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4- Tenho planos para você!

Um pouco desapontada. – Mas o doutor disse que poderia leva-lo para casa. Ela disse com os olhos já marejados de lágrimas.

- Eu sei, mas analisando os prós e os contras, eu acredito que você não terá condições de mantê-lo em casa. Ele disse com pena dela, afagando seus cabelos.

- Eu consegui duzentos mil, vou dar entrada num apartamento e comprar os aparelhos. Ela disse.

- Olha eu sei do seu esforço, mas isso não dá nem para começar infelizmente, você já parou para pensar nos custos de enfermeiros 24 horas? Médicos? Medicamentos? Energia? Instalações? Posso te dar um conselho? Você pode pensar e depois decidir.

Ela assentiu, secando as lágrimas que corriam por suas bochechas.

- Pegue o dinheiro e guarde para as custas clínicas, dará para cobrir uns três a quatro meses, transferimos ele para o meu hospital, você arruma um apartamento próximo, assim você poderá vê-lo sempre que quiser. Nossa equipe cuidará dele com muito carinho e você poderá trabalhar para arcar com os gastos, sem se preocupar, pois ele estará conosco. Pense nisso! Ele disse se levantando.

Ao abrir a porta para sair. –Agora tenho que ir, pense e me dê a resposta.

Ela ficou olhando o filho, rezou por ele. Era tão pequeno, ela pensou no que o médico disse e ponderou, ela estava tão ansiosa para levar o pequeno para casa, mas de fato ela não havia pensado em todas essas coisas.

Ela precisava trabalhar se não, os dois passariam fome. Estava exausta, haviam três meses que ela se dividia entre o hospital e a correria atrás de emprego e dinheiro.

De um dia para outro, sua vida que já não era fácil, virou de cabeça para baixo. Teve que começar do zero, catar seus cacos e se levantar sozinha com seu filho para criar.

Depois que seu filho nasceu, nada mais a afetava, a única coisa que importava era a vida dele, ela até se humilhou para Joshua, faria qualquer coisa pelo filho, olhou para o celular e já passavam das dezoito horas, ela tinha que cumprir com sua palavra, ela foi para casa para se arrumar.

Enquanto tomava banho pensava na figura do seu chefe, ela já o tinha visto uma vez, mas ele não parecia se lembrar dela.

Ele havia dado aula inaugural para ela na faculdade de arquitetura.

Ela o achou atraente na época, Joshua era bonito, mas era insosso e sem graça na maioria dos dias.

Quando o conheceu era alegre e cheio de vida, depois foi ficando chato e ranzinza, só falava em dinheiro.

Ela achou que aquilo era normal, embora se sentisse infeliz, mas o amava, fazia tudo para o casamento dar certo.

Estava perdida em seus pensamentos olhando para o guarda roupa sem saber o que vestir.

Viu um delicado vestido, ele era envelope, amarrava na cintura e sua manga eram três quartos.

Não queria nada provocante, embora estivesse literalmente se vendendo, ninguém precisava saber.

Olhou no espelho e gostou, elegante e delicado. Ela por si só, já costumava chamar atenção, era esguia com pernas longas e cintura fina, seus cabelos longos e seus grandes olhos verdes brilhavam.

Escovou os cabelos deixando-os levemente ondulados nas pontas, nos lábios apenas um balm para dar uma aparência de saúde.

Estava quase em cima da hora, não queria se atrasar, Vladimir não costumava ser um cara rude, mas não tolerava atrasos, ela não queria provoca-lo.

Pediu um uber, no caminho ela ficou pensando o que ia fazer, desde que conheceu Joshua ela não havia dormido com mais ninguém, na verdade havia se entregado a ele ainda muito jovem e depois se casaram e ela não teve mais ninguém.

Estava nervosa.

- Chegamos. O motorista disse.

Ela quase deixou escapar um “já? ”. O pagou e desceu.

Entrou no hotel, nunca havia estado lá, ficou parada no saguão, procurando Vladimir.

Uma recepcionista foi até ela. –Senhorita Eveline?

- Sim. Ela respondeu.

- Senhor Vladimir te aguarda no restaurante. Ela disse educada abrindo espaço para que ela a seguisse.

Quando ela entrou no recinto, pode ver Vladimir sentado descontraído lendo o que parecia uma agenda.

- Boa noite senhor. Ela disse tímida, ao vê-lo se levantar para puxar a cadeira para ela.

- Boa noite Eveline, confesso que achei que você não viria. Ele disse com um sorriso sedutor nos lábios.

- Eu me atrasei, mas estou aqui. Disse nervosa.

- Está com fome? Perguntou a ela.

Ela estava, mas estava nervosa não sabia se adiava isso o máximo possível ou se terminava com essa tortura logo. –Estou bem, não se preocupe.

- Vamos jantar, tudo bem para você? Ele disse reparando o nervosismo nela.

- Está bem. Ela disse com um sorriso, sendo educada.

Ele gostou da obediência dela, não sabia explicar, mas por trás da aparência dócil ela parecia ter uma personalidade forte, um pouco indomável ele diria.

Ele deu a ela o cardápio.

- O que você escolher está bom para mim. Ela disse, depois pensou um pouco e completou. –Não gosto muito de frutos do mar.

- Poxa só porque são afrodisíacos? Ele disse brincando.

- Não... é que.... Ela queria explicar

- Não se preocupe, não vou decepcioná-la, não sou uma cara que precise disso. Ele disse olhando-a nos olhos.

Ela engoliu seco e sentiu seu estômago encolher, suas mãos começaram a suar frio.

Ele fez o pedido e olhou para ela que parecia inquieta, ele achou graça e ao mesmo tempo se sentiu excitado.

- Então me diga o que te levou a procurar meu escritório? Ele disse querendo puxar assunto para que ela relaxasse.

- Eu me formei a um ano, tive uma aula inaugural na faculdade, em que você foi o palestrante.

Ela levou a bebida aos lábios, precisava molhar a garganta e continuou. - Precisava de um emprego novo, um professor me indicou seu escritório então eu deixei o curriculum. Ela completou sendo sincera. -Admiro seu trabalho há um tempo.

- Vários arquitetos fizeram o teste, quando peguei seu trabalho achei incrível, não sabia que era seu, uma garota tão jovem com uma visão tão madura e ao mesmo tempo audaciosa.

Ele continuou. – Confesso que achei que o dono daquele trabalho fosse um arquiteto experiente, que já havia trabalhado para mim e se inscreveu para a vaga. Disse a observando, se lembrando do trabalho que ela havia realizado.

Ela sorriu, lisonjeada. – Obrigada.

- Não precisa agradecer, tenho planos para você!

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