Amor Obsessivo
Amor Obsessivo
Por: Bia Julien
Capítulo 01

“Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida.”

Charlotte Sanchéz.

Fazia um mês que minha família e eu viemos morar em Paris, para termos uma vida melhor. Meu irmão é maior de idade, sou a caçula de dezesseis anos. Meus pais estão desempregados, tentando arrumar um emprego para poder pagar o aluguel do sobrado.

Meus pais decidiram me colocar em um internato para jovens de quatorze a dezoito anos. Eu não sabia bem o por que, mas eles me disseram que era para eu aprender melhor o francês e a educação de lá, assim seria mais fácil para ambos encontrarem um emprego e não se preocuparem comigo.

Eu estava nervosa, afinal, eu iria para o internato na manhã seguinte e a única pessoa que eu conhecia, era a minha prima Francinny. A Francinny veio morar aqui desde os doze anos, mas nunca deixamos de nos falar. Ela dizia que o internato era bom, haviam várias pessoas simpáticas e agradáveis, e isso fez com que eu me tranquilizasse um pouco.

Na manhã seguinte, havia levantado às sete da manhã para arrumar as minhas coisas. Havia-me arrumado inteira para dar uma boa impressão. Em seguida, caminhei até a cozinha, sentando-me à mesa e preparando o meu café.

— Está pronta para o seu primeiro dia? — perguntou minha mãe entusiasmada.

— Não muito, queria estudar em uma escola normal e não em um internato, que você praticamente “mora” nele.

— Já conversamos sobre isso, lembra? Eu e seu pai precisamos procurar emprego e... — a interrompi.

— “Vocês se preocuparão menos comigo”, é eu já sei! — revirei os olhos.

— Será melhor assim Charlotte.

— Claro... — ironizei. — Como vocês pagarão este colégio? Nós não temos todo esse dinheiro!

— Seus tios estarão lhe ajudando, então dê um pouco mais de valor!

Peguei minha mala e saí de casa, seguindo em direção ao carro. Entrei no mesmo e me sentei ao lado da janela, debruçando meu braço no vidro e observando com meu rosto emburrado e esperando a minha mãe entrar.

Assim que cheguei ao internato, avistei Francinny me aguardando na entrada. Desci do carro e andei até ela. Em seguida, nós nos cumprimentamos e entramos no colégio.

Assim que nós estávamos subindo as escadas para irmos ao quarto, alguns garotos se aproximaram para falar com a Francinny e entre eles havia um garoto muito bonito de olhos azuis e cabelos escuros. Eu o olhei sutilmente admirada, tentando não deixar meus olhos fixos nele, mas queria poder olhá-lo por horas.

Assim que Francinny terminou de conversar com os meninos, nos afastamos dos mesmos e voltamos a caminhar em direção aos nossos dormitórios.

Eu havia ficado feliz em saber que eu dormiria com a minha prima, pois não teria que dormir em um quarto com pessoas desconhecidas.

— Gostou do quarto? — indagou Francinny.

— Claro, é muito bonito — sorri levemente.

— Estava nervosa para vir?

— Muito, você nem imagina.

— Eu imagino sim... — riu suavemente.

— Esse colégio é realmente grande.

— Até demais.

— Acho que irei conhecê-lo um pouco mais.

— Seria bom, irei lhe ajudar.

Nos retiramos do quarto e começamos a caminhar pelo internato. Esse colégio era imenso, haviam vários corredores e armários. Sempre tive vontade de visitar um lugar assim, mas agora, eu “moraria” aqui.

— Minha nossa, esse lugar é imenso e muito bonito.

— Sim, você vai gostar daqui.

— Talvez eu já tenha gostei.

— Bom, amanhã você já começa a estudar.

— Tirando isso, eu gostei daqui.

Na manhã seguinte, me levantei às sete para ir a aula. Eu já estava acostumada a levantar cedo, pois acordava cedo para ir a escola na Espanha.

Me levantei sonolenta e andei em direção ao banheiro para fazer as minhas higienes. Assim que saí do mesmo, me direcionei ao guarda-roupa e peguei meu uniforme, vestindo-o em seguida.

O uniforme era uma saia azul escuro e uma blazer de mangas compridas da mesma cor. Sob o blazer, nós vestíamos outra da cor branca e uma gravata.

Saí do quarto e desci as escadas, indo em direção a classe. Assim que cheguei, entrei e sentei em uma carteira ao lado do garoto bonito que havia visto.

Ao passar do tempo, pude sentir os olhares do tal garoto sobre mim. Assim que o olhava, o mesmo rapidamente desviava seu olhar. Confesso que fiquei um pouco incomodada com isso, pois eu era tímida.

Ao tocar o sinal, peguei meus materiais e me levantei, indo em direção ao refeitório. Me sentei junto com a Francinny e suas amigas. Olhei ao redor e vi o garoto, novamente o mesmo estava olhando para mim.

— Francinny, quem é aquele?

— Quem?

— Aquele de olhos pretos e cabelos escuros, que está sentado a sua direita.

— Ah, o Leon. Muitas garotas daqui sonham em ficar com ele, ou acabar indo para cama com ele.

— Então ele é tipo o garoto “popular”?

— Ele não é “tipo”, ele é.

— Entendi — respondi indiferente.

Terminei de comer e fui guardar meus materiais no armário. Estava arrumando meu armário e percebi que Leon estava olhando-me novamente. Eu estava intrigada, comecei a achar que pudera ter algo de errado em mim.

Suspirei fundo tentando tomar coragem para ir falar com o Leon, mas a timidez estava me atrapalhando, principalmente a fobia social. Suspirei um pouco mais fundo e em seguida, caminhei até ele.

— É... oi... me desculpa, mas percebi que você não para de me olhar, por acaso tem algo em mim? Ou sei lá... — sorri sem jeito.

— Oi, não há nada em você, eu só estava curioso para saber quem você é — deu um pequeno sorriso.

— Sou nova aqui, me chamo Charlotte, prazer.

— Leon, prazer — sorriu. — De onde você é? — perguntou.

— Eu vim da Espanha — sorri levemente.

— Uau, uma espanhola. Você é intercambista ou veio morar com seus pais?

— Vim morar com os meus pais.

— Isso é muito legal, espero que goste daqui — sorriu.

— Sim, na verdade achei muito bonito o país.

— Que bom que gostou. Já conheceu alguns lugares da cidade?

— Sim, vários lugares, são muito bonitos.

— Que bom que gostou.

— Sim... Eu preciso voltar para o quarto, então até mais.

— Tudo bem, até mais.

Leon Fleury.

Charlotte, esse era seu nome. Ela possuía uma beleza encantadora, seus cabelos loiros a deixava ainda mais bonita. Ela era atraente e seus olhos verdes... eu me perdia neles.

— Quem era? — perguntou Charles.

— Charlotte... ela é muito bonita!

— Mais um pouco está babando... vamos cara, temos que treinar para hoje à noite.

Charlotte Sanchéz.

Algum tempo depois, assim que estava anoitecendo, Francinny e eu nos retiramos do quarto. Descemos as escadas e seguimos em direção ao campo. Assim que entramos, avistei Leon, ele parecia estar procurando alguém, olhando para as arquibancadas. Assim que Leon colocou seus olhos em mim, ele sorriu.

O jogo havia começado e a maioria dos alunos gritavam, principalmente as garotas. Cada vez que pausavam o jogo, Leon me olhava.

Algum tempo depois, o jogo havia terminado. Todos se levantaram das arquibancadas e voltaram para dentro do colégio. Me levantei e desci as arquibancadas, seguindo em direção a porta. Mas assim que eu estava próxima a porta, senti alguém me puxar pelo pulso.

— Gostou do jogo? — indagou Leon com um leve sorriso.

— Claro, você j**a muito bem — sorri.

— Que bom que gostou — sorriu. — Enfim, preciso ir tirar essa roupa, até mais.

— Tudo bem, até mais.

Leon sorriu e se afastou, seguindo para o vestiário.

Assim que me retirei do campo, retornei para o meu dormitório. Entrei e caminhei até meu armário, pegando meu pijama e vestindo-o. Assim que fui arrumar minha cama para me deitar, avistei uma rosa em meu travesseiro, olhei ao redor na tentativa de encontrar alguém por perto, mas não vi ninguém e a Francinny ainda não havia voltado. Peguei a rosa e a coloquei em um copo d'água, voltando a me deitar em seguida, porém estava intrigada com a flor.

Na manhã seguinte, levantei-me e calcei meus chinelos, seguindo para o banheiro. Assim que terminei as minhas higienes matinais, saí do banheiro e segui até meu armário. Peguei meu uniforme e o vesti. Em seguida, calcei meus sapatos e me retirei do quarto, seguindo para a classe, junto com a Francinny.

— Aonde você estava? Chegou tarde ontem.

— Eu estava com as meninas ontem, desculpa por não estar aqui ontem com você.

— Não precisa pedir desculpas, eu entendo.

— E como passou sua primeira noite aqui?

— Eu passei bem. Francinny, depois que eu voltei para o quarto, eu encontrei uma rosa na minha cama, foi você quem a deixou lá?

— Não fui eu, que estranho, mas impressionante.

— Por que impressionante?

— Você mal chegou no colégio e já tem um admirador secreto.

— Eu acho isso bizarro.

— Se parar para pensar bem, admiradores secretos realmente são bizarros, é tipo um stalker.

— É tipo isso — dei risada.

Francinny e eu entramos na classe e fomos nos sentar. Havia sentado na penúltima carteira, atrás de Leon, enquanto Francinny, sentava na frente da Lilly. Em seguida, Leon se virou e me cumprimentou.

— Bom dia, tudo bem? — sorriu levemente.

— Bom dia, tudo bem sim e você? — sorri.

— Fico feliz, espero que tenha gostado da rosa.

— Então foi você?

— Sim, espero não ter assustado você em colocar a rosa na sua cama.

— Na verdade não me assustou, só me deixou curiosa. O que foi fazer no meu quarto?

— Quando nós estávamos conversando no corredor, você havia deixado cair o papel das aulas, então no intervalo do jogo, eu corri até seu quarto e coloquei o papel em seu criado-mudo e para aproveitar, eu deixei uma rosa na sua cama. Me desculpa se eu fui um pouco "intrometido".

— Não, sem problemas, eu gostei da rosa, obrigada — sorri.

Leon sorriu e se virou.

Havia ficado surpresa ao saber que tinha sido Leon que havia colocado a rosa, isso havia me deixado contente confesso.

Ao tocar o sinal, levantei-me e segui em direção a biblioteca. Assim que cheguei, sentei-me à mesa e avistei Francinny e suas amigas caminhando até mim. Em seguida, as mesmas sentaram-se perto de mim.

— Acho que Leon está afim de você Charlotte — falou Francinny.

— Verdade, ele olha muito para você — afirmou Melissa.

— Eu acho que não — falei ainda olhando para o livro.

— Não seja modesta Charlotte — disse Francinny.

Revirei os olhos e continuei lendo o livro.

Algum tempo mais tarde, assim que Francinny e eu estávamos em nossos dormitórios, ela me comunicou que hoje haveria uma "pequena" festa de boas vindas no salão,

Estávamos em nossos dormitórios e Francinny e Lilly já estavam se arrumando. Lilly não dormia em nosso quarto, mas ela gostava de vir aqui em vários momentos do dia e até mesmo da noite para ficar conversando com a Francinny.

— Ainda bem que a diretora deixou — disse Lilly animada.

— Sim, verdade — respondeu Francinny.

— Sempre acontecem festas aqui? — indaguei.

— Não muito, nós já tentamos fazer outras vezes, mas é difícil convencer a diretora — respondeu Francinny

— Pelo menos hoje ela deixou — disse Lilly.

Assim que terminamos de nos arrumar, saímos do quarto e seguimos em direção ao salão. Ao chegarmos, entramos e caminhamos até uma mesa. A festa estava bonita, havia muitas luzes e o som estava em um volume muito alto.

Algum tempo depois, Francinny e Lilly decidiram ir pegar bebidas para elas.

Eu estava sentada, esperando a Francinny e a Lilly voltar, mas ambas estavam demorando muito.

Algum tempo mais tarde, avistei um garoto de olhos azuis escuros e cabelos loiros, caminhando até mim.

— Oi, está sozinha? — perguntou o garoto com um leve sorriso.

— Oi, estou sim — sorri timidamente.

— Posso me sentar?

— Claro, fique à vontade.

— Como se chama?

— Charlotte e você?

— Thierry, muito prazer Charlotte.

— Igualmente. Então, você estuda aqui há muito tempo? — tentei puxar assunto.

— Estou aqui há um tempo, vim para cá com quinze anos.

— Ah, sim… você gosta daqui?

— Sim eu gosto, mas às vezes sinto falta de casa.

— Entendo, estou aqui a dois dias e já quero ir embora.

— Já já você se acostuma, eu acho — riu levemente.

Leon estava sentado à uma mesa à minha frente e a cada segundo que passava, ele me encarava, como se não estivesse gostando de algo.

Algum tempo depois, um amigo de Thierry o chamou. Thierry pediu licença e se retirou. Assim que ele se afastou, Leon se levantou e se aproximou.

— Então, já vi que conheceu o Thierry.

— Sim, ele é bem legal.

— Uhum... sobre o que estavam falando?

— Nada demais, apenas sobre o colégio.

— Entendi... que bom que esteja conhecendo mais pessoas — forçou um sorriso

— Sim, ainda me sinto um peixe fora do aquário — ri levemente.

— Se quiser um amigo a mais, para não de sentir "desamparada" com o colégio, saiba que estarei aqui — sorriu.

— Já aceito, preciso de novas amizades.

— Fico contente que já somos amigos — sorriu amigavelmente.

— Eu também.

— Bom, se você me der licença, preciso me retirar agora e sua amiga já está voltando.

— Tudo bem, até mais amigo — sorri.

— Até mais amiga — sorriu.

Algum tempo depois, um garoto chamou a Francinny para irem conversar a sós e assim que ambos se retiraram, Lilly seguiu para outra direção.

Algum tempo mais tarde, a festa havia terminado e assim que eu me levantei, Leon se aproximou e perguntou se poderia me acompanhar até meu quarto. Aceitei e caminhamos até o dormitório.

— Então, o que você achou dele?

— Do Thierry? Achei legal.

— Entendi... mas um conselho de amigo, tome um pouco de cuidado com o Thierry.

— Por que?

— Ele não é muito confiável.

— Sério? Para mim ele pareceu um garoto muito bacana — respondi, enquanto parava do lado da minha porta.

— Não quero parecer uma pessoa que mente sobre outras pessoas, até porque não é nada disso, só estou lhe avisando algo, para você ver bem com quem anda.

— Agradeço por isso Leon.

— Bom, quem avisa amigo é.

— Verdade. Enfim, estou cansada, já vou entrar.

— Claro, boa noite.

— Boa noite.

Leon Fleury.

Havia aconselhado Charlotte a deixar de conversar com Thierry, mas percebi que a ela não se importou muito com o meu aviso. A Charlotte era o tipo de garota que não ouvia muito os outros e sim ela mesma. Me afastei da porta de seu quarto e fui em direção ao meu.

Sigue leyendo en Buenovela
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente

Capítulos relacionados

Último capítulo

Escanea el código para leer en la APP