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É ela que me manda as cartas anônimas? (II)

- É moda, Dorinha! Ele fica bem assim. São quatro anos cuidando destes belos fios dourados.

- Tem menos pontas duplas que o seu, irmã! – Ela riu, alfinetando minha mãe.

Sentei ao lado dela, que reclamou:

- Por que não foi me visitar com a sua mãe na última vez que ela esteve na minha casa?

- Eu trabalho, tia.

- E desde quando uma loja de surf que abre ao meio-dia é trabalho? – Desdenhou meu negócio.

- Tia, os surfistas e skatistas não costumam acordar muito cedo. Não há motivos para eu abrir às oito da manhã se não terei clientes. Gastaria com luz, funcionários e a loja estaria vazia.

- Você precisa mesmo de funcionários? A loja é tão pequena. Não dá conta sozinho? Economizaria dinheiro se dispensasse ajuda.

Suspirei:

- Eu não teria vida se não tivesse alguém que trabalhasse para mim.

- Mas a loja só abre meio-dia! – Continuou me incomodando.

Eu aguentava tudo calado, porque sabia que quando a velha “batesse as botas” eu ficaria rico, tão rico que nem poderia administrar o dinheiro so
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