- Numa destas vezes que a gente gozou juntos... E você saiu de cima de mim e depois voltou, ainda com a camisinha cheia.- Não tem como cair uma gota sequer em você.- Mas... Você tirou... E não lembro se lavou depois de todas as vezes. Então se encostou na minha... Bem, como posso dizer...- Boceta? Vagina?- Isso... Se você encostou... Alguns dos espermatozoides que estavam na pontinha... Podem ter entrado e encontrado o meu óvulo...- Está no seu período fértil?- Não sei contar isto... Nem entendo aquela tabelinha.- Você toma anticoncepcional, Clara.- Mas ele é só 99% eficaz.- Clara, meu amor... Se eu encostei na sua... Bem, “lá”, sem ter lavado, o que não tenho certeza se fiz ou não e você usa anticoncepcional, temos praticamente zero chances de um espermatozoide ter atingido seu óvulo. Usamos camisinha e anticoncepcional, dois métodos contraceptivos. Não teremos um bebê, ok? Eu também não quero ser pai. Então não faria nada de errado, que pudesse causar isto, entende?Clara a
Já passava das 11 horas da manhã e Clara dormia sem sinal de que iria despertar. O checkout no Hotel era até às 14 horas. Eu teria que acordá-la, por mais que quisesse ficar ali, observando-a dormir daquele jeito, ao meu lado, para sempre.Comecei a beijá-la na bochecha, descendo pelo pescoço, fazendo com que se mexesse, preguiçosamente. Sorriu, daquela forma que me fazia perder a sanidade, antes de abrir os olhos.- Bom dia, Bela Adormecida! – Alisei seus cabelos, enquanto apoiava a cabeça no próprio braço, a observá-la.Os cabelos loiros dela, com algumas mechas mais claras, ficavam lindos sob a luz do sol. Eu já havia aberto todas as cortinas e a contemplava ali há um bom tempo.- Que horas são? – Perguntou, espreguiçando-se.- Passa das 11 horas.Clara sentou-se, num ímpeto:- Como assim? Eu dormi tudo isto?- Deve ser o efeito da tal pílula do dia seguinte... Tipo, você transa e no dia seguinte dorme. – Brinquei.Ela riu e puxou os lençóis, cobrindo o corpo até os seios:- Quando
POV CLARAAssim que Pedro estacionou o carro na frente da escola, perguntou:- Quer... Que eu a deixe em casa? Tem certeza de que quer ficar aqui?- Sim, tenho. Não se preocupe comigo. Tenho que ver meu irmão antes e sempre nos encontramos próximo daqui.- Acha que não terá problemas com seus pais?- Se eles não descobrirem, não.Alisei o rosto de Pedro e o vi fechar os olhos, enquanto procurava os meus dedos, enlaçando-os aos dele.- Foi o melhor final de semana da minha vida. Só perdeu para o outro que passei com você, na lagoa. – Confessei.Pedro abriu os olhos e falou com a voz fraca, pausadamente:- Nunca, em toda minha vida, a esquecerei, Clara Versiani.Estávamos sérios e aquilo me fez ter um certo receio de que algo pudesse dar errado.Eu ri nervosamente:- Nos veremos amanhã, não é mesmo? Então realmente não me esquecerá em algumas horas. – Tentei brincar.- Lembra quando você comentou comigo sobre o que acontecia com relação a você, Patrick e Jason?- Não... – Fiquei confusa
Assim que cheguei em casa, passei direto por meu pai, que olhava televisão na sala e abri a mochila que havia levado na viagem, colocando mais roupas dentro. Minha máquina fotográfica já estava ali. Passei a mão na máquina de escrever, nos materiais escolares e peguei Pipeline, que rosnava e me lambia, feliz com o meu retorno, certamente louca de saudades.Mas eu não tinha sequer tempo de dar-lhe atenção. Assim que terminei d arrumar tudo, em menos de cinco minutos, já ouvi a confusão vindo da sala, com meu pai aos berros, certamente por conta da roupa de minha mãe, que nem dela era.Quando saí pela porta Joaquim me olhou, incrédulo:- Onde você pensa que vai?- Vou embora desta casa. – Falei em alto e bom som, para que não houvesse nenhuma dúvida.Ele gargalhou:- Você e sua mãe estão loucas? Isso é uma brincadeira, não é mesmo?- Não fico mais um minuto aqui. – Avisei.- Mas... – olhou para minha mãe, dos pés à cabeça – As vagabundas irão morar juntas?Balancei a cabeça, sorrindo de
POV PEDRO- Eu não quero saber de você com esta menina. – Minha avó ainda gritava, completamente descontrolada.- Vó, você precisa entender que eu amo Clara.- Você tem 18 anos, Pedro. Não é capaz de saber o que é amor... Tampouco amar alguém.- Eu amo Clara. – Reafirmei – E não importa o que me diga, vó, eu não a deixarei.- Conhece a família dela?- Não.Ela riu, de forma debochada:- Nunca se perguntou o motivo pelo qual ela não lhe apresentou a família?- Nos conhecemos há pouco tempo, vó.- Pouco tempo? Já fazem meses.- Eu conhecerei a família dela, se é isso que quer.- Eu não quero você com esta garota de sobrenome Versiani.A olhei firmemente, incrédulo pelo preconceito nítido em seu comentário:- Se Clara fosse dos Versiani da empresa de “não sei o que”, que mencionou quando ela esteve na minha festa, então seria boa o suficiente para mim, não é mesmo?- Você não pode se relacionar com uma Versiani de Laranjeiras.- Clara nunca fingiu ser rica. Ela nunca mentiu para mim.- O
POV PEDROEu estava completamente perdido. Não sabia o que fazer, nem como. Andava de um lado para o outro, pensando em como seria minha vida dali por diante. Eu não tinha mais ninguém. A família Moratti não existia mais, já que eu era o último a carregar aquele sobrenome.Anastácia me trouxe um copo de água. Eu não estava com sede, mas bebi todo o líquido, não sabendo ao certo o motivo pelo qual ela me deu aquilo.- Meus pais providenciarão tudo com relação ao funeral, Pedro. Não precisa se preocupar com nada.- Eu... Agradeço. Porque... Não sei como fazer isso.- Papai disse que estas coisas são realmente demoradas. Agora precisamos aguardar a liberação do corpo. Então seguiremos para o local onde será velado.- Isso... De velar... É necessário?- Sim, segundo papai é.Balancei a cabeça, confuso. Eu estava sentado no degrau que acessava a parte da frente de minha residência. E já passava da 1 hora da madrugada.Anastácia pegou minha mão e deu um beijo:- Sempre estarei ao seu lado,
Suspirei:- Você gosta muito de Renan, não é mesmo?- Imensamente... Como jamais serei capaz de gostar de outra pessoa.Sorri:- Sei bem como é isto.Deitei novamente a cabeça no ombro dela e Flora começou a alisar meus cabelos, sabendo o quanto aquilo me relaxava. Pedro também sabia que eu gostava que mexessem nos meus cabelos. Deus, como eu o queria ali comigo. Sabia que era um péssimo momento para ele conhecer minha família, mas ao mesmo tempo tinha a parte boa: meu pai não estava presente.Eu devia a vida do meu pai à Flora Amorin e sua família, que nos emprestaram o dinheiro para podermos fazer a transferência para um hospital privado.Agora meu pai estava na UTI e o médico havia explicado que faria exames e provavelmente teria que fazer um cateterismo, nos explicando como funcionava. Ainda assim estávamos ali, aguardando que nos dissessem que tudo ficaria bem, embora não tivéssemos certeza se ficaríamos tranquilos.Olhei minha mãe com os olhos inchados e cheguei a me perguntar p
Corri na direção do lugar de onde eu havia vindo, passando pelo portão e tentando pensar rapidamente no que fazer. Todos já estavam partindo e mais cedo ou mais tarde Pedro também sairia. E só havia uma estrada em direção à área urbana da cidade, o que faria com que ele e Anastácia me vissem no caminho.E demorou menos tempo do que eu previa para que Pedro saísse de dentro do cemitério, junto de Anastácia. Corri e escondi-me atrás de um dos carros que ainda estava estacionado. Eles não estavam mais de mãos dadas. Mas entraram no mesmo carro, ambos sentando atrás. Na frente certamente estavam os pais de Anastácia, já que a mulher era bem parecida com ela. Os reconheci como sendo o casal que havia passado por mim minutos antes, de mãos dadas.Logo eles partiram e o outro carro ao lado também. E se eu não pegasse carona com o último carro não teria forças suficientes para caminhar de volta até o ponto de ônibus.Pediria carona. E quando vi o padre, vestindo batina, abrindo a porta do aut