode ser que não aconteça nada no parto. — Pode ser? — Foi apenas modo de falar. — Certeza? — Certeza! Pode ficar despreocupada. — Tudo bem. Mãe, você ou o papai poderiam me trazer palitos? — Claro, mas para
“Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida.” Charlotte Sanchéz. Fazia um mês que minha família e eu viemos morar em Paris, para termos uma vida melhor. Meu irmão é maior de idade, sou a caçula de dezesseis anos. Meus pais estão desempregados, tentando arrumar um emprego para poder pagar o aluguel do sobrado. Meus pais decidiram me colocar em um internato para jovens de quatorze a dezoito anos. Eu não sabia bem o por que, mas eles me disseram que era para eu aprender melhor o francês e a educação de lá, assim seria mais fácil para ambos encontrarem um emprego e não se preocuparem comigo. Eu estava nervosa, afinal, eu iria para o internato na manhã seguinte e a única pessoa que eu conhecia, era a minha prima Francinny. A Francinny veio morar aqui desde os doze anos, mas nunca deixamos de nos falar. Ela dizia que o internato era bom, haviam várias pessoas simpáticas e agradáveis, e isso fez com que eu me tranquilizasse um pouco. Na manhã seguinte, havia leva
"Nossos pensamentos são as sombras de nossos sentimentos, sempre mais obscuros, mais vazios, mais simples que estes." Charlotte Sanchéz. Na manhã seguinte, havia acordado com a Francinny me chacoalhando levemente. Levantei-me sonolenta e bocejando. — O que foi? — perguntei incômoda. — Está atrasada, está na hora de levantar. — Odeio aula! — Eu também, mas não podemos faltar. Ao terminarmos de nos vestir, nos retiramos do dormitório e seguimos para o refeitório, para tomarmos nosso café da manhã. Algum tempo depois, saímos do refeitório e caminhamos em direção à classe. Entramos e nos sentamos. Ao terminar a aula, nos retiramos da classe e seguimos novamente para o refeitório, para o almoço. Entrei na mesma e peguei uma bandeja com alimentos, sentando-me à mesa com Thierry. — Bom dia Thierry — o cumprimentei com um leve sorriso. — Bom dia — sorriu. — O que está fazendo aí? — Terminando um desenho — sorriu. — Posso ver? — Assim que eu terminar eu te mostro. — Será que
"Todos tem seu lado obscuro que, desde que tudo dê certo, é preferível não conhecer." Charlotte Sanchéz. Eu estava deitada na minha cama, mexendo em meu celular e assim que deu nove da noite, me levantei e calcei meus chinelos. Vesti meu casaco e saí do quarto, seguindo em direção ao jardim. Assim que cheguei, avistei Leon sentado no banco. Me aproximei dele e sentei ao seu lado. — Oi — sorri. — Oi, fico feliz que tenha vindo, achei que não viria. — É claro que vim, amo este lugar. — Parece um pouco desanimada, o que houve? — A Francinny terá que ir embora, então isso me desanimou um pouco. — Sinto muito, porque ela terá que ir? — Ela terá que viajar a trabalho como modelo e só voltará depois de dois meses. — O tempo está passando rápido, quando ela for, logo mais estará de volta novamente. — Ou, acabará demorando para o tempo passar. — Bom, eu estarei aqui para conversar, caso você precise desabafar ou apenas conversar. — Agradeço muito, fico feliz em ter conheci
"As razões de nossos atos são obscuras e os impulsos que nos impedem para a ação ficam profundamente ocultos." Charlotte Sanchéz. Na manhã seguinte, havia acordado um pouco mais cedo, para acompanhar a Francinny até o pátio. Levantei ainda tristonha e me aproximei de Francinny. — Então é hoje... — sorri desanimada. — Eu sei que está triste agora, mas você terá uma surpresa que te animará. — Como assim? Que surpresa? — Não seria surpresa se eu contasse. — Tudo bem, mesmo assim, sentirei sua falta. — Eu também sentirei muito a sua. Francinny se aproximou um pouco mais e me deu um abraço apertado. Ao terminarmos de nos trocar, descemos as escadas e seguimos até o pátio do colégio. Assim que já estávamos no exterior do internato, os pais da Francinny já estavam a esperando. Novamente a abracei e me despedi. Assim que Francinny partiu, entrei no colégio e segui em direção ao refeitório, mas assim que virei o corredor, avistei Polo, meu primo e meu melhor amigo. Polo e eu
"A época mais obscura é hoje." Charlotte Sanchéz. Na manhã seguinte, levantei-me sonolenta, olhando ao redor do quarto, olhei para a cama da Francinny e lembrei que eu estava sozinha no quarto, e por alguns momentos, o dormitório parecia vazio sem a presença da minha prima. Algum tempo depois, assim que terminei de me arrumar, ouvi batidas na porta, me aproximei da mesma e a abri, avistando Polo. — O que está fazendo aqui? Sabia que garotos não podem subir para o dormitório das meninas? — Sério? Então que bom que nenhum funcionário do colégio me viu. Nos retiramos do quarto e seguimos em direção à classe, mas enquanto caminhávamos, percebemos que o colégio estava um pouco vazio, era como se metade dos alunos haviam ido embora. — Você percebeu que a escola está um pouco vazia? — indagou Polo. — Verdade, para onde será que foram? — Estranho... — Voltando para ontem à noite, o que aconteceu com você e a garota? — O que aconteceu foi, nós demos uns beijos e depois fomos d