- QUERIA AGRADECER pelo que fez por mim, Raoni.
— Não poderia negar o pedido de uma mulher apaixonada.
— Miau!!! Posso pedir qualquer coisa?
— Claro que não.
Raoni estendeu a mão para Anhangá.
— Que este seja o início de algo bom.
Anhangá sorriu.
— O que faz pensar que me rendi a você, jovem guerreiro?
— Amizade não é questão de se render, mas de respeitar um ao outro.
Anhangá estendeu a mão
- QUERIDA, CHEGAMOS. Pequena Princesa correu e pulou nos braços de Raoni o beijando e o abraçando cada vez mais apertado. — Fiquei tão preocupada que você não voltasse... você não tem noção...— Claro que tenho.Pequena Princesa então reparou na figura que tanto abominava e a encarou com desdém e foi retribuída à altura. — Miau, ele está inteirinho, queridinha. — Ora, sua... – disse com raiva em seu tom de voz – se você encostou um dedo nele, você vai ver só... vou arrancar esse sorrisinho desgraçado da sua cara.&nb
TODA LENDA SURGE DE ALGO, de histórias, sonhos, alucinações, experiências ou qualquer fato que tenha acontecido e de uma forma ou de outra chegou até nós, com o temo essas histórias foram caindo no esquecimento e sendo chamadas de mitologias, folclores etc., mas lá no fundo todos sabem que algumas delas são bem reais. No mundo moderno tentaram sufocar todas as tribos que acreditam veementemente nestas histórias, mas algumas guardaram o segredo do mundo de geração em geração até chegar o momento perfeito para salvá-lo mais uma vez, eles sabiam que seu grande guerreiro despertaria e enfrentaria o mal mais uma vez, e de forma definitiva. E esta é a história de Raoni, o grande guerreiro.
SÃO PAULO – 25 DE MARÇO DE 2017RAONI YEKACAN ERA UM GAROTO paulista descendente de indígenas, era filho único de mãe solteira e por mais que sempre perguntasse pelo pai, sua mãe, Tainá, nunca falava absolutamente nada sobre ele, dizia apenas para esquecê-lo da mesma forma que os tinha abandonado antes de seu nascimento, agora era preciso abandoná-lo também e seguir a vida em frente, este era a única forma de viver plenamente a vida. Ele estava no último ano do ensino médio e suas notas eram sofríveis, o suficiente para passar de ano, mas insuficiente para passar pela vida como uma pessoa de sucesso, muitos professores afirmavam que ele sofria de TDAH – Transtorno de Déficit de atenção e hiperatividade, pois não conseguia se concentrar na sala de aula como os demais alunos.<
AONI ESTAVA EM UMA FLORESTA densa, parecia que olhos o espreitavam o tempo todo e de tempos em tempos surgiam trovões no céu, mesmo não chovendo, ele sabia que algo ruim estava para acontecer quando um grande veado, com olhos flamejantes surgiu à sua frente, sorriu e disse: — Foi bom te encontrar novamente, grande guerreiro. E um relâmpago explodiu ao seu redor, fazendo com que o monstro a sua frente desaparecesse e apenas uma leve voz disse indo embora: Jurupari...RAONI ACORDOU ASSUSTADO com a tempestade que caia e a saraivada de trovões que sucediam, quando a campainha de sua casa soou.&
ELES EMBARCARAM NO AVIÃO e se assentaram.— Mãe, sei que não gosta de falar nisso.— Não me pergunte sobre seu pai. — Não entendo porque. — Não precisa entender tudo, Raoni, apenas siga o seu caminho, simples assim, você não precisa de alguém que nunca se importou com você... ele nunca se importa com ninguém. Raoni adormeceu após o avião decolar e teve um sonho.RAONI ESTAVA NA FLORESTA com seu corpo pintado para a guerra, ele não estava sozinho, tinha alguém com ele. — Siga-me, filho
A VIAGEM TRANSCORRIA sem maiores problemas, a não ser por uma visão um tanto quanto diferente. Raoni estava olhando a água, debruçado no parapeito deslumbrado com a inusitada viagem, quando viu uma sereia, e ouviu uma voz doce penetrar–lhe a cabeça: Venha grande guerreiro, seu lugar é ao meu lado... Era simplesmente a mulher mais bela que ele já tinha visto, cabelos ruivos brilhantes, seios enormes à mostra, olhos verdes e uma voz que encantaria o mais tolo dos homens, quiçá um garoto de quinze anos. Por um instante ele percebeu que iria cair, quando um homem o segurou e disse sorridente: &mdash
OS TRÊS CHEGARAM NA TRIBO e imediatamente o xamã os recebeu e foram para a sua tenda. O xamã o olhou atento. — Então sua avó estava certa, você é o grande guerreiro. Raoni bufou e tentou desvencilhar-se de seus olhares, mas o velho segurou seu queixo e o puxou de volta, dessa vez olhou profundamente em seus olhos. — Sabe que terá que cumprir uma grande missão, filho, a mais difícil de todas, recuperar a flauta de Jurupari, para que seu som traga a harmonia de volta para nosso lar, ela foi roubada por amazonas por muitos e muitos anos atrás, e só o grande guerreiro pode trazê-la de volta. 
RAONI CORREU POR TRÊS HORAS mata adentro, só então percebeu que tinha esquecido de comer algo. Droga... se não comer algo, não dá para continuar... Ele segurou seu talismã e disse: — Arco e flecha. Magicamente o talismã se transformou em um enorme arco, ele segurou na corda e automaticamente apareceu uma flecha. — Cara, isso aqui parece o arco do Erick da Caverna do Dragão, irado demais, cara. — Caverna do que? Raoni se virou e sem querer disparou a fl