Ela tem boa memória

Naquela mesma noite, fiz uma carta para minha mãe, usando letras recortadas, já que se fosse datilografada, imaginariam que pudesse ser eu a autora.

Escrevi um pequeno texto dizendo tudo que eu admirava nela: sua força, sua doçura, a forma como se doava, abrindo mão de si mesma em nome de todas as pessoas. Ressaltei a beleza de seus olhos azuis e tristes e os cabelos curtos e sedosos, bem como o corpo esbelto. E por fim, expliquei que sempre a admirei de longe, mas esperava que algum dia pudéssemos nos conhecer melhor, deixando claro que eu seria capaz de lhe dar a felicidade que ela sempre mereceu... Que bastava ela querer. Por fim, assinei simplesmente “Seu Admirador Secreto”.

Não havia tempo hábil para colocar a carta no correio e caso o fizesse, corria o risco de meu pai pegar antes dela, o que traria problemas. Colei o selo, já que eu tinha vários guardados e esperei o melhor momento de colocá-la na caixa de correspondências.

Na manhã seguinte, acordei mais cedo e me certifiquei
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