8- Se acha tão importante assim?

De manhã Eveline acordou com Dr. Julio entrando no quarto, ele usava uma calça jeans e uma camiseta preta, era a primeira vez que ela o via sem estar com roupa branca.

- Bom dia, não queria acorda-la, mas vamos levar Nicolas hoje para a clínica e você pode acompanhar, já preparamos tudo para recebe-lo, você deve ir à recepção do hospital e assinar os papeis da transferência. Ele disse se sentando a cadeira ao lado da poltrona que ela estava.

Eveline tentava ajeitar as roupas, com vergonha por ter sido pega dormindo, mas ela estudou até tarde e acabou pegando no sono.

- Está bem, eu vou lá agora.

- Ótimo, vou reunir a equipe e fazer todos preparativos pode ir tomar um café enquanto isso.

Ela assentiu e antes de sair foi até o filho e deu-lhe um beijinho na testa.

Tudo correu bem, mas Eveline estava atrasada para o trabalho.

A clínica era linda e os funcionários pareciam muito educados, receberam Nicolas com muito carinho, pareciam que já o conheciam a tempos.

Depois que ele estava instalado ela saiu correndo para tomar um banho rápido para ir para o escritório, no caminho ela ia observando se encontrava alguma placa de aluga-se, mas observando o bairro um aluguel ali por perto seria caro para ela.

No escritório, Vladimir de sua sala observava a sala vazia de Eveline, ele caminhava de um lado para outro abriu a porta e foi até a cozinha.

Quando chegou na porta viu alguns arquitetos e estagiários conversando sobre Eveline.

- O que está acontecendo aqui? Vocês têm pouco serviço?

- Oh não senhor, só estamos preocupados, Eveline ainda não chegou.

- Sim e? Ele perguntou levantando uma sobrancelha.

- Nada, já estamos indo. Disseram passando por ele se dispersando pelos corredores.

Vladimir ficou parado observando-os.

Ao se aproximar do corredor ouviu o nome de Eveline e a palavra namorado na mesma frase, não ouviu o contexto, mas as duas palavras o incomodou um pouco.

Quando ele saiu da cozinha viu Eveline apressada entrando em sua sala, com uma pasta de croqui em uma das mãos e o note em outra.

Vladimir caminhou a passos largos até a sala ao chegar na porta, reparou que ela estava tão absorta em seus pensamentos que não o viu chegar.

Ele em pé na porta pigarreou, observando-a.

- Oh! É você? Ela disse levando a mão ao peito, assustada.

- Quem você esperava? Venha a minha sala. Ele disse isso e saiu.

Ela terminou de ajeitar as coisas sobre a mesa e levando sua pasta logo o seguiu, pelo corredor sentiu alguns olhos a observando, alguns com pena outros satisfeitos esperando que ela fosse chamada a atenção.

Ela deu um toquinho na porta e entrou.

Vladimir alto e imponente estava de costas para a porta olhando pela janela, com as mãos nos bolsos da calça preta e a camisa branca, impecável com as mangas dobradas, deixavam a mostra seu antebraço forte e um relógio de correia preta e mostrador prateado.

Ela ficou um tempo o observando, e ele percebeu isso.

- Está gostando do que vê? Ele quebrou o silencio.

Ela sem jeito, tentou dizer alguma coisa em sua defesa, mas nada saiu.

Ele se virou para ver uma garota sem jeito com a face corada. – Boa tarde, Eveline.

- Bom dia senhor, eu....

- O que tem na pasta? Ele perguntou, não queria ouvir as explicações dela.

- O projeto que me pediu. Ela disse se aproximando e deixando o projeto sobre a mesa.

- Você o terminou em sua casa? Ele a observava.

- Sim, eu terminei esta noite.

- Suponho que chegou atrasada porque não dormiu. Ele disse abrindo a pasta, logo após se sentar.

Eveline não sabia o que dizer, ela realmente trabalhou a noite, mas o motivo do atraso era outro.

- Excelente!

Enquanto lutava com seus pensamentos ela ouviu ele dizer.

Meio atônita ela o olhou. – Excelente?

- Sim, porque está admirada? Não se dedicou ao trabalho?

- Sim, mas...

- Vamos. Ele disse se levantando.

- Onde vamos?

- Para a sala de reunião.

No caminho ele batia nas portas das salas e dizia. – Reunião agora!

Uma comoção surgiu de repente e todos se apressaram para a sala, Eveline que caminhava um pouco distante dele, estava apreensiva, não sabia o que se passava na cabeça de Vladimir.

Os outros estavam como Eveline, uns achavam que seria algo bom outros achavam que Vladimir chamaria a atenção de Eveline na frente de todos, uns com pena e outros achando bom.

Na sala. – Todos estão aqui?

Olhando a sua volta Eveline constatou que sim todos estavam a mesa de reunião.

- Quero que olhem este projeto e me digam o que acham.

Todos se entre olharam e depois para Eveline que piscava nervosa, olhando para Vladimir.

Um tempo depois que o projeto rodou em todas as mãos. – E então? Ele perguntou.

- Ficou muito bom! Disseram olhando para ele.

- Vê? Este é o trabalho de uma colega de vocês que virou a noite terminando este projeto, acabou por dormir sobre ele e se atrasou, no entanto alguns aqui se acharam no direito de julgá-la.

Alguns se sentiram envergonhados, outros felizes por Vladimir ser tão justo.

Eveline olhava para todos curiosa e ao mesmo tempo se sentindo traída.

- Agora vocês podem ir, tem muito trabalho a ser feito. Ele disse dispensando-os.

Quando Eveline ia se levantar sentiu um leve aperto em seu braço.

Ele olhou para ele com curiosidade e assim que todos saíram.

- Quero falar com você!

- O que você quer falar depois de me humilhar?

Ele a olhou com os olhos arregalados. – Te humilhar?

- Quer dizer que acha que estava me defendendo? Me expondo daquela forma? Se agora alguém não gostava de mim a situação ficou pior não acha?

- Você se acha tão importante assim? Ele a olhou de forma arrogante, mas por dentro ele estava desapontado.

- Não é isso é que ...

- Shiiit! O que fiz não tem nada a ver com você, não quero mexericos no meu escritório.

Visivelmente aborrecido ele se levantou e antes de sair. – Não tolerarei atrasos, não se atrase!

Ao sair ele praticamente bateu a porta, fazendo-a pular com o baque.

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