- Podemos buscar hoje? – Beverly perguntou.- Nossa, por que tão rápido? Você não disse que era para “caso precisasse”? Entendi que era futuro. – Flora criticou.- O futuro é amanhã, Flora! – Ela riu.Acabamos indo todas para a farmácia do pai da colega e saindo de lá cada uma com um comprimido azul, “contrabandeado” e ainda de graça. Somente Flora não quis e achou tudo uma loucura.Quando saímos da Farmácia, perguntei à Flora:- Vai para casa?- Não! Papai vai me buscar e vamos dar uma volta na empresa.- O que vai fazer lá?- O Ensino Médio acabou, Clara! E eu vou ter que trabalhar na empresa do meu pai. Não há outra pessoa para assumir os negócios.- E o sonho de ser arquiteta?- Talvez eu tenha que abrir mão... Ao menos por enquanto.- Já contou ao seu pai sobre querer cursar Arquitetura?- Talvez eu fale hoje.- “Talvez” não. Você “precisa” falar. O seu pai é um amor. Jamais a obrigaria a fazer algo que não é de sua vontade.- Sim, exatamente por ele ser um pai maravilhoso que nã
- Pedro? – Ficou ruborizada.- Desculpe, mas é impossível não parar para admirá-la! – Sorri, ainda de braços cruzados.Clara sorriu e correu na minha direção, pulando no meu colo, forçando-me a segurá-la pelos quadris enquanto tomava meus lábios, em desespero pela minha língua.Se ela soubesse o quanto contei os minutos para senti-la daquele jeito... Apertar sua pele entre meus dedos, sentir seu gosto, o toque doce e suave de sua língua, o cheiro de xampu que emanava de seus cabelos recém lavados...Foi impossível não a levar em direção à cama, jogando-a no colchão e me pondo sobre ela, com minhas mãos incertas sobre por onde começar a tocá-la, já que eu sentia falta de cada pedaço do seu corpo com a mesma intensidade.- Seu pai e sua mãe... – Sussurrei entre seus lábios, amedrontado de eles nos pegarem naquela cena.- Acha mesmo que eu estaria com você nesta cama se houvesse qualquer risco? – Ela riu, puxando-me para junto de sua boca novamente.Já fazia um tempo que não usávamos cam
Eu queria dizer algumas coisas, mas não o fiz, temendo estragar o clima erótico do momento. Simplesmente alisei seus seios, fazendo-a gemer e fechar os olhos com meu toque.Pus uma das mãos em sua calcinha, sentindo-a encharcada. Clara sorriu e pôs minha mão por dentro do tecido rendado, deixando-me brincar com sua umidade excessiva, que me excitou ainda mais. Apertei seu clitóris, fazendo-a dar um gritinho. Eu adorava a forma como ela sentia prazer, sem se conter. Clara era barulhenta, intensa e cheia de artimanhas.Fiz movimentos circulares em seu ponto de prazer, sentindo-a rebolar na minha perna, deixando-a úmida. Sabia o quanto ela adorava aquele toque e usei o polegar para seguir estimulando-a ali, enquanto enfiei dois dedos dentro dela, fazendo-a pender a cabeça para trás, ofegando e gemendo de forma intensa.Segui com movimentos de entra e sai, vendo seu peito se movimentar conforme os batimentos do coração, enquanto a boceta friccionava-se entre meus dedos e pernas, seu líqui
POV CLARA- O que você disse? – Pedro perguntou, transtornado.Sim, eu havia dito aquilo. Porque meu pai realmente era um bêbado desgraçado. Mas só eu tinha o direito de chamá-lo daquele jeito e ninguém mais. Pedro não passou pelo que passamos dentro de casa. Ele acabava de chegar.- Por mais que eu sabia que fala a verdade, não gosto de ouvi-la da sua boca. – Confessei.- Não acredito que esteja me dizendo isto, Clara!- Eu não gostava da sua vó. E nunca a ofendi, porque sabia que “você” gostava dela. É mais ou menos isto.- Minha avó a ofendeu sim. Mas nunca me maltratou. Ela não era uma pessoa agressiva, violenta ou que maltratava animais indefesos por pura maldade. Ela se preocupava com meu bem-estar. E tinha um coração.- E meu pai tem um... Funcionando mal, já que por duas vezes deu sinal de que iria parar. O tempo dele é curto por aqui... E embora ele seja uma pessoa horrível, houveram momentos bons, entende?- Cheguei a presenciar algum deles?Fiquei em dúvida se a pergunta de
- É só isso que tem a dizer, Renan? Depois de tudo que eu contei você apenas me olha e diz que “sente muito”? – Limpei as lágrimas.- Eu posso lhe dar o dinheiro, Clara. – disse Talía.Eu ri tristemente:- De que adianta, Talía? Daí eu continuaria devendo 1 milhão... Meio para você e o outro meio para meu namorado ou minha melhor amiga.- Um milhão... É muito para mim. – Ela ficou sem jeito.Peguei a mão dela carinhosamente:- Eu sei, Talía. Só estou explicando que não adianta eu pegar seu dinheiro. Obrigada por tentar ajudar... Mas às vezes eu sinto que nada nem ninguém pode me ajudar, entende? É como se eu estivesse dentro de um buraco e visse o sol quando olho para cima... No entanto não tenho coragem de escalar as paredes... Porque eu tenho medo de lá em cima ser pior do que aqui embaixo...Talía e Renan me olharam, certamente sem entender a que me referia. Mas era assim mesmo que eu me sentia: numa prisão. Ainda assim eu tinha medo de sair de dentro dela e não saber viver livreme
Chegamos no dia 31 pela manhã na casa de tia Rute em Costa Sul, litoral de Noriah Norte. Pedro havia levado eu e meus pais em seu carro, já que meu pai se recusou a dirigir por um percurso tão longo.Assim que chegamos, abracei minha tia demoradamente. Estava louca de saudades. Meu primo havia crescido muito e já estava um mocinho com seus quatorze anos.- Davi tem até espinhas. – Observei.- Sim, seu primo está crescendo. Aposto que logo começará a trazer as namoradinhas para cá. – Tia Rute disse rindo.- Davi se adaptou bem ao litoral. – Mamãe falou ao ver o sobrinho bem-disposto e feliz.- Sim. Ele fez amigos e confessou que gostou muito mais daqui do que de Laranjeiras. Às vezes mudar não é tão ruim. Davi e eu ficamos tão apreensivos. No fim, já faz mais de uma no que estamos aqui... E amando.Fui ajudar Pedro a retirar as bagagens do carro.- Não precisa fazer isso, querida. – Ele pegou a mala da minha mão.- Hum, não precisa ser tão fofo o tempo todo. – Brinquei.Pedro largou a
- Não lhe disse que sempre achei que ela apoiava meu pai mais do que minha mãe?- Pedro... Você precisa esquecer isto. Onde quer que este homem esteja hoje, se fez algo errado certamente pagará.Pedro deu um beijo breve nos meus lábios:- Enfim... Ano novo, vida nova. Vou passar uma borracha nesta porra toda. E meu maior desejo é esquecer isso. Fingir que nunca aconteceu.- Precisa ser assim... – Alisei seu rosto – Agora me deixe ver o anel.- Sua safada! - Ele riu – Nem pensar. – Pegou a mala e saiu, não me deixando ver o anel.- Vai pedir minha mão ao meu pai? – Brinquei.- Não! – Ele olhou para trás, de forma séria – Já fiz isso uma vez... E confesso que não deveria ter feito.- Ah, se arrepende de ter me pedido em namoro? – Fiquei confusa.- Me arrependo... Porque seu pai não merecia que tudo acontecesse exatamente como ele queria. Ele sempre teve uma filha perfeita... E nunca soube valorizar.Pedro se dirigiu ao interior da casa e o sorriso morreu nos meus lábios. Eu não passei
Andei sem rumo pela beira do mar, desviando das pessoas sem sequer prestar atenção em ninguém. Eu estava destruída por dentro. E não tinha a mínima ideia de como contaria aquilo a Pedro, mesmo sabendo que precisava fazê-lo.Não tenho ideia de quanto tempo andei. Quando minhas pernas começaram a cansar e a visão ficar turva, retirei os óculos e vi que estava anoitecendo. Então retomei o trajeto de volta, incerta se aguentaria fazê-lo.Cheguei na casa de tia Rute já passava das 19 horas. Procurei por todo mundo e a casa parecia vazia. Claro que quando passei pela praia, na entrada da rua dela, onde estava marcado o reencontro com Pedro e meu primo, sabia que ninguém mais estaria ali.Comecei a gritar por todos até que vi a porta dos fundos aberta. Fui até lá e encontrei meu pai, sentado numa cadeira baixa de praia, com uma cerveja em lata na mão. Senti um nó na garganta ao perceber seus olhos estreitos e avermelhados, que eu já reconhecia de longe o que significava.- Não tem ninguém em