Fabrício na mesma noite retornou para o Texas, apesar de querer contar a verdade sobre Miguel ter invadido o consultório, ele está com receio dela se retrair, tem medo de que ela não queira nem mais sair. Então ele decidiu que no momento não falaria.O dia entre eles estava tranquilo, Fabrício levou ela para comprar os móveis para o quarto da Antonella, foi escolhido cada detalhe assim como Medson havia desenhado.Por alguns minutos eles param para comer alguma coisa, até que Fabrício percebeu que Medson está como se tivesse incomodada ou com medo.— O que foi amor? Aconteceu alguma coisa, está passando mal, quer ir para outro lugar?— Não... Eu não sei o que é isso. Esses dias estão tão estranhos, me sinto vigiada até mesmo quando estou no quarto sozinha, quando tento dormir sinto uma sensação ruim, sabe? Parece que tem alguém dentro do meu quarto, até mesmo quando vou ao médico. Espero que não seja nada, pode ser só coisas da minha cabeça.— Não se preocupe, não vou permitir que nad
Camila apesar de estar com raiva tenta amenizar as coisas, ela olha para a irmã e percebe que Medson está nervosa. — O que está acontecendo? Amor, o que está fazendo?— Medson pergunta tentando se aproximar, mas Camila vai do seu lado para evitar que ela saiba o que está acontecendo. — Fica calma, irmã, ele só está conversando. — Sim amor, só estou conversando. Então senhorita, peça desculpas a minha mulher, ou as coisas vão se complicar para o seu lado. — Eu... não q... Medson se apróxima e leva a mão para a mão de Fabrício, ela segura na arma e com a voz meiga e com o olhar sereno ela fala. — Amor...Não vale a pena, você não é isso! E olha, eu estou bem. Fabrício olha para Medson e somente com seu toque ele se acalma, abaixando a arma, ele a segura pela cintura, assim que ele coloca a mão próximo a barriga dela, Antonella começa a mexer, ele sorri e acaricia levemente sua barriga. — Já entendi princesa, papai não fará nada. — Desculpa senhora, não tive a intenção de
Naquela mesma noite Talles sai ao encontro com Alejandro, chegando no local indicado por Fabrício, ele fica ansioso, Gutiérrez não tem uma fama boa quando se trata de matadores de aluguel. Apesar de Talles não ter entrado nesse negócio por que quis, ficou receoso em estar de frente ao homem que ele tanto respeita.— Que bom que escolheu me encontrar, Talles.— Alejandro diz sentando-se em sua cadeira de frente a ele.— Sente-se, pode relaxar. Não te chamei aqui para brigar ou te ameaçar. Já tem um tempo que estou de olho em você. Mas meu interesse aumentou quando fiquei sabendo que foi contratado para matar meu filho. E mesmo com tanta coisa em risco optou por não seguir em frente com as ordens de Miguel. Quero lhe agradecer por isso.— Boa noite senhor Gutiérrez. Não tem o que agradecer, não segui com as ordens por causa da mulher que amo, e só após começar um relacionamento com ela que conheci seu filho e sua nora e me dei conta de que não iria me arrepender da minha escolha.— Mesmo
Na manhã seguinte Medson acordou mais cedo que o habitual, ela caminhou até a cozinha do apartamento, sentindo o cheiro de temperos e especiarias que invadiam o ambiente. Ela sabia exatamente o que queria fazer para o café da manhã.Ela vai até a geladeira e sente a textura dos produtos e percebe que estava faltando algumas coisas que ela precisava. Normalmente é Camila que compra o que falta quando ela quer cozinhar, porém com a ausência da irmã, Medson não queria incomodar ninguém.Ela olha em direção a porta do quarto que Fabrício estava dormindo e suspira, desde que ele chegou na sua vida tudo que faz é ser cuidada por ele e como forma de agradece-lo, ela queria preparar o que Fabrício mais gosta de comer.Medson pega sua bengala e sai cuidadosamente do apartamento. Desde que Caio tornou-se seu professor, ela aprendeu a se cuidar bem sozinha.Sua cegueira por um tempo foi como se o mundo estivesse acabado para ela, era como se realmente não ouvesse luz no fim do túnel, mas agora,
Daquele dia em diante, Fabrício passou a cuidar da proteção de Medson, ele mesmo, por mais que ele tentasse confiar nas pessoas que rodeava sua amada, ele não conseguia, seu instinto de policial sempre falava mais alto, para ele, ninguém era bom, quando se tratava da mulher que ama.Medson já estava nos últimos dias da sua gestação e se sentia extremamente emocionada. Tudo a fazia chorar com facilidade.No quarto ela se prepara para sair com Fabrício, o amor e o respeito entre eles era admirável. Medson estava cada vez mais feliz, era como se aqueles dias já não fizesse parte da sua vida.Deslizando os dedos em seu vestido ela suspira ansiosa, logo a porta se abre e o perfume familiar do seu irmão invade o quarto, fazendo com que ela abra um sorriso. Caio se aproximou e a abraçou, demonstrando saudade e carinho.— Que saudade de vocês.— Disse Caio.— E minha princesa, já está querendo dar o ar da graça?Medson, com voz manhosa, brincou:— Está com saudades nada, você me abandonou, ago
Medson estava sentada no chão frio daquela casa que hoje se faz seu cativeiro. As suas veste rasgadas, seu rosto machucado e as lágrimas que já não escorria mais, presas em seus olhos, sentindo a brisa sombria e o medo que a persegue abraçar seu corpo. Ela se lembrava vividamente do dia em que tudo mudou. A primeira vez que sentiu seu coração disparar, quando enfim se declarou para Fabrício, a traição da mãe, o acidente que tirou sua visão e o primeiro contato com o homem que destruiu a sua vida.Ela tentava se reerguer, mas parecia que o peso de todas as adversidades era esmagador demais. A voz de sua mãe ecoava em sua mente, as palavras cruéis que ela disse quando descobriu a traição com o melhor amigo de seu pai.Medson se perguntava como poderia seguir adiante. Naquele tempo a escola parecia tão distante, ela havia se afastado dos seus amigos, pois acreditou que eles fossem incapazes de lidar com a nova realidade de sua vida. Ela se sentia sozinha, uma solidão que ela mesmo se colo
Medson se despede dele, e vai para casa, andando feliz e sorridente pelas ruas pacatas do bairro, sua mochila pesada nas costas, e seu coração cheio de expectativa para contar sobre mais um dia de aula para seu pai. Ela é uma menina inteligente, dedicada e nunca se deixava abater pelas dificuldades que enfrentava por causa da sua convivência com sua mãe. A vida era uma constante luta para ela, mas Medson era forte e não permitia que isso a derrubasse.Ao chegar em casa, Medson percebeu um estranho clima de tensão no ar. Sentiu o cheiro de café e cigarro, e ouviu vozes abafadas vindas da sala de estar. Curiosa, ele seguiu pelo corredor até a porta entreaberta.O que Medson viu a deixou atônita. Sua mãe estava sentada no sofá ao lado de um homem que ela conhecia muito bem. Vladimir, o melhor amigo de seu pai. Eles conversavam em voz baixa, seus corpos se tocando, os risos, mas percebeu também o olhar preocupado da mãe e a expressão culpada de Vladimir.Medson se aproximou devagar, tenta
As semanas se arrastavam na casa de Medson,Mauro não sabia mais o que fazer para que ela saia do quarto e volte a ser a sua doce menina.— Por favor filha, você não pode ficar assim.— Como vou viver assim pai? Eu não consigo nem me vestir sozinha! Como vou fazer o mínimo sem ser um incômodo?— Filha, nunca mais fale isso, você não é um incômodo, eu sou seu pai e serei seus olhos daqui pra frente.Mauro se aproxima, abraçando fortemente sua filha.— Está tão difícil viver assim pai.— Eu sei filha, mas juntos vamos conseguir superar isso. Eu prometo que farei até o impossível para que você volte a enxergar.Ele sai do quarto cabisbaixo, seu olhos inchados por noites sem dormir pensando em como fará para conseguir o valor do dinheiro para seguir com o tratamento da filha. Sentado na cama ele olha Cassandra penteando seus cabelos.— Eu vou vender a casa!— Ele afirma desviando os olhos dela.— O médico disse que há esperança dela voltar a enxergar com uma cirurgia...— O que?— Cassandra