- A vaga é para a Huxley Surf & Skate? – Ela perguntou.- Sim. Acho importante que alguém do sexo feminino passe a atender por lá, junto do meu outro funcionário. É uma forma de empregar mulheres, que raramente trabalham neste tipo de loja, além de tentar trazê-las para comprar... Ou simplesmente curtirem um pouco o esporte. Já estamos trabalhando com roupas femininas de marcas conhecidas de surf e skate. Mas tenho interesse em ampliar as marcas... Bem como a quantidade de... Roupas.- Legal. Me joguei para trás da cadeira e continuei com a caneta na mão, girando-a:- Gosta de surf – olhei para o currículo, fingindo não saber o nome dela, precisando ler – Clara... É isso?- Sim, Clara. Talvez... Minha letra não esteja muito legível. Fiz muitos currículos e no final... Meus dedos doíam. – Confessou de forma séria.- Gosta de escrever?Ela me olhou demoradamente antes de responder, parecendo escolher as palavras que diria:- Não muito.Sorri de forma irônica:- Bom que na loja não pre
POV ClaraAssim que saí do prédio da Agência de empregos no centro da cidade andei alguns passos e me escorei numa parede, tentando recuperar o fôlego.Eu não sabia se estava daquele jeito por conta de Patrick praticamente ter deixado claro que sabia das cartas ou porque tínhamos pela primeira vez conversado de fato.Só tinha a certeza de que meu coração estava batendo forte e as pernas levemente trêmulas.Deus, ele tinha cortado os cabelos! Agora estavam na altura dos ombros. E o desgraçado conseguiu ficar ainda mais lindo.Fechei os olhos e pensei em Pedro. Achar um homem bonito não era traição, tampouco proibido ou pecado. Afinal, Pedro sabia que eu era louca por Kelly Slater e nunca me criticou por isso. Patrick Huxley era como Kelly Slater... Com a diferença de que nunca mandei cartas anônimas para Kelly... Ou mesmo jurei amá-lo eternamente, independente de quantos homens passassem pela minha vida.Abri os olhos e sorri:- Você superou Patrick Huxley, Clara! – Tentei me convencer
- Podemos buscar hoje? – Beverly perguntou.- Nossa, por que tão rápido? Você não disse que era para “caso precisasse”? Entendi que era futuro. – Flora criticou.- O futuro é amanhã, Flora! – Ela riu.Acabamos indo todas para a farmácia do pai da colega e saindo de lá cada uma com um comprimido azul, “contrabandeado” e ainda de graça. Somente Flora não quis e achou tudo uma loucura.Quando saímos da Farmácia, perguntei à Flora:- Vai para casa?- Não! Papai vai me buscar e vamos dar uma volta na empresa.- O que vai fazer lá?- O Ensino Médio acabou, Clara! E eu vou ter que trabalhar na empresa do meu pai. Não há outra pessoa para assumir os negócios.- E o sonho de ser arquiteta?- Talvez eu tenha que abrir mão... Ao menos por enquanto.- Já contou ao seu pai sobre querer cursar Arquitetura?- Talvez eu fale hoje.- “Talvez” não. Você “precisa” falar. O seu pai é um amor. Jamais a obrigaria a fazer algo que não é de sua vontade.- Sim, exatamente por ele ser um pai maravilhoso que nã
- Pedro? – Ficou ruborizada.- Desculpe, mas é impossível não parar para admirá-la! – Sorri, ainda de braços cruzados.Clara sorriu e correu na minha direção, pulando no meu colo, forçando-me a segurá-la pelos quadris enquanto tomava meus lábios, em desespero pela minha língua.Se ela soubesse o quanto contei os minutos para senti-la daquele jeito... Apertar sua pele entre meus dedos, sentir seu gosto, o toque doce e suave de sua língua, o cheiro de xampu que emanava de seus cabelos recém lavados...Foi impossível não a levar em direção à cama, jogando-a no colchão e me pondo sobre ela, com minhas mãos incertas sobre por onde começar a tocá-la, já que eu sentia falta de cada pedaço do seu corpo com a mesma intensidade.- Seu pai e sua mãe... – Sussurrei entre seus lábios, amedrontado de eles nos pegarem naquela cena.- Acha mesmo que eu estaria com você nesta cama se houvesse qualquer risco? – Ela riu, puxando-me para junto de sua boca novamente.Já fazia um tempo que não usávamos cam
Eu queria dizer algumas coisas, mas não o fiz, temendo estragar o clima erótico do momento. Simplesmente alisei seus seios, fazendo-a gemer e fechar os olhos com meu toque.Pus uma das mãos em sua calcinha, sentindo-a encharcada. Clara sorriu e pôs minha mão por dentro do tecido rendado, deixando-me brincar com sua umidade excessiva, que me excitou ainda mais. Apertei seu clitóris, fazendo-a dar um gritinho. Eu adorava a forma como ela sentia prazer, sem se conter. Clara era barulhenta, intensa e cheia de artimanhas.Fiz movimentos circulares em seu ponto de prazer, sentindo-a rebolar na minha perna, deixando-a úmida. Sabia o quanto ela adorava aquele toque e usei o polegar para seguir estimulando-a ali, enquanto enfiei dois dedos dentro dela, fazendo-a pender a cabeça para trás, ofegando e gemendo de forma intensa.Segui com movimentos de entra e sai, vendo seu peito se movimentar conforme os batimentos do coração, enquanto a boceta friccionava-se entre meus dedos e pernas, seu líqui
POV CLARA- O que você disse? – Pedro perguntou, transtornado.Sim, eu havia dito aquilo. Porque meu pai realmente era um bêbado desgraçado. Mas só eu tinha o direito de chamá-lo daquele jeito e ninguém mais. Pedro não passou pelo que passamos dentro de casa. Ele acabava de chegar.- Por mais que eu sabia que fala a verdade, não gosto de ouvi-la da sua boca. – Confessei.- Não acredito que esteja me dizendo isto, Clara!- Eu não gostava da sua vó. E nunca a ofendi, porque sabia que “você” gostava dela. É mais ou menos isto.- Minha avó a ofendeu sim. Mas nunca me maltratou. Ela não era uma pessoa agressiva, violenta ou que maltratava animais indefesos por pura maldade. Ela se preocupava com meu bem-estar. E tinha um coração.- E meu pai tem um... Funcionando mal, já que por duas vezes deu sinal de que iria parar. O tempo dele é curto por aqui... E embora ele seja uma pessoa horrível, houveram momentos bons, entende?- Cheguei a presenciar algum deles?Fiquei em dúvida se a pergunta de
- É só isso que tem a dizer, Renan? Depois de tudo que eu contei você apenas me olha e diz que “sente muito”? – Limpei as lágrimas.- Eu posso lhe dar o dinheiro, Clara. – disse Talía.Eu ri tristemente:- De que adianta, Talía? Daí eu continuaria devendo 1 milhão... Meio para você e o outro meio para meu namorado ou minha melhor amiga.- Um milhão... É muito para mim. – Ela ficou sem jeito.Peguei a mão dela carinhosamente:- Eu sei, Talía. Só estou explicando que não adianta eu pegar seu dinheiro. Obrigada por tentar ajudar... Mas às vezes eu sinto que nada nem ninguém pode me ajudar, entende? É como se eu estivesse dentro de um buraco e visse o sol quando olho para cima... No entanto não tenho coragem de escalar as paredes... Porque eu tenho medo de lá em cima ser pior do que aqui embaixo...Talía e Renan me olharam, certamente sem entender a que me referia. Mas era assim mesmo que eu me sentia: numa prisão. Ainda assim eu tinha medo de sair de dentro dela e não saber viver livreme
Chegamos no dia 31 pela manhã na casa de tia Rute em Costa Sul, litoral de Noriah Norte. Pedro havia levado eu e meus pais em seu carro, já que meu pai se recusou a dirigir por um percurso tão longo.Assim que chegamos, abracei minha tia demoradamente. Estava louca de saudades. Meu primo havia crescido muito e já estava um mocinho com seus quatorze anos.- Davi tem até espinhas. – Observei.- Sim, seu primo está crescendo. Aposto que logo começará a trazer as namoradinhas para cá. – Tia Rute disse rindo.- Davi se adaptou bem ao litoral. – Mamãe falou ao ver o sobrinho bem-disposto e feliz.- Sim. Ele fez amigos e confessou que gostou muito mais daqui do que de Laranjeiras. Às vezes mudar não é tão ruim. Davi e eu ficamos tão apreensivos. No fim, já faz mais de uma no que estamos aqui... E amando.Fui ajudar Pedro a retirar as bagagens do carro.- Não precisa fazer isso, querida. – Ele pegou a mala da minha mão.- Hum, não precisa ser tão fofo o tempo todo. – Brinquei.Pedro largou a