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Cap 05. Esses acidentes não são apenas acidentes.

Medson estava sentada na sala de aula, concentrada nos exercícios que Caio havia passado. Desde que ele começou a dar aulas para ela, tudo havia mudado. Ela se sentia mais confiante e motivada a aprender cada vez mais. Caio é paciente e dedicado, explicando tudo de forma clara e incentivando-a a persistir mesmo diante das dificuldades.

Pouco a pouco, Medson foi compreendendo os conceitos básicos que tanto a haviam deixado frustrada nos últimos meses. Ela sentia uma felicidade imensa toda vez que conseguia resolver um problema. Era como se um mundo novo se abrisse diante dela, cheio de possibilidades e aprendizados.

Com o passar dos meses, Caio percebeu o progresso notável de Medson e decidiu aumentar a dificuldade das aulas. Ele sabia que ela estava preparada para desafios maiores e estava disposto a acompanhá-la em cada etapa. Medson mostrou-se determinada e não se importava com o aumento da dificuldade. Ela confiava em Caio e sabia que ele estava ali para apoiá-la e guiá-la.

Numa tarde após a aula, Caio chamou o pai de Medson para uma conversa. Eles se encontraram na sala de aula, rodeados pelos livros e cadernos que já haviam sido utilizados nas aulas.

— Senhor Mauro, estou maravilhado com o progresso que ela alcançou.— Caio fala com admiração e um sorriso estampado no rosto. —Ela está aprendendo muito rápido e já dominou conceitos que não havia conseguido compreender nos últimos três anos. Estou muito orgulhoso do esforço dela.

O pai de Medson, emocionado, agradeceu a Caio por todo o empenho e pela dedicação que teve com sua filha.

— Não poderia estar mais grato, Caio. Você realmente fez a diferença na vida da Medson. Ela está mais confiante e feliz agora. É incrível ver o desenvolvimento dela em tão pouco tempo. Consigo ver a minha menina sorrir e isso é graças ao seus esforços.

— Acredito que está na hora de Medson voltar para casa e se adaptar novamente ao ambiente em que ela vive. Ela já adquiriu uma base sólida de conhecimento e está pronta para enfrentar novos desafios. Mas não se preocupe, estarei sempre ao lado dela para ajudá-la nos primeiros dias, caso ela precise de suporte adicional.

O pai de Medson concordou e agradeceu mais uma vez a Caio por tudo o que ele havia feito. Medson, que presenciava a conversa de longe, ouvindo com a audição aguçada, cada palavra. dom que aderiu com as aulas de Caio, ela não conseguia conter a felicidade estampada em seu rosto. Ela estava animada para voltar para casa.

No dia seguinte, Medson arrumou suas coisas e, com um misto de nostalgia e empolgação, despediu-se de Caio.

— Muito obrigada, professor Caio. Serei eternamente grata por tudo o que você fez por mim. Suas aulas foram essenciais para minha evolução. Nunca vou esquecer disso.

Caio sorriu e abraçou Medson.

— O mérito é todo seu, Medson. Continue dedicada e nunca pare de aprender. Estou aqui para você sempre que precisar. Logo estarei na sua casa, só preciso resolver uns problemas pessoais na cidade que moro e logo estarei com você.

— Vou te esperar com muita ansiedade.— Madson fala se soltando dos seus braços.

Assim, se despediram, com a certeza de que o ensinamento e a aprendizagem compartilhados entre eles deixariam uma marca profunda em suas vidas.

Ja fazia umas semanas que Medson havia voltado para a casa, ela estava sentada no sofá, ouvindo atentamente o som da televisão, até que seu pai, entra na sala.

— Boa noite minha Filha, como passou seu dia?

— Está um pouco difícil pai, coloquei em prática os ensinamentos do Caio, decorei onde estão os móveis, mas sinto que mudaram de lugar novamente.

— Sim, está tudo diferente, vou me certificar de que não façam isso novamente.

— Obrigada pai. E como foi seu dia?

— Foi cansativo filha, mas tudo tem um propósito.— Ele fala um pouco triste por estar quase em apuros.

— Desculpa pai, eu só trouxe problemas para o senhor.— Madson abaixa a cabeça para que ele não veja seus olhos enchendo de lágrimas.

— Não minha filha, não se preocupe. Logo tudo melhora e eu não me arrependo nem um pouco de nada que fiz. — Ele fala com sinceridade.— Vou subir no tomar um banho, logo volto. Sua irmã está chegando em breve. Quando levantar tenha cuidado para não se machucar novamente.

— Pode deixar, pai. Eu vou tomar cuidado. Principalmente perto da Camila.

— Medson, acusar sua irmã sem saber o que realmente está acontecendo, é muito errado.

— Pai, eu sei o que estou falando, esses acidentes não são apenas acidentes.— Medson fala afirmando.— Eu sou cega, não idiota!

Enquanto falava, Medson movia suas mãos delicadamente ao redor do sofá, tentando se localizar e evitar qualquer obstáculo no caminho. Seu pai sobe contrariado por ela sempre tentar alerta-lo sobre Camila, mas ele não acreditava que realmente Camila estava prejudicando a irmã tão covardemente. De repente, a porta da sala se abriu e Camila, entrou correndo.

— Oi papai, estou em casa!— ela fala alto já sabendo que o pai não estava mais na sala, ela ouviu toda conversa e sorriu por ele não acreditar nela.— Olá, Medsonzinha! Pronta para mais um "acidente"?

— Por favor, Camila. Eu já sofro o suficiente.

— Para né, já não basta ser cega, tem que ficar se fazendo de coitada?

— Camila, já conversamos sobre isso. Pare de falar tantas maldades para sua irmã. — Mauro fala descendo as escadas, pois havia esquecido o celular na sala.— Ela precisa do nosso apoio, não de mais dificuldades.

— Ah, pai, é só uma brincadeirinha inofensiva. Ela nem se machuca de verdade.

— Camila, isso não é justo. Por que você não pode me apoiar em vez de me machucar?

— Ah, olha só quem está querendo atenção de novo. Você sempre foi a coitadinha da família desde que perdeu a visão.— Camila fala com raiva.— Não sei como seu namorado Vinícius te atura, você é tão insuportável.

— Chega, Camila! Eu não vou permitir que você trate sua irmã dessa maneira. Ela precisa do nosso apoio, amor e compreensão, não de maldades e crueldades.

— Desculpe, pai, mas ela tem que aprender a se virar sozinha. Eu não posso ficar de babá de uma cega.

— Eu não estou pedindo para você ficar tomando conta de mim, Camila. Só peço um pouco de respeito e empatia. Isso é pedir demais?

— Medson está certa. Precisamos ser uma família unida, ajudando uns aos outros nos momentos difíceis. Camila, você é a irmã mais velha, deveria ser exemplo para sua irmã.

— Eu entendo, pai. Eu vou tentar me colocar no lugar dela e ser mais compreensiva.— Camila fala fingindo compreensão.

— É isso que eu espero de você, filha. Todos nós precisamos aprender a lidar uns com os outros, independentemente das nossas diferenças e dificuldades.

Medson sorriu, sentindo-se amada e compreendida, achando que a compreensão de sua irmã é realmente verdade. Medson sobe para seu quarto com o amparo do pai.

— Cega imprestável, você tinha que perder a visão e tirar a atenção do meu pai.— Camila fala exalando ciúmes.

Com o decorrer dos dias Medson estava exausta de tentar explicar o que estava acontecendo para seu pai. A cada acidente, cada queda das escadas, ele alegava que era apenas uma coincidência, uma consequência de não conseguir enxergar. Mas Medson sabia que não era mera coincidência, ela sentia a presença sombria de sua irmã, Camila, por trás de todos esses episódios.

Em uma tarde ensolarada, Medson encontrava-se na sala lendo um livro em braile. Camila chegou em casa com uma expressão de desprezo no rosto, como se cada vez mais demonstrasse seus sentimentos cruéis em relação à irmã.

— É você Camila?— Medson pergunta segurando firmemente a sua bengala.

— Ah, olha só quem está aí, a coitadinha da cega. Aposto que nem percebeu que mudamos de lugar todos os móveis da sala de novo.

Medson, apesar de magoada pelas palavras de sua irmã, tentou manter a calma e evitar qualquer conflito.

— Camila, eu te peço, por favor, pare de tentar me sabotar, quando enfim estou me acostumando com o ambiente, você faz questão de mudar tudo de lugar.

Camila soltou uma risada sarcástica e se aproximou de Medson, cutucando sua cadeira e provocando um desequilíbrio.

— Sabe de uma coisa? Não me importo se você cai das escadas, se se machuca ou se vive nesse seu mundo de escuridão. Na verdade, me divirto vendo você se machucando e sofrendo. Quando vai entender que você não pertence a essa casa?

As palavras de Camila atingiram Medson em cheio. Ela sentiu uma mistura de raiva e tristeza, mas, acima de tudo, decidiu que já havia passado tempo demais sofrendo nas mãos de sua irmã.

— Chega, Camila! Você deve achar que sou uma completa idiota, não é mesmo?

— E não é? Vive caindo feito uma idiota!

— Claro que esses acidentes acontecem. Você quem os causa, não é?

— Não sei do que está falando.— Camila finge de desentendida.

— Bom, saiba que eu sei que você está sabotando minha comida, mexendo nas coisas e me causando acidentes. Eu só não entendo por que? Que mal te fiz?

Cassandra, que até então observava a conversa em silêncio, decidiu intervir.

— Medson, por favor, não coloque sua irmã em uma situação difícil. Ela também pode estar passando por seus próprios problemas internos.— Ela fala sentindo a presença do marido logo atrás dela.

Medson sentiu-se frustrada com a reação da mãe, porém nada surpresa. Naquele momento, ela percebeu que precisaria tomar suas próprias medidas para proteger-se.

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