3-Duzentos mil foram depositados em sua conta.

Vladimir agradeceu ao médico e saiu o mais rápido que pode, indo direto para a obra.

Depois de um tempo Eveline acordou assustada, ao tentar se sentar sentiu uma fisgada na mão então viu o soro conectado, quando ia levar a mão para tirá-lo, uma enfermeira abriu a porta.

- Oh! Você acordou, que bom! A mulher disse muito simpática.

- Onde estou?

- Clinica São Camilo, acho que seu namorado a trouxe, você estava com hipoglicemia, precisa se alimentar ainda mais agora que está grávida.

- Ele não é... Eveline ia dizer que o homem que a levara não era seu namorado, mas ao ouvir a palavra grávida ela simplesmente perdeu a fala.

- Grávida? Como isso pode ser? Ela perguntou.

- Oras, com um homem tão bonito como aquele como não poderia acontecer? Kkkk. A mulher disse sorrindo.

Eveline sentiu vertigens novamente e suas mãos começaram a suar, sua vida já estava difícil e agora ela descobre que está grávida de Joshua.

Ela se deitou e suas lágrimas escorreram pelos cantos dos olhos, a mulher a vendo quietinha resolveu deixa-la, percebeu que ela não esperava pela notícia.

Depois de um tempo ali, Eveline se levantou e desconectou o soro, saiu discretamente pelo corredor até encontrar a recepção.

- Boa tarde, estava no quarto 124 e estou sem celular e sem minha carteira pode me passar alguma nota eu assino e venho acertar a conta assim que pegar minha carteira.

- Não precisa o rapaz que a trouxe já deixou tudo pago.

Eveline pensou em pedir o contato dele para pagar-lhe, mas ela estava naquela situação por causa dele.

- Você pode me chamar um taxi?

A moça acenou com a cabeça e fez a ligação, em poucos minutos um taxi estacionou na porta da clínica.

Eveline entrou no taxi, dando instruções ao motorista para ir até o local onde tinha quase colidido com o carro do estranho, imaginou que seu carro estivesse lá.

Ao encontrar o carro ela pagou ao motorista e foi até a garagem de revenda para deixar o carro, como era seu plano, mas agora as coisas se tornaram um pouco mais complicadas para ela, não esperava estar grávida, ela chamou um uber e foi para o pequeno flat que havia alugado.

Vladimir conseguiu contornar os problemas na obra, teria que refazer o projeto e por pouco tudo que havia feito não tinha se ruído por um mero descuido do mestre de obra.

Dentro do carro, ele se sentia esgotado e muito irritado, de repente um perfume delicado lhe trouxe uma lembrança, a garota, ligou o carro e seguiu para a clínica.

- Me desculpe senhor, mas ela saiu até sem a alta do médico, foi um erro nos desculpe.

- O nome dela pelo menos vocês pegaram, não é? Ele disse irritado.

- Não senhor, foi tão rápido que me esqueci, me perdoe.

- Está bem, me mande a conta. Vladimir disse deixando sobre o balcão um cartão, com seu telefone e dados do escritório.

Na calçada ele ficou em pé por alguns segundos sem saber o que fazer, será que a reencontraria novamente?

Ao entrar no carro ele riu sozinho ao pensar “oras Vladimir o que há com você? Ansioso por uma garota que você nunca viu? E se ela for casada? ”. Rindo de si mesmo ele voltou para o escritório.

Agora, um pouco mais de um ano depois ele reencontrou a garota novamente, um pouco diferente, parecia mais madura, mas ainda assim era uma tentação.

Ela tinha os mesmos olhos, os mesmos lábios, sua aparência de uma doce e inocente garota, mas uma atitude madura e determinada como a de uma mulher resolvida.

Essa garota havia aparecido em seu escritório, com um curriculum e boas referências. Ele havia dado a ela o teste que sempre deu a todos os seus funcionários, um projeto já começado para que terminasse.

Geralmente, ele analisava o projeto antes de mostrar ao cliente fazendo algumas correções isso era comum, afinal eles eram bons, mas lhes faltava a experiência, com Eveline foi diferente, ele não teve o que retocar e ao apresentar para o cliente seu projeto, o cliente não quis que mudasse nada.

Isso a tornou sua assistente de projetos, ela nunca deixou transparecer que o conhecia e isso o deixava um pouco irritado, ela não se lembrava dele?

Eveline não se lembrava dele, aquele dia ela estava tão nervosa e preocupada com as coisas que estavam acontecendo em sua vida que ela nem prestou a atenção no estranho que a beijou e a deixou no hospital.

Depois que Vladimir viu Eveline deixar a sala, uma coisa o intrigava, duzentos mil não era pouco dinheiro, mas também não era tanto, a ponto de alguém se vender por este valor.

Além disso, ela não parecia ostentar luxos, mas ele não perderia esta oportunidade, além disso, agora, ele conseguiria mantê-la no escritório.

Eveline trabalhou o resto do dia aflita, mas, agora, ela não tinha muito o que fazer, ela precisava do dinheiro e ninguém poderia ajudá-la.

As horas passaram mais depressa do que nos outros dias, ela ouviu um bip no seu celular, quando olhou era uma mensagem de seu banco, “duzentos mil foram depositados em sua conta”, os olhos dela se turvaram com lágrimas, poderia começar a arrumar as coisas para o filho.

Ela saiu do escritório as cinco, correu para o hospital, quando entrou no quarto encontrou Dr. Júlio.

- Oi, Eveline, vim ver o pequeno Nicolas, como você está ? Ele perguntou, com pena da jovem mãe.

-Estou bem doutor e Nicolas? Ela disse olhando para o pequeno ligado aos aparelhos.

- Ele está estável, eu precisava mesmo falar com você. Ele disse mostrando a cadeira para que ela se sentasse, e continuou.

-Olha eu sei que você quer levar o Nicolas para casa, mas eu e a equipe estávamos discutindo, tenho um hospital infantil e uma equipe muito boa lá, se você enviar o Nicolas para lá decidimos cobrar apenas os custos, se você o levar para casa, não será somente a UTI que você terá que manter, mas também funcionários vinte e quatro horas, se algo acontecer você terá que transporta-lo até o hospital. Eu sei que você precisa trabalhar e os custos não são baratos, quero que pense a respeito.

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