Tomei meu café com a sensação de estar sendo observada o tempo todo por ele. Não tive coragem de olhar novamente. Mas eu conseguia sentir o olhar dele sobre mim. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para minha mãe:“Mãe, estou bem. Vim dar uma volta em Noriah e talvez passe o dia por aqui. Quero ficar sozinha um pouco. Amo você.”Tinha mais de vinte ligações perdidas de Andy. Nem abri as mensagens dele.Minha mãe sabia que eu gostava de ficar sozinha um pouco, mesmo em casa. Mas também sabia que se não tivesse um teto, eu não estava tão bem assim. Então se daria conta que algo estava errado. Mas eu teria tempo para contar. O que importava era avisá-la de que eu estava bem.Levantei meu rosto e lá estava ele, com aqueles olhos azuis me fitando. Certamente corei. Peguei minha bolsa, paguei o café e saí rapidamente. Estava ficando um pouco incomodada com a forma pretensiosa com que ele me observava.Andei, incerta de o que fazer e para onde ir. Eu estava completamente perdida e com m
- Nunca pensei que pudesse dizer isso... Mas que saudade da minha vidinha pacata e ridícula junto de você. – limpei minhas lágrimas.Ele sentou ao meu lado:- Os Chevalier não são como nós, linda. Eles são cruéis.- E você não é, Gael?- Eu pensei que era... Até conhecer melhor esta gente.- Não seja hipócrita, Gael.- Tirando Henry Chevalier, toda esta família é cheia de segredos e mentiras. São cruéis, são amargos, tem um passado horrível e obscuro.- Do que você está falando?- Andei lendo algumas coisas sobre a rainha... Dereck, Magnus... E Katrina. Quem é capaz de planejar a morte da própria mãe?- Quem manda alguém seguir e fotografar a ex namorada para depois chantageá-la? Não encontrou seu nome nos livros?- Eis a questão, linda. Isto não é nada frente a tudo que eles fizeram. Há recortes de jornais da época. Katrina Lee simulou a própria morte. E todos acreditam que ela matou a rainha, sob o consentimento de Dereck e Magnus.Eu ri:- Você quis vir a Noriah e nunca tratou de s
- Temos tão pouco tempo. – disse Pauline. – Por que vocês não fazem as pazes e aproveitam? Sentirão saudade do tempo que perderam quando cada um estiver em seu país.- Ou acham que uma simples chamada de vídeo matará a saudade quando estiverem longe? – Henry completou.- Quanto mais longe eu estiver dele, melhor. – falei, observando-o andando distante de mim, olhando para o chão.Ele não me olhou, seguiu, com as mãos nos bolsos, sem dizer uma palavra. E o fato de ele não reclamar ou sequer tentar se defender do que houve começou a me preocupar. Não que eu fosse perdoá-lo... Mas tão rápido ele aceitou o fim do nosso relacionamento?A boate era próxima do castelo. Era térrea e o prédio em branco com grandes partes envidraçadas do chão ao teto. O som dava para ouvir da parte de fora. Eu gostava muito de dançar. Mas passar a noite anterior sem dormir estava acabando comigo. O que faria? Passaria a noite olhando Andrew se divertir? Ou vê-lo pensando na vida, totalmente desconexo de mim? De
- Quero que o Lobo me conte seu segredo. Talvez eu possa ajudá-lo. – comi o sorvete fabuloso que era feito no castelo de Noriah.- Eu só quero ser a rainha. – Aimê falou novamente.Começamos a rir. Era um desejo bem objetivo o dela.Comemos todo o sorvete do pote. Quando acabamos, Andrew disse:- Acho que é hora de as meninas dormirem.- Dos meninos também. – falei, temendo que ele pudesse sair novamente.Ele me olhou e balançou a cabeça, sem dizer nada. Subimos juntos as escadarias e deixamos Aimê no quarto dela. Nossos pais ainda não haviam chegado, de onde quer que estivessem com Katrina e Magnus.Nos dirigimos aos nossos quartos, que ficavam mais ao final do corredor. Ele abriu a porta e perguntou:- Quer entrar?Meu ímpeto foi dizer que sim. Olhar o rosto dele a centímetros de distância do meu, imaginar tudo que ele poderia me proporcionar naquela noite e sentir o sangue ferver dentro de mim era tudo que eu precisava para esquecer o que aconteceu. O desejo era tão grande que me f
Finalmente chegamos à praia. Se aquilo não acontecesse rapidamente, eu seria capaz de perder a virgindade com Andrew Chevalier ali mesmo, no banco traseiro de um Maserati, com minha irmã e seu namorado no banco da frente, ouvindo nossos gemidos.Quando abri a porta, senti a brisa fresca do mar e parei um pouco, tentando recuperar meu fôlego. Andrew parou ao meu lado e espreguiçou-se exibidamente, mostrando parte do seu corpo que ficava sob a camisa que se erguia com o movimento dos braços ao alto. Não pude deixar de observar a barriga sarada e lisa dele.- Você me olha como quem quer me devorar, Chapeuzinho. – disse no meu ouvido, provocativamente.- De que adianta, se na hora H você foge? – falei me afastando dele, escondendo um sorriso malicioso que surgia na minha face.Eu gostava daquele jogo. E amava quando ele me chamava de Chapeuzinho. Porque sim, eu esperei muito tempo para ser devorada pelo Lobo. E fui impedida algumas vezes por falta de preservativo. E não, eu não havia traz
Ele saiu de trás de mim e abaixou a bermuda, mostrando a todos a tatuagem que havia feito.Nisso Dereck e Kim entraram a bordo e ficaram olhando a escrita na parte interna da coxa do sobrinho.- Linda cueca, Andy. – falou Dereck, rindo.- Baby, isso é a maior prova de amor que eu já vi. – disse Kim. – Qualquer pessoa que quiser ver seu pênis, terá que suportar o nome de Alexia quase junto dele. – ele começou a rir.- Isso é bizarro. – Gael falou. – E completamente insano.- É fofo... Eu quero que tatue meu nome, Henry. – Pauline falou, abraçando-o.- Eu posso fazer isso, meu amor. Onde você quer?- Não vai tatuar quase junto do seu pênis, filho. – recomendou Dereck. – Andrew é completamente insano, como a mãe.Ele levantou a bermuda, sorrindo orgulhoso de seu feito.- Como assim insano como a mãe? – perguntei curiosa.- Você não sabe que Kat tatuou o codinome de Magnus na sua parte pélvica? – Kim perguntou.- “Black para sempre”. Foi o que ela escreveu. – Andrew sorriu.- Então não vo
Empurrei Andrew de cima de mim. Ele caiu no chão. Fui até a porta:- Kim tem a chave. Peguei com ele, por favor.Andrew começou a colocar a roupa enquanto procurava meu biquíni, no chão. Nem me dei em conta que precisava me vestir quando o vi me entregando as peças:- Vista-se, Ale.Coloquei rapidamente o biquini. Andrew colocou a camiseta dele em mim. Eu estava com meu corpo todo marcado. Tocou meu colo e disse:- Não fiquei nervosa, Ale. Não deve ser nada sério.- Eu... Estou tentando. – respirei fundo, repetidas vezes, tentando recuperar o ar. – Quando eu fico nervosa, às vezes me falta o ar.Ele me abraçou:- Não é nada... Você vai ver.Ouvimos o barulho da porta e Laura do lado de fora. Passei rapidamente por ela, correndo até o lugar onde estávamos antes de descer para o quarto. Pauline estava com a cabeça para o lado de fora e Henry a segurava.- O que houve? – perguntei nervosa.- Ela está enjoada. Deve ser do balançar do iate... – Henry explicou.- Não... Foi a porra do espum
O primeiro ímpeto foi bater meus braços, tentando subir, enquanto meu corpo começava a descer. O balanço das águas me confundia e eu não conseguia ver nada ao meu redor, a não se a luz do sol que ora ofuscava meus olhos, ora desaparecia sob as águas. Tive que abrir minha boca na tentava de tomar ar por ela. Mas a água começou a invadir meu corpo através do nariz e da boca. Morte... Foi isso que eu senti que aconteceria. E eu pensei em meus pais e minhas irmãs naquele momento. Se era possível despedir-se antes do fim da vida, lá estavam eles, todos junto de mim, sorrindo. Porque éramos felizes juntos. Éramos unidos. Nos amávamos acima de qualquer coisa. E Andrew, meu príncipe sem coroa. Eu o amei a minha vida inteira.Desisti de lutar pela minha vida conforme o mar me puxava para baixo. Fechei meus olhos e senti alguém me puxar para cima. Queria ver quem era, mas eu estava tão cansada... Será que já havia morrido?Quando abri meus olhos, estava no chão do iate, com Andrew e Laura ajoel