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03. Conspirações na corte

Na manhã seguinte, enquanto Adrian se preparava para os compromissos do dia, uma mensagem chegou às suas mãos. Era um pedido de reunião com o rei Hector, um encontro privado que Adrian não podia recusar. Ele sabia que este poderia ser o momento em que as verdadeiras intenções de Eldoria seriam reveladas.

Quando Adrian entrou na sala do trono, encontrou o rei Hector sentado em seu trono, cercado por alguns de seus conselheiros mais próximos. O ambiente estava pesado, com uma tensão que não podia ser ignorada. Hector olhou para Adrian com um sorriso calculado.

"Príncipe Adrian," começou Hector, sua voz grave e controlada. "É um prazer vê-lo novamente. Espero que tenha encontrado Eldoria ao seu agrado até agora."

Adrian fez uma reverência curta, mantendo seu tom diplomático. "Eldoria é um reino impressionante, majestade. Estou grato pela hospitalidade oferecida a mim e aos meus homens."

Hector assentiu, mas havia algo frio em seus olhos. "Fico contente que esteja satisfeito. Como você sabe, o propósito dessa união é trazer paz aos nossos reinos. No entanto, é necessário que discutamos os termos específicos dessa paz."

Adrian sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele sabia que aquele momento chegaria, mas ainda assim, a realidade da situação o atingiu com força. "Estou disposto a ouvir seus termos, majestade. Mas Valoria também tem suas condições."

Hector levantou uma sobrancelha, interessado. "Ah, sim, claro. No entanto, deixe-me ser direto, príncipe Adrian. A paz que buscamos não será fácil de alcançar, e exigirá sacrifícios de ambos os lados. Estou certo de que entende isso."

Adrian manteve seu olhar firme. "Entendo, majestade. E que tipo de sacrifícios está esperando?"

Hector inclinou-se para a frente, seus olhos fixos nos de Adrian. "A união de nossas casas não é apenas simbólica, príncipe. Ela deve ser consolidada com um herdeiro, um símbolo vivo da aliança entre Eldoria e Valoria. É essencial que essa união seja forte e indissolúvel."

Adrian sentiu o peso das palavras de Hector. Um herdeiro... Ele já esperava que essa fosse uma das exigências, mas ouvir isso explicitamente tornava tudo mais real. Ele e Elara teriam que compartilhar não apenas um trono, mas também um futuro, com todas as complicações que isso acarretava.

"Isso é algo que eu já estava considerando conversar com a princesa Elara," Adrian respondeu com cautela. "E estou comprometido com a paz, tanto quanto você, majestade. Mas a confiança entre nossos reinos levará tempo para se desenvolver."

Hector sorriu, mas não era um sorriso caloroso. "Tempo é algo que temos em escassez, príncipe Adrian. O povo de Eldoria e Valoria estão exaustos, e eles anseiam por uma liderança que possa guiá-los para fora dessa escuridão. Nós somos essa liderança."

Adrian assentiu lentamente, reconhecendo a verdade nas palavras de Hector. Mas havia algo mais, uma sensação de que o rei estava omitindo algo crucial. "E o que mais, majestade? O que mais será exigido para garantir essa paz?"

Hector se recostou no trono, os olhos brilhando com uma astúcia perigosa. "Apenas que você mantenha sua lealdade à nossa aliança, príncipe Adrian. E que confie que eu, como seu futuro sogro, sempre agirei no melhor interesse de nossos reinos."

As palavras de Hector ecoaram na mente de Adrian, revestidas de uma ambiguidade que ele não pôde ignorar. Havia um perigo oculto nas promessas de aliança e nos sorrisos frios do rei de Eldoria. Adrian sabia que qualquer erro, qualquer vacilo, poderia custar não apenas sua vida, mas a sobrevivência de Valoria.

“Mantenho minha palavra, majestade,” Adrian respondeu com uma voz firme, decidindo que a melhor estratégia, por ora, seria seguir o jogo de Hector. “Nossa aliança é prioridade para mim, e estou comprometido em fazer o que for necessário para garantir a paz entre nossos reinos.”

Hector observou-o por um longo momento antes de finalmente se recostar em seu trono, satisfeito com a resposta. “É o que eu esperava ouvir, príncipe Adrian. Nosso futuro está entrelaçado, e devemos trabalhar juntos para assegurar que ele seja próspero para todos.”

"Porém eu preciso que você também respeitem a minhas condições." Ele deu alguns passos para frente, como uma forma de mostrar confiança. "Enquanto a paz não estiver formalmente e oficialmente estabelecida entre os reinos, os conselheiros de Valoria não devem intervir nas decisões do conselho que afetem ao povo de Eldoria. Nossos conselhos devem agir sem impor suas opiniões e desejos um no outro."

"Entendo sua preocupação, príncipe Adrian." Hector pareceu incomodado com a condição, mas se deixou abalar. "Dou minha palavra de que nenhum de nós," apontou para os conselheiros ao seu lado, "irão intervir ou mexer com os conselheiros de Eldoria."

"Eu agradeço, vossa Majestade."

Com a reunião concluída, Adrian se retirou do salão do trono, sentindo um peso ainda maior sobre seus ombros. Cada passo que dava pelas longas galerias do castelo parecia ecoar como um lembrete de que estava em território inimigo, rodeado por pessoas que não hesitariam em eliminá-lo se fosse conveniente.

Quando finalmente alcançou seus aposentos, a lua estava alta no céu, e a noite se estendia em silêncio. No entanto, ele sabia que o castelo estava longe de estar adormecido. Havia conspirações em andamento, e o tempo estava se esgotando para ele descobrir os verdadeiros planos de Eldoria.

Adrian se aproximou da janela, olhando para os jardins onde havia conversado com Elara horas antes. A imagem dela, solitária e melancólica sob a luz da lua, permanecia em sua mente. O que realmente estava passando pela cabeça daquela mulher? Quais segredos ela guardava?

A lua refletia no metal frio de sua espada repousando sobre a mesa, um lembrete de que, apesar das belas palavras e promessas de paz, ele ainda estava em uma guerra. Talvez, pensou ele, a chave para essa guerra não estivesse no campo de batalha, mas na mulher que ele estava prestes a tomar como esposa.

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