Sara levantou cedo, fez sua higiene matinal e vestiu uma camiseta de Rodrigo, que a cobria até os joelhos antes de caminhar sonolenta e faminta para a cozinha.Na geladeira selecionou vários ingredientes para fazer um sanduíche perfeito. Montava seu lanche quando Rodrigo entrou na cozinha, o cabelo úmido e penteado, o corpo coberto por terno escuro e segurando uma valise de couro marrom.Sobre o olhar cauteloso de Sara, ele colocou a valise na mesa e foi até à cafeteira servir-se de café. Para aflição da ruiva, enquanto bebericava o líquido, Rodrigo encostou-se a pia e observou cada movimento dela.Após passar a noite incomodada por ele não a ter beijado, ter aqueles penetrantes olhos escuros sobre sua pessoa lhe causava arrepios pela pele. Tentou ignorar a reação a presença dele e focar no lanche, mas Rodrigo a atraia como um ímã."Também, além de ser lindo, tem um olhar matador capaz de abalar uma mulher".— Cala a boca! — ordenou ao seu pensamento fora de hora.— O que disse? — per
Após horas tratando só de negócios, Rodrigo parou para almoçar com o sócio em um restaurante perto da empresa. Aquele tempo longe dos deveres ajudava a descansar sua mente, no entanto, naquele dia, seus pensamentos estavam longe e nem a conversa fiada de Júlio, sentado a sua frente, o acalmava.— Sara deve estar com as mãos lotadas de compras — murmurou após inspirar fundo.— Isso te preocupa?Olhou confuso para o amigo, logo notando que pensou alto.— Esqueça.Júlio riu e Rodrigo o encarou sem entender a reação.— Está curioso em saber que tipo de roupa ela comprou.— Confio no bom gosto dela.Mesmo após falar isso, não conseguiu parar de pensar que, teoricamente, Sara pensava como uma garota de dezessete anos. O que uma adolescente compraria com um cartão sem limite? Tinha de ter a acompanhado para garantir peças adequadas para reuniões e festas sociais.— Fala a verdade. — Júlio apoiou o queixo na mão. — Lembro que a Sara adorava roupas coloridas, curtas e justas, em vez daquelas c
Afastou-se sem graça de perto de Robson e Marta para atender a ligação.— Rodrigo, o que quer?Tentou controlar a impressão de que era uma esposa infiel, por estar naquele lugar com o ex - nem tão ex assim - sem que Rodrigo soubesse.— Terminou as compras?— Sim. Logo irei para casa. — "Depois de conversar com meu ex por algumas horas".— Ótimo! Estou a caminho de casa também.Olhou para o relógio em seu pulso. Faltavam dez minutos para as quatro da tarde.— Ainda é cedo — comentou.— Tenho uma novidade para te contar.Tinha de retornar antes do pretendido, lamentou.Se virou para onde deixara Marta e Robson e se surpreendeu ao perceber que ele não tirava os olhos de cima dela.— Tem algo errado acontecendo, Sara? — Rodrigo questionou estranhando o longo silêncio.— Não, claro que não, porque perguntou isso? — Riu nervosa.— Sua voz esta estranha.— É impressão sua — garantiu segurando a vontade de se confessar. — São as novidades do dia, as compras, esse celular. Nunca tive um antes.
Acomodada no sofá da sala ao lado de Rodrigo, Sara admirava o interesse dele em suas compras. Eram tantas perguntas sobre o que comprou que cogitou pegar as dezenas de sacola em seu quarto e mostrar tudo a ele. Nunca imaginou conhecer um homem tão interessado em compras femininas.E também havia o olhar intenso dele quando entrou no apartamento. O jeito que ele a analisou de cima a baixo, demorando-se na pele nua de suas pernas e ventre, que a minissaia xadrez e cropped rosa não cobriam, fez suas bochechas esquentarem e chamas percorrerem cada centímetro esmiuçado pelos olhos escuros.Rodrigo não disse nada contra a roupa, mas Sara notou um leve franzir de cenho ao chegar ao fim da saia, um palmo acima de seus joelhos. Sua impressão foi validada quando ele perguntou se as outras roupas eram do mesmo tamanho e, ao receber a notícia que algumas eram, torceu levemente a boca. Para Sara foi o mesmo que dizer: "Me arrependo de ter fornecido o dinheiro" ou “nunca mais sairá sem supervisão”.
Ele era pesado, forte e tentador demais, Sara concluiu contorcendo-se sob o toque e beijos dele. Rodrigo dominava seu corpo, estimulava seus mamilos com os lábios, língua e dedos, a acariciava em cada parte nua e deixava seu corpo trêmulo de desejo, molhado e ansioso em recebê-lo.— Necessito vê-la por inteiro, tocá-la, prová-la e marcá-la como minha novamente — sussurrou mordendo e lambendo abaixo dos seios fartos, uma mão segurando os quadris ondulantes enquanto descia pouco a pouco os beijos e carícias.Indo mais para baixo, circulou o umbigo dela com a ponta da língua, abocanhando de leve com os dentes a pele de seu ventre. As mãos puxaram a saia e a calcinha para baixo.Sara queixou-se quando Rodrigo se afastou para remover as peças e joga-las no chão, logo suspirando de alívio quando ele retornou com os torturantes e maravilhosos beijos em sua pele.Agarrou a cabeça dele e o puxou para si, beijando-o, enlaçando-o com braços e pernas. Um tremor violento e faminto a dominou, as mã
— Sarinha, jura que imaginou que fosse ele? — A risada do outro lado da linha causou um espasmo na mão de Sara. Seus dedos se apertando em volta do aparelho contra sua orelha, desejando que fosse o pescoço daquela mulher. — Nós duas sabemos que ele está nos braços da amante e nem lembra que você existe.— Isso é mentira — gritou esganiçada, sentindo a garganta travada por causa do choro antes da ligação, e do bolor causado por - mesmo negando - concordar com o que ela dizia.— Mentira? Por favor, Sarinha, não tem provas o suficiente? Olhe que horas são, e ele não está ao seu lado. Está com ela, como sempre esteve e estará — a mulher destilou venenosa. Riu ainda mais alto ao finalizar: — Acostumou-se tanto com mentiras que é incapaz de enxergar e encarar a verdade. É assim que seu casamento funciona, querida Sarinha, com mentiras.Logo depois a ligação foi encerrada com um baque e uma dor intensa tomou conta de Sara, mais lágrimas quentes e velozes descendo por sua face pálida.~*~As
Flutuava por cima das belas casas de Cezário, a leve brisa da manhã acariciando sua face e esvoaçando seu longo cabelo ruivo. Uma sensação de liberdade a invadia enquanto observava as pessoas caminharem em câmera lenta pelas ruas.Tudo tão bom e sereno.Ao pairar sobre sua casa a urgência a atingiu. Tinha que se apressar e arrumar a residência antes que sua mãe chegasse do trabalho.Lentamente, pousou em frente à porta de madeira, agarrou a vassoura de piaçava e começou a varrer a frente da residência afastando folhas e sujeiras trazidas pelo vento.Virou-se pra entrar, mas antes que virasse a maçaneta foi abraçada pelos ombros por uma eufórica jovem de cabelo loiro e olhos azuis.— Sarinha, o Júlio te convidou pra festa que vai dar ao amigo dele que chegou da capital?— Sim, fui — confirmou, em seguida indicando desanimada: — Mas não vou.— Por quê?— Você sabe por que, Isabel.— Ainda nessa. — Isabel apertou as bochechas da amiga com ambas as mãos, obrigando Sara a encara-la. — Qual
Despertando de um sonho bom, Sara sentia o corpo envolvido por algo quente, confortável e que exalava um agradável e excitante cheiro amadeirado.Sorrindo de forma preguiçosa, deslizou a mão pela cálida superfície, sentindo textura e a penugem macia na ponta de seus dedos. Tudo estava maravilhosamente perfeito, até sentir uma mão grande apertar uma nádega sua e ouvir um gemido grave. Imediatamente arregalou os olhos e se viu esparramada no peitoral de Rodrigo.— Ai, minha nossa...! — soltou baixinho, sem mover um só músculo tamanho o choque.Lembrava-se muito bem de ter se deitado chorando, magoada e completamente sozinha. Como diabos aquele homem acabou em sua cama? Tivera outro lapso de memória? Perguntou-se ao não recordar como acabaram naquela posição.Desnorteada, e ainda sob o efeito do sono recém interrompido, analisou o próprio corpo. Expirou aliviada ao confirmar que continuava vestida, embora a curta camisola de seda vermelha estivesse embolada em sua cintura, a calcinha em