Cap 09. Pode me guiar até você?

O dia anterior passara tranquilamente, e Medson estava feliz por ter conhecido mais um lugar e ter desenhado cada detalhe em sua imaginação.

Ao despertar naquela manhã, Medson estava mais animada que o normal, diferente dos outros dias. Caio observou sua animação com um sorriso e logo se sentou ao lado dela.

— Teve bons sonhos? Por isso está com esse sorriso brilhante?— ele perguntou curioso.

— Tive sim, mas não é isso que me deixa animada.— Ela respondeu fazendo um ar de mistério, sabendo o quanto Caio era curioso.

— O que é?

— Hoje é o aniversário do Vinícius, estou ansiosa para vê-lo. Esta semana quase não nos falamos. Estou com saudades.— Medson falou entre suspiros.

— Ah, é hoje o aniversário desse cara. Bom, tem gosto para tudo, não é?— Caio resmungou revirando os olhos.

— Pode parar com a implicância, Vinícius é um bom namorado. — Ela retrucou, fingindo estar brava, e logo começaram a rir juntos.

Caio e Medson tinham uma conexão especial, ele dedicava praticamente cem por cento do seu tempo a ela. Por isso, Medson se sentia privilegiada por tê-lo ao seu lado. A confiança que ela tinha nele superava qualquer coisa.

— Tá, tá, não vou mais falar dele.

— Pega meu celular, por favor? Vou ligar para o Vini para ver que horas nós vamos nos encontrar.

Medson ligou para ele e, em pouco tempo, Vinícius atendeu.

— Oi vida, tudo bem?— Vinícius perguntou.

— Oi sumido, você vem aqui hoje? Comprei um presente para você.— Ela fala deslizando os dedos no lindo relógio que Caio ajudou ela escolher.

— Hum, Medson, hoje não vou conseguir. Trouxe alguns trabalhos para fazer em casa, mas prometo ir amanhã.

— Ah, tudo bem... que pena, mas entendo. — Ela suspira tristemente.— Bom, feliz aniversário, amor, que você realize todos os seus sonhos e desejos!

— Obrigado, amor. Vou morrer de saudade. Te amo tá?

— Eu também. Então, até amanhã, beijos.

— Até.

Desanimada, Medson desligou o telefone, e o silêncio foi o suficiente para que Caio aumentasse sua antipatia por Vinícius.

— Ele não vai vir, né?

— Não... que triste, achei que hoje poderia estar com ele e passar um tempo a mais ao seu lado. Vinícius parece viver somente para o trabalho e nem se lembra de que eu também preciso dele.

— Sinto muito...

— Eu até consigo entender, sabe, por Vinícius ser professor e com as provas da faculdade quase nunca podemos estar juntos. Mas as vezes é complicado. Parece que tudo é mais importante do que nosso relacionamento. No começo era tudo tão diferente, nos davamos super bem, acho que se tivéssemos continuado só com a amizade, não estaria me sentindo tão sozinha.

— Entendo... não fica assim. Você não está sozinha! Eu estou com você, sabe o quanto amo sua companhia, você é como se fosse minha irmã mais nova.— Caio diz e Medson se emociona. Ela da um forte abraço nele e sorri.

— Obrigada. Acho que já sei o que vou fazer. Vou fazer uma surpresa para ele. Você pode me levar até o apartamento dele? Eu tenho a chave, talvez Vinícius não esteja lá.

— Claro, carinho. Chama seu pai também, ele adora o Vinicius.

— Verdade, vou chamar.

Medson comprou um bolo de creme com morangos, o sabor favorito de Vinícius. No caminho, ligou para o pai, que aceitou o convite. Como era a folga de Mauro, ele havia saído para pagar algumas contas e, com a ligação da filha, marcou um lugar para Caio buscá-lo.

Chegando no apartamento, Medson informou a senha para Caio, que abriu a porta. Enquanto caminhavam com cuidado pela sala, mesmo estando juntos há algum tempo, o local ainda era um pouco desconhecido para seus sentidos. Vinicius, quando a queria ver, sempre ia à casa de Medson, mas ele só a trouxera duas vezes e nunca mais.

Caio e o pai de Medson, Mauro, ficaram na sala esperando enquanto ela ia chamar Vinicius. Como a música estava alta, Vinicius não ouviu alguém entrando em seu quarto. Medson abriu a porta cuidadosamente e entrou, os ruídos desconhecidos que se misturavam com a música não eram claros para ela.

A poucos passos dela, estava Vinicius com Camila, irmã de Medson. Havia um tempo que Vinicius estava traindo Medson, e ela nunca desconfiara, pois acreditava que realmente a carga horária de trabalho dele era exaustiva por isso ele nunca conseguia encontra-la.

Camila se assustou ao vê-la entrando, mas continuou seu ato mesmo com a presença da irmã no quarto.

— Amor, você está aí? —Medson o chamou, tentando encontrar a cama com as mãos estendidas. O volume alto da música não permitia que ela ouvisse os gemidos que se espalhavam pelo quarto.

— Medson?...— Vinicius disse assustado ao vê-la, tentando esconder Camila, que ficou irritada com a forma como ele a pressionava em baixo dos lençóis.— Oh, amor, estou sim, estava dormindo.— Vinicius mentiu, cobrindo a boca de Camila para que não fossem pegos.

— Pode me guiar até você?— ela perguntou, um pouco sem graça por nunca ter entrado no quarto dele.

Camila levantou-se nua e começou a andar em volta de Medson, rindo silenciosamente. Ao perceber que Medson quase tocou em Camila, Vinicius se levantou rapidamente, tentando cobrir a si e a amante com o lençol.

— Amor, o que está fazendo aqui? — Vinicius perguntou, com semblante nervoso.

— Eu vim te fazer uma surpresa, amor. É seu aniversário, lembra? — Medson respondeu, com um sorriso no rosto, sem notar a presença de Camila.— E também, eu... estava com saudades.

— Claro que me lembro, mas... —Vinícius tentou encontrar uma desculpa, mas Medson o interrompeu.

— Eu trouxe seu bolo favorito. Deixei ele na sala. — Medson falou, caminhando em direção à cama, ainda sem notar Camila ali na sua frente, rindo e tirando sarro da irmã.

— Não! Fica onde está.— Vinicius gritou na tentativa de impedi-la de continuar andando.— Tem umas coisas aqui no chão e você pode se machucar.

— Ah, entendi.— Medson se aproximou da janela e o leve vento fez com que o cheiro de sexo e o perfume doce da irmã invadissem seus sentidos. Tentando reprimir seus sentimentos, ela tentou ignorar suas desconfianças.— Tem mais alguém aqui? De onde eu conheço esse perfume? — ela perguntou, sentindo o coração bater mais forte.

— Não... eu estou sozinho, é só o desinfetante que passei ao limpar o chão. Fica onde está que vou escovar meus dentes e já volto. — Ele respondeu, ligando o ar, arrumando a cama rapidamente e colocando a cueca. Camila se aproximou e começou a beijar Vinicius, seus dedos deslizaram sobre seu abdômen, parando em seu membro, e ela apertou, fazendo Vinicius soltar um gemido.

— Amor, você está bem? — Medson falou, tentando se aproximar, mas esbarrou na mesa do computador, derrubando alguns livros que estavam em cima. — Droga. Desculpa... — Medson se abaixou tentando recolher os livros.

— Olha o que você fez! Já disse para ficar parada aí! — ele falou com grosseria, assustando Medson.

— Desculpa, eu não quis te incomodar. Se não quer que eu fique com você... eu vou embora. — Medson murmurou tristemente pela forma fria com que ele a estava tratando.

Ela virou em direção que pensava ser a porta, mas acabou indo em direção à suíte. Deslizando as mãos trêmulas na parede, ela se sentiu magoada por ele sequer ajudá-la a se encontrar.

— Espera, amor. Me desculpa, eu já vou te ajudar... — Vinicius disse, tentando se soltar de Camila, que não parava de se esfregar nele. — Para, porra! — Ele sussurrou para Camila, apertando seus braços com brutalidade e afastando-a de perto do seu corpo.

Vinicius tentou passar para ir ao encontro de Medson, mas foi impedido novamente. Ele encarou Camila com raiva, enquanto ela sorria de forma provocativa com a situação.

Caio e Mauro, que estavam na sala, logo perceberam a demora de Medson e foram em direção ao quarto. Ao ver a cena, Mauro ficou furioso e encarou Vinicius e Camila, sem conseguir reagir, sentindo a vergonha ao ver a filha nua, se esfregando descaradamente e segurando as partes íntimas do namorado da irmã.

— O que diabos está acontecendo, Camila? — Ele gritou, assustando Medson, que não conseguia entender o que estava acontecendo ao seu redor.

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