Na manhã seguinte Medson acordou mais cedo que o habitual, ela caminhou até a cozinha do apartamento, sentindo o cheiro de temperos e especiarias que invadiam o ambiente. Ela sabia exatamente o que queria fazer para o café da manhã.Ela vai até a geladeira e sente a textura dos produtos e percebe que estava faltando algumas coisas que ela precisava. Normalmente é Camila que compra o que falta quando ela quer cozinhar, porém com a ausência da irmã, Medson não queria incomodar ninguém.Ela olha em direção a porta do quarto que Fabrício estava dormindo e suspira, desde que ele chegou na sua vida tudo que faz é ser cuidada por ele e como forma de agradece-lo, ela queria preparar o que Fabrício mais gosta de comer.Medson pega sua bengala e sai cuidadosamente do apartamento. Desde que Caio tornou-se seu professor, ela aprendeu a se cuidar bem sozinha.Sua cegueira por um tempo foi como se o mundo estivesse acabado para ela, era como se realmente não ouvesse luz no fim do túnel, mas agora,
Daquele dia em diante, Fabrício passou a cuidar da proteção de Medson, ele mesmo, por mais que ele tentasse confiar nas pessoas que rodeava sua amada, ele não conseguia, seu instinto de policial sempre falava mais alto, para ele, ninguém era bom, quando se tratava da mulher que ama.Medson já estava nos últimos dias da sua gestação e se sentia extremamente emocionada. Tudo a fazia chorar com facilidade.No quarto ela se prepara para sair com Fabrício, o amor e o respeito entre eles era admirável. Medson estava cada vez mais feliz, era como se aqueles dias já não fizesse parte da sua vida.Deslizando os dedos em seu vestido ela suspira ansiosa, logo a porta se abre e o perfume familiar do seu irmão invade o quarto, fazendo com que ela abra um sorriso. Caio se aproximou e a abraçou, demonstrando saudade e carinho.— Que saudade de vocês.— Disse Caio.— E minha princesa, já está querendo dar o ar da graça?Medson, com voz manhosa, brincou:— Está com saudades nada, você me abandonou, ago
Medson estava sentada no chão frio daquela casa que hoje se faz seu cativeiro. As suas veste rasgadas, seu rosto machucado e as lágrimas que já não escorria mais, presas em seus olhos, sentindo a brisa sombria e o medo que a persegue abraçar seu corpo. Ela se lembrava vividamente do dia em que tudo mudou. A primeira vez que sentiu seu coração disparar, quando enfim se declarou para Fabrício, a traição da mãe, o acidente que tirou sua visão e o primeiro contato com o homem que destruiu a sua vida.Ela tentava se reerguer, mas parecia que o peso de todas as adversidades era esmagador demais. A voz de sua mãe ecoava em sua mente, as palavras cruéis que ela disse quando descobriu a traição com o melhor amigo de seu pai.Medson se perguntava como poderia seguir adiante. Naquele tempo a escola parecia tão distante, ela havia se afastado dos seus amigos, pois acreditou que eles fossem incapazes de lidar com a nova realidade de sua vida. Ela se sentia sozinha, uma solidão que ela mesmo se colo
Medson se despede dele, e vai para casa, andando feliz e sorridente pelas ruas pacatas do bairro, sua mochila pesada nas costas, e seu coração cheio de expectativa para contar sobre mais um dia de aula para seu pai. Ela é uma menina inteligente, dedicada e nunca se deixava abater pelas dificuldades que enfrentava por causa da sua convivência com sua mãe. A vida era uma constante luta para ela, mas Medson era forte e não permitia que isso a derrubasse.Ao chegar em casa, Medson percebeu um estranho clima de tensão no ar. Sentiu o cheiro de café e cigarro, e ouviu vozes abafadas vindas da sala de estar. Curiosa, ele seguiu pelo corredor até a porta entreaberta.O que Medson viu a deixou atônita. Sua mãe estava sentada no sofá ao lado de um homem que ela conhecia muito bem. Vladimir, o melhor amigo de seu pai. Eles conversavam em voz baixa, seus corpos se tocando, os risos, mas percebeu também o olhar preocupado da mãe e a expressão culpada de Vladimir.Medson se aproximou devagar, tenta
As semanas se arrastavam na casa de Medson,Mauro não sabia mais o que fazer para que ela saia do quarto e volte a ser a sua doce menina.— Por favor filha, você não pode ficar assim.— Como vou viver assim pai? Eu não consigo nem me vestir sozinha! Como vou fazer o mínimo sem ser um incômodo?— Filha, nunca mais fale isso, você não é um incômodo, eu sou seu pai e serei seus olhos daqui pra frente.Mauro se aproxima, abraçando fortemente sua filha.— Está tão difícil viver assim pai.— Eu sei filha, mas juntos vamos conseguir superar isso. Eu prometo que farei até o impossível para que você volte a enxergar.Ele sai do quarto cabisbaixo, seu olhos inchados por noites sem dormir pensando em como fará para conseguir o valor do dinheiro para seguir com o tratamento da filha. Sentado na cama ele olha Cassandra penteando seus cabelos.— Eu vou vender a casa!— Ele afirma desviando os olhos dela.— O médico disse que há esperança dela voltar a enxergar com uma cirurgia...— O que?— Cassandra
Com o acidente Medson saiu do colégio, sempre recusava visitas de amigos e até mesmo da pessoa que ama, Fabrício estava determinado a ver Medson. Ele sabia que algo estava errado desde o momento em que ela começou a recusar suas visitas. Seu coração doía ao pensar que ela estava se afastando por não gostar dele mais. Mas Fabrício não era alguém que desistia facilmente, e todos os dias ele ia até a casa dela, esperando vê-la, conversar com ela, mostrar o quanto a amava.Um dia, ao bater na porta, Fabrício percebeu que a casa estava vazia. Ele ficou confuso e assustado ao pensar que Medson e sua família haviam partido para outra cidade. A ausência de contato com sua namorada era um golpe duro em seu coração, mas ele se recusou perder as esperanças. Ele precisava encontrá-la, saber o que havia acontecido, e falar o quanto o vazio deixado por sua ausência era insuportável.Meses se passaram e Fabrício não encontrava nenhuma informação sobre Medson. Ele vasculhou as redes sociais, os regist
Medson estava sentada na sala de aula, concentrada nos exercícios que Caio havia passado. Desde que ele começou a dar aulas para ela, tudo havia mudado. Ela se sentia mais confiante e motivada a aprender cada vez mais. Caio é paciente e dedicado, explicando tudo de forma clara e incentivando-a a persistir mesmo diante das dificuldades.Pouco a pouco, Medson foi compreendendo os conceitos básicos que tanto a haviam deixado frustrada nos últimos meses. Ela sentia uma felicidade imensa toda vez que conseguia resolver um problema. Era como se um mundo novo se abrisse diante dela, cheio de possibilidades e aprendizados.Com o passar dos meses, Caio percebeu o progresso notável de Medson e decidiu aumentar a dificuldade das aulas. Ele sabia que ela estava preparada para desafios maiores e estava disposto a acompanhá-la em cada etapa. Medson mostrou-se determinada e não se importava com o aumento da dificuldade. Ela confiava em Caio e sabia que ele estava ali para apoiá-la e guiá-la.Numa ta
Medson estava em seu quarto, imersa na escuridão que sempre a acompanhava. Ela estava procurando seu vestido branco, apesar de não poder enxergar as cores. Com dedicação e paciência, ela tateava os cabides, suas mãos deslizando sobre as roupas em busca do vestido certo, seus dedos desliza com movimentos ágeis sobre as etiquetas que Caio colocou em cada peça. Desde que ele entrou em sua vida, Medson sentiu sua confiança e independência crescerem.Depois de vestida ela vai para a penteadeira e com movimentos vagarosos encontra a escova de cabelo, os pentea arrumando por cima dos ombros, faz uma leve maquiagem e passa um batom nude.— Caio, pode entrar.— ela grita para ele. Caio entra e fica uns minutos em silêncio. Medson sente um perfume diferente, mas não fala nada.— Pronta?— Ele fala se aproximando da cama, seus olhos analisa cada detalhe do seu rosto e seu vestido.— Como estou? Tem algo fora do lugar?— ela fica parada segurando sua bengala, apertando-a de nervosismo.— Está linda,