Acomodada no sofá da sala ao lado de Rodrigo, Sara admirava o interesse dele em suas compras. Eram tantas perguntas sobre o que comprou que cogitou pegar as dezenas de sacola em seu quarto e mostrar tudo a ele. Nunca imaginou conhecer um homem tão interessado em compras femininas.E também havia o olhar intenso dele quando entrou no apartamento. O jeito que ele a analisou de cima a baixo, demorando-se na pele nua de suas pernas e ventre, que a minissaia xadrez e cropped rosa não cobriam, fez suas bochechas esquentarem e chamas percorrerem cada centímetro esmiuçado pelos olhos escuros.Rodrigo não disse nada contra a roupa, mas Sara notou um leve franzir de cenho ao chegar ao fim da saia, um palmo acima de seus joelhos. Sua impressão foi validada quando ele perguntou se as outras roupas eram do mesmo tamanho e, ao receber a notícia que algumas eram, torceu levemente a boca. Para Sara foi o mesmo que dizer: "Me arrependo de ter fornecido o dinheiro" ou “nunca mais sairá sem supervisão”.
Ele era pesado, forte e tentador demais, Sara concluiu contorcendo-se sob o toque e beijos dele. Rodrigo dominava seu corpo, estimulava seus mamilos com os lábios, língua e dedos, a acariciava em cada parte nua e deixava seu corpo trêmulo de desejo, molhado e ansioso em recebê-lo.— Necessito vê-la por inteiro, tocá-la, prová-la e marcá-la como minha novamente — sussurrou mordendo e lambendo abaixo dos seios fartos, uma mão segurando os quadris ondulantes enquanto descia pouco a pouco os beijos e carícias.Indo mais para baixo, circulou o umbigo dela com a ponta da língua, abocanhando de leve com os dentes a pele de seu ventre. As mãos puxaram a saia e a calcinha para baixo.Sara queixou-se quando Rodrigo se afastou para remover as peças e joga-las no chão, logo suspirando de alívio quando ele retornou com os torturantes e maravilhosos beijos em sua pele.Agarrou a cabeça dele e o puxou para si, beijando-o, enlaçando-o com braços e pernas. Um tremor violento e faminto a dominou, as mã
— Sarinha, jura que imaginou que fosse ele? — A risada do outro lado da linha causou um espasmo na mão de Sara. Seus dedos se apertando em volta do aparelho contra sua orelha, desejando que fosse o pescoço daquela mulher. — Nós duas sabemos que ele está nos braços da amante e nem lembra que você existe.— Isso é mentira — gritou esganiçada, sentindo a garganta travada por causa do choro antes da ligação, e do bolor causado por - mesmo negando - concordar com o que ela dizia.— Mentira? Por favor, Sarinha, não tem provas o suficiente? Olhe que horas são, e ele não está ao seu lado. Está com ela, como sempre esteve e estará — a mulher destilou venenosa. Riu ainda mais alto ao finalizar: — Acostumou-se tanto com mentiras que é incapaz de enxergar e encarar a verdade. É assim que seu casamento funciona, querida Sarinha, com mentiras.Logo depois a ligação foi encerrada com um baque e uma dor intensa tomou conta de Sara, mais lágrimas quentes e velozes descendo por sua face pálida.~*~As
Flutuava por cima das belas casas de Cezário, a leve brisa da manhã acariciando sua face e esvoaçando seu longo cabelo ruivo. Uma sensação de liberdade a invadia enquanto observava as pessoas caminharem em câmera lenta pelas ruas.Tudo tão bom e sereno.Ao pairar sobre sua casa a urgência a atingiu. Tinha que se apressar e arrumar a residência antes que sua mãe chegasse do trabalho.Lentamente, pousou em frente à porta de madeira, agarrou a vassoura de piaçava e começou a varrer a frente da residência afastando folhas e sujeiras trazidas pelo vento.Virou-se pra entrar, mas antes que virasse a maçaneta foi abraçada pelos ombros por uma eufórica jovem de cabelo loiro e olhos azuis.— Sarinha, o Júlio te convidou pra festa que vai dar ao amigo dele que chegou da capital?— Sim, fui — confirmou, em seguida indicando desanimada: — Mas não vou.— Por quê?— Você sabe por que, Isabel.— Ainda nessa. — Isabel apertou as bochechas da amiga com ambas as mãos, obrigando Sara a encara-la. — Qual
Despertando de um sonho bom, Sara sentia o corpo envolvido por algo quente, confortável e que exalava um agradável e excitante cheiro amadeirado.Sorrindo de forma preguiçosa, deslizou a mão pela cálida superfície, sentindo textura e a penugem macia na ponta de seus dedos. Tudo estava maravilhosamente perfeito, até sentir uma mão grande apertar uma nádega sua e ouvir um gemido grave. Imediatamente arregalou os olhos e se viu esparramada no peitoral de Rodrigo.— Ai, minha nossa...! — soltou baixinho, sem mover um só músculo tamanho o choque.Lembrava-se muito bem de ter se deitado chorando, magoada e completamente sozinha. Como diabos aquele homem acabou em sua cama? Tivera outro lapso de memória? Perguntou-se ao não recordar como acabaram naquela posição.Desnorteada, e ainda sob o efeito do sono recém interrompido, analisou o próprio corpo. Expirou aliviada ao confirmar que continuava vestida, embora a curta camisola de seda vermelha estivesse embolada em sua cintura, a calcinha em
O silêncio que se formou ao redor de Sara e Rodrigo durante todo o percurso até a casa dos Castro incomodava ambos, mas nenhum tinha a intenção de quebra-lo.Rodrigo dirigia concentrado na estrada, embora consciente da irritada esposa ao seu lado. Não era do tipo que gostava de conversar, mas aquele silêncio entre eles o incomodava. No entanto, não seria o primeiro a falar algo, o orgulho sendo o culpado dessa decisão. Estava inconformado com a acusação de adultério e em ser transformado, mesmo que em sonho, em um espectro cinza.Apertou com força as mãos no volante para controlar a raiva que o dominou, a maior parte concentrada contra si. Deveria imaginar que havia alguém por trás dos ataques insanos de ciúmes.Ao seu lado, Sara deslizava angustiada as mãos pelo vestido floral de alcinhas, que terminava pouco acima dos joelhos. Um de seus pés, coberto por uma delicada sandália de salto, batia nervosamente no piso do carro. Encontrava-se indignada com o marido recém-descoberto, traido
Entraram em uma grande sala, lindamente decorada com quadros, vasos com flores e móveis na cor marfim. Havia um sofá de seis lugares, outro de quatro e uma poltrona, todos na cor azul. O chão, de madeira polida, era coberto por um tapete felpudo no centro formado pelos sofás. Sentado no tapete, brincando com duas crianças, estava Júlio, vestindo camiseta branca e calça jeans.A menina, de longo cabelo loiro preso em uma trança, trajando um vestido amarelo, foi a primeira a nota-los, encarando-os com redondos olhos castanho-claros, o mesmo tom caramelado dos de Laura. Sendo seguida pelos olhos atentos do menino loiro, usando calça azul e blusa laranja, que parou a brincadeira para observar curioso os recém-chegados.— Essas crianças...?— São meus filhos, Ana e Carlos — informou Júlio ao levantar com um sorriso de puro orgulho na face. — Vou chamar a Laura. Se sintam em casa.Assim que Júlio sumiu por uma porta, o menininho correu empolgado em direção a Sara para abraçá-la.— Que bom v
Depois de almoçarem, Júlio levou Rodrigo ao escritório, montado ao lado da sala, justificando terem assuntos da empresa para resolver. Sara e Laura retornaram a sala de estar, observando os gêmeos brincarem enquanto conversavam animadas.Sara ouviu fascinada tudo que se passou na vida de Laura desde que se formou no colegial. A amiga contou que casou com Júlio há sete anos, trabalhava como decoradora de interiores e não via a hora de segurar o filho que crescia em seu ventre, um menino que aumentaria a alegria do casal. Riu quando a Laura narrou todas as loucuras que Júlio cometeu nos últimos meses, para atender os desejos que ela tinha no meio da noite, e os ataques de choro que, às vezes, incomodavam a própria Laura.Em certo momento, quando a conversa era em tom de total descontração, Sara fez a pergunta que povoava sua mente.— Porque não me visitou no hospital? Ou no apartamento do Rodrigo?Sem graça, Laura desviou os olhos para os filhos, que brincavam alheios a conversa dos adu